Todos os nossos passos são sentidos e
reconhecidos por ela.
Em um nível mais profundo, nós somos um.
Existe uma consciência que nos envolve.
Esta consciência é majestosa e
inominável.
É o espírito de Deus.
Ele é misterioso e, ao mesmo tempo,
profundamente familiar.
Nas mãos desta Consciência criativa se
desenrola o jogo do companheirismo.
Nós dois participamos de um jogo: somos
parceiros num relacionamento que tem evoluído com o tempo.
Este relacionamento agora está pronto
para transformação.
Estamos entrando em uma nova era.
A primeira vez que nos reunimos, nós ainda
não éramos humanos.
Nós não possuíamos um corpo físico; não
estávamos encarnados na Terra.
Nós éramos um anjo.
E não éramos apenas
um anjo qualquer!
Nós pertencíamos a uma família de anjos
que pretendia abrir caminho para uma nova aventura no cosmos.
Do que se tratava
essa aventura?
No cosmos, existe uma lei segundo a qual
semelhante atrai semelhante.
Por exemplo, ao morrermos na Terra, nós
somos automaticamente atraídos para uma área no mundo espiritual que reflecte o
nosso estado de consciência.
Nosso retorno é um reflexo directo de
como nos sentimos por dentro.
Existe uma unidade entre o interior e o
exterior.
No mundo espiritual, existem reinos de
luz e reinos de relativa escuridão.
Estes reinos são separados.
Este não é o
caso da Terra, ou parece que não é.
Na Terra muitos tipos diferentes de
consciência estão presentes juntos e interagem uns com os outros.
Há uma grande diversidade, e assim a
Terra é como um enorme caldeirão onde se misturam diferentes reinos de
consciência.
Mas, mesmo aqui, nós também criamos a
nossa própria realidade através do nosso estado interior de consciência.
Entretanto, isto é algo que viemos a
compreender gradualmente, no decurso de uma profunda busca espiritual.
No começo, nós ficamos muito distraídos,
na Terra, por um mundo externo que absolutamente não parece ser criado pela nossa
própria mente.
Pelo contrário, nós parecemos ser o
produto dessa realidade e não o seu criador.
No mundo espiritual, a unidade entre o
interior e o exterior é simplesmente um dado concreto e palpável.
Na Terra, é preciso termos uma
consciência altamente evoluída para entendermos essa unidade e assumirmos a
responsabilidade por nós mesmos como criadores.
Na Terra ocorre um experimento especial.
Quando estamos aqui em forma física, é
colocado um véu sobre nós para que não reconheçamos o nosso próprio poder
criativo divino.
Ele permanece aí até que despertemos e percebamos que somos
Deus, no âmago do nosso ser.
Então o véu cai e nós também reconhecemos
a profunda unidade subjacente que permeia todas as criaturas vivas da Terra.
O processo de despertar na Terra é
intenso, e a própria existência da Terra oferece um impulso evolucionário poderoso
a todo o mundo espiritual.
No mundo espiritual, especialmente, pode
haver uma falta de dinamismo e mudança.
Na verdade, houve uma estagnação porque
todas as esferas são impecavelmente separadas.
Mudança, crescimento e evolução
acontecem quando nos encontramos e defrontamos com a diversidade.
Quando falamos de nos encontrarmos com a
diversidade, não queremos dizer ter uma conversa polida com ela, mas realmente
mergulhar dentro dela.
Nós aprendemos e crescemos a partir de
diversas formas de consciência, não as estudando “de cima”, mas transformando-nos
nelas.
Isto é exactamente o que acontece quando
mergulhamos numa encarnação na Terra.
Nós mergulhamos fundo e, ao encarnar,
conectamos-nos com diversos reinos de consciência.
É assim que construímos uma ponte entre
reinos do ser que, de outro modo, não construiríamos.
Ser humano significa ser uma ponte entre
reinos amplamente variados de consciência.
Na construção dessa ponte encontra-se a
esperança de uma expansão de consciência em todos os reinos do mundo
espiritual.
Mesmo o reino mais altamente evoluído do
mundo espiritual ganha um impulso de crescimento e renovação com o grande
experimento da Terra.
Os seres humanos são capazes de explorar
os extremos da luz e das trevas e, finalmente, reconhecer a unidade por trás de
todas as formas e aparências.
Quando o ser humano começa a adquirir
esta consciência da unidade interior, passa a ser um criador consciente sobre a
Terra, e sua presença passa a ter um efeito transformador e curador nas
criaturas vivas com as quais ele entra em contacto.
Criar a consciência de unidade é o
objectivo da nossa aventura na Terra.
Quando nós iniciamos este processo de
cooperação, nós não éramos humanos, mas anjos.
A nossa consciência ainda não se havia
ligado a nenhuma forma material, e nos sentíamos fortemente conectados com os
outros anjos à nossa volta, nossos irmãos e irmãs.
Havia uma ligação tão forte entre nós
que nos sentíamos e vivíamos como se fossemos células de um único organismo.
Trabalhávamos pelo bem comum de uma
forma altruísta e óbvia, como se fossemos uma só mente e um só coração.
Num certo momento, ouvimos um chamado da
Terra e fomos convidados a embarcar numa viagem neste planeta. Por que nós?
Para encurtar a história, nós éramos os
mais ousados entre os anjos.
Éramos os destemidos, apaixonados e,
sim, um tanto teimosos e obstinados.
A alegação era que nós deveríamos ser
banidos do Paraíso devido ao nosso desejo de conhecimento e nossa obstinação.
E, sim, nós éramos realmente curiosos e
um pouco rebeldes também. Mas isto era exactamente como deveria ser!
Vocês pensaram que Deus cometeu um erro
quando nos criou? Não, Deus sabia exactamente o que estava fazendo e, a
propósito, Deus não julga nada errado nem pecaminoso facilmente.
Deus é perfeitamente capaz de conviver
com os seus “pecados”.
Nós é que sofremos mais com isso.
Embora seja compreensível que nós, como
seres humanos, possamos nos arrepender dos nossos próprios actos, não é sábio
mantermos-nos eternamente sob o peso deles.
Neste aspecto, nós temos sofrido muito
devido às religiões que enfatizaram demais a culpa e o castigo.
Deus é mais bondoso e compassivo do que nós
jamais imaginaríamos que fosse possível. Nós somos perdoados antes mesmo de
transgredirmos.
De todo o coração, Deus nos concede o
espaço para cometermos enganos.
Ele/Ela prefere que olhemos para os
nossos próprios erros com serenidade em vez de nos debatermos com isso.
Todos esses “erros” são passos na nossa
jornada interior, a jornada na qual vamos conhecer a nós mesmos completamente.
Esta jornada não precisa ser em linha
recta, ela é destinada a ser irregular.
Sem curvas e reviravoltas não existe
nenhuma experiência, e sem experiência não há despertar.
Primeiro nós temos que “nos perder” para
depois sermos capazes de voltar ao Lar conscientemente.
Nós somos um daqueles que assumimos
totalmente a experiência de “nos perdermos”, com a paixão e a perseverança que
o próprio Deus plantou em nossos corações.
Ao ouvirmos o chamado da Terra, entramos
na sua dimensão.
E encontramos um planeta rico em
vegetação, com verdes florestas, oceanos sem fim e um reino animal florescente.
Nós ficamos tocados com a beleza e a
riqueza da vida que existia sobre a Terra
Sentimos-nos convidados a participar
desta vida, para inspirá-la e sustentá-la com a energia angélica que estava à nossa
disposição.
Gaia ficou contente com nossa chegada! Nós
fomos os seus pastores; nós ajudamos a tomar conta da vida e até implantamos
sementes de mudança e inovação nas formas de vida existentes. Como fizemos
isto?
Estávamos tão próximos da Fonte do poder
criativo, que possuíamos poderes mágicos, como diríamos hoje.
Nós nos permitíamos imaginar novas e
interessantes formas de vida e estas fantasias se transformaram em sementes
espirituais, que se ligaram às formas de vida já existentes.
Nós impregnamos a vida com novas ideias.
Foi assim que ocorreu a evolução biológica.
Todas as formas de vida nasceram do
Espírito.
As formas físicas, materiais são manifestação de forças espirituais.
O espírito é muito mais forte do que
imaginamos.
Nós fomos educados dentro de uma
estrutura mental materialista, que nos diz que o físico – conforme é descrito
pela física – é a base da realidade.
Na verdade, o oposto é a verdade.
O
espírito não é o produto da matéria inanimada.
Toda a matéria é permeada por uma
consciência criativa que a sustenta.
Deixemos-mos levar pela nossa imaginação
por um instante.
Lembremos-nos quem éramos naqueles tempos
remotos.
Isto é possível!
Nossa alma é aberta e ilimitada.
Ela não
conhece espaço nem tempo.
Imaginemos que flutuamos acima dos
oceanos e florestas num corpo muito subtil e etéreo, e estamos encantados com a
beleza que vemos, com a aventura que está prestes a ocorrer aqui.
Vejamos-nos como um ser angélico sendo
guiado pela alegria e a paixão, sentindo-se livre como uma criança que pode
fazer o que quiser.
Agora imaginemos que juntamos os nossos
poderes para expressar a nossa sensação de alegria e respeito pela vida através
de uma flor magnífica.
Permitamos que surja a imagem de uma
flor que nos atrai particularmente.
Vejamos as nossas cores e sintamos-las
dentro de nós mesmos.
Ouçamos a risada da flor brotando do
coração dela como pequenos sinos tocando – isto é como uma música para a nossa
alma.
Agora passemos esta imagem para Gaia, a
Terra.
Imaginemos como ela cai no seu ventre e
é nutrida ali pelos poderes físicos e etéreos que ajudam esta semente
espiritual a adquirir forma material.
Foi isto que nós e os nossos
companheiros fizeram naqueles tempos antigos.
Nós nos deixamos levar pelo fluxo da
inspiração e impregnamos Gaia com ele.
E Gaia foi receptiva. Ela, a consciência
presente neste reino material, queria ser impregnada e absorver as nossas
formas-pensamentos.
Nossa parceria e cooperação tiveram
origem naquele tempo.
É por isso que nós podemos nos comover
tanto com a beleza da natureza e a inocência de formas de vida não-humanas.
Nós não apenas ficamos tocados por sua
beleza física, mas também nos lembramos da conexão antiga que existe entre nós e
a vida na Terra, e do alegre jogo do qual participamos um dia.
Nós demos a nossa contribuição para a
criação de muitas formas de vida na Terra.
Como um anjo, nós fomos pai/mãe
espiritual da vida na Terra.
Vejamos como o nosso poder criativo pode chegar
longe!
Nesse tempo do qual estamos falando,
também havia a presença de poderes sombrios presentes no universo, e estes
ficaram fascinados com o desabrochar da consciência na Terra.
Poderes sombrios nada mais são do que
energias que não têm consciência de sua própria natureza divina e assim
acreditam que precisam de algo externo a elas para se tornarem inteiras e
completas.
Estes poderes sombrios queriam se alimentar
da vida na Terra, que irradiava tanta vitalidade e energia.
Como reacção à intromissão desses
poderes sombrios, nós e os outros anjos quisemos proteger a vida na Terra.
As nossas emoções eram muito parecidas
com as dos pais que desejam proteger seu filho do perigo.
Para encontrarmos e nos confrontarmos
com os invasores, nós precisávamos ter corpos mais densos e viver numa vibração
mais densa, menos refinada e subtil do que a do reino angélico.
Essencialmente, a invasão das trevas
acendeu uma paixão e um espírito de luta em nós, e isto, por sua vez, levou-nos
mais profundamente para dentro da matéria.
O passo seguinte de nossas jornadas foi
abandonarmos a condição de anjos e assumirmos o caminho da encarnação.
Com este passo, num certo sentido, nós
perdemos a inocência.
Um pouco antes de darmos este passo,
houve um momento de hesitação, em que percebemos que ao nos tornarmos mais
materiais, iríamos abandonar algo muito precioso.
Nós perderíamos as asas de anjo, que
simbolizam independência de tempo e espaço, independência de nascimento e
morte, independência de medo e ilusão.
Entretanto, havia algo que nos atraía
profundamente à aventura da encarnação.
Nós éramos anjos apaixonados e ousados.
E era assim que devia ser.
Aparentemente, a nossa jornada tomou um
rumo negativo quando abandonamos a condição de anjo e nos engajamos numa
batalha com as forças das trevas.
Nós nos envolvemos em vários conflitos e
guerras por longo tempo.
Por outro lado, este mergulho nas
profundezas permitiu que as nossas energias angélicas se espalhassem pelos
recantos mais longínquos do universo.
A energia angélica é uma parte
inalienável nossa que, mesmo estando temporariamente oculta, nunca nos poderá
ser tirada.
Os nossos primeiros corpos mortais não
eram feitos de matéria física, como a conhecemos na Terra. Eles eram muito
menos densos e compactos.
Não era possível vê-los com olhos
humanos.
A nossa consciência era menos focada do
que é agora.
Nós ainda entravamos e saíamos de nossas
formas físicas com facilidade e experimentávamos a realidade de uma forma
semelhante à que experienciamos no estado de sonho.
Nós éramos menos conscientes de nós mesmos
como entidades separadas, tínhamos menos consciência da nossa individualidade
em oposição ao mundo exterior.
Actualmente nós estamos muito mais
ligados à nossa forma física.
Muitos de nós pensamos que somos essa
forma física e que pereceremos com o corpo físico.
Isto não acontecia nas nossas primeiras
encarnações; de certo modo, nós éramos muito mais livres para ir e fazer o que
desejássemos.
Entretanto, nós realmente nos sentíamos
confusos.
Embora guiados pela intenção de lutar
pela luz e proteger a vida, cada um de nós começou a ter que lidar também com
suas próprias emoções sombrias, como medo, desolação e dúvida.
No momento em que começamos a lutar
contra alguém ou alguma coisa, não podemos deixar de absorver parcialmente a
vibração do adversário.
Se não fosse assim, não haveria um campo
em comum para iniciar a batalha, e nós simplesmente abandonaríamos o outro
completamente.
Como anjos, nós realmente só tínhamos
sentimentos elevados.
Havia alegria, entusiasmo e um forte
sentido de conexão.
Quando descemos para a estrada da
encarnação, formou-se um corpo emocional ao redor da nossa alma.
Este corpo energético contém respostas
emocionais que vêm à tona quando nós não percebemos a realidade do ponto de
vista da unidade e conexão.
Os sentimentos dos anjos têm sua sede no
coração.
As emoções que nós experienciamos quando
encarnados estão relacionadas com os três centros de energia (chacras)
inferiores, que, no nosso corpo, estão localizados ao redor do estômago, ventre
e cóccix.
Estes três chacras formam a escada para
a encarnação: através deles nós trocamos a experiência da unidade pela da
dualidade.
É também através deles que subimos a
escada e nos elevamos da dualidade para a unidade.
O nosso corpo emocional representa o
maior obstáculo à paz interior e libertação, porque contém medo, tristeza e
raiva.
Ao mesmo tempo, o caminho para a
liberdade e a iluminação passa pelo corpo emocional e não ao lado dele nem ao
seu redor.
À medida que o nosso corpo emocional se tornou
mais pesado e denso, nós perdemos de vista a nossa origem, e surgiu a
oportunidade de encarnarmos como um ser humano.
Nesse meio-tempo, tínhamos-mos tornado
uma alma amplamente viajada, com experiência tanto nos aspectos luminosos
quanto nos aspectos sombrios da vida.
As energias da dualidade tinham tomado
conta de nós, o que significa que, durante muito tempo, acreditamos nas ilusões
que ela cria.
Se vivemos na dualidade, acreditamos
profundamente que estamos sozinhos, que temos medo e estamos impotentes, e que
precisamos de algo externo a nós mesmos para proteger-nos, alimentar-nos e reconhecer-nos.
A partir desta ideia, nós começamos a
exercer poder sobre os outros, escondendo a nossa vulnerabilidade.
Ou podemos tornarmos-nos vulneráveis demais
e entregarmos o nosso poder a outros que queiram se alimentar da nossa energia.
Quer sejamos o agressor ou a vítima
nesse jogo, o erro fundamental que cometemos é pensar que não podemos
experimentar a plenitude dentro de nós mesmos.
Há um buraco que desejamos preencher,
tanto sendo patrão quanto sendo escravo.
Esse jogo é muito penoso, como sabemos.
Naquele passado distante, houve um
momento em que percebemos isso.
Esse foi um momento de mudança.
Nós havíamos experimentado os dois
extremos do jogo e sabíamos que não havia nenhuma solução real em nenhum deles.
Sabíamos que algo deveria mudar, mas não
sabíamos como.
Nós já estávamos muito distantes da
liberdade e alegria originais do anjo em nosso interior.
Entretanto, o nosso corpo emocional
guardava a lembrança, uma saudade de casa.
Nós sabíamos que havia algo para onde
desejávamos voltar, algum Lar, um estado de ser que nos parecia um êxtase
celestial.
Então, o nosso corpo emocional embarcou
em um novo caminho.
Tendo explorado os extremos da dualidade, ele começou a se
voltar para dentro.
Esta mudança de consciência criou o impulso para encarnar
na Terra como um humano.
Nesse momento, o ser humano já existia
na Terra como uma forma de vida biológica.
Entretanto, quando nós entramos nessa
forma de vida, acrescentamos algo a ela, algo que fez com que o ser humano
fosse menos animal e mais auto-consciente.
A biologia humana está relacionada com o
reino animal, mas o ser humano foi forjado por poderes que não se originam
apenas da evolução natural da Terra.
O que separa o homem do animal é a sua
capacidade de ser auto-consciente.
Através desta capacidade, o ser humano
tem condições de transformar o seu corpo
emocional e espalhar conscientemente a energia do coração sobre a Terra.
Como os reinos não-humanos da natureza
irradiam a alegria e conexão dos anjos inconscientemente, é missão da
humanidade transformá-las em uma energia consciente.
Ao encarnarmos no ser humano, da forma
que ele existia na Terra, nós acrescentamos algo ao desenvolvimento dele, e
este acréscimo tem sido controvertido.
Por um lado, a autoconsciência traz
consigo uma grande promessa; por outro lado, ela pode desviar-nos do caminho.
Ao nos tornarmos um ser humano na Terra,
desejávamos reconectarmo-nos com toda a vida deste planeta e sermos o criador e
guardião bondoso que uma vez fomos.
Ser humano é uma realidade rica e
complicada.
Muitos aspectos da realidade se juntam
no ser humano: nos somos parcialmente animal, planta e mineral; e parcialmente
um ser cósmico com uma longa história galáctica.
Os seres humanos são trevas e luz, os
perdidos e os salvadores, a causa de sofrimento e destruição, e ao mesmo tempo,
os mensageiros da esperança, do amor e do poder criativo.
No ser humano, muitos poderes convergem
com o propósito de reconexão e cooperação.
A consciência do homem traz em si a
possibilidade de se conectar com reinos de existência amplamente divergentes e
restabelecer a noção de unidade subjacente.
Devido à possibilidade de realizar este
belo ideal, é dada à humanidade a oportunidade de cometer erros graves.
O objectivo ainda pode ser alcançado.
A
esperança ainda não está perdida.
Nesta era, a esperança surge como nunca
antes.
Grandes mudanças estão ocorrendo na consciência colectiva da humanidade.
Falemos de um momento no passado em que
percebemos que a salvação não podia vir do jogo de roubar ou entregar energia,
mas que a solução estava em encontrar a totalidade dentro de nós mesmos.
Esta percepção agora está germinando na
consciência da humanidade.
Ela é apenas uma semente, não é uma planta ainda.
Mas uma mudança está à mão e algo está
despertando nos corações dos seres humanos.
O coração é a força de ligação entre os
diversos reinos de consciência representados no homem: o terreno, o galáctico e
o cósmico.
O apelo por paz e companheirismo ressoa
agora através de todos esses reinos e este apelo colectivo cria uma onda de
energia que envolve Gaia, a Terra.
Se nos sentirmos tocados por estas
palavras e se nos reconhecermos nelas, somos um dos que ouviu este chamado do
coração.
Somos alguém que deseja contribuir para a transformação da consciência
na Terra.
Gaia nos acolhe com prazer e deseja ajudar-nos.
Estamos contando esta longa história
para que nos consciencializemos de quem realmente somos: somos um anjo, no âmago
do nosso ser.
A nossa autoconsciência crescente ajuda
Gaia.
Se nos lembrarmos quem somos, podemos voltar a fazer uma parceria.
Gaia percebe o nosso desejo, e sente a nossa
saudade.
Vê-nos buscando o estado alegre e despreocupado que, por um lado, nos
foi tão familiar um dia e, por outro lado, hoje estamos tão longe e distantes.
Agora é o momento de voltarmos a ser
quem somos.
É hora de subir a escada e abraçar o nosso corpo emocional com o
nosso coração.
Envolvamos a nossa dor, a nossa sensação
de peso, a nossa tristeza com a consciência angélica de doçura e compaixão que nos
é natural.
Nós podemos curar a nós mesmos.
Agora estamos nos tornando um anjo que é
capaz de manter sua luz nos reinos mais densos da realidade.
Estamos nos tornando um criador
consciente, que aprendeu a se manifestar tanto nos reinos da luz quanto no das
trevas, sem se perder nele.
Estamos carregando uma semente da
consciência que está transformando o nosso meio-ambiente.
Estamos nos tornando um professor
espiritual.
Um professor espiritual não é alguém que
desce dos reinos superiores para explicar ao ignorante o que é a vida.
O verdadeiro professor passou, ele
mesmo, pelas trevas e estendeu sua mão para nós, não do alto, mas a partir de
uma unidade profundamente sentida.
A aventura que começamos há muito tempo,
como um anjo criativo está chegando ao fim.
Neste capítulo final da nossa viagem,
especialmente, sós somos convidados a reconectarmos-mos com Gaia, a forma de
vida na qual a nossa experiência teve lugar.
Permitamos-mos viajar em nossa
imaginação, transformando-nos no sonhador e visionário que fomos um dia.
Assumamos a grandiosidade que queremos
manifestar através de nós na Terra.
Tornemos-mos novamente o anjo que
graciosamente se entregou à magia da vida.
Deixemos-mos ser guiados por aquilo que nos
dá alegria e inspiração.
O anjo no nosso interior não deseja nada
além de se tornar totalmente humano.
Ao nos sentirmos como um ser com um anjo
em nosso interior, nós trazemos a paz do Céu para a Terra.
Gratidão,
Luís Barros