30 de maio de 2020

ANJOS DA TERRA

Gaia, é a voz da Terra, e nos conhece desde sempre.
Todos os nossos passos são sentidos e reconhecidos por ela.
Em um nível mais profundo, nós somos um.
Existe uma consciência que nos envolve.
Esta consciência é majestosa e inominável.
É o espírito de Deus.
Ele é misterioso e, ao mesmo tempo, profundamente familiar.
Nas mãos desta Consciência criativa se desenrola o jogo do companheirismo.
Nós dois participamos de um jogo: somos parceiros num relacionamento que tem evoluído com o tempo.
Este relacionamento agora está pronto para transformação.
Estamos entrando em uma nova era.
A primeira vez que nos reunimos, nós ainda não éramos humanos.
Nós não possuíamos um corpo físico; não estávamos encarnados na Terra. 
Nós éramos um anjo. 
E não éramos apenas um anjo qualquer!
Nós pertencíamos a uma família de anjos que pretendia abrir caminho para uma nova aventura no cosmos. 
Do que se tratava essa aventura?
No cosmos, existe uma lei segundo a qual semelhante atrai semelhante.
Por exemplo, ao morrermos na Terra, nós somos automaticamente atraídos para uma área no mundo espiritual que reflecte o nosso estado de consciência.
Nosso retorno é um reflexo directo de como nos sentimos por dentro.
Existe uma unidade entre o interior e o exterior.
No mundo espiritual, existem reinos de luz e reinos de relativa escuridão.
Estes reinos são separados. 
Este não é o caso da Terra, ou parece que não é.
Na Terra muitos tipos diferentes de consciência estão presentes juntos e interagem uns com os outros.
Há uma grande diversidade, e assim a Terra é como um enorme caldeirão onde se misturam diferentes reinos de consciência.
Mas, mesmo aqui, nós também criamos a nossa própria realidade através do nosso estado interior de consciência.
Entretanto, isto é algo que viemos a compreender gradualmente, no decurso de uma profunda busca espiritual.
No começo, nós ficamos muito distraídos, na Terra, por um mundo externo que absolutamente não parece ser criado pela nossa própria mente.
Pelo contrário, nós parecemos ser o produto dessa realidade e não o seu criador.
No mundo espiritual, a unidade entre o interior e o exterior é simplesmente um dado concreto e palpável.
Na Terra, é preciso termos uma consciência altamente evoluída para entendermos essa unidade e assumirmos a responsabilidade por nós mesmos como criadores.
Na Terra ocorre um experimento especial.
Quando estamos aqui em forma física, é colocado um véu sobre nós para que não reconheçamos o nosso próprio poder criativo divino. 
Ele permanece aí até que despertemos e percebamos que somos Deus, no âmago do nosso ser.
Então o véu cai e nós também reconhecemos a profunda unidade subjacente que permeia todas as criaturas vivas da Terra.
O processo de despertar na Terra é intenso, e a própria existência da Terra oferece um impulso evolucionário poderoso a todo o mundo espiritual.
No mundo espiritual, especialmente, pode haver uma falta de dinamismo e mudança.
Na verdade, houve uma estagnação porque todas as esferas são impecavelmente separadas.
Mudança, crescimento e evolução acontecem quando nos encontramos e defrontamos com a diversidade.
Quando falamos de nos encontrarmos com a diversidade, não queremos dizer ter uma conversa polida com ela, mas realmente mergulhar dentro dela.
Nós aprendemos e crescemos a partir de diversas formas de consciência, não as estudando “de cima”, mas transformando-nos nelas.
Isto é exactamente o que acontece quando mergulhamos numa encarnação na Terra.
Nós mergulhamos fundo e, ao encarnar, conectamos-nos com diversos reinos de consciência.
É assim que construímos uma ponte entre reinos do ser que, de outro modo, não construiríamos.
Ser humano significa ser uma ponte entre reinos amplamente variados de consciência.
Na construção dessa ponte encontra-se a esperança de uma expansão de consciência em todos os reinos do mundo espiritual.
Mesmo o reino mais altamente evoluído do mundo espiritual ganha um impulso de crescimento e renovação com o grande experimento da Terra.
Os seres humanos são capazes de explorar os extremos da luz e das trevas e, finalmente, reconhecer a unidade por trás de todas as formas e aparências.
Quando o ser humano começa a adquirir esta consciência da unidade interior, passa a ser um criador consciente sobre a Terra, e sua presença passa a ter um efeito transformador e curador nas criaturas vivas com as quais ele entra em contacto.
Criar a consciência de unidade é o objectivo da nossa aventura na Terra.
Quando nós iniciamos este processo de cooperação, nós não éramos humanos, mas anjos.
A nossa consciência ainda não se havia ligado a nenhuma forma material, e nos sentíamos fortemente conectados com os outros anjos à nossa volta, nossos irmãos e irmãs.
Havia uma ligação tão forte entre nós que nos sentíamos e vivíamos como se fossemos células de um único organismo.
Trabalhávamos pelo bem comum de uma forma altruísta e óbvia, como se fossemos uma só mente e um só coração.
Num certo momento, ouvimos um chamado da Terra e fomos convidados a embarcar numa viagem neste planeta. Por que nós?
Para encurtar a história, nós éramos os mais ousados entre os anjos.
Éramos os destemidos, apaixonados e, sim, um tanto teimosos e obstinados.
A alegação era que nós deveríamos ser banidos do Paraíso devido ao nosso desejo de conhecimento e nossa obstinação.
E, sim, nós éramos realmente curiosos e um pouco rebeldes também. Mas isto era exactamente como deveria ser!
Vocês pensaram que Deus cometeu um erro quando nos criou? Não, Deus sabia exactamente o que estava fazendo e, a propósito, Deus não julga nada errado nem pecaminoso facilmente.
Deus é perfeitamente capaz de conviver com os seus “pecados”. 
Nós é que sofremos mais com isso.
Embora seja compreensível que nós, como seres humanos, possamos nos arrepender dos nossos próprios actos, não é sábio mantermos-nos eternamente sob o peso deles.
Neste aspecto, nós temos sofrido muito devido às religiões que enfatizaram demais a culpa e o castigo.
Deus é mais bondoso e compassivo do que nós jamais imaginaríamos que fosse possível. Nós somos perdoados antes mesmo de transgredirmos.
De todo o coração, Deus nos concede o espaço para cometermos enganos.
Ele/Ela prefere que olhemos para os nossos próprios erros com serenidade em vez de nos debatermos com isso.
Todos esses “erros” são passos na nossa jornada interior, a jornada na qual vamos conhecer a nós mesmos completamente.
Esta jornada não precisa ser em linha recta, ela é destinada a ser irregular.
Sem curvas e reviravoltas não existe nenhuma experiência, e sem experiência não há despertar.
Primeiro nós temos que “nos perder” para depois sermos capazes de voltar ao Lar conscientemente.
Nós somos um daqueles que assumimos totalmente a experiência de “nos perdermos”, com a paixão e a perseverança que o próprio Deus plantou em nossos corações.
Ao ouvirmos o chamado da Terra, entramos na sua dimensão.
E encontramos um planeta rico em vegetação, com verdes florestas, oceanos sem fim e um reino animal florescente.
Nós ficamos tocados com a beleza e a riqueza da vida que existia sobre a Terra
Sentimos-nos convidados a participar desta vida, para inspirá-la e sustentá-la com a energia angélica que estava à nossa disposição.
Gaia ficou contente com nossa chegada! Nós fomos os seus pastores; nós ajudamos a tomar conta da vida e até implantamos sementes de mudança e inovação nas formas de vida existentes. Como fizemos isto?
Estávamos tão próximos da Fonte do poder criativo, que possuíamos poderes mágicos, como diríamos hoje.
Nós nos permitíamos imaginar novas e interessantes formas de vida e estas fantasias se transformaram em sementes espirituais, que se ligaram às formas de vida já existentes.
Nós impregnamos a vida com novas ideias. 
Foi assim que ocorreu a evolução biológica.
Todas as formas de vida nasceram do Espírito. 
As formas físicas, materiais são manifestação de forças espirituais.
O espírito é muito mais forte do que imaginamos.
Nós fomos educados dentro de uma estrutura mental materialista, que nos diz que o físico – conforme é descrito pela física – é a base da realidade.
Na verdade, o oposto é a verdade. 
O espírito não é o produto da matéria inanimada.
Toda a matéria é permeada por uma consciência criativa que a sustenta.
Deixemos-mos levar pela nossa imaginação por um instante.
Lembremos-nos quem éramos naqueles tempos remotos. 
Isto é possível!
Nossa alma é aberta e ilimitada. 
Ela não conhece espaço nem tempo.
Imaginemos que flutuamos acima dos oceanos e florestas num corpo muito subtil e etéreo, e estamos encantados com a beleza que vemos, com a aventura que está prestes a ocorrer aqui.
Vejamos-nos como um ser angélico sendo guiado pela alegria e a paixão, sentindo-se livre como uma criança que pode fazer o que quiser.
Agora imaginemos que juntamos os nossos poderes para expressar a nossa sensação de alegria e respeito pela vida através de uma flor magnífica.
Permitamos que surja a imagem de uma flor que nos atrai particularmente.
Vejamos as nossas cores e sintamos-las dentro de nós mesmos.
Ouçamos a risada da flor brotando do coração dela como pequenos sinos tocando – isto é como uma música para a nossa alma.
Agora passemos esta imagem para Gaia, a Terra.
Imaginemos como ela cai no seu ventre e é nutrida ali pelos poderes físicos e etéreos que ajudam esta semente espiritual a adquirir forma material.
Foi isto que nós e os nossos companheiros fizeram naqueles tempos antigos.
Nós nos deixamos levar pelo fluxo da inspiração e impregnamos Gaia com ele.
E Gaia foi receptiva. Ela, a consciência presente neste reino material, queria ser impregnada e absorver as nossas formas-pensamentos.
Nossa parceria e cooperação tiveram origem naquele tempo.
É por isso que nós podemos nos comover tanto com a beleza da natureza e a inocência de formas de vida não-humanas.
Nós não apenas ficamos tocados por sua beleza física, mas também nos lembramos da conexão antiga que existe entre nós e a vida na Terra, e do alegre jogo do qual participamos um dia.
Nós demos a nossa contribuição para a criação de muitas formas de vida na Terra.
Como um anjo, nós fomos pai/mãe espiritual da vida na Terra. 
Vejamos como o nosso poder criativo pode chegar longe!
Nesse tempo do qual estamos falando, também havia a presença de poderes sombrios presentes no universo, e estes ficaram fascinados com o desabrochar da consciência na Terra.
Poderes sombrios nada mais são do que energias que não têm consciência de sua própria natureza divina e assim acreditam que precisam de algo externo a elas para se tornarem inteiras e completas.
Estes poderes sombrios queriam se alimentar da vida na Terra, que irradiava tanta vitalidade e energia.
Como reacção à intromissão desses poderes sombrios, nós e os outros anjos quisemos proteger a vida na Terra.
As nossas emoções eram muito parecidas com as dos pais que desejam proteger seu filho do perigo.
Para encontrarmos e nos confrontarmos com os invasores, nós precisávamos ter corpos mais densos e viver numa vibração mais densa, menos refinada e subtil do que a do reino angélico.
Essencialmente, a invasão das trevas acendeu uma paixão e um espírito de luta em nós, e isto, por sua vez, levou-nos mais profundamente para dentro da matéria.
O passo seguinte de nossas jornadas foi abandonarmos a condição de anjos e assumirmos o caminho da encarnação.
Com este passo, num certo sentido, nós perdemos a inocência.
Um pouco antes de darmos este passo, houve um momento de hesitação, em que percebemos que ao nos tornarmos mais materiais, iríamos abandonar algo muito precioso.
Nós perderíamos as asas de anjo, que simbolizam independência de tempo e espaço, independência de nascimento e morte, independência de medo e ilusão.
Entretanto, havia algo que nos atraía profundamente à aventura da encarnação.
Nós éramos anjos apaixonados e ousados.
E era assim que devia ser.
Aparentemente, a nossa jornada tomou um rumo negativo quando abandonamos a condição de anjo e nos engajamos numa batalha com as forças das trevas.
Nós nos envolvemos em vários conflitos e guerras por longo tempo.
Por outro lado, este mergulho nas profundezas permitiu que as nossas energias angélicas se espalhassem pelos recantos mais longínquos do universo.
A energia angélica é uma parte inalienável nossa que, mesmo estando temporariamente oculta, nunca nos poderá ser tirada.
Os nossos primeiros corpos mortais não eram feitos de matéria física, como a conhecemos na Terra. Eles eram muito menos densos e compactos.
Não era possível vê-los com olhos humanos.
A nossa consciência era menos focada do que é agora.
Nós ainda entravamos e saíamos de nossas formas físicas com facilidade e experimentávamos a realidade de uma forma semelhante à que experienciamos no estado de sonho.
Nós éramos menos conscientes de nós mesmos como entidades separadas, tínhamos menos consciência da nossa individualidade em oposição ao mundo exterior.
Actualmente nós estamos muito mais ligados à nossa forma física.
Muitos de nós pensamos que somos essa forma física e que pereceremos com o corpo físico.
Isto não acontecia nas nossas primeiras encarnações; de certo modo, nós éramos muito mais livres para ir e fazer o que desejássemos.
Entretanto, nós realmente nos sentíamos confusos.
Embora guiados pela intenção de lutar pela luz e proteger a vida, cada um de nós começou a ter que lidar também com suas próprias emoções sombrias, como medo, desolação e dúvida.
No momento em que começamos a lutar contra alguém ou alguma coisa, não podemos deixar de absorver parcialmente a vibração do adversário.
Se não fosse assim, não haveria um campo em comum para iniciar a batalha, e nós simplesmente abandonaríamos o outro completamente.
Como anjos, nós realmente só tínhamos sentimentos elevados.
Havia alegria, entusiasmo e um forte sentido de conexão.
Quando descemos para a estrada da encarnação, formou-se um corpo emocional ao redor da nossa alma.
Este corpo energético contém respostas emocionais que vêm à tona quando nós não percebemos a realidade do ponto de vista da unidade e conexão.
Os sentimentos dos anjos têm sua sede no coração.
As emoções que nós experienciamos quando encarnados estão relacionadas com os três centros de energia (chacras) inferiores, que, no nosso corpo, estão localizados ao redor do estômago, ventre e cóccix.
Estes três chacras formam a escada para a encarnação: através deles nós trocamos a experiência da unidade pela da dualidade.
É também através deles que subimos a escada e nos elevamos da dualidade para a unidade.
O nosso corpo emocional representa o maior obstáculo à paz interior e libertação, porque contém medo, tristeza e raiva.
Ao mesmo tempo, o caminho para a liberdade e a iluminação passa pelo corpo emocional e não ao lado dele nem ao seu redor.
À medida que o nosso corpo emocional se tornou mais pesado e denso, nós perdemos de vista a nossa origem, e surgiu a oportunidade de encarnarmos como um ser humano.
Nesse meio-tempo, tínhamos-mos tornado uma alma amplamente viajada, com experiência tanto nos aspectos luminosos quanto nos aspectos sombrios da vida.
As energias da dualidade tinham tomado conta de nós, o que significa que, durante muito tempo, acreditamos nas ilusões que ela cria.
Se vivemos na dualidade, acreditamos profundamente que estamos sozinhos, que temos medo e estamos impotentes, e que precisamos de algo externo a nós mesmos para proteger-nos, alimentar-nos e reconhecer-nos.
A partir desta ideia, nós começamos a exercer poder sobre os outros, escondendo a nossa vulnerabilidade.
Ou podemos tornarmos-nos vulneráveis demais e entregarmos o nosso poder a outros que queiram se alimentar da nossa energia.
Quer sejamos o agressor ou a vítima nesse jogo, o erro fundamental que cometemos é pensar que não podemos experimentar a plenitude dentro de nós mesmos.
Há um buraco que desejamos preencher, tanto sendo patrão quanto sendo escravo. 
Esse jogo é muito penoso, como sabemos.
Naquele passado distante, houve um momento em que percebemos isso. 
Esse foi um momento de mudança.
Nós havíamos experimentado os dois extremos do jogo e sabíamos que não havia nenhuma solução real em nenhum deles.
Sabíamos que algo deveria mudar, mas não sabíamos como.
Nós já estávamos muito distantes da liberdade e alegria originais do anjo em nosso interior.
Entretanto, o nosso corpo emocional guardava a lembrança, uma saudade de casa.
Nós sabíamos que havia algo para onde desejávamos voltar, algum Lar, um estado de ser que nos parecia um êxtase celestial.
Então, o nosso corpo emocional embarcou em um novo caminho. 
Tendo explorado os extremos da dualidade, ele começou a se voltar para dentro. 
Esta mudança de consciência criou o impulso para encarnar na Terra como um humano.
Nesse momento, o ser humano já existia na Terra como uma forma de vida biológica.
Entretanto, quando nós entramos nessa forma de vida, acrescentamos algo a ela, algo que fez com que o ser humano fosse menos animal e mais auto-consciente.
A biologia humana está relacionada com o reino animal, mas o ser humano foi forjado por poderes que não se originam apenas da evolução natural da Terra.
O que separa o homem do animal é a sua capacidade de ser auto-consciente.
Através desta capacidade, o ser humano tem condições de transformar o seu  corpo emocional e espalhar conscientemente a energia do coração sobre a Terra.
Como os reinos não-humanos da natureza irradiam a alegria e conexão dos anjos inconscientemente, é missão da humanidade transformá-las em uma energia consciente. 
Ao encarnarmos no ser humano, da forma que ele existia na Terra, nós acrescentamos algo ao desenvolvimento dele, e este acréscimo tem sido controvertido.
Por um lado, a autoconsciência traz consigo uma grande promessa; por outro lado, ela pode desviar-nos do caminho.
Ao nos tornarmos um ser humano na Terra, desejávamos reconectarmo-nos com toda a vida deste planeta e sermos o criador e guardião bondoso que uma vez fomos.
Ser humano é uma realidade rica e complicada.
Muitos aspectos da realidade se juntam no ser humano: nos somos parcialmente animal, planta e mineral; e parcialmente um ser cósmico com uma longa história galáctica.
Os seres humanos são trevas e luz, os perdidos e os salvadores, a causa de sofrimento e destruição, e ao mesmo tempo, os mensageiros da esperança, do amor e do poder criativo.
No ser humano, muitos poderes convergem com o propósito de reconexão e cooperação.
A consciência do homem traz em si a possibilidade de se conectar com reinos de existência amplamente divergentes e restabelecer a noção de unidade subjacente.
Devido à possibilidade de realizar este belo ideal, é dada à humanidade a oportunidade de cometer erros graves.
O objectivo ainda pode ser alcançado. 
A esperança ainda não está perdida.
Nesta era, a esperança surge como nunca antes. 
Grandes mudanças estão ocorrendo na consciência colectiva da humanidade.
Falemos de um momento no passado em que percebemos que a salvação não podia vir do jogo de roubar ou entregar energia, mas que a solução estava em encontrar a totalidade dentro de nós mesmos.
Esta percepção agora está germinando na consciência da humanidade. 
Ela é apenas uma semente, não é uma planta ainda.
Mas uma mudança está à mão e algo está despertando nos corações dos seres humanos.
O coração é a força de ligação entre os diversos reinos de consciência representados no homem: o terreno, o galáctico e o cósmico.
O apelo por paz e companheirismo ressoa agora através de todos esses reinos e este apelo colectivo cria uma onda de energia que envolve Gaia, a Terra.
Se nos sentirmos tocados por estas palavras e se nos reconhecermos nelas, somos um dos que ouviu este chamado do coração. 
Somos alguém que deseja contribuir para a transformação da consciência na Terra.
Gaia nos acolhe com prazer e deseja ajudar-nos.
Estamos contando esta longa história para que nos consciencializemos de quem realmente somos: somos um anjo, no âmago do nosso ser.
A nossa autoconsciência crescente ajuda Gaia. 
Se nos lembrarmos quem somos, podemos voltar a fazer uma parceria.
Gaia percebe o nosso desejo, e sente a nossa saudade. 
Vê-nos buscando o estado alegre e despreocupado que, por um lado, nos foi tão familiar um dia e, por outro lado, hoje estamos tão longe e distantes.
Agora é o momento de voltarmos a ser quem somos. 
É hora de subir a escada e abraçar o nosso corpo emocional com o nosso coração.
Envolvamos a nossa dor, a nossa sensação de peso, a nossa tristeza com a consciência angélica de doçura e compaixão que nos é natural. 
Nós podemos curar a nós mesmos.
Agora estamos nos tornando um anjo que é capaz de manter sua luz nos reinos mais densos da realidade.
Estamos nos tornando um criador consciente, que aprendeu a se manifestar tanto nos reinos da luz quanto no das trevas, sem se perder nele.
Estamos carregando uma semente da consciência que está transformando o nosso meio-ambiente.
Estamos nos tornando um professor espiritual.
Um professor espiritual não é alguém que desce dos reinos superiores para explicar ao ignorante o que é a vida.
O verdadeiro professor passou, ele mesmo, pelas trevas e estendeu sua mão para nós, não do alto, mas a partir de uma unidade profundamente sentida.
A aventura que começamos há muito tempo, como um anjo criativo está chegando ao fim.
Neste capítulo final da nossa viagem, especialmente, sós somos convidados a reconectarmos-mos com Gaia, a forma de vida na qual a nossa experiência teve lugar.
Permitamos-mos viajar em nossa imaginação, transformando-nos no sonhador e visionário que fomos um dia.
Assumamos a grandiosidade que queremos manifestar através de nós na Terra. 
Tornemos-mos novamente o anjo que graciosamente se entregou à magia da vida.
Deixemos-mos ser guiados por aquilo que nos dá alegria e inspiração.
O anjo no nosso interior não deseja nada além de se tornar totalmente humano.
Ao nos sentirmos como um ser com um anjo em nosso interior, nós trazemos a paz do Céu para a Terra. 

Gratidão, 
Luís Barros