Nós todos somos bravos guerreiros.
A nossa simples presença num corpo físico na Terra
já fala da nossa grande coragem e disposição para lutar contra as energias
escuras e os obstáculos que encontramos dentro de nós mesmos.
Nós somos lutadores, de uma certa maneira;
lutadores que superam as dificuldades, não só com o amor do coração, mas também
com a espada do discernimento.
Ter discernimento significa ser capaz de reconhecer
claramente quando as energias não estão em harmonia com as nossas (para que
possamos deixar que elas saiam do nosso campo de energia).
O discernimento é a energia da espada, a energia
masculina, e a sua importância é enorme.
Falamos sobre o período de transição, o período que
algumas vezes é chamado de transição de Peixes para Aquário, ou da Terceira
para a Quinta dimensão.
Nós temos inventado muitos nomes para a transição
de energia que actualmente está ocorrendo na nossa esfera terrena.
Falamos agora sobre a mudança do coração.
Em muitos de nós, existe uma necessidade de uma
certa segurança.
Encorajamos a compreender este período de transição
em termos de transformação interna.
Falamos da transição da consciência baseada no ego
para a consciência baseada no coração.
Porque se trata de uma transição que todos nós
podemos sentir dentro de nós mesmos.
Não há nada fora de nós que precisemos para essa
mudança, e não há nada fora de nós que possa impedir-nos de passar por ela.
Inclusive, não existe nenhum “prazo final”, nenhum
momento em que alguma coisa tenha que ter sido “feita” a tempo.
É uma transição interna que nós, pessoalmente e
singularmente, estamos fazendo, passo a passo.
Ilustraremos o processo de transformação (do ego ao
coração) através de uma questão com a qual todos nós estamos profundamente
envolvidos: o relacionamento com a nossa própria família de nascimento.
A forma como nos relacionamos com a nossa família
diz muito sobre o nosso próprio progresso na transição da consciência baseada
no ego para a consciência baseada no coração.
O nosso nascimento aqui na Terra pode ser comparado
a uma espécie de queda na escuridão, mas não ligado a qualquer associação com
pecado e culpa.
É realmente um mergulho na profundeza, que fazemos
conscientemente a partir de um determinado nível da nossa alma.
Entretanto, no momento em que nos afundamos, estamos
num estado de não-saber, pois então estamos submergidos no mundo da matéria.
Nesse momento, cada um de nós chegou no útero da nossa
mãe.
Por um lado, carregamos connosco uma energia muito
brilhante, a energia do Lar.
Ainda nos lembramos como era do Outro lado, nos lembramos
do amor que sentíamos naturalmente à nossa volta e a ligação com tudo que
existe, com tudo que vive.
Essas energias do Lar ainda permanecem muito
fortemente connosco, quando descemos à Terra como um embrião.
Mas, ao mesmo tempo, somos confrontados com aquilo
que chamamos de “o paradigma dos pais”.
O PARADIGMA DOS PAIS
Paradigma é uma palavra que significa o mesmo que
ponto de vista do mundo, mas abrange muito mais do que isso.
Ela não só contém os pensamentos e convicções dos nossos
pais, mas também os sentimentos deles, suas emoções mais profundas.
Todo esse “ninho seguro” é o paradigma onde
mergulhamos como uma nova alma que vem para a Terra, no começo de uma nova
encarnação.
Nós submergimos na realidade da “terceira
dimensão”, ou como chamaríamos: o mundo da consciência baseada no ego, conforme
é representado nos pais.
Esta é uma realidade energética na qual predominam
certas ilusões.
Falamos sobre as ilusões mais importantes.
A perda da maestria.
A primeira ilusão é a da perda da maestria.
Esta ilusão faz com que nos esqueçamos, enquanto
moramos, trabalhamos e estamos vivos na Terra, que nós somos os criadores de
tudo que acontece na nossa vida.
Nós não reconhecemos as coisas que acontecem na nossa
vida como sendo nossas próprias criações.
De vez em quando, sentimos que somos vítimas.
Acreditamos que existem poderes maiores do que nós,
que podem determinar e moldar a nossa vida.
Isto é a perda da maestria.
A perda da unidade.
Então, com o mergulho na profundeza – aquele
mergulho para dentro do paradigma dos nossos pais, que têm vivido na ilusão há
um bocado de tempo – acontece também a perda da unidade com tudo que vive.
A compreensão da unidade entre nós e os “outros” se
perde para nós.
Dentro da consciência baseada no ego, existe a
convicção de que todos nós somos separados uns dos outros, cada um num corpo
separado.
Existe a crença de que nós vivemos nesse corpo e
que dá um trabalho contactar o outro.
É a ilusão de que o corpo é uma prisão.
Esta é a segunda ilusão.
A perda do amor.
E a terceira ilusão é a da perda do amor.
Na esfera da qual viemos para a Terra, a energia do
amor era um alimento auto-evidente.
Quando viemos para cá, para um mundo relativamente
escuro, onde existe muita falta de amor, começamos a confundir o amor com todo
tipo de energia que não é amor, como a admiração da dependência emocional.
E então chegamos, fresquinhos, por assim dizer, do
céu.
O que acontece em seguida, no nosso desenvolvimento
como criança em relação aos nossos pais, é que, a princípio, vamos-mos ligar
fortemente ao paradigma dos nossos pais, e depois começamos a nos soltarmos
dele devagar, conforme vamos ficando mais velhos.
Este processo de crescimento tem muita afinidade
com a transição da energia do ego para a energia do coração, que está
acontecendo na consciência colectiva da humanidade como um todo.
O mesmo que está acontecendo numa grande escala
também está acontecendo numa escala menor, no nível do individual.
A transição da consciência baseada no ego para a baseada
no coração, no nível micro, geralmente vem transcender as energias limitadoras,
carregadas de medo, que recebemos dos nossos pais, na infância.
A nossa própria experiência é a pedra de toque.
Os nossos corações estão repletos de sentimentos
intuitivos, suaves e ternos, a respeito do que virá a acontecer. Confiemos
neles.
A forma em que esta mudança interior da consciência
se mostrará externamente, na realidade física da Terra, não é assim tão
importante.
Chegaremos lá, quando chegarmos lá.
É o passo do coração, o passo interno, no reino das
emoções, o que realmente conta na transição para a Nova Era.
No momento em que começamos a vida aqui na Terra,
entramos em contacto com a realidade em primeiro lugar através dos nossos pais.
Na nossa chegada aqui, trazemos connosco a
lembrança do Lar e temos uma leve sensação de saudades de casa.
Toda vez que começamos a vida como uma criança,
numa encarnação específica na Terra, ocorre também um trauma de nascimento –
principalmente no sentido psicológico, por termos que nos despedir do Lar a
cada vez, e pela necessidade de nos ajustarmos à energia da Terra e encontrarmos
o nosso caminho nessa energia.
No momento do nosso nascimento, nossos pais
pertencem à energia da Terra.
Eles já se adaptaram a esta dimensão e às leis que
são impostas aqui.
Geralmente estas leis são limitadoras, na área de
normas sociais e ideias que os pais absorveram intensamente, e que não são, de
jeito nenhum, auto-evidentes para a criança.
Assim, para a criança, os pais representam a
consciência baseada no ego, o paradigma das três ilusões.
Resumindo, ao nascer, aterramos num paradigma
paterno que no começo – digamos, na primeira parte da nossa vida – nos causará
uma grande confusão.
Nós somos como que “levados para o caminho errado”
até que, num determinado ponto, começam a aparecer oportunidades e
possibilidades na nossa vida que nos levam a investigar, a desatar o nó.
Nós podemos, então, passar por uma crise de
identidade, onde não existe mais certeza de nada e estamos constantemente em
dúvida sobre quem somos e sobre quem não somos.
O verdadeiro desligamento das nossas ilusões e
falácias ocorre quando entramos em contacto com a energia do nosso coração.
Em relação aos nossos pais, isto significa sermos
capazes de realmente libertá-los e perdoá-los internamente, e começar a seguir
o nosso próprio caminho.
Num certo sentido, nós fomos a vítima dos nossos
pais, já que, na nossa infância, nossos pais representaram a consciência
baseada no ego.
Nós vivemos temporária e parcialmente de acordo com
as ilusões deles.
De uma certa forma, sendo filho deles, nós não tínhamos
outra escolha.
Entretanto, transcender este estado de ser a vítima
é uma das rupturas mais poderosas que podemos ter na vida.
Nos tornamos uma pessoa livre quando reconhecemos
as impressões energéticas mais profundas da nossa infância pelo que elas são e
então decidimos quais as que nos convêm e quais as que preferimos abandonar. Isto
é maestria.
Então não nos adaptamos mais subconscientemente aos
desejos e anseios dos seus pais, quando eles não são nossos próprios.
Ao mesmo tempo, também não nos rebelamos mais
contra eles.
Nós podemos ver as impressões que não nos convêm
simplesmente como algo que não pertence a nós, e ponto final.
Nós não precisamos mais julgar os nossos pais por nos
terem oprimido com esses aspectos.
Nós não precisamos mais lutar contra eles.
Nós somos apresentados à consciência baseada no ego
através dos nossos pais e transcendemos-la também através dos nossos pais, libertando-os
com amor e perdão e reconhecendo-nos como o mestre independente que somos.
Esta é a afirmação da nossa maestria, a
conscientização de que somos criadores da nossa vida e de tudo que escolhemos,
inclusive os caminhos errados que tomamos.
OS TRABALHADORES DA LUZ
Falamos especificamente sobre as almas dos
Trabalhadores da Luz.
Quando nascemos, também mergulhamos no paradigma
dos pais que nós mesmos escolhemos como almas.
Mas como Trabalhadores da Luz geralmente carregamos
connosco uma atribuição extra em relação aos nossos pais e ao paradigma
paterno.
Quando vimos para a Terra, temos a intenção de
plantar as sementes, os brotos da consciência Crística, a energia da Nova Era.
Num sentido mais forte ainda que as outras almas,
estamos determinados a realizar o paradigma do coração na realidade terrestre.
Por esta razão, especificamente – e isto pode
parecer um paradoxo – muitos escolhemos encarnar em famílias onde existe muita
escuridão.
Com escuridão, queremos dizer simplesmente as
ilusões que levam à perda da maestria, à perda da verdadeira unidade, à perda
do amor.
Assim, quando vimos para a Terra com uma consciência
desenvolvida, um refinamento ou “antiguidade” nas nossas almas, acabamos em
famílias onde algo está acontecendo, onde uma determinada ilusão está sendo
experimentada ao extremo.
Pela natureza da nossa missão, de Trabalhadores da Luz,
somos como um imã voltado para situações onde a energia tornou-se bloqueada,
onde a energia está estagnada como num beco-sem-saída.
Nós sentimos que é nossa tarefa ajudar a energia a
fluir outra vez ali.
E é por isso que muitas vezes nascemos em famílias
difíceis.
Quando começamos a vida, geralmente confiamos
firmemente em que vamos encontrar a saída, em que vamos superar aquela energia
limitadora.
No entanto, quando nascemos e crescemos, somos
expostos aos mesmos dilemas e confusões que qualquer outra criança.
Num certo sentido, até experienciamos essa confusão
mais profundamente e mais fortemente.
Como carregamos connosco muita da energia do Lar,
colidimos (internamente) de frente com os padrões de energia bloqueada do nosso
meio ambiente e isso fere-nos profundamente.
Portanto, existe um certo risco envolvido na
jornada do Trabalhador da Luz a esses lugares de escuridão e erro. É uma missão
perigosa.
Não se esqueçam porque nos chamamos de bravos
guerreiros – é por esta razão.
O nosso nascimento aqui é uma aterragem numa
paisagem inóspita, trazendo apenas o nosso conhecimento interno como bagagem.
Há uma baixa ressonância com o meio ambiente e
pouco reconhecimento e consciência de quem somos.
Como um Trabalhador da Luz, somos um pioneiro que
quer redireccionar alguma coisa, mudar alguma coisa, e somos sempre os primeiros
a fazer isso nesse ambiente.
Então, nós não encontramos logo os nossos pares.
E isso magoa, isso é difícil para uma alma humana.
Como uma entidade espiritual, escolhemos
conscientemente este caminho, mas como um ser humano, como uma criança, isto
pode ser muito duro para nós.
É por isso que precisamos sentir e reconhecer essa
dor em nós mesmos, porque só assim poderemos lidar com ela e libertá-la.
É a dor da criança que não tem lar e nunca encontra
o reconhecimento da sua singularidade.
A criança é um estranho naquele ambiente.
Como Trabalhadores da Luz passamos por isto muito
mais que os outros.
Toda a jornada da criança para a idade adulta, e
até para a velhice, pode ser vista como um desafio para reencontrar a sua
própria e inata luz interior.
O desafio é começar a saber e a sentir outra vez,
no fundo de nós mesmos: “Este sou eu, e isto é o que eu vim trazer aqui.”
Isto é especialmente verdadeiro para nós os
Trabalhadores da Luz.
O nosso primeiro dever é tornarmos-mos quem somos.
Fazendo isso, cumprimos a nossa missão.
Não é a nossa tarefa melhorar o mundo.
A nossa tarefa é encontrar a nós mesmos.
E aí sim, o mundo tornar-se-á um lugar melhor para
isso, porque a nossa Luz brilhará de uma forma natural.
Mas nós não precisamos trabalhar para isto, isto
simplesmente acontecerá.
O verdadeiro trabalho é nos desapegarmos de todos
esses pedaços do paradigma do ego (medo, ilusão), que absorvemos tão
profundamente enquanto crianças.
Este desapegar-se é uma tarefa intensamente pesada.
Não queremos desencorajar-nos, dizendo isso.
Queremos, sim, ensinarmos-mos a ter um grande
respeito por nós mesmos e dizermos-mos que somos os guerreiros mais corajosos
que conhecemos.
O desafio é ser tudo o que podemos ser, num meio
ambiente que não é o nosso.
Este é o trabalho do pioneiro, aquele que pavimenta
ao caminho para uma nova consciência aqui na Terra.
RESOLVENDO O CARMA FAMILIAR
É importante que nos consciencializemos de todos os
sentimentos envolvendo a relação com os nossos pais, particularmente os sentimentos
que a nossa criança interior tem por eles.
Entretanto, também pode ser muito instrutivo
inverter os papéis – nós encontramos os nossos pais, sendo eles crianças.
Coisas das quais nós não suspeitávamos podem vir à
luz.
O papel invertido carrega a semente da verdade
dentro dele pois, em essência, nós somos (também) os pais dos nossos pais.
A nossa intenção era fazer o papel de pais, quando viemos
para a Terra nessa família específica: nós queríamos levar os nossos pais a
algum lugar, ou afasta-los de alguma coisa; nós queríamos levá-los a crescer
para uma realidade mais luminosa.
Muitas vezes pensamos que falhamos nessa questão.
Achamos que não deu certo, que não fomos capazes de
ajudar os nossos pais da forma que havíamos imaginado.
Mas, isso não é verdade.
A questão é entender verdadeiramente o que
significa “ajudar”.
Isso funciona da seguinte forma:
Ao nascermos, aterramos num paradigma ao qual nós
não pertencemos essencialmente.
Mas começamos a viver de acordo com ele, nós o
absorvemos tão intensamente, que ele acaba fazendo parte de nós.
Ele torna-se parte de nós a tal ponto, que
realmente não sabemos mais o que é nosso e o que não é.
Sub-conscientemente isso fere-nos e leva-nos a um
conflito interno.
Enquanto nos transformamos em adultos, podemos
escolher conscientizarmos-mos dessa dor e trabalhar com ela.
Então entramos no caminho do crescimento interior e
da conscientização, e nos apercebemos de níveis cada vez mais profundos de dor
interna, curando-os.
A dor de não sermos reconhecidos, a dor da solidão
– todas essas peças vêm à tona.
E enquanto estamos fazendo isso, estamos cumprindo
a nossa tarefa.
Estamos ajudando os nossos pais, não directa, mas indirectamente.
O que estamos fazendo, de fato, é construindo um
caminho, um trilho energético.
E essa é a nossa missão, a tarefa que estabelecemos
para nós mesmos.
Ao clarearmos o caminho, o “trilho da solução” tornamos-mos
energeticamente disponíveis para os nossos pais, para a nossa família e para
todos que quiserem usa-la.
Ou seja, todos que estão num impasse podem usar a nossa
energia da solução, que disponibilizamos através da nossa escalada para fora
das profundezas.
Assim, o trilho que construímos para nós mesmos, no
caminho para a nossa própria iluminação, para a nossa própria alegria, é o
cumprimento da nossa tarefa.
Não é a nossa tarefa carregarmos também os nossos
pais ou outras pessoas junto de nós, ou nas nossas costas. Esta não é a nossa
tarefa.
A nossa tarefa é construir um trilho energético, o
que fazemos através do nosso próprio crescimento interior e desapegando-nos.
O conceito de carma familiar, que é usado nos
círculos esotéricos, pode levar a mal-entendidos nesse sentido.
No caso do carma familiar, deve haver um carma que
vai além do individual, um carma que pertence à família e que um membro da
família (um Trabalhador da Luz, obviamente) poderá tomar para si mesmo.
É realmente verdade que uma determinada questão e determinados
problemas podem se repetir muitas e muitas vezes, dentro de uma família,
podendo vir de muitas gerações anteriores.
Isso pode, inclusive, ter implicações genéticas.
Esses problemas estão procurando uma solução em um
determinado nível, e serão passados adiante até que a solução aconteça.
Numa determinada linha familiar, muitas almas – não
só de Trabalhadores da Luz – recebem, no nascimento, uma parte do carma que
pertence à família.
Geralmente os Trabalhadores da Luz escolhem isto
mais ou menos conscientemente, e têm o objectivo explícito de contribuir para a
libertação ou desbloqueio de uma energia bloqueada.
Mas essa contribuição não implica na nossa obrigação
de libertar a nossa família desse carma.
É para nos libertarmos a nós mesmos desse carma.
Ao fazermos isso, criamos um espaço energético de
possibilidades, que os outros poderão usar, se quisermos.
Os outros também podem escolher não fazer isso;
esse é um direito deles e isso é algo que temos dificuldade de soltar.
Algumas vezes nós realmente temos a ideia de que
precisamos figuradamente arrastar os nossos parentes ou entes queridos
montanha acima; que o sucesso da nossa missão realmente depende das mudanças
que ocorrem na vida de outras pessoas.
Mas isso não é assim.
Estes outros, estas pessoas que amamos e queremos
tanto levar para a Luz, ainda podem viver alguns séculos no vale.
Mas algum dia eles vão descobrir um pequeno trilho
que sobe a montanha e vão pensar: “Eu realmente não estou vivendo muito bem
aqui em baixo.”
E então eles irão para fora do vale.
Eles seguirão seu próprio caminho de crescimento
interior, sua própria escalada para a Luz.
E não é maravilhoso, não é fantástico, que haverá
um trilho para eles seguirem?
Eles seguirão seu próprio caminho, mas haverá
sempre um farol.
Um caminho foi pavimentado para eles, de modo que
lhes será mais fácil dar esses passos. Graças a nós.
Esta é a nossa tarefa; este é o papel do pioneiro:
abrir caminho através de uma terra inculta, através de algo que ainda não foi
conquistado ou mapeado.
Quando conseguimos nos desfazer das tais ilusões,
quando conseguimos deixar as energias da maestria, da unidade e do amor fluir
em nossas vidas, entramos em contacto com o coração e vivemos a partir de uma consciência
baseada no coração.
E então, podemos nos desapegar do velho paradigma
e, num certo sentido, abandonar os nossos pais.
Não literalmente, mas internamente.
Abandonar nossos pais internamente significa liberta-los
para que eles sejam quem eles são, não mais tentando muda-los, compreendendo
que não é nossa tarefa leva-los literalmente a nenhum lugar.
A nossa tarefa está feita; nós construímos um
caminho, com amor.
Foi para isso que viemos aqui, nós não falhamos.
Nós veremos que, depois desse adeus interior, o
relacionamento com os nossos pais ficará menos estressante, as energias de
luta, reprovação e culpa poderão deixar o cenário.
No nosso ambiente mais próximo, poderão então
aparecer outras pessoas que fazem parte daquilo que podemos chamar de nossa “família
espiritual”.
FAMÍLIA ESPIRITUAL
Nossa família espiritual não tem nada a ver com
biologia, genes e hereditariedade.
Ela refere-se a almas afins.
Geralmente são almas que conhecemos de vidas
passadas.
Geralmente temos uma ligação de amizade com elas.
Quando encontramos alguém assim, podemos ficar
espantados com a facilidade com que o contacto acontece e com a rapidez com que
nos reconhecemos em todos os aspectos.
No começo, passamos por tantas dificuldades para
sermos capazes de conviver com o fato de sermos diferentes.
Muitas vezes tivemos a sensação de “não nos ajustarmos”,
mas quando realmente nos desapegamos do nosso antigo paradigma, algumas pessoas
chegam no nosso caminho, com as quais o facto de “sermos diferentes” é
justamente o que estabelece o contacto, o que nos faz sentir o “clique”.
Isto nos dá uma grande alegria e satisfação.
É a energia da nossa verdadeira família, nossos
companheiros de alma, com os quais encontraremos o reconhecimento que procuramos
durante todo este tempo.
Quando conseguimos reconhecer a nós próprios
independentemente de quem quer que sejamos, então essas amizades e
relacionamentos enriquecedores poderão aparecer na nossa vida automaticamente e
com perfeita facilidade.
Gratidão,
Luís Barros