6 de maio de 2020

DESAPEGANDO-NOS DA NOSSA FAMÍLIA DE NASCIMENTO

Nós somos como energias de luz, buscando o nosso caminho através de um mundo escuro, onde muitas vezes nos encontramos com dificuldades e com energias com as quais talvez não saibamos lidar.
Nós todos somos bravos guerreiros.
A nossa simples presença num corpo físico na Terra já fala da nossa grande coragem e disposição para lutar contra as energias escuras e os obstáculos que encontramos dentro de nós mesmos.
Nós somos lutadores, de uma certa maneira; lutadores que superam as dificuldades, não só com o amor do coração, mas também com a espada do discernimento.
Ter discernimento significa ser capaz de reconhecer claramente quando as energias não estão em harmonia com as nossas (para que possamos deixar que elas saiam do nosso campo de energia).
O discernimento é a energia da espada, a energia masculina, e a sua importância é enorme.
Falamos sobre o período de transição, o período que algumas vezes é chamado de transição de Peixes para Aquário, ou da Terceira para a Quinta dimensão.
Nós temos inventado muitos nomes para a transição de energia que actualmente está ocorrendo na nossa esfera terrena.
Falamos agora sobre a mudança do coração.
Em muitos de nós, existe uma necessidade de uma certa segurança.
Encorajamos a compreender este período de transição em termos de transformação interna.
Falamos da transição da consciência baseada no ego para a consciência baseada no coração.
Porque se trata de uma transição que todos nós podemos sentir dentro de nós mesmos.
Não há nada fora de nós que precisemos para essa mudança, e não há nada fora de nós que possa impedir-nos de passar por ela.
Inclusive, não existe nenhum “prazo final”, nenhum momento em que alguma coisa tenha que ter sido “feita” a tempo.
É uma transição interna que nós, pessoalmente e singularmente, estamos fazendo, passo a passo.
Ilustraremos o processo de transformação (do ego ao coração) através de uma questão com a qual todos nós estamos profundamente envolvidos: o relacionamento com a nossa própria família de nascimento.
A forma como nos relacionamos com a nossa família diz muito sobre o nosso próprio progresso na transição da consciência baseada no ego para a consciência baseada no coração.
O nosso nascimento aqui na Terra pode ser comparado a uma espécie de queda na escuridão, mas não ligado a qualquer associação com pecado e culpa.
É realmente um mergulho na profundeza, que fazemos conscientemente a partir de um determinado nível da nossa alma.
Entretanto, no momento em que nos afundamos, estamos num estado de não-saber, pois então estamos submergidos no mundo da matéria.
Nesse momento, cada um de nós chegou no útero da nossa mãe.
Por um lado, carregamos connosco uma energia muito brilhante, a energia do Lar.
Ainda nos lembramos como era do Outro lado, nos lembramos do amor que sentíamos naturalmente à nossa volta e a ligação com tudo que existe, com tudo que vive.
Essas energias do Lar ainda permanecem muito fortemente connosco, quando descemos à Terra como um embrião.
Mas, ao mesmo tempo, somos confrontados com aquilo que chamamos de “o paradigma dos pais”.

O PARADIGMA DOS PAIS

Paradigma é uma palavra que significa o mesmo que ponto de vista do mundo, mas abrange muito mais do que isso.
Ela não só contém os pensamentos e convicções dos nossos pais, mas também os sentimentos deles, suas emoções mais profundas.
Todo esse “ninho seguro” é o paradigma onde mergulhamos como uma nova alma que vem para a Terra, no começo de uma nova encarnação.
Nós submergimos na realidade da “terceira dimensão”, ou como chamaríamos: o mundo da consciência baseada no ego, conforme é representado nos pais.
Esta é uma realidade energética na qual predominam certas ilusões.
Falamos sobre as ilusões mais importantes.
A perda da maestria. 
A primeira ilusão é a da perda da maestria.
Esta ilusão faz com que nos esqueçamos, enquanto moramos, trabalhamos e estamos vivos na Terra, que nós somos os criadores de tudo que acontece na nossa vida.
Nós não reconhecemos as coisas que acontecem na nossa vida como sendo nossas próprias criações.
De vez em quando, sentimos que somos vítimas.
Acreditamos que existem poderes maiores do que nós, que podem determinar e moldar a nossa vida.
Isto é a perda da maestria.
A perda da unidade.
Então, com o mergulho na profundeza – aquele mergulho para dentro do paradigma dos nossos pais, que têm vivido na ilusão há um bocado de tempo – acontece também a perda da unidade com tudo que vive.
A compreensão da unidade entre nós e os “outros” se perde para nós.
Dentro da consciência baseada no ego, existe a convicção de que todos nós somos separados uns dos outros, cada um num corpo separado.
Existe a crença de que nós vivemos nesse corpo e que dá um trabalho contactar o outro.
É a ilusão de que o corpo é uma prisão.
Esta é a segunda ilusão.
A perda do amor.
E a terceira ilusão é a da perda do amor.
Na esfera da qual viemos para a Terra, a energia do amor era um alimento auto-evidente.
Quando viemos para cá, para um mundo relativamente escuro, onde existe muita falta de amor, começamos a confundir o amor com todo tipo de energia que não é amor, como a admiração da dependência emocional.
E então chegamos, fresquinhos, por assim dizer, do céu.
O que acontece em seguida, no nosso desenvolvimento como criança em relação aos nossos pais, é que, a princípio, vamos-mos ligar fortemente ao paradigma dos nossos pais, e depois começamos a nos soltarmos dele devagar, conforme vamos ficando mais velhos.
Este processo de crescimento tem muita afinidade com a transição da energia do ego para a energia do coração, que está acontecendo na consciência colectiva da humanidade como um todo.
O mesmo que está acontecendo numa grande escala também está acontecendo numa escala menor, no nível do individual.
A transição da consciência baseada no ego para a baseada no coração, no nível micro, geralmente vem transcender as energias limitadoras, carregadas de medo, que recebemos dos nossos pais, na infância.
A nossa própria experiência é a pedra de toque.
Os nossos corações estão repletos de sentimentos intuitivos, suaves e ternos, a respeito do que virá a acontecer. Confiemos neles.
A forma em que esta mudança interior da consciência se mostrará externamente, na realidade física da Terra, não é assim tão importante.
Chegaremos lá, quando chegarmos lá.
É o passo do coração, o passo interno, no reino das emoções, o que realmente conta na transição para a Nova Era.
No momento em que começamos a vida aqui na Terra, entramos em contacto com a realidade em primeiro lugar através dos nossos pais.
Na nossa chegada aqui, trazemos connosco a lembrança do Lar e temos uma leve sensação de saudades de casa.
Toda vez que começamos a vida como uma criança, numa encarnação específica na Terra, ocorre também um trauma de nascimento – principalmente no sentido psicológico, por termos que nos despedir do Lar a cada vez, e pela necessidade de nos ajustarmos à energia da Terra e encontrarmos o nosso caminho nessa energia.
No momento do nosso nascimento, nossos pais pertencem à energia da Terra.
Eles já se adaptaram a esta dimensão e às leis que são impostas aqui.
Geralmente estas leis são limitadoras, na área de normas sociais e ideias que os pais absorveram intensamente, e que não são, de jeito nenhum, auto-evidentes para a criança.
Assim, para a criança, os pais representam a consciência baseada no ego, o paradigma das três ilusões.
Resumindo, ao nascer, aterramos num paradigma paterno que no começo – digamos, na primeira parte da nossa vida – nos causará uma grande confusão.
Nós somos como que “levados para o caminho errado” até que, num determinado ponto, começam a aparecer oportunidades e possibilidades na nossa vida que nos levam a investigar, a desatar o nó.
Nós podemos, então, passar por uma crise de identidade, onde não existe mais certeza de nada e estamos constantemente em dúvida sobre quem somos e sobre quem não somos.
O verdadeiro desligamento das nossas ilusões e falácias ocorre quando entramos em contacto com a energia do nosso coração.
Em relação aos nossos pais, isto significa sermos capazes de realmente libertá-los e perdoá-los internamente, e começar a seguir o nosso próprio caminho.
Num certo sentido, nós fomos a vítima dos nossos pais, já que, na nossa infância, nossos pais representaram a consciência baseada no ego.
Nós vivemos temporária e parcialmente de acordo com as ilusões deles.
De uma certa forma, sendo filho deles, nós não tínhamos outra escolha.
Entretanto, transcender este estado de ser a vítima é uma das rupturas mais poderosas que podemos ter na vida.
Nos tornamos uma pessoa livre quando reconhecemos as impressões energéticas mais profundas da nossa infância pelo que elas são e então decidimos quais as que nos convêm e quais as que preferimos abandonar. Isto é maestria.
Então não nos adaptamos mais subconscientemente aos desejos e anseios dos seus pais, quando eles não são nossos próprios.
Ao mesmo tempo, também não nos rebelamos mais contra eles.
Nós podemos ver as impressões que não nos convêm simplesmente como algo que não pertence a nós, e ponto final.
Nós não precisamos mais julgar os nossos pais por nos terem oprimido com esses aspectos.
Nós não precisamos mais lutar contra eles.
Nós somos apresentados à consciência baseada no ego através dos nossos pais e transcendemos-la também através dos nossos pais, libertando-os com amor e perdão e reconhecendo-nos como o mestre independente que somos.
Esta é a afirmação da nossa maestria, a conscientização de que somos criadores da nossa vida e de tudo que escolhemos, inclusive os caminhos errados que tomamos.

OS TRABALHADORES DA LUZ

Falamos especificamente sobre as almas dos Trabalhadores da Luz.
Quando nascemos, também mergulhamos no paradigma dos pais que nós mesmos escolhemos como almas.
Mas como Trabalhadores da Luz geralmente carregamos connosco uma atribuição extra em relação aos nossos pais e ao paradigma paterno.
Quando vimos para a Terra, temos a intenção de plantar as sementes, os brotos da consciência Crística, a energia da Nova Era.
Num sentido mais forte ainda que as outras almas, estamos determinados a realizar o paradigma do coração na realidade terrestre.
Por esta razão, especificamente – e isto pode parecer um paradoxo – muitos escolhemos encarnar em famílias onde existe muita escuridão.
Com escuridão, queremos dizer simplesmente as ilusões que levam à perda da maestria, à perda da verdadeira unidade, à perda do amor.
Assim, quando vimos para a Terra com uma consciência desenvolvida, um refinamento ou “antiguidade” nas nossas almas, acabamos em famílias onde algo está acontecendo, onde uma determinada ilusão está sendo experimentada ao extremo.
Pela natureza da nossa missão, de Trabalhadores da Luz, somos como um imã voltado para situações onde a energia tornou-se bloqueada, onde a energia está estagnada como num beco-sem-saída.
Nós sentimos que é nossa tarefa ajudar a energia a fluir outra vez ali.
E é por isso que muitas vezes nascemos em famílias difíceis.
Quando começamos a vida, geralmente confiamos firmemente em que vamos encontrar a saída, em que vamos superar aquela energia limitadora.
No entanto, quando nascemos e crescemos, somos expostos aos mesmos dilemas e confusões que qualquer outra criança.
Num certo sentido, até experienciamos essa confusão mais profundamente e mais fortemente.
Como carregamos connosco muita da energia do Lar, colidimos (internamente) de frente com os padrões de energia bloqueada do nosso meio ambiente e isso fere-nos profundamente.
Portanto, existe um certo risco envolvido na jornada do Trabalhador da Luz a esses lugares de escuridão e erro. É uma missão perigosa.
Não se esqueçam porque nos chamamos de bravos guerreiros – é por esta razão.
O nosso nascimento aqui é uma aterragem numa paisagem inóspita, trazendo apenas o nosso conhecimento interno como bagagem.
Há uma baixa ressonância com o meio ambiente e pouco reconhecimento e consciência de quem somos.
Como um Trabalhador da Luz, somos um pioneiro que quer redireccionar alguma coisa, mudar alguma coisa, e somos sempre os primeiros a fazer isso nesse ambiente.
Então, nós não encontramos logo os nossos pares.
E isso magoa, isso é difícil para uma alma humana.
Como uma entidade espiritual, escolhemos conscientemente este caminho, mas como um ser humano, como uma criança, isto pode ser muito duro para nós.
É por isso que precisamos sentir e reconhecer essa dor em nós mesmos, porque só assim poderemos lidar com ela e libertá-la.
É a dor da criança que não tem lar e nunca encontra o reconhecimento da sua singularidade. 
A criança é um estranho naquele ambiente.
Como Trabalhadores da Luz passamos por isto muito mais que os outros.
Toda a jornada da criança para a idade adulta, e até para a velhice, pode ser vista como um desafio para reencontrar a sua própria e inata luz interior.
O desafio é começar a saber e a sentir outra vez, no fundo de nós mesmos: “Este sou eu, e isto é o que eu vim trazer aqui.”
Isto é especialmente verdadeiro para nós os Trabalhadores da Luz.
O nosso primeiro dever é tornarmos-mos quem somos.
Fazendo isso, cumprimos a nossa missão.
Não é a nossa tarefa melhorar o mundo.
A nossa tarefa é encontrar a nós mesmos.
E aí sim, o mundo tornar-se-á um lugar melhor para isso, porque a nossa Luz brilhará de uma forma natural.
Mas nós não precisamos trabalhar para isto, isto simplesmente acontecerá.
O verdadeiro trabalho é nos desapegarmos de todos esses pedaços do paradigma do ego (medo, ilusão), que absorvemos tão profundamente enquanto crianças.
Este desapegar-se é uma tarefa intensamente pesada.
Não queremos desencorajar-nos, dizendo isso.
Queremos, sim, ensinarmos-mos a ter um grande respeito por nós mesmos e dizermos-mos que somos os guerreiros mais corajosos que conhecemos.
O desafio é ser tudo o que podemos ser, num meio ambiente que não é o nosso.
Este é o trabalho do pioneiro, aquele que pavimenta ao caminho para uma nova consciência aqui na Terra.

RESOLVENDO O CARMA FAMILIAR

É importante que nos consciencializemos de todos os sentimentos envolvendo a relação com os nossos pais, particularmente os sentimentos que a nossa criança interior tem por eles.
Entretanto, também pode ser muito instrutivo inverter os papéis – nós encontramos os nossos pais, sendo eles crianças.
Coisas das quais nós não suspeitávamos podem vir à luz.
O papel invertido carrega a semente da verdade dentro dele pois, em essência, nós somos (também) os pais dos nossos pais.
A nossa intenção era fazer o papel de pais, quando viemos para a Terra nessa família específica: nós queríamos levar os nossos pais a algum lugar, ou afasta-los de alguma coisa; nós queríamos levá-los a crescer para uma realidade mais luminosa.
Muitas vezes pensamos que falhamos nessa questão.
Achamos que não deu certo, que não fomos capazes de ajudar os nossos pais da forma que havíamos imaginado.
Mas, isso não é verdade.
A questão é entender verdadeiramente o que significa “ajudar”.
Isso funciona da seguinte forma:
Ao nascermos, aterramos num paradigma ao qual nós não pertencemos essencialmente.
Mas começamos a viver de acordo com ele, nós o absorvemos tão intensamente, que ele acaba fazendo parte de nós.
Ele torna-se parte de nós a tal ponto, que realmente não sabemos mais o que é nosso e o que não é.
Sub-conscientemente isso fere-nos e leva-nos a um conflito interno.
Enquanto nos transformamos em adultos, podemos escolher conscientizarmos-mos dessa dor e trabalhar com ela.
Então entramos no caminho do crescimento interior e da conscientização, e nos apercebemos de níveis cada vez mais profundos de dor interna, curando-os.
A dor de não sermos reconhecidos, a dor da solidão – todas essas peças vêm à tona.
E enquanto estamos fazendo isso, estamos cumprindo a nossa tarefa.
Estamos ajudando os nossos pais, não directa, mas indirectamente.
O que estamos fazendo, de fato, é construindo um caminho, um trilho energético.
E essa é a nossa missão, a tarefa que estabelecemos para nós mesmos.
Ao clarearmos o caminho, o “trilho da solução” tornamos-mos energeticamente disponíveis para os nossos pais, para a nossa família e para todos que quiserem usa-la.
Ou seja, todos que estão num impasse podem usar a nossa energia da solução, que disponibilizamos através da nossa escalada para fora das profundezas.
Assim, o trilho que construímos para nós mesmos, no caminho para a nossa própria iluminação, para a nossa própria alegria, é o cumprimento da nossa tarefa.
Não é a nossa tarefa carregarmos também os nossos pais ou outras pessoas junto de nós, ou nas nossas costas. Esta não é a nossa tarefa.
A nossa tarefa é construir um trilho energético, o que fazemos através do nosso próprio crescimento interior e desapegando-nos.
O conceito de carma familiar, que é usado nos círculos esotéricos, pode levar a mal-entendidos nesse sentido.
No caso do carma familiar, deve haver um carma que vai além do individual, um carma que pertence à família e que um membro da família (um Trabalhador da Luz, obviamente) poderá tomar para si mesmo.
É realmente verdade que uma determinada questão e determinados problemas podem se repetir muitas e muitas vezes, dentro de uma família, podendo vir de muitas gerações anteriores.
Isso pode, inclusive, ter implicações genéticas.
Esses problemas estão procurando uma solução em um determinado nível, e serão passados adiante até que a solução aconteça.
Numa determinada linha familiar, muitas almas – não só de Trabalhadores da Luz – recebem, no nascimento, uma parte do carma que pertence à família.
Geralmente os Trabalhadores da Luz escolhem isto mais ou menos conscientemente, e têm o objectivo explícito de contribuir para a libertação ou desbloqueio de uma energia bloqueada.
Mas essa contribuição não implica na nossa obrigação de libertar a nossa família desse carma.
É para nos libertarmos a nós mesmos desse carma.
Ao fazermos isso, criamos um espaço energético de possibilidades, que os outros poderão usar, se quisermos.
Os outros também podem escolher não fazer isso; esse é um direito deles e isso é algo que temos dificuldade de soltar.
Algumas vezes nós realmente temos a ideia de que precisamos figuradamente arrastar os nossos parentes ou entes queridos montanha acima; que o sucesso da nossa missão realmente depende das mudanças que ocorrem na vida de outras pessoas.
Mas isso não é assim.
Estes outros, estas pessoas que amamos e queremos tanto levar para a Luz, ainda podem viver alguns séculos no vale.
Mas algum dia eles vão descobrir um pequeno trilho que sobe a montanha e vão pensar: “Eu realmente não estou vivendo muito bem aqui em baixo.”
E então eles irão para fora do vale.
Eles seguirão seu próprio caminho de crescimento interior, sua própria escalada para a Luz.
E não é maravilhoso, não é fantástico, que haverá um trilho para eles seguirem?
Eles seguirão seu próprio caminho, mas haverá sempre um farol.
Um caminho foi pavimentado para eles, de modo que lhes será mais fácil dar esses passos. Graças a nós.
Esta é a nossa tarefa; este é o papel do pioneiro: abrir caminho através de uma terra inculta, através de algo que ainda não foi conquistado ou mapeado.
Quando conseguimos nos desfazer das tais ilusões, quando conseguimos deixar as energias da maestria, da unidade e do amor fluir em nossas vidas, entramos em contacto com o coração e vivemos a partir de uma consciência baseada no coração.
E então, podemos nos desapegar do velho paradigma e, num certo sentido, abandonar os nossos pais.
Não literalmente, mas internamente.
Abandonar nossos pais internamente significa liberta-los para que eles sejam quem eles são, não mais tentando muda-los, compreendendo que não é nossa tarefa leva-los literalmente a nenhum lugar.
A nossa tarefa está feita; nós construímos um caminho, com amor.
Foi para isso que viemos aqui, nós não falhamos.
Nós veremos que, depois desse adeus interior, o relacionamento com os nossos pais ficará menos estressante, as energias de luta, reprovação e culpa poderão deixar o cenário.
No nosso ambiente mais próximo, poderão então aparecer outras pessoas que fazem parte daquilo que podemos chamar de nossa “família espiritual”.

FAMÍLIA ESPIRITUAL

Nossa família espiritual não tem nada a ver com biologia, genes e hereditariedade. 
Ela refere-se a almas afins.
Geralmente são almas que conhecemos de vidas passadas.
Geralmente temos uma ligação de amizade com elas.
Quando encontramos alguém assim, podemos ficar espantados com a facilidade com que o contacto acontece e com a rapidez com que nos reconhecemos em todos os aspectos.
No começo, passamos por tantas dificuldades para sermos capazes de conviver com o fato de sermos diferentes.
Muitas vezes tivemos a sensação de “não nos ajustarmos”, mas quando realmente nos desapegamos do nosso antigo paradigma, algumas pessoas chegam no nosso caminho, com as quais o facto de “sermos diferentes” é justamente o que estabelece o contacto, o que nos faz sentir o “clique”.
Isto nos dá uma grande alegria e satisfação.
É a energia da nossa verdadeira família, nossos companheiros de alma, com os quais encontraremos o reconhecimento que procuramos durante todo este tempo.
Quando conseguimos reconhecer a nós próprios independentemente de quem quer que sejamos, então essas amizades e relacionamentos enriquecedores poderão aparecer na nossa vida automaticamente e com perfeita facilidade.

Gratidão,
Luís Barros