Ela já está presente e está crescendo e
evoluindo por causa da nossa transformação interna.
Nós somos os precursores, os pioneiros
que ajudam no nascimento de uma nova consciência na Terra hoje.
No presente estágio da nossa
transformação interna, ainda existe muita confusão dentro de nós.
Nós temos um pé na nova realidade, um
novo modo de conceber e vivenciar as coisas.
Mas a outra perna está “em suspensão”,
está no vácuo, por assim dizer.
Ela não pode voltar às formas antigas e
familiares, mas ao mesmo tempo, estamos com medo de fazer a mudança completa e
colocar os dois pés no novo terreno.
Este novo paradigma de consciência é um
território desconhecido e ainda não parece ressoar com o mundo externo, com os
valores e hábitos tradicionais, que aprendemos na escola e em casa.
Uma grande parte da sociedade ainda
parece adoptar sistemas de crenças antigos e desgastados, alimentados pelo medo
ou pela necessidade de controlo.
Mas muitas coisas estão mudando e muito
do que antes era óbvio agora está se desmoronando e se desmanchando.
Nas sociedades ocidentais, várias
pessoas estão experimentando uma falta de sentido em suas vidas.
As pessoas começaram, inclusive, a
prestar muito mais atenção nos aspectos internos do que acontece à sua volta.
Elas estão se interessando por
psicologia e espiritualidade.
Estão menos focalizadas meramente no
sucesso externo e na riqueza material.
Especialmente nas sociedades mais ricas,
as pessoas estão descobrindo que o sucesso e a riqueza material não criam
necessariamente a verdadeira felicidade e o contentamento.
Sucesso é diferente de realização.
Nós nos sentiremos verdadeiramente
realizados na nossa vida, quando formos capazes de nos conectarmos com a
energia da nossa própria alma e expressá-la.
A criatividade é essencialmente isto:
descobrir o que a energia da nossa alma realmente é e expressá-la na Terra
através dos nossos próprios talentos e habilidades.
Isto é o que nos torna verdadeiramente
felizes internamente, e pessoas calorosas e radiantes.
Quando chegamos a este ponto, tocamos as
pessoas e elas conseguem enxergar quem realmente somos: um anjo de luz.
Então, teremos nos tornado um anjo que
traz conscientemente sua luz aos reinos da Terra, que tão frequentemente se
encontram obscurecidos pelas ilusões que impedem os seres humanos de ver a luz
interior em cada ser vivente.
Todos nós escolhemos estar aqui para dar
forma à energia da nossa alma na Terra.
Especialmente neste estágio da história,
nós não estamos aqui apenas para nós mesmos.
Nosso desenvolvimento interior é tanto
que nós temos muito a compartilhar com os outros.
Actualmente estão acontecendo muitas
coisas em um nível global e planetário.
Estão ocorrendo mudanças enormes de
energia, que podem afectar-nos em nossas vidas diárias.
Sempre que as pessoas mudam suas
consciências e começam a pensar diferente, fazendo novas perguntas e
questionando a ordem existente, elas convidam uma nova energia para entrar em
suas vidas.
E então entra uma nova dinâmica, que
geralmente altera drasticamente o estilo e as circunstâncias das nossas vidas.
Agora, uma parte de nós quer isto e está
constantemente tentando alcançá-lo.
Mas outras partes de nós resistem ao
novo e não querem concordar tão facilmente.
Estas são as nossas partes mais medrosas
e desconfiadas.
A tensão e conflito internos resultantes
causam uma divisão na nossa consciência e na consciência de milhares de pessoas
que estão nesse mesmo processo.
Isto pode fazer com que a atmosfera ao
redor da Terra às vezes se torne pesada com resistência e tensão.
É a resistência contra a mudança e o
movimento, e isto é próprio do ser humano.
Mesmo que tenhamos uma vida muito
consciente, nós podemos ser afectados por esse peso, porque, em algum ponto,
isto ressoa com os próprios medos e dúvidas, dos quais ainda não nos desapegamos.
Como lidar com esse conflito interno e
como nos desapegarmos dos medos e sistemas de crenças antigos?
Como nos conectarmos com a energia da nossa
própria alma e encontrarmos um meio de expressá-la na Terra?
Abordamos estas questões, falando um
pouco sobre o equilíbrio entre as energias masculina e feminina dentro de nós.
Todas as almas têm acesso tanto à
energia masculina quanto à feminina.
Essencialmente, a energia masculina tem
a ver com o nosso aspecto de nos manifestarmos externamente, no mundo material.
A energia masculina está relacionada com
o foco, o discernimento e o poder de agir.
Ela nos capacita a ocupar o espaço, a
ser um “eu” com limites claros.
A energia feminina é naturalmente
inclinada a se voltar para dentro, para as dimensões internas das coisas.
Está relacionada com o sentimento, a
inspiração e a transcendência dos limites do “nós” para se conectar com os
outros.
A energia feminina é fluída e receptiva
e, quando combinada com a energia masculina, leva às formas mais elevadas da
criatividade.
O equilíbrio entre as duas nos capacita
a realizar o nosso mais alto potencial.
Em um certo sentido, a energia feminina
é a energia do não manifesto, o reino do potencial.
É também a fonte da verdadeira inspiração
– dos desejos sinceros que brotam da nossa alma.
Nossa energia feminina é a ponte para a nossa
alma.
A nossa alma não tem forma. Sintamos
isto.
Neste momento estamos experimentando ter
um corpo que nos capacita a fazer parte desta realidade.
Nós temos olhos, mãos e somos homem ou
mulher.
Mas nós podemos sentir que, embora esta
forma de ser seja uma parte de nós agora, ela não é tudo o que somos.
Nós somos aquilo que anima o corpo, que
anima a forma.
Nós damos vida a esse corpo a partir de
dentro.
Mas, em essência, nós não temos forma, é
pura consciência, é uno e indiviso.
Sintamos a liberdade e a bênção disto!
Sintamos como nós, enquanto consciência,
somos totalmente independentes do nosso corpo e que escolhemos livremente fazer
parte desta realidade por algum tempo.
Nós nos fundimos temporariamente com o nosso
corpo por uma razão.
Nós estamos aqui porque queremos estar
aqui.
A energia fluída e livre do feminino
queria iniciar uma dança com a energia masculina da manifestação e da forma.
A energia masculina permite que a alma
entre nesta realidade física específica e a vivencie.
Ela permite que a alma se expresse
criativamente neste reino da Terra em especial.
As energias masculina e feminina são os
blocos construtores da criação e, quando ambos jogam juntos em paz e alegria,
eles produzem beleza e realização.
No entanto, em muitos de nós, o
masculino e o feminino foram artificialmente separados e não estão trabalhando
bem juntos.
De um modo geral, ou nós temos muita
energia masculina ou muita energia feminina.
Quando há um excesso de energia
masculina, a energia feminina é suprimida e o foco se concentra demasiadamente
na manifestação no mundo exterior e no esforço para sermos reconhecidos e
valorizados pelos outros.
Nesse caso, a pessoa é desligada da
energia da sua alma, do fluxo vivo dos sentimentos e emoções, que tenta
constantemente lhe dizer o que ela precisa e quer verdadeiramente.
Quando nos identificamos demais com a
energia masculina, ficamos presos nas expectativas e exigências do mundo
exterior.
Essencialmente, somos levados pela
insegurança e tentamos lidar com essa insegurança forçando-nos a cumprir
padrões que não são nossos.
Nós não nos sentimos verdadeiramente
seguros e alimentados pela nossa energia feminina, e procuramos estabelecer um
sentido externo de segurança sendo competitivos e controladores.
Tudo isto faz com que sejamos dependentes
do que os outros pensam, sentem e fazem.
Desconectados da nossa única orientação
interna, adquirimos um ego tenso e ansioso, que necessita constantemente de
reconhecimento e quer estar no controlo o tempo todo, vivendo à base de uma
falsa imagem de poder, que sufoca a alma.
As pessoas que pendem exageradamente
para o masculino têm medo de se entregar ao fluxo natural e sem forma da
energia feminina.
Na nossa sociedade – que, como um todo,
tem um excesso de energia masculina – este medo é evidente no fato das pessoas
estarem neuroticamente ocupadas o tempo todo.
Elas raramente tomam um tempo para si
mesmas, um tempo para ser usado livremente, sem nenhum propósito.
Parece que tudo tem que ser organizado e
planeado, com uma eficiência quase compulsiva.
Inclusive, quando desejamos alguma coisa
e sentimos que gostaríamos que houvesse uma mudança em especial nas nossas
vidas, nós queremos tomar uma atitude em relação a isso imediatamente.
Geralmente não damos tempo suficiente
para permitir que a ideia ou propósito cresça, evolua e seja gradualmente
criado na nossa realidade.
Isto é como um processo orgânico.
A dinâmica interna, que é posta em
movimento quando estabelecemos a nossa intenção de fazermos ou termos alguma
coisa, é governada por um ritmo natural que não podemos forçar nem controlar.
Devido a uma energia masculina dominante
ou desconectada, nós temos a tendência a pensar e nos preocuparmos
exageradamente.
Nossos pensamentos saltam para cima e
para baixo como loucos.
Isto leva a uma intranquilidade
generalizada, a uma sensação de vazio e falta de inspiração em nossas vidas.
Nós não estamos confiando realmente na nossa
energia feminina.
Parece que ela quer seguir numa direcção
bem diferente da que nós queremos.
Nossas emoções nos dizem, por exemplo,
para nos desapegarmos das coisas, darmos um tempo para nós mesmos, e nos comunicarmos
mais abertamente com os outros.
Vai chegar um momento em que nós não vamos
mais conseguir ignorar esse chamado de nossas almas.
Se estiverem vivendo unicamente à base
da energia masculina, nós estamos nos dirigindo para alguma forma de crise –
seja uma doença ou qualquer outro desconforto.
Esta crise será, essencialmente, uma
oportunidade de encontrarmos um novo equilíbrio entre as energias masculina e
feminina em nossas vidas.
O que acontece quando a energia feminina
se sustenta sozinha exageradamente e não se conecta suficientemente com a
masculina?
Ao contrário de um ego tenso e
controlador, isto leva a um ego fraco e vacilante.
Se pendemos exageradamente para o
feminino, muito provavelmente as coisas são “demais” para nós.
Reagimos às energias das outras pessoas
de um modo muito sensível.
É difícil dizer “não” e estabelecer
limites claros à nossa volta, porque o aspecto da energia masculina que
delimita o nosso próprio espaço parece não estar disponível para nós.
É até difícil saber o que nós queremos,
já que somos facilmente levados pelo humor e pelos desejos das pessoas.
Ter um excesso de energia feminina
significa que somos empáticos e nos é fácil entender o que os outros sentem.
Nós também somos capazes de nos
aprofundarmos nas nossas próprias emoções e humores, mas nos sentimos incapazes
de realmente nos expressarmos emocional e criativamente no mundo.
Nós não temos acesso suficiente às
energias masculinas de autoconsciência, autodefesa e sentimento de estarmos
centrados e focalizados.
A energia feminina, que é naturalmente
fluida e receptiva, precisa estar ancorada num “Eu” muito bem definido.
Isto é o que a energia masculina pode
nos dar, se a parte feminina confiar na masculina e libertar o medo de ser um
“Eu” separado, com necessidades próprias e fronteiras claras.
Isto é temido pela energia feminina de
muitas pessoas, especialmente das mulheres, porque as mulheres são ensinadas
que é bom ser sensível, doce e condescendente (ao passo que os homens são
ensinados a ser duros e competitivos).
Mas se elas não desenvolverem a
capacidade masculina de se centrar no seu próprio ser, sua energia criativa se
desperdiçará e se fragmentará – a energia de sua alma não se expressará
adequadamente, criando tristeza na alma e provocando melancolia e depressão.
Esta era pede um reequilíbrio das
energias masculina e feminina.
É importante compreender que, num certo
sentido, a energia feminina é básica ou primária.
Não dizemos isto no sentido de “melhor”
ou “mais elevada”.
O feminino e o masculino se relacionam
um com o outro da forma como são representados no símbolo yin-yang: ambos são
iguais e complementares.
Mas a energia feminina em nosso interior
é a ponte para a nossa alma, nossa essência sem forma.
Ao nos conectarmos com o nosso aspecto
feminino, nos abrimos para a inspiração mais profunda e entramos em contacto
com o nosso propósito de estarmos aqui.
Imaginemos que estamos nos conectando
com a nossa energia feminina.
Imaginemos que ela está localizada no
nosso coração.
Sintamos em nosso coração uma energia
suave, calorosa, que nos é muito familiar, muito próxima daquilo que somos.
Sintamos essa energia em nosso coração e
então imaginemos que ela cria uma abertura na parte de trás do nosso coração.
A partir daí ela se conecta com a luz, a
luz da Fonte, a luz da nossa alma.
Tomemos uns instantes para sentirmos
isto.
Talvez estejamos vendo figuras
semelhantes a anjos ou guias; não importa o que vejamos.
Nós só precisamos sentir a presença
amorosa do amparo cósmico, a presença do Lar.
É assim que canalizamos a nossa própria
energia.
Sintamos a luminosidade e a lucidez
dessa energia.
Ela entra em nosso coração e agora nós podemos
perceber o quanto nós realmente estamos conectados com o nosso Eu Superior,
enquanto ele se funde connosco na Terra.
Agora imaginemos que estamos invocando a
nossa energia masculina interna.
Pedimos para esta energia que nos ajude a
aterrar e a conectar completamente a energia do nosso coração com a realidade
da Terra.
Sintamos o poder da energia masculina
fluindo suave e facilmente pelos nossos braços e pernas.
Ela cria clareza no nosso ser, além de
autoconfiança e foco.
Sentimos como ela ancora a energia do nosso
coração no nosso corpo e na Terra.
A energia masculina nos dá as qualidades
da coragem, discernimento e estabilidade.
Percebamos que o nosso aspecto masculino
adora se conectar com o nosso aspecto feminino deste modo.
Ele quer servir a energia feminina, para
permitir que a energia da alma se incorpore no tempo, espaço e matéria.
Protegida e envolvida pela energia
masculina, a energia feminina sente-se segura e feliz.
Sintamos como o Céu e a Terra se
conectam dentro de nós.
Vamos um pouco mais adiante na nossa
jornada interior.
Medo, preocupações, tristeza…
simplesmente imaginemos como a Terra se abre e leva tudo isso embora, e tudo se
torna neutro dentro do útero dela.
Permitamos que as energias novas e puras
da nossa criança interior entrem no nosso campo energético e tragam de volta o nosso
entusiasmo pela vida e o nosso sentido infantil de magia e confiança.
Ela faz parte de nós e mantém viva a nossa
inspiração original.
Sempre que nos sentirmos tensos,
desconfortáveis ou insatisfeitos, podemos nos conectar com essa criança.
Ela pode nos mostrar como nos reequilibrarmos.
Confiemos no que queremos que a nossa
imaginação nos traga.
Simplesmente mantenhamos-nos na leveza e
alegria.
É um meio de nos conectarmos com a
essência poderosa das energias do feminino e do masculino em nosso interior.
Todos nós estamos trabalhando para criar
um novo equilíbrio entre estas duas energias, que se tornaram tão afastadas e mal
compreendidas na nossa sociedade.
Sempre que reconectamos as duas e
recriamos esse equilíbrio dentro de nós mesmos, irradiamos isto para os outros
e ajudamos a promover uma consciência mais amorosa na Terra.
Gratidão,
Luís Barros