18 de maio de 2020

TRANSFORMAÇÃO INTERNA

Juntos nós celebramos a Nova Era.
Ela já está presente e está crescendo e evoluindo por causa da nossa transformação interna.
Nós somos os precursores, os pioneiros que ajudam no nascimento de uma nova consciência na Terra hoje.
No presente estágio da nossa transformação interna, ainda existe muita confusão dentro de nós.
Nós temos um pé na nova realidade, um novo modo de conceber e vivenciar as coisas.
Mas a outra perna está “em suspensão”, está no vácuo, por assim dizer.
Ela não pode voltar às formas antigas e familiares, mas ao mesmo tempo, estamos com medo de fazer a mudança completa e colocar os dois pés no novo terreno.
Este novo paradigma de consciência é um território desconhecido e ainda não parece ressoar com o mundo externo, com os valores e hábitos tradicionais, que aprendemos na escola e em casa.
Uma grande parte da sociedade ainda parece adoptar sistemas de crenças antigos e desgastados, alimentados pelo medo ou pela necessidade de controlo.
Mas muitas coisas estão mudando e muito do que antes era óbvio agora está se desmoronando e se desmanchando.
Nas sociedades ocidentais, várias pessoas estão experimentando uma falta de sentido em suas vidas.
As pessoas começaram, inclusive, a prestar muito mais atenção nos aspectos internos do que acontece à sua volta.
Elas estão se interessando por psicologia e espiritualidade.
Estão menos focalizadas meramente no sucesso externo e na riqueza material.
Especialmente nas sociedades mais ricas, as pessoas estão descobrindo que o sucesso e a riqueza material não criam necessariamente a verdadeira felicidade e o contentamento.
Sucesso é diferente de realização.
Nós nos sentiremos verdadeiramente realizados na nossa vida, quando formos capazes de nos conectarmos com a energia da nossa própria alma e expressá-la.
A criatividade é essencialmente isto: descobrir o que a energia da nossa alma realmente é e expressá-la na Terra através dos nossos próprios talentos e habilidades.
Isto é o que nos torna verdadeiramente felizes internamente, e pessoas calorosas e radiantes.
Quando chegamos a este ponto, tocamos as pessoas e elas conseguem enxergar quem realmente somos: um anjo de luz.
Então, teremos nos tornado um anjo que traz conscientemente sua luz aos reinos da Terra, que tão frequentemente se encontram obscurecidos pelas ilusões que impedem os seres humanos de ver a luz interior em cada ser vivente.
Todos nós escolhemos estar aqui para dar forma à energia da nossa alma na Terra.
Especialmente neste estágio da história, nós não estamos aqui apenas para nós mesmos.
Nosso desenvolvimento interior é tanto que nós temos muito a compartilhar com os outros.
Actualmente estão acontecendo muitas coisas em um nível global e planetário.
Estão ocorrendo mudanças enormes de energia, que podem afectar-nos em nossas vidas diárias.
Sempre que as pessoas mudam suas consciências e começam a pensar diferente, fazendo novas perguntas e questionando a ordem existente, elas convidam uma nova energia para entrar em suas vidas.
E então entra uma nova dinâmica, que geralmente altera drasticamente o estilo e as circunstâncias das nossas vidas.
Agora, uma parte de nós quer isto e está constantemente tentando alcançá-lo.
Mas outras partes de nós resistem ao novo e não querem concordar tão facilmente.
Estas são as nossas partes mais medrosas e desconfiadas.
A tensão e conflito internos resultantes causam uma divisão na nossa consciência e na consciência de milhares de pessoas que estão nesse mesmo processo.
Isto pode fazer com que a atmosfera ao redor da Terra às vezes se torne pesada com resistência e tensão.
É a resistência contra a mudança e o movimento, e isto é próprio do ser humano.
Mesmo que tenhamos uma vida muito consciente, nós podemos ser afectados por esse peso, porque, em algum ponto, isto ressoa com os próprios medos e dúvidas, dos quais ainda não nos desapegamos.
Como lidar com esse conflito interno e como nos desapegarmos dos medos e sistemas de crenças antigos?
Como nos conectarmos com a energia da nossa própria alma e encontrarmos um meio de expressá-la na Terra?
Abordamos estas questões, falando um pouco sobre o equilíbrio entre as energias masculina e feminina dentro de nós.
Todas as almas têm acesso tanto à energia masculina quanto à feminina.
Essencialmente, a energia masculina tem a ver com o nosso aspecto de nos manifestarmos externamente, no mundo material.
A energia masculina está relacionada com o foco, o discernimento e o poder de agir.
Ela nos capacita a ocupar o espaço, a ser um “eu” com limites claros.
A energia feminina é naturalmente inclinada a se voltar para dentro, para as dimensões internas das coisas.
Está relacionada com o sentimento, a inspiração e a transcendência dos limites do “nós” para se conectar com os outros.
A energia feminina é fluída e receptiva e, quando combinada com a energia masculina, leva às formas mais elevadas da criatividade.
O equilíbrio entre as duas nos capacita a realizar o nosso mais alto potencial.
Em um certo sentido, a energia feminina é a energia do não manifesto, o reino do potencial.
É também a fonte da verdadeira inspiração – dos desejos sinceros que brotam da nossa alma.
Nossa energia feminina é a ponte para a nossa alma.
A nossa alma não tem forma. Sintamos isto.
Neste momento estamos experimentando ter um corpo que nos capacita a fazer parte desta realidade.
Nós temos olhos, mãos e somos homem ou mulher.
Mas nós podemos sentir que, embora esta forma de ser seja uma parte de nós agora, ela não é tudo o que somos.
Nós somos aquilo que anima o corpo, que anima a forma.
Nós damos vida a esse corpo a partir de dentro.
Mas, em essência, nós não temos forma, é pura consciência, é uno e indiviso.
Sintamos a liberdade e a bênção disto!
Sintamos como nós, enquanto consciência, somos totalmente independentes do nosso corpo e que escolhemos livremente fazer parte desta realidade por algum tempo.
Nós nos fundimos temporariamente com o nosso corpo por uma razão.
Nós estamos aqui porque queremos estar aqui.
A energia fluída e livre do feminino queria iniciar uma dança com a energia masculina da manifestação e da forma.
A energia masculina permite que a alma entre nesta realidade física específica e a vivencie.
Ela permite que a alma se expresse criativamente neste reino da Terra em especial.
As energias masculina e feminina são os blocos construtores da criação e, quando ambos jogam juntos em paz e alegria, eles produzem beleza e realização.
No entanto, em muitos de nós, o masculino e o feminino foram artificialmente separados e não estão trabalhando bem juntos.
De um modo geral, ou nós temos muita energia masculina ou muita energia feminina.
Quando há um excesso de energia masculina, a energia feminina é suprimida e o foco se concentra demasiadamente na manifestação no mundo exterior e no esforço para sermos reconhecidos e valorizados pelos outros.
Nesse caso, a pessoa é desligada da energia da sua alma, do fluxo vivo dos sentimentos e emoções, que tenta constantemente lhe dizer o que ela precisa e quer verdadeiramente.
Quando nos identificamos demais com a energia masculina, ficamos presos nas expectativas e exigências do mundo exterior.
Essencialmente, somos levados pela insegurança e tentamos lidar com essa insegurança forçando-nos a cumprir padrões que não são nossos.
Nós não nos sentimos verdadeiramente seguros e alimentados pela nossa energia feminina, e procuramos estabelecer um sentido externo de segurança sendo competitivos e controladores.
Tudo isto faz com que sejamos dependentes do que os outros pensam, sentem e fazem.
Desconectados da nossa única orientação interna, adquirimos um ego tenso e ansioso, que necessita constantemente de reconhecimento e quer estar no controlo o tempo todo, vivendo à base de uma falsa imagem de poder, que sufoca a alma.
As pessoas que pendem exageradamente para o masculino têm medo de se entregar ao fluxo natural e sem forma da energia feminina.
Na nossa sociedade – que, como um todo, tem um excesso de energia masculina – este medo é evidente no fato das pessoas estarem neuroticamente ocupadas o tempo todo.
Elas raramente tomam um tempo para si mesmas, um tempo para ser usado livremente, sem nenhum propósito.
Parece que tudo tem que ser organizado e planeado, com uma eficiência quase compulsiva.
Inclusive, quando desejamos alguma coisa e sentimos que gostaríamos que houvesse uma mudança em especial nas nossas vidas, nós queremos tomar uma atitude em relação a isso imediatamente.
Geralmente não damos tempo suficiente para permitir que a ideia ou propósito cresça, evolua e seja gradualmente criado na nossa realidade.
Isto é como um processo orgânico.
A dinâmica interna, que é posta em movimento quando estabelecemos a nossa intenção de fazermos ou termos alguma coisa, é governada por um ritmo natural que não podemos forçar nem controlar.
Devido a uma energia masculina dominante ou desconectada, nós temos a tendência a pensar e nos preocuparmos exageradamente.
Nossos pensamentos saltam para cima e para baixo como loucos.
Isto leva a uma intranquilidade generalizada, a uma sensação de vazio e falta de inspiração em nossas vidas.
Nós não estamos confiando realmente na nossa energia feminina.
Parece que ela quer seguir numa direcção bem diferente da que nós queremos.
Nossas emoções nos dizem, por exemplo, para nos desapegarmos das coisas, darmos um tempo para nós mesmos, e nos comunicarmos mais abertamente com os outros.
Vai chegar um momento em que nós não vamos mais conseguir ignorar esse chamado de nossas almas.
Se estiverem vivendo unicamente à base da energia masculina, nós estamos nos dirigindo para alguma forma de crise – seja uma doença ou qualquer outro desconforto.
Esta crise será, essencialmente, uma oportunidade de encontrarmos um novo equilíbrio entre as energias masculina e feminina em nossas vidas.
O que acontece quando a energia feminina se sustenta sozinha exageradamente e não se conecta suficientemente com a masculina?
Ao contrário de um ego tenso e controlador, isto leva a um ego fraco e vacilante.
Se pendemos exageradamente para o feminino, muito provavelmente as coisas são “demais” para nós.
Reagimos às energias das outras pessoas de um modo muito sensível.
É difícil dizer “não” e estabelecer limites claros à nossa volta, porque o aspecto da energia masculina que delimita o nosso próprio espaço parece não estar disponível para nós.
É até difícil saber o que nós queremos, já que somos facilmente levados pelo humor e pelos desejos das pessoas.
Ter um excesso de energia feminina significa que somos empáticos e nos é fácil entender o que os outros sentem.
Nós também somos capazes de nos aprofundarmos nas nossas próprias emoções e humores, mas nos sentimos incapazes de realmente nos expressarmos emocional e criativamente no mundo.
Nós não temos acesso suficiente às energias masculinas de autoconsciência, autodefesa e sentimento de estarmos centrados e focalizados.
A energia feminina, que é naturalmente fluida e receptiva, precisa estar ancorada num “Eu” muito bem definido.
Isto é o que a energia masculina pode nos dar, se a parte feminina confiar na masculina e libertar o medo de ser um “Eu” separado, com necessidades próprias e fronteiras claras.
Isto é temido pela energia feminina de muitas pessoas, especialmente das mulheres, porque as mulheres são ensinadas que é bom ser sensível, doce e condescendente (ao passo que os homens são ensinados a ser duros e competitivos).
Mas se elas não desenvolverem a capacidade masculina de se centrar no seu próprio ser, sua energia criativa se desperdiçará e se fragmentará – a  energia de sua alma não se expressará adequadamente, criando tristeza na alma e provocando melancolia e depressão.
Esta era pede um reequilíbrio das energias masculina e feminina.
É importante compreender que, num certo sentido, a energia feminina é básica ou primária.
Não dizemos isto no sentido de “melhor” ou “mais elevada”.
O feminino e o masculino se relacionam um com o outro da forma como são representados no símbolo yin-yang: ambos são iguais e complementares.
Mas a energia feminina em nosso interior é a ponte para a nossa alma, nossa essência sem forma.
Ao nos conectarmos com o nosso aspecto feminino, nos abrimos para a inspiração mais profunda e entramos em contacto com o nosso propósito de estarmos aqui.
Imaginemos que estamos nos conectando com a nossa energia feminina.
Imaginemos que ela está localizada no nosso coração.
Sintamos em nosso coração uma energia suave, calorosa, que nos é muito familiar, muito próxima daquilo que somos.
Sintamos essa energia em nosso coração e então imaginemos que ela cria uma abertura na parte de trás do nosso coração.
A partir daí ela se conecta com a luz, a luz da Fonte, a luz da nossa alma.
Tomemos uns instantes para sentirmos isto.
Talvez estejamos vendo figuras semelhantes a anjos ou guias; não importa o que vejamos.
Nós só precisamos sentir a presença amorosa do amparo cósmico, a presença do Lar.
É assim que canalizamos a nossa própria energia.
Sintamos a luminosidade e a lucidez dessa energia.
Ela entra em nosso coração e agora nós podemos perceber o quanto nós realmente estamos conectados com o nosso Eu Superior, enquanto ele se funde connosco na Terra.
Agora imaginemos que estamos invocando a nossa energia masculina interna.
Pedimos para esta energia que nos ajude a aterrar e a conectar completamente a energia do nosso coração com a realidade da Terra.
Sintamos o poder da energia masculina fluindo suave e facilmente pelos nossos braços e pernas.
Ela cria clareza no nosso ser, além de autoconfiança e foco.
Sentimos como ela ancora a energia do nosso coração no nosso corpo e na Terra.
A energia masculina nos dá as qualidades da coragem, discernimento e estabilidade.
Percebamos que o nosso aspecto masculino adora se conectar com o nosso aspecto feminino deste modo.
Ele quer servir a energia feminina, para permitir que a energia da alma se incorpore no tempo, espaço e matéria.
Protegida e envolvida pela energia masculina, a energia feminina sente-se segura e feliz.
Sintamos como o Céu e a Terra se conectam dentro de nós.
Vamos um pouco mais adiante na nossa jornada interior.
Medo, preocupações, tristeza… simplesmente imaginemos como a Terra se abre e leva tudo isso embora, e tudo se torna neutro dentro do útero dela.
Permitamos que as energias novas e puras da nossa criança interior entrem no nosso campo energético e tragam de volta o nosso entusiasmo pela vida e o nosso sentido infantil de magia e confiança.
Ela faz parte de nós e mantém viva a nossa inspiração original.
Sempre que nos sentirmos tensos, desconfortáveis ou insatisfeitos, podemos nos conectar com essa criança.
Ela pode nos mostrar como nos reequilibrarmos.
Confiemos no que queremos que a nossa imaginação nos traga.
Simplesmente mantenhamos-nos na leveza e alegria.
É um meio de nos conectarmos com a essência poderosa das energias do feminino e do masculino em nosso interior.
Todos nós estamos trabalhando para criar um novo equilíbrio entre estas duas energias, que se tornaram tão afastadas e mal compreendidas na nossa sociedade.
Sempre que reconectamos as duas e recriamos esse equilíbrio dentro de nós mesmos, irradiamos isto para os outros e ajudamos a promover uma consciência mais amorosa na Terra.

Gratidão,
Luís Barros