Antigas energias emergem de tempos que
há muito já se foram, tempos em que estávamos encarnados e tivemos vidas nas
quais experienciamos muitas coisas.
Todas essas antigas camadas estão a vir
agora à superfície.
Falamos sobre esses tempos antigos, para
levar-nos a uma compreensão mais profunda de nós mesmos, de quem somos aqui e
agora.
Nós somos seres muito antigos, que
carregamos connosco muita experiência.
Nós fizemos muitas viagens através do
tempo e do espaço, e não apenas no planeta Terra.
Voltamos ao começo.
Nunca houve um começo, mas para
facilitar esta história, vamos falar de um começo no tempo, pois houve um ponto
inicial no longo ciclo de encarnações, no qual nós agora estamos presos.
Voltamos a época do nosso nascimento
como almas individuais, cada um como um “Eu” separado.
A individualidade, que hoje é tão
familiar para nós, era um fenómeno totalmente novo no universo.
Ser separado e individual permite-nos
reunir uma infinidade de experiências… e ilusões também.
Mas isto não torna essa experiência
menos valiosa.
É justamente sendo um “Eu”, sendo
separado do todo, e experimentando as ilusões que fazem parte disso, que nós podemos
descobrir o que não somos.
Nós podemos descobrir uma ilusão e
vivenciá-la de dentro para fora.
Antes, isto não era possível.
Antes, havia o Um e nada fora dele, como
um oceano indiferenciado de amor e unidade.
Então, como seria possível experimentar
o medo e a ignorância ali dentro?
Ao sermos vulneráveis e propensos à
ilusão, nós reunimos uma enorme quantidade de experiência, que nos capacitou a
entendermos realmente o que a unidade significa, o que o amor significa, no
nível da experiência.
Nós vamos entender o que é o amor, não
como um conceito abstracto, mas como uma força viva, criativa, que nos
movimenta e preenche os nossos corações e espíritos com uma profunda
sensação de alegria e satisfação.
O final e a meta da nossa jornada, a
chegada ao Lar, pela qual tanto ansiamos é que cada um seja “Deus-como-somos”,
para experimentar a unidade como um “Eu”.
Nós não queremos desistir da nossa
individualidade, pois é através da conexão do nosso “Eu” com o todo, que cada
um de nós experimenta a alegria mais profunda e acrescenta o seu selo
energético único a toda a criação.
“Deus-como-somos” acrescenta algo de
novo e precioso à criação.
Voltemos para o tempo em que esse “ser
um Eu” tomou forma pela primeira vez.
Naquele momento, nós éramos ou fomos
criados como anjos.
Podemos sentir a ternura e inocência
daquela energia original, daquele começo distante em que fomos “moldados” pela
primeira vez, daquele momento em que conhecemos a “forma”?
De repente nos transformamos em um
“você”, distinto e separado dos outros que estavam à nossa volta, e experienciamos
o milagre de sermos um indivíduo.
Nós ainda estávamos tão próximos da
fonte de luz divina, que fomos preenchidos com amor, transbordando alegria e
criatividade.
Havia um desejo incrível em nós de
experimentar, de saber, de sentir e de criar.
Por favor, voltemos-mos para dentro de nós
mesmos por um instante, e vejamos se podemos sentir a verdade disto: que cada
um de nós é um anjo, no mais profundo do nosso ser...
Agora vamos dar um salto grande no
tempo, pois só podemos descrever esta história extensa em linhas gerais.
Vamos até ao começo do planeta Terra.
Nós estávamos presentes ali, nós somos mais
antigos do que a existência da Terra como um planeta físico.
O nosso nascimento como consciência
individual imaculada aconteceu muito antes da origem da Terra.
Agora imaginemos que estávamos
contribuindo para o desenvolvimento da vida na Terra.
Lentamente, a vida evoluía na Terra,
através da presença de elementos materiais que ofereciam uma ampla variedade de
possibilidades para a consciência encarnar em formas ou corpos materiais:
minerais, plantas e, mais tarde, animais.
E nós estávamos profundamente envolvidos
nesse processo de criação. Como?
Nós éramos os anjos e devas que
sustentavam e alimentavam o reino vegetal, que conheciam intimamente a “rede da
vida” na Terra e gostávamos muito dela.
Nós inclusive sustentamos as formas
animais com amor, cuidados e nutrição etérica.
As lembranças que carregamos dentro de nós
do “paraíso” ou Jardim do Éden, de uma natureza perfeitamente equilibrada na
qual participamos cuidando e mantendo a vida, vêm de uma era muito antiga.
Nós ainda não estávamos encarnados
então, mas estávamos pairando entre os reinos etérico e físico.
Vocês estávamos prestes a nascer na
matéria.
Lembremos-nos da inocência daquela época,
lembremos-nos como era ser uma consciência-anjo-deva e como amávamos
profundamente a Terra e todas as manifestações de vida que existiam aqui.
Sintamos o aspecto infantil da nossa consciência
naqueles tempos.
Nós éramos como crianças brincando no
paraíso, sempre prontos para a aventura, divertindo-nos por ali, rindo,
vivenciando a alegria e expressando-nos livremente num ambiente seguro.
Apesar do nosso espírito brincalhão, nós
tínhamos uma grande admiração pelas leis que regiam a vida e jamais pensaríamos
em tratar as formas de vida com nada menos do que um profundo carinho e
respeito.
Então, num certo sentido, nós fomos os
pais da vida na Terra.
Isto explica porque nós podemos ficar
totalmente chocados com os distúrbios causados à natureza pelas tecnologias
modernas, e com o abuso em geral das forças da natureza. Por que isso nos
atinge?
Porque nós cuidamos com carinho e
alimentamos estas energias desde o começo.
Na nossa essência, estávamos conectados
com elas, com a Terra e suas diversas formas de vida, como um pai ou uma mãe
está conectado com seu filho, e como o criador com a sua criação.
E naqueles tempos, quando éramos anjos
nutrindo a vida na Terra, nós não sabíamos porque estávamos fazendo isso.
Nós agíamos como crianças que se sentiam
atraídas pelo chamado de mais uma aventura, pela emoção da novidade, e nos deixávamos
simplesmente guiar por aquilo que nos fizesse sentir alegria e empolgação.
Nós colocávamos a nossa energia onde
quer que ela se sentisse bem-vinda.
Assim, ajudamos a criar o paraíso na
Terra: o esplendor da vida, a abundância dos reinos animal e vegetal, a
diversidade das formas de vida e o desenvolvimento irrestrito de tudo isso.
Por favor, mantenhamos esta imagem por
um momento… lembremos-nos quem somos.
Mesmo que nos pareça grandioso demais,
simplesmente permitamos-nos fantasiar que fomos parte disso, que estávamos
presentes como anjos no Jardim da Vida, brincalhões, inocentes, nutrindo e
cuidando com carinho da vida.
FORA DO PARAÍSO – A PRIMEIRA QUEDA PARA DENTRO DA EXPERIÊNCIA
Muitos acontecimentos foram se
desenvolvendo na Terra durante milhões de anos, que são difíceis de serem
descritos em um resumo.
Mas, num certo momento, a nossa maravilhosa
aventura no Jardim do Éden foi perturbada por influências externas, que podem
ser classificadas como “ruins” ou “escuras”.
Alguns seres de outras dimensões do
universo começaram a se intrometer na Terra.
Seu propósito era exercer poder e
influência sobre a vida na Terra.
Este acontecimento – esta interferência de
energias escuras e poderosas que, do nosso ponto de vista, surgiram do nada –
chocou profundamente os nossos seres angélicos.
Nós não estávamos preparados.
Este era o nosso primeiro contacto com o
“mal” e sacudiu o nosso mundo nas suas bases.
Pela primeira vez, experimentamos o que
é não mais nos sentirmos seguros.
Nós ficamos a conhecer as “emoções
humanas”: medo, choque, raiva, frustração, tristeza, indignação: “O que é isto?
O que está acontecendo aqui?!”
Sintamos como as sombras caíram sobre nós
nesse primeiro encontro com a escuridão, com o lado escuro da dualidade.
Lentamente, o intenso desejo de poder,
que tanto nos havia chocado e horrorizado, começou a tomar posse de nós
próprios.
Isto porque começamos a sentir
indignação e revolta contra os atacantes e queríamos nos defender e proteger a
Terra contra essa estranha invasão.
Estamos falando de uma influência
extraterrestre, de uma certa raça, por assim dizer, cuja origem não importa
muito agora falar.
O que importa é que absorvemos parcialmente
a energia desses seres e assim criamos a queda.
Não estamos falando da Queda bíblica, já
que esta está associada a pecado e culpa, mas da queda para dentro da
experiência, para dentro da escuridão, a qual, num certo sentido, estava
“predestinada” a acontecer, pois nós fazíamos parte da dualidade.
Ao nos tornarmos um “Eu”, ao
experimentarmos a separação do todo, as sementes da dualidade foram criadas
dentro de nós.
Faz parte da lógica da criação que
exploremos todos os extremos da dualidade, uma vez que estejamos nela.
Aos poucos nós mesmos fomos nos tornando
guerreiros, pois desejávamos o poder para proteger o nosso “território”.
Seguiu-se, então, um novo estágio na nossa
história, no qual nos envolvemos em várias guerras e lutas galácticas.
Por favor, paremos um minuto para sentirmos
este acontecimento, a queda do anjo-criança na energia ríspida e zangada do
guerreiro galáctico.
Estamos falando de longos períodos de
tempo.
O facto de termos passado por tudo isso
pode-nos parecer grandioso e insondável, mas permitamos que a nossa imaginação
viaje um pouco.
Nós nos envolvemos numa batalha grande e
violenta.
Parte da literatura de ficção
científica, que nos é familiar, descreve tudo isto e, na verdade, foi inspirada
em acontecimentos reais de um passado distante. Não é mera ficção.
Muitas dessas coisas realmente
aconteceram e nós nos envolvemos profundamente nisso.
Nós nos perdemos numa luta de poder
durante esse estágio da nossa história e experimentamos totalmente a energia do
ego.
Queremos dar mais um salto enorme e
contar qual foi o estágio importante que se seguiu.
Depois de muito tempo, nós nos cansamos
de lutar.
Nós já tínhamos tido o suficiente.
Estávamos ficando tristes e enjoados de
batalhas, e uma espécie de saudades de casa começou a entrar furtivamente em nossos
corações.
Já fazia muito tempo que vivíamos
obcecados pelas guerras e conflitos nos quais nos envolvemos.
A ilusão do poder pode exercer uma
influência hipnótica sobre uma mente ingénua e inexperiente.
Nós éramos ingénuos e inexperientes
quando vivenciamos a nossa primeira queda para dentro da escuridão.
Mas então, num certo momento, houve um
despertar dentro de nós.
Uma vaga lembrança dos antigos dias no
Paraíso agitou-se em nossas mentes e corações, relembrando-nos da alegria e
inocência que uma vez conhecemos.
Então desejamos voltar para lá e não
quisemos mais lutar.
Pode-se dizer que experimentamos tão
completamente as energias do ego, que elas se esgotaram em nós.
Nós tínhamos conhecido todos os lados da
batalha, toda a gama de emoções ligadas à vitória e à perda, ao controle e à
entrega, ao assassínio e à escravidão.
Nós tínhamos ficado desiludidos com o
poder e tínhamos descoberto que ele não nos dava o que havia nos prometido:
amor, felicidade, satisfação.
Nós acordamos do nosso sono hipnótico e
ansiávamos por algo novo.
Quando tentamos nos elevar acima da
energia da luta e conectarmos-nos com a energia do coração, nos tornamos
novamente ingénuos e “inexperientes”.
Éramos como crianças que espiavam por
cima do muro de um novo país, no qual nem o poder nem a luta eram as forças
dominantes, mas sim o amor e a conexão.
Nós seguimos o chamado da nossa alma e
pulamos o muro.
E começamos a nos encontrar novamente e
a reconhecer uns aos outros como almas afins, membros da mesma família.
Uma vez havíamos brincado juntos como
anjos no Jardim do Éden.
Os membros da família de trabalhadores
da luz, que faziam parte da mesma onda de nascimento de almas, olharam uns para
os outros novamente e sentiram-se atraídos para um chamado comum, uma missão
compartilhada.
Nós sabíamos que tínhamos que fazer
alguma coisa para dar o passo principal em direcção à consciência do coração,
para que a volta ao Paraíso realmente se concretizasse para nós.
Sentimos que tínhamos que lidar com a
Terra de novo mas, desta vez, como seres humanos, encarnados em corpos humanos,
para experimentar de dentro o que havia acontecido com a Terra devido às
guerras galácticas e ao abuso do poder.
Na nossa luta pelo poder, a Terra tinha
sempre sido o ponto focal de atenção.
Muitos partidos galácticos batalharam
pelo domínio da Terra e isto afectou negativamente não só a Terra, mas também
toda a vida que nela existia e a alma colectiva da humanidade em evolução.
O motivo de a Terra ser um alvo tão
importante para todos esses partidos guerreiros não é tão fácil de explicar.
Colocando-se de uma forma bem resumida,
a Terra é o ponto de partida para algo novo: é um lugar que reúne muitas
dimensões e realidades e, portanto, constitui um ponto de encontro de estradas
que levam ao futuro.
Inúmeras energias se encontram e se
misturam na Terra – dentro dos reinos vegetal, animal e, principalmente,
humano.
Isto é algo muito especial.
Quando essas energias puderem coexistir
em paz, isso criará uma enorme explosão de luz através de todo o cosmos.
É por isso que a Terra está
desempenhando um papel chave e foi por isso que ela esteve no centro de uma
grande Batalha.
Uma vez nós tomamos parte nessa batalha,
como atacantes, tentando manipular a vida e a consciência na Terra de uma forma
bastante agressiva.
Isto causou danos ao desenvolvimento do
ser humano.
Naquela época, a humanidade estava no
seu estágio infantil, no “estágio da inocência”.
A humanidade era “habitada” por almas de
uma onda de nascimentos diferente da nossa.
Nós as chamamos de “almas terrestres”.
Era um grupo de almas mais jovens que nós,
que haviam se manifestado na Terra havia pouco tempo e tiveram que lidar com as
manipulações extraterrestres, que reduziram as capacidades do ser humano.
As forças extraterrestres projectaram
energias de medo e inferioridade na jovem consciência do homem, o que permitiu
que elas adquirissem controlo sobre ela.
Voltamos agora à nossa decisão de
encarnar na Terra como seres humanos. Nós tínhamos dois motivos.
Primeiro, sentíamos que estávamos
prontos para mudança e transformação internas.
Nós desejávamos nos libertar da atitude
batalhadora do ego e crescer em direcção a uma nova forma de “ser”.
Nós não sabíamos o que isso significava
exactamente; ainda não podíamos entender isso totalmente, mas sentíamos que a
encarnação na Terra nos ofereceria justamente os desafios e possibilidades que
precisávamos.
Em segundo lugar, nós sabíamos que
precisávamos compensar as coisas que aconteceram na Terra, em parte devido à nossa
acção.
De alguma forma, sentíamos que
originalmente tínhamos uma profunda ligação com a Terra, baseada no amor e
respeito mútuo, e que isso se corrompeu quando nos deixamos enredar pela guerra
e batalhas por esta mesma Terra.
Os nossos dois extremos – o anjo-criança
e o guerreiro endurecido – tinham que ser unidos e transformados.
E que lugar poderia ser mais adequado
para isso do que a Terra? Nós sentíamos uma grande conexão com este planeta e,
inclusive, uma “obrigação cármica” de melhorar as condições na Terra.
Desejávamos mudar e elevar o estado de
consciência na Terra.
Então nós nos transformamos em
“trabalhadores da luz”.
Nós encarnamos na Terra no tempo da
Atlântida.
ATLÂNTIDA – A SEGUNDA QUEDA PARA DENTRO DA EXPERIÊNCIA.
A Atlântida foi uma civilização situada
num tempo muito anterior às eras históricas que conhecemos.
Ela tomou forma gradualmente por volta
de 100.000 anos atrás e terminou cerca de 10.000 anos atrás.
Os nosso primórdios são até anteriores a
100.000 anos.
A Atlântida evoluiu gradualmente quando
as raças extraterrestres começaram a “invadir” a Terra, encarnando em corpos
humanos.
Essas almas geralmente tinham um alto
nível de desenvolvimento mental.
Naquele tempo, as sociedades e
comunidades da Terra eram amplamente constituídas de almas terrestres, e eram
“sociedades primitivas”, como as chamamos.
Mesmo antes da Atlântida, havia muitas
influências extraterrestres na Terra, de reinos galácticos que enviavam
formas-pensamento para a Terra de diferentes maneiras.
Formas-pensamento são energias que se
conectam aos humanos no nível etérico ou áurico, e assim influenciam os
pensamentos e emoções das pessoas.
Isto acontece constantemente, quando
absorvemos ideias e crenças da nossa educação e sociedade.
Elas nos envolvem como uma teia
infecciosa.
Mas isto também acontece com os “níveis
astrais” que nos rodeiam.
As formas-pensamento que foram
projectadas em nós pelos guerreiros galácticos eram, em geral, controladoras e
manipuladores, mas também existiam influências de luz e delicadeza.
É o próprio ser humano que decide o que
ele vai e o que ele não vai permitir que entre nele.
Em um certo momento, os partidos
galácticos desejaram ter uma influência mais profunda sobre a Terra e houve a
oportunidade para eles verdadeiramente habitarem corpos humanos ou, em resumo,
para encarnar na Terra.
O Espírito ou a Luz abriu essa
possibilidade para eles, porque era apropriada para o seu caminho interior de
desenvolvimento.
Nós estávamos nesses partidos.
Na nossa literatura espiritual, os povos
que provêm desses reinos galácticos são, com frequência, chamados de “povo das
estrelas” ou “sementes estelares”.
A Atlântida foi o resultado de uma
união, uma mistura entre as sociedades de nativos da Terra e o influxo de almas
que vieram “de fora”.
Nós, da onda de almas de trabalhadores
da luz, encarnamos na Terra porque desejávamos criar mudança e progresso e
porque nós mesmos queríamos evoluir de uma consciência baseada no ego para uma
consciência baseada no coração.
Quando chegamos, no começo nos pareceu
constrangedor e desconfortável estarmos dentro de corpos humanos.
Viver dentro de uma matéria tão densa
dava-nos uma sensação de opressão e aprisionamento, pois estávamos acostumados
com corpos muito mais fluidos e voláteis, que possuíam mais poder psíquico.
Nas frequências ou dimensões mais
elevadas (menos materiais ou densas), a nossa psique tem uma influência muito
maior no ambiente material.
Nesses planos, nós podemos criar ou
atrair as coisas que queremos para nós, simplesmente pensando nelas ou
desejando-as.
A nossa mente estava acostumada a criar
muito mais rápido do que era possível na Terra.
Pode-se dizer que o tempo de reacção na
Terra é muito mais lento.
Então, quando nós vimos aqui pela
primeira vez, temos a impressão de que estamos trancados dentro de um corpo
sólido e inflexível e sentimos-nos inseguros, pois o que desejamos e aspiramos
não se materializa mais com tanta facilidade, e o nosso domínio sobre a vida e
as circunstâncias parece muito limitado.
Então, nós ficamos confusos quando chegamos
aqui.
Ao mesmo tempo, tínhamos habilidades
mentais altamente treinadas, que havíamos desenvolvido durante as nossas vidas
galácticas passadas.
Enviar formas-pensamento e projectá-las
dentro de outros seres vivos requer bastante poder psíquico.
A nossa mente era como um conjunto de
facas afiadas, que precisava provar o seu valor em um ambiente totalmente
diferente.
Nossas capacidades mentais treinadas
eram uma antiga aquisição e, devido à sensação de alienação e opressão que
experimentávamos na Terra, tentávamos instintivamente adaptarmos-nos aqui usando
essa nossa aquisição antiga.
Assim, começamos a usar os nossos poderes
mentais na Terra.
Originalmente, a nossa intenção era
conectar com a realidade da Terra a partir do coração.
Antes de encarnar, nós sabíamos que,
apesar dos nossos formidáveis poderes analíticos e psíquicos, os terrenos dos nossos
corações estavam sem cultivo e precisavam de sementes, de pequenos brotos de
luz.
Mas, nós nos esquecemos disso quando
mergulhamos na realidade da Terra e a nossa consciência ficou velada.
Na Terra, nós tínhamos que lidar com
almas terrenas, que viviam aqui como seres humanos, e nós não os entendíamos
muito bem.
Nós achávamos que eles eram seres
instintivos e bárbaros.
Nós não entendíamos a sua forma
espontânea, directa, de expressar suas emoções.
Eles eram primitivos aos nossos olhos,
eles viviam sintonizados com suas emoções e instintos mais do que às suas
mentes.
Nós tínhamos habilidades e talentos
diferentes da índole natural do povo da Terra.
Embora frequentemente nascêssemos de
pais que eram almas terrenas, e fossemos criados por eles, aos poucos acabava
se desenvolvendo uma divisão social entre nós e eles.
Devido às nossas capacidades mentais
superiores, nós desenvolvemos tecnologias que eram desconhecidas anteriormente.
Tudo isto aconteceu devagar e
naturalmente.
Estamos falando de um período de mais de
mil anos, de até dez mil anos.
Sem entrar em detalhes desse processo, podemos
sentir a essência do que aconteceu nesse período?!
Podemos imaginar que fizemos parte
disso?
Podemos imaginar como deve ter sido
chegar num lugar onde não nos sentíamos verdadeiramente à vontade, sabendo que
havia algo que tínhamos planeado fazer ali, mas não sabíamos o que era?
– “Vamos ver…” – dizíamos a nós mesmos –
“Eu tenho certas habilidades e poderes à minha disposição… isso me diferencia
dos outros do meu ambiente… Vou usar esses talentos para me impor.”
Reconhecemos este tipo de orgulho e
ambição dentro de nós?
Lembram-se que eles eram nossos?
Esta é uma energia tipicamente atlante.
Pouco a pouco, uma nova cultura nasceu
na Terra – uma civilização que criou um desenvolvimento tecnológico sem
precedentes, que afectou todas as porções da sociedade.
Falamos um pouco mais sobre o tipo de
tecnologia que evoluiu na Atlântida.
O que nós, como ‘pessoas das estrelas’,
ainda lembrávamos claramente apesar do véu do esquecimento, era que podíamos
influenciar a realidade material usando o poder da nossa mente, especificamente
do terceiro olho.
O terceiro olho é o centro de energia
(chacra) da intuição e da consciência psíquica, e localiza-se atrás dos nossos
dois olhos físicos.
O poder do terceiro olho ainda nos era
muito familiar naquelas primeiras encarnações, como se fosse uma segunda
natureza da nossa alma.
Nós sabíamos “como ele funcionava”.
Sabíamos que a matéria (realidade
física) tem uma forma de consciência, é consciência em um determinado estado de
ser.
Através desta percepção essencial da
unidade entre consciência e matéria, nós podíamos afectar e formar matéria,
fazendo um contacto interno com a consciência que existe em um pedaço de
matéria.
Desta forma, nós podíamos literalmente
mover e manipular a matéria com a mente.
Nós conhecíamos um segredo que foi
esquecido nas épocas mais recentes.
Actualmente, nós vemos a matéria
(realidade física) como separada da consciência (a mente).
Por influência da ciência moderna, nós
nos esquecemos que todos os seres têm alma; tudo o que existe tem uma forma de
consciência com a qual nós podemos nos conectar e cooperar de um modo criativo.
Esse conhecimento era incontestável para
nós, naqueles tempos antigos.
Mas, durante a época da Atlântida, quando
o centro dos nossos corações ainda não estava totalmente aberto, o nosso
terceiro olho era controlado predominantemente pelo nosso centro da vontade ou
ego (o plexo solar ou terceiro chacra).
Nós estávamos no limiar de uma nova
realidade, a realidade da consciência baseada no coração, mas devido ao choque
de termos submergido na realidade densa da Terra, nossas inspirações sensíveis
e puras ficaram temporariamente perdidas.
Nós nos deixamos levar pelo uso
excessivo da vontade misturada com o poder do terceiro olho.
Nós aspirávamos a melhorar as coisas em
larga escala (fazer o “trabalho da luz”), mas fazíamos isso de uma forma
auto-centrada, com uma atitude autoritária em relação às almas e às naturezas da
Terra.
No apogeu da Atlântida, havia inúmeras possibilidades
e a tecnologia era muito avançada, até mais avançada do que a nossa tecnologia
actual em algumas áreas, porque o poder da telepatia e da manipulação psíquica
era compreendido e usado muito melhor.
Podia haver uma comunicação telepática
instantânea entre pessoas que estavam a grandes distâncias umas das outras.
Era possível deixar conscientemente o
corpo e viajar por aí.
A comunicação com civilizações
extraterrestres era buscada e alcançada.
Muitas coisas se tornaram possíveis no
tempo da Atlântida, mas muitas coisas deram errado também.
Geralmente havia uma divisão entre a
elite político-espiritual e as “pessoas comuns”, constituídas predominantemente
por almas terrenas.
Elas eram vistas como seres inferiores,
meios para um fim, e eram realmente usadas para experimentos genéticos que
faziam parte da ambição atlante de manipular a vida no nível biológico, para
que se pudessem criar mais formas de vida superior.
Um aspecto positivo da sociedade atlante
era a igualdade entre homens e mulheres durante essa época.
A luta pelo poder entre o homem e a
mulher, na qual a mulher foi terrivelmente oprimida durante o último período,
não foi parte da Atlântida.
A energia feminina era totalmente
respeitada, no mínimo por ela estar directamente relacionada com o poder do
terceiro olho (intuição, clarividência, poder espiritual).
Agora vamos à queda da Atlântida.
Nessa época havia energias em acção, com
as quais ainda estamos tentando lidar.
Nós nos envolvemos profundamente com o
que deu errado naquele estágio.
Na Atlântida, nós vivíamos a partir do
centro da vontade e do terceiro olho.
A energia do nosso coração não se abriu
significativamente.
Em um certo ponto, nós nos apaixonamos
pelas possibilidades da nossa própria tecnologia e pela ambição de criar novas
formas de vida superior.
Nós aplicamos a engenharia genética e
criamos inúmeras formas de vida, e éramos incapazes de entender, de sentir, que
com isso estávamos desrespeitando a Vida.
As pessoas que nós usávamos para as
nossas experiências não podiam contar com a nossa empatia nem compaixão.
A energia presente nesse estágio de
perversão, especificamente na civilização atlante, voltou no século XX como o
regime nazista na Alemanha.
Experimentos cruéis e uma atitude geral
de frieza clínica para com as “formas inferiores de vida” foram partes
substanciais desse regime.
A falta de compaixão e empatia
demonstradas para com os assassinados, a falta de emoção e o modo mecânico de
“lidar” com as vítimas, eram semelhantes à atitude dos atlantes.
Isto nos enche de um profundo horror
agora.
Nós vimos e sentimos o outro lado disso,
o lado da vítima, em encarnações que vieram depois da Atlântida.
Mas, na época da Atlântida, nós fomos os
agressores.
Foi daí que resultou um determinado
“carma”.
A Atlântida é a chave para as nossas
“encarnações infractoras”, o nosso lado escuro.
Nós todos somos parte desta história,
assumindo vários papéis e disfarces, pois isto é que é viver na dualidade.
É vivenciar e assumir todos os papéis
imagináveis, desde os mais luminosos até os mais sombrios.
Se nos permitirmos-mos conhecer o nosso
lado sombrio, se pudermos aceitar que também fizemos o papel de agressores,
ficaremos mais equilibrados, livres e contentes.
É por isso que estamos contando isto.
Num certo ponto, o desenvolvimento
tecnológico que nós – e outros grupos de almas – alcançamos, teve um impacto
tão grande sobre a natureza, que os sistemas ecológicos da Terra se romperam…
A queda da Atlântida não aconteceu de
uma só vez.
Houve muitos sinais de aviso – sinais da
natureza – mas como eles não foram levados em conta, aconteceram enormes
desastres naturais, através dos quais a civilização atlante foi inundada e
destruída.
Como isto nos afectou, no nível interno?
Foi uma experiência chocante, uma
experiência traumática; foi uma outra Queda, a segunda Queda da Experiência
para dentro das profundezas.
Durante as nossas encarnações na Terra, nós
acabamos perdendo a conexão que buscávamos com o coração.
Depois da queda da Atlântida, nós
percebemos – mais intensamente do que nunca – que a verdade não era para ser
encontrada no controlo da vida, mesmo que o propósito parecesse nobre.
Então realmente começamos a nos abrir
para a silenciosa voz do coração, que nos diz que existe uma sabedoria
trabalhando através da própria Vida, que não precisa de nenhuma manipulação nem
controlo.
No fluxo da própria vida, no fluxo do
coração e dos sentimentos, existe uma sabedoria com a qual nos podemos
sintonizar, ou nos alinhar, ouvindo e nos entregando.
Não é uma sabedoria criada pela cabeça
nem pela vontade; é uma sabedoria que vem de aceitar a voz do amor, de uma
perspectiva mais elevada.
Aos poucos nós começamos a sentir este
conhecimento místico, que vinha de dentro de nós e que era acompanhado por um
sentido de humildade e entrega.
Mas, mesmo assim, o tempo ainda não
estava maduro para um alegre despertar das energias do coração.
Uma sombra havia caído sobre nós durante
a época da Atlântida, a sombra de termos afectado negativamente outros seres.
Nós teríamos que sentir e experimentar
profundamente os efeitos disso, antes que o despertar pudesse acontecer.
Mais uma vez vamos dar um passo enorme
na história antiga, e vamos ao momento em que nós voltamos à Terra, depois da
Atlântida ter desaparecido, arrastada pelas ondas do oceano.
Mais uma vez nós encarnamos em corpos
humanos, com a lembrança da Atlântida enterrada profundamente na memória das nossas
almas, ligadas a uma sensação de vergonha e falta de confiança em nós mesmos.
A queda da Atlântida havia-nos chocado e
deixado perplexos, mas também tinha aberto um pouco mais os nossos corações.
Que desenvolvimento imenso teve lugar
nesse enorme intervalo de tempo!
REJEIÇÃO COMO TRABALHADOR DA LUZ – A TERCEIRA QUEDA PARA DENTRO DA EXPERIÊNCIA.
O próximo período importante começou com
a vinda da energia de Cristo à Terra, mais visivelmente representada por Jeshua.
Muitos de nós estávamos presentes
naquela época ou por volta desse tempo.
Poucos séculos antes do nascimento de
Jeshua, nós começamos a encarnar outra vez em grande número.
Uma voz, que vinha dos nossos corações,
atraia-nos, convocava-nos.
Nós sentíamos que “tínhamos que estar
lá”, que era o momento de darmos mais um passo na nossa jornada espiritual, que
estava tão entrelaçada com a Terra.
A vinda da energia de Cristo, a vinda de
Jeshua à Terra, foi parcialmente preparada por nós.
Jeshua não poderia ter vindo sem uma
camada de energia presente na Terra para o receber, para o “acolher”, por assim
dizer.
A nossa energia providenciou o canal
através do qual Jeshua poderia ancorar a energia Crística na Terra.
Foi verdadeiramente um esforço conjunto.
Nossos corações se abriram para Ele,
para aquilo que Ele representava.
Naquela época, nós éramos a parte da
humanidade que estava mais aberta para receber o amor e a sabedoria a partir do
coração.
Dentro de nós havia surgido uma certa
humildade, no melhor sentido da palavra: uma entrega ao não-saber, sem querer
controlar ou “manipular” as coisas, e uma abertura genuína para algo novo, algo
que não fazia parte do poder nem do controlo, algo diferente.
E por causa dessa confiança e abertura
em nossos corações, pudermos recebê-lo.
Jeshua foi como um raio de luz caindo
sobre a Terra, fazendo com que aqueles que estavam prontos se lembrassem da sua
natureza angélica, da sua essência divina.
Nós nos comovemos com Ele, com aquilo
que Ele expressava e irradiava para nós a partir da sua essência interna, e
assim a energia Crística afectou-nos profundamente naquela encarnação ao redor
do Cristo e nas encarnações seguintes, até hoje.
Em todas essas vidas, nós tentamos
trazer a energia Crística para a Terra, e disseminá-la através de várias formas
de ensinar e curar.
Nós fomos trabalhadores da luz
inspirados e apaixonados, que trabalharam duro para trazer mais justiça,
lealdade e amor para este planeta.
Naquela época, na era do despertar da
energia Crística, nós fomos aqueles que se opuseram às religiões muito
rigidamente organizadas, às formas autoritárias de subjugar as pessoas.
Nós lutamos pela liberdade, pela
emancipação da energia feminina, por valores baseados no coração, numa época em
que as pessoas mal tinham consciência disso tudo.
Nos últimos 200 anos, nós fomos os que
lutaram pela liberdade e fomos rejeitados e perseguidos por causa disso.
Fomos castigados e torturados por causa
do que éramos, e frequentemente acabávamos na fogueira ou na forca.
Nós carregamos muitos traumas emocionais
dessa fase da história.
Nas lutas e resistência que enfrentamos,
estava agindo o carma atlante (e galáctico).
Os papéis tinham-se invertido.
Nós tornamos-nos vítimas e passamos pelas
profundezas da solidão, do medo e do desespero.
Ficamos intimamente familiarizados com a
profunda dor emocional da rejeição.
Esta foi a nossa terceira Queda, a
terceira Queda para dentro da Experiência, e aquela que nos levou para o âmago
da nossa missão: compreender a unidade subjacente tanto à Luz quanto à
Escuridão, aprender o que o Amor realmente significa.
Esta terceira Queda trouxe-nos para o
presente, para aquele que somos hoje.
Hoje, às beiras de um novo ciclo, nestes
tempos transformadores, nós estamos verdadeiramente abertos para a energia
Crística.
Nos nossos corações está brotando uma
sabedoria que abraça e transcende os opostos e reconhece o fluxo divino único
em todas as diferentes manifestações.
Nosso amor não é um mero conhecimento
abstracto, mas um fluxo real, puro e sincero que vem do coração e se estende
para os outros e para a Terra.
Agora nos reconhecemos no semblante dos
outros, sejam eles “luz” ou “escuridão”, ricos ou pobres, trabalhadores da luz
ou almas terrenas, homem, animal ou planta.
O amor embutido na consciência Crística
forma a ponte sobre o abismo entre os opostos e nos dá um sentido palpável da
interconexão entre tudo que existe.
Uma vez, quando éramos anjos, vigiávamos
e cuidávamos do paraíso na Terra.
Nós nos desprendemos desse estado de
inocência, quando nos engajamos na dança pelo poder com as energias que nos queriam
roubar o nosso paraíso.
Desta forma, nós abandonamos o reino
espiritual e encarnamos mais profundamente na realidade material de forma e
ilusão.
De anjos, nós nos transformamos em
guerreiros.
Quando encarnamos na Terra e fomos
experimentar como era ser um humano, fomos novamente tentados pelo desejo de
controlar as coisas e isso nos levou à queda da Atlântida e de nós mesmos como
guerreiros.
Nós voltamos à Terra para experimentar o
outro lado do jogo do poder, para sentir como era ser uma presa da agressão e
da violência.
As consequências desta última parte do
ciclo ainda estão claramente presentes na forma em que experimentamos as
coisas, e todos nós estamos trabalhando duro para superar o trauma da rejeição
que existe no nosso íntimo.
Com isto, estamos fechando o ciclo no
ponto onde ele começou.
Nós voltamos à sua verdadeira natureza
como anjos, mas agora como anjos totalmente encarnados, com um conhecimento
real e vivo dos extremos da luz e das trevas, do amor e do medo.
Cada um de nós é um anjo sábio e
compreensivo, um anjo humano…
Tenhamos um grande respeito por nós
mesmos, pela incrível jornada que empreendemos.
Sabemos quem somos.
Agora, reconheçamos-mos no nosso semblante.
Nós estamos no final de um grande ciclo
de eras, no qual passamos por muitas experiências.
Falamos sobre a Atlântida, porque o
reconhecimento das energias que incorporamos lá pode ajudar-nos a alcançar um
estado de integridade e paz connosco mesmos.
A energia atlante é uma energia de
grande poder mental, combinada com um orgulho e arrogância característicos.
Ousemos reconhecer esta “energia
sombria” dentro de nós, ousemos aceitar que experimentamos e vivemos isto uma
vez.
Sintamos que nós fomos infractores e
agressores assim como vítimas.
Ao permitirmos que este facto faça parte
da nossa consciência, abrimos o portal para a maior sabedoria que podemos
abraçar na nossa vida: a sabedoria do não-julgamento.
Ao nos conscientizarmos do nosso lado
“escuro”, deixamos de julgar se os outros estão certos ou errados, ou até de
julgar a nós mesmos.
Todos os motivos para julgamento caem
por terra.
O julgamento dá lugar à compreensão e à
compaixão.
Então nós realmente começamos a entender
o que é o amor, e o que significa “trabalho da luz”.
De facto o termo “trabalho da luz”
sugere que existe algum tipo de luta entre a luz e as trevas, e que o
trabalhador da luz é aquele que está lutando contra as trevas.
Mas o verdadeiro trabalho da luz não é
nada disso.
O verdadeiro trabalho da luz implica em
ser capaz de reconhecer a luz do amor e da consciência em tudo o que existe,
mesmo que isso esteja escondido atrás de máscaras de ódio e agressão.
Frequentemente nós ainda ficamos
tentados a fazer julgamentos sobre a realidade da Terra, como por exemplo,
sobre a forma em que os políticos trabalham ou em que as pessoas estão tratando
o meio ambiente.
É fácil dizer que tudo está errado e nos
sentirmos um estranho no planeta Terra, alienado e sem lar.
Quando isso acontecer, tentemos fazer
contacto com a energia do infractor dentro de nós.
Permitamos-nos aceder a energia atlante
que ainda existe na memória das nossas almas, e sintamos que nós também já fomos
isso, e inclusive que isso estava bem.
Todas as nossas “quedas para dentro da
experiência” finalmente fizeram com que fechássemos um círculo e abríssemos nossos
corações para a essência da criação de Deus: amor, criatividade e inocência.
Nós, que experienciamos os extremos das
trevas e da luz, fomos, durante toda a nossa jornada, nada menos do que a
criança inocente do paraíso, partindo com um espírito de sinceridade, arrojada
curiosidade e entusiasmo pela vida.
Nessa jornada, nós só podíamos aprender
pela experiência.
As “quedas para dentro da experiência”
não poderiam ter sido evitadas, pois eram os meios para que alcançássemos algo
novo, que trouxesse mais satisfação.
A essência da nossa jornada é que nós alcançamos
a sabedoria através da experiência.
Portanto, por favor reconheçamos e
respeitemos a coragem desse anjo-criança que nós fomos.
Vejamos a vitalidade, coragem e
perseverança que mostramos ao nos aventurarmos no desconhecido, e então sintamos
a nossa própria inocência, mesmo no nosso lado mais sombrio.
Respeitamos a nós mesmos, inclusive o nosso
lado escuro.
Sintamos apenas o poder e a
autoconsciência da energia atlante por alguns instantes. Existe um lado
positivo nela também.
Nós fomos talentosos de muitas formas.
Convidemos esta energia para entrar,
aqui e agora.
Permitamos que a sensação de auto-estima
e auto-domínio voltem a nós e perdoemos-nos pelas atrocidades que aconteceram no
passado.
Sim, nós infligimos dor aos outros, fomos
o agressor lá… mas sintamos também como viemos a nos arrepender profundamente
disso, e o quanto nos abrimos agora para o respeito genuíno por tudo o que vivemos.
Quando perdoamos a nós mesmos, nos abrimos
para a alegria de nos libertarmos do julgamento.
Vejamos que a consequência é esta: se
reconhecemos a nossa parte sombria e somos capazes de nos perdoar por isso, não
precisamos mais julgar nem a nós mesmos nem aos outros. Isto é um grande prazer
para a nossa alma!
Com muita frequência nós ainda nos
atormentamos com os nossos julgamentos.
Nós dizemos a nós mesmos que ainda temos
muitas coisas para realizar.
Olhemos para trás e vejamos tudo que já
realizamos.
Tomemos consciência da profundidade da nossa
jornada através desses grandes ciclos de eras.
Nós somos os Cristos desta nova era, e traremos
paz para um mundo de dualidade e polaridade, irradiando a paz que está dentro
dos nossos próprios corações.
Sintamos como estamos prontos para esse
papel e deixemos simplesmente oferecer-nos algum apoio e encorajamento.
Nós somos um.
Gratidão,
Luís Barros