É um tipo de energia ou consciência que
reconhece a unidade de tudo e de todos.
É a energia da conexão, que traz a
unidade de volta à Terra.
O seu objectivo era e é recuperar o
sentimento de ligação entre todas as criaturas que vivem na Terra.
A chave para isto é o coração. O coração
conecta.
O coração é o lugar onde nós podemos
voltar a nos sentirmos em Casa.
Sentirmos-nos em casa tem a ver com estarmos
conectados, conectados com o nosso Eu mais profundo.
O Nosso Eu mais profundo está sempre
conectado com o todo.
O que o todo é não pode ser descrito com
palavras.
Nós podemos usar palavras como universo
ou cosmos, mas o todo não é uma coisa e nem uma entidade.
O todo é a fonte indescritível do ser,
um reino infinito de probabilidades.
Cada vida individual tem o seu próprio
lugar específico dentro do todo.
Todos os seres humanos são parte de uma
totalidade infinitamente grande, que é eterna e, ao mesmo tempo, dinâmica e
variável.
A vida se move constantemente, numa
interminável dança de manifestação e recolhimento, nascimento e morte, criação
e libertação.
Como ser humano, nós tomamos parte nessa
dança criativa, na nossa forma actual, como homem ou como mulher.
Ao mesmo tempo, existe um núcleo divino
e indestrutível dentro de nós, que é independente da forma.
Imaginemos que nós, no nosso corpo actual,
estamos conectados com a incompreensivelmente imensa totalidade.
Na nossa mente, nós não podemos entender
como e por que fazemos parte do todo e qual o lugar que nos pertence.
Entretanto, podemos senti-lo em nosso
coração.
Nós estamos incorporados no todo,
conectados com o coração pulsante do cosmos, e para isto nós não precisamos
fazer nada.
Isto é um facto.
É uma parte inseparável do ser que
realmente somos.
Nós temos um lugar único e um papel
único no todo.
Encontrarmos o nosso lugar e deixarmos a
nossa luz brilhar fazem com que nos sintamos profundamente realizados.
Fazem nos sentirmos felizes e contentes.
Estarmos nesse local exclusivo,
cumprindo o nosso papel exclusivo, activa o melhor que podemos doar de nós mesmos.
É sobre isto que falamos; o melhor que nós
podemos oferecer.
Muitos desejam estar alinhados com a
fonte de luz que são no nível mais profundo, desejam existir a partir da Fonte,
doar e brilhar neste mundo.
Sintamos a Fonte de dentro para fora,
pois ela flui através das nossas células.
Ela conecta tudo dentro de nós, embora
não possamos vê-la.
Por favor, sintamos-la… sintamos o fluxo
vivo que nos carrega.
A vida sabe que lugar nos é destinado e
que papel é o nosso.
Sintamos o nosso desejo de incorporar o
melhor de nós, o anjo de luz que realmente somos, independente de tempo e
espaço.
Nós estamos aqui temporariamente, nesse
corpo, para que possamos trazer a luz que somos para este lugar.
A Terra é um lugar que amamos.
Sintamos isto.
Sintamos como, no fundo de nós mesmos, estamos
conectados com o coração da Terra.
Abandonemos os nossos pensamentos sobre
como é difícil vivermos na Terra, como é difícil lidarmos com os aspectos
sombrios da sociedade humana.
Conectemos-nos apenas com a própria
Terra, com a essência do planeta.
Pensemos nas extensas florestas da
Terra, nos oceanos e na amplidão do céu.
Pensemos na abundância de animais,
árvores, plantas e flores.
Conectemos-nos com a Terra… e sintamos
como ela está incorporada na totalidade do cosmos, dentro do qual ela segue seu
próprio caminho.
Existe um lugar para nós, aqui e agora,
na Terra.
Acreditemos em nós mesmos, saibamos que estamos
conectados com o todo e que existe um caminho que nos leva à manifestação do nosso
eu mais elevado.
Como encontrar esse caminho?
E como saber se estamos desenvolvendo e
manifestando o nosso eu mais elevado?
Citaremos três aspectos através dos
quais podemos reconhecer se estamos “dando o melhor de nós”.
O melhor que podemos oferecer é exclusividade
nossa.
O primeiro aspecto é que o melhor de nós,
o melhor que podemos oferecer na Terra é algo exclusivamente nosso.
Nossa contribuição é uma combinação
única de características e qualidades, com nossa própria vibração e sabor.
Essencialmente, nós estamos doando nós
mesmos.
O melhor que podemos dar somos nós!
O que nos distingue dos outros não é o
que aprendemos dos outros, como certas habilidades e conhecimentos.
O melhor que podemos dar não vem de fora
de nós.
Não, nós somos o vínculo decisivo.
É lógico que adquirimos conhecimento e
informações de outros, de livros e através da educação.
É lógico que somos formados pela nossa
cultura e criação.
Entretanto, nós integramos essas
influências na nossa natureza à nossa própria maneira.
Devido a tudo o que passamos na nossa
vida – nesta vida e em vidas anteriores – nós possuímos um carisma único.
Nós irradiamos a nossa luz na vida à nossa
maneira.
As pessoas são atraídas a esta luz
única.
Ela é a luz que se irradia do nosso
lugar na Terra; é a luz que nos faz brilhar.
Nossa luz exclusiva é uma mistura de
qualidades terrenas e celestiais.
Nesta vida, somos um homem ou uma mulher
que teve certo tipo de criação e educação.
Nós somos formados pela cosmovisão da
sociedade em que vivemos.
É assim que deve ser, pois esta formação
ajudou-nos a adquirir um conhecimento íntimo da vida humana.
Tendo passado por todas essas
experiências difíceis, nós adquirimos uma percepção profunda das sensações
humanas e dos altos e baixos emocionais que se pode vivenciar como ser humano.
Através da nossa própria jornada de
exploração pela escuridão e pela luz, nós seguimos o nosso caminho exclusivo.
Assim, o que temos a dar para os outros
também é uma mistura única de qualidades.
Sempre mantenhamos a nossa
individualidade na área da criatividade e trabalho!
Independentemente do que façamos – como
padeiro, professor, artista, terapeuta espiritual, etc… – dar o melhor de nós
corresponde a expressar a nossa individualidade e compartilhá-la com todo o
mundo.
O mundo não está completo sem nós.
O universo está esperando pela NOSSA
contribuição e não pela cópia ou reprodução que fizemos da contribuição de
alguma outra pessoa.
O universo quer encorajar-nos a deixar
que a nossa energia única flua.
Assim, incorporar o nosso eu mais
elevado refere-se a sermos nós mesmos e expressarmos a nossa individualidade.
Dar o melhor de nós mesmos é receber o
melhor para nós mesmos.
O segundo aspecto é que dar o melhor de nós
mesmos sempre implica em recebermos o melhor para nós.
Na verdade, estas duas correntes estão
indissociavelmente ligadas entre si.
Quando deixamos a nossa luz exclusiva
brilhar, abrimos o nosso coração e doamos a partir do nosso coração,
experienciamos uma satisfação e um contentamento profundos, pois estamos nos permitindo
sermos nós mesmos completamente e irradiarmos a nossa luz sem reservas.
Nós sentimos que fazer isso é certo,
natural e sincero.
Quando nos damos tão aberta e
livremente, recebemos algo muito especial ao mesmo tempo.
O maior presente que recebemos é a volta
ao lar.
No momento em que somos verdadeiramente nós
mesmos, unificamos-mos naturalmente com o todo maior, com Deus.
Nós nos sentimos em casa connosco e com
o universo ao mesmo tempo.
Não existem julgamentos passados a nosso
respeito e nem a respeito dos outros; não há mais nenhum julgamento que nos
separe.
Nós somos Unidade.
Ao ousarmos sermos fiéis a nós mesmos e a
expressarmos o nosso ser mais elevado no mundo exterior, atraímos boas coisas
para a nossa vida.
As coisas materiais necessárias e as
pessoas certas para nós aparecem automaticamente.
O universo nos sustenta e nutre, e nos
oferece as circunstâncias certas para que manifestemos a energia da nossa alma.
Deste modo, o fluxo de doação é
retribuído por um fluxo de recebimento, o que nos preenche e enriquece em todas
as áreas da nossa vida.
No nível mais profundo, nós nos demos tudo
isso por termos tido a coragem de deixarmos a nossa própria luz brilhar.
A vida nos dirá sim de todo o coração,
se dissermos sim para a vida sem nenhuma reserva.
A totalidade da criação, dentro da qual
todos nós temos um papel a desempenhar, é como um enorme quebra-cabeça, onde
cada um de nós representa uma peça.
O quebra-cabeça não está completo sem nós.
No momento em que a peça que representamos
é colocada no lugar certo, nós oferecemos ao quebra-cabeça algo que ninguém
mais é capaz de acrescentar a ele.
Nesse mesmo instante, nós também recebemos
um presente muito precioso: nossa volta ao lar!
Nós sentimos que estamos em harmonia com
o todo maior, que a vida nos está sustentando e que nós estamos em segurança.
Nós sabemos que estamos fazendo uma
contribuição essencial e sentimos-nos recebidos pelo todo com alegria e
apreciação.
Oferecer o melhor de nós é dizermos sim
para nós mesmos, de um modo profundo, e nos permitirmos receber tudo o que
precisamos para desabrochar e brilhar.
Na verdade, dar o melhor de nós significa
que não estamos mais separados do todo; nós não somos um ego, não somos um
indivíduo separado nesse momento.
A pergunta “como equilibrar os fluxos de
doação e recebimento?” realmente se dissolve nesse estado de ser.
O equilíbrio é assegurado
automaticamente; ele acontece naturalmente.
Quando nos expressamos a partir da parte
mais sincera de nós mesmos e deixamos a nossa luz brilhar, nós somos, ao mesmo
tempo, a luz e aquele que a recebe.
Esta é a experiência de unidade pela
qual todos anseiam.
Agora, podemos nos perguntar: “Como
faço isto? Como posso-me alinhar com o que há de mais elevado em mim, com minha
dádiva única, com minha verdadeira luz?”
Isto nos leva ao terceiro aspecto que
desejamos mencionar a respeito de oferecer o melhor de nós.
Nós oferecemos o que há de mais elevado
em nós, se formos capazes de nos conectarmos com o que há de mais inferior em nós.
Nós oferecemos o que há de mais elevado
em nós, se estivermos abertos e dispostos a nos conectarmos com o que há de
mais inferior em nós.
Por “inferior” queremos dizer medo,
dúvida, depressão… em resumo, a escuridão que existe na nossa alma como
resultado de experiências dolorosas não resolvidas.
O nosso eu mais elevado brilhará no
momento em que acolhermos a nossa parte mais escura.
Ao tomarmos consciência da nossa parte
inferior, permitimos que a nossa luz brilhe sem o julgamento dessas partes da nossa
alma que se têm sentido rejeitadas e banidas.
Esta é a parte de nós que se tornou
raivosa, triste, amarga e solitária devido a experiências dolorosas.
Por favor, tenhamos compaixão dessa nossa
parte que vive na escuridão e procura soluções a partir da sombra, o que
geralmente nos afasta mais ainda da luz.
Na escuridão, nós desenvolvemos
mecanismos de sobrevivência que nos impedem de sentir o que realmente está
acontecendo no nosso interior: medo, desespero, depressão e solidão.
Nós damos as costas a tudo isso.
Na verdade, geralmente nós somos
ensinados a fazer isso, pelo mundo à nossa volta.
“Afaste-se de emoções negativas. Seja
positivo. Faça o melhor. Seja útil.”
Estes tipos de conselhos e invocações
criam, no nosso interior, um medo da nossa própria sombra e nos tornam alienados
dos nossos sentimentos mais profundos.
Todos os seres humanos anseiam
profundamente pela luz, pela liberdade inerente à entrega a quem realmente são.
Por favor, entendamos que acendemos a
luz mais intensa dentro de nós quando estamos dispostos a dar atenção à nossa
parte mais escura e negligenciada.
Convidamos-mos a fazer isso agora, neste
instante.
Por favor, dêmos uma olhada e percebamos
se existe alguma emoção ou pensamento negativo no nosso interior, que se
apresenta constantemente e precisa da nossa atenção.
Em primeiro lugar, entendamos que esta
emoção ou pensamento sombrio faz parte de ser um humano.
Imaginemos que essa área escura no nosso
interior é uma criança que foi desprezada.
Nós podemos encontrá-la escondida num
canto. É um menino ou uma menina?
Observemos e vejamos se conseguimos
encontrar essa criança e se podemos entrar em contacto com ela.
Comecemos com um contacto visual e
depois lhe estendamos a mão cuidadosamente.
Olhemos com carinho para ela e percebamos
com quanta dificuldade ela tem tentado sobreviver.
Esta criança está cheia de alegria e
paixão pela vida.
Entretanto, ela teve que enfrentar tanta
coisa, que o poder da alegria e da paixão se distorceu.
A energia original da criança foi apanhada
por todo o tipo de máscaras e mecanismos de sobrevivência, de modo que a sua
força vital começou a trabalhar contra ela mesma.
Mas agora, a criança tem permissão para
ser quem ela verdadeiramente é.
Por favor, estendamos a nossa mão e
deixemos a sua luz brilhar.
Acolhamos essa criança com nossos olhos.
Deixemos a criança vir até nós no
próprio ritmo dela.
Esperemos pacientemente e então a tomemos
em nossos braços e apertemos-la contra o nosso coração.
O que a criança precisa para relaxar e
se recuperar é ser vista e confortada por nós.
Observemos como brilhamos com carinho,
amor e compreensão quando estamos em contacto com esta criança indefesa e
atormentada.
Ao convidarmos a nossa parte mais escura
para entrar, acolhendo-a e trazendo-a para casa, permitimos que a nossa parte
mais leve se expresse, nós entendemos como essa criança se sente. Esta
compreensão cura.
A criança no escuro representa a parte
de nós que tem carregado muita dor sem ser capaz de entender por quê.
Ao envolvermos essa dor com compreensão
e compaixão, irradiamos a nossa luz em áreas que costumavam ser a fonte de
emoções e pensamentos negativos.
No instante em que abraçamos a criança
atormentada no nosso interior, nos tornamos num anjo humano.
Nós levamos luz à escuridão, o que é exactamente
o que a humanidade precisa neste momento.
A humanidade não precisa de santos nem
gurus que ensinem de cima de um púlpito ou pedestal, mas pessoas reais de carne
e osso, que vivenciaram a escuridão e a luz por si mesmas e são capazes de
acolher ambas sem julgamentos.
Nós nos tornamos um anjo humano no
momento em que ousamos encarar e aceitar a nossa própria escuridão.
Isto fará com que a nossa luz se torne
pura e poderosa. A vida nos sustentará.
Nós somos levados a oportunidades e
lugares onde poderemos revelar o nosso eu mais elevado de maneira fácil e
natural.
Nós não temos que trabalhar para isto.
Nós não temos que fingir ser outra
pessoa, pois a vibração e energia exclusivamente nossas inspiram as pessoas e
levam alegria a elas.
Somos nós! Nós representamos o amor de
Deus no seu modo único, porque estamos dispostos e somos capazes de enfrentar e
abraçar a nossa própria sombra com compreensão.
As pessoas experimentam abertura,
ternura e inspiração na nossa presença, na maneira com que as ouvimos.
O que quer que façamos para expressar e
manifestar nosso eu mais elevado na Terra, encorajará as pessoas a brilharem
por si mesmas e acreditarem em seus próprios e exclusivos poderes e talentos.
Oferecer o que há de mais elevado em nós
encoraja os outros a fazerem o mesmo.
Gratidão,
Luís Barros