Existe uma parte de nós que é totalmente
independente de espaço e tempo.
Esta parte é livre para entrar, a qualquer momento,
em qualquer dimensão ou área de experiência que ela deseje.
Ela é livre para escolher entre escuridão e luz em
qualquer momento.
Da sua perspectiva terrena, nós caminhamos do ponto
A para o ponto B de um modo linear.
No entanto, de uma perspectiva atemporal,
multidimensional, o nosso eu verdadeiro não está se desenvolvendo no tempo, ele
é aquele que está experimentando o desenvolvimento.
O nosso eu verdadeiro não precisa se desenvolver.
Ele admite essa experiência por sua própria livre
escolha.
Esta escolha é motivada por um conhecimento
profundo do enorme valor de se experimentar a dualidade.
Da perspectiva do nosso Ser espiritual e atemporal,
nós somos livres, a qualquer momento, para experimentar qualquer ponto da linha
entre A e B e Z.
Nós podemos activar qualquer realidade de
consciência para nós mesmos, a qualquer momento, pois a ideia de que estamos
presos dentro de um certo estágio de desenvolvimento é, em última análise,
apenas uma ilusão.
A razão pela qual queremos dirigir a atenção para
esta perspectiva, é que ela pode ajudar-nos a transpor as barreiras internas.
Pode ajudar-nos a penetrar através daquele véu de
ilusão e entrar em contacto directo com nosso próprio Ser de Luz: a energia do
anjo que verdadeiramente somos.
Para que compreendamos esta perspectiva como um
ponto de vista real, a partir do qual podemos olhar para nós mesmos, nós
precisamos discorrer um pouco sobre a noção de tempo.
TEMPO
No nível mais elevado da unidade, não existe tempo.
Este é o nível do Espírito, Deus, existência pura.
Neste nível, não existe nenhum desenvolvimento,
nenhum “tornar-se”, mas apenas “ser”.
No nível mais baixo da unidade, onde a separação é
experimentada mais fortemente, emprega-se uma noção de tempo falsa, linear.
Com “falsa” queremos dizer uma noção científica,
abstracta de tempo, completamente destituída de subjectividade e conteúdo
percebido.
Neste sentido, o tempo é uma estrutura objectiva
fora de nós.
O tempo é algo colocado sobre as nossas
experiências como uma moldura externa.
Um “curriculum vitae”, por exemplo, que enviamos
quando estamos procurando emprego, geralmente consiste dessa descrição
objectiva e linear de factos.
Reparem, nós enfatizamos o lado externo, visível,
das coisas, mas o lado interno das coisas ‒ a motivação, o significado, a
subjectividade ‒ é deixado de fora.
O tempo é uma ideia experimental: uma forma de
esculpir a experiência.
Nos planos astrais, onde viajamos durante o sono e
também depois que morremos, não existe “tempo de relógio”.
O tempo do relógio é a tentativa máxima de
desconectar o tempo da subjectividade, isto é, de nós e das nossas
experiências.
É uma grande ilusão.
Nos planos astrais, o tempo é o ritmo das nossas
experiências.
O tempo é essencialmente subjectivo.
O tempo é uma forma de moldar a experiência de tal
forma que a possamos compreender.
A referência ao tempo, na expressão “alma velha”, é
realmente uma referência à experiência.
Nós não estamos limitados a uma determinada linha
de tempo.
Nós não somos um ser linear.
Existem níveis do nosso ser que estão fora da
estrutura do tempo que estamos vivenciando no presente.
É para este aspecto de nós, isto é, para a nossa
multidimensionalidade, que queremos dirigir a nossa atenção agora.
MULTIDIMENSIONALIDADE
De acordo com a noção linear de tempo, não se pode
estar presente em mais de um lugar ao mesmo tempo.
O conceito linear quer dizer o nosso corpo, nosso
cérebro e nossa consciência, que, de alguma forma, está presa ao nosso
corpo/cérebro (a ciência ainda não consegue explicar exactamente como o corpo e
a consciência estão “amarrados”, mas ela afirma ‒ geralmente ‒ que a
consciência não pode existir sem um corpo físico).
De acordo com o conceito “completo”, subjectivo, de
tempo, estamos presentes onde quer que a nossa consciência resida.
Onde estamos, no tempo e no espaço, é determinado
pelo foco da nossa consciência e não pela localização do nosso corpo.
Por exemplo, quando estamos pensando em alguém com
quem estivemos conversando ontem, nos lembramos claramente de toda a conversa e
de como fomos afectados por ela – e, sem perceber, entramos num estado
ligeiramente alterado de consciência – revivemos alguns aspectos da conversa,
trazendo-a do nosso passado para o nosso momento do Agora.
O que realmente está acontecendo aqui, é que estamos
viajando para o passado e visitando as energias daquele momento outra vez.
Nossas energias do Agora interagem com as energias
do Passado, possivelmente criando alterações na nossa experiência daquele
momento e, assim, alterando o passado.
Por “alterar o passado”, não queremos dizer que
alteramos alguns aspectos físicos, mas que os cobrimos com uma interpretação ou
perspectiva diferente.
Entretanto, ao alterar o conteúdo percebido de um
certo acontecimento passado, estamos, num certo sentido, alterando o
acontecimento para nós.
Agora podemos ver a reacção emocional dele sob uma
luz completamente diferente.
Nesse momento, estamos recriando o passado.
Estamos cobrindo-o com uma interpretação diferente
dos fatos, que substitui a nossa reacção inicial.
Isto não significa que a reacção inicial não
aconteceu, mas que as energias de raiva, choque e desentendimento foram
transformadas em compreensão e perdão.
Aconteceu uma “alquimia espiritual” através da
interacção entre o passado e o presente.
Na verdade, os fatos físicos não são tão
importantes.
É o conteúdo percebido de uma situação, a nossa
reacção energética a ela, que realmente molda a nossa vida e a nossa realidade.
Portanto, podemos dizer correctamente que podemos
alterar o nosso passado, viajando através do tempo até as energias do passado
que ainda precisam de uma resolução.
Enquanto estamos conduzindo a nossa viagem através
do tempo, existe alguma camada da nossa consciência que ainda está presente no nosso
corpo.
Nós podemos perceber, “no fundo da nossa mente”,
que as nossas mãos estão ficando frias ou que algumas crianças estão falando
alto atrás de nós.
A consciência é capaz de se dividir.
Ela pode estar em lugares diferentes ao mesmo
tempo, o que quer dizer que a consciência pode residir em diferentes realidades
energéticas ao mesmo tempo.
Este é o
significado da multidimensionalidade.
Nossa consciência não é limitada ao espaço e ao
tempo.
Nós não somos limitados pelo passado nem pelo
futuro, pois eles não são fixos.
Eles são campos líquidos de experiência.
Eles são mutáveis e podemos interagir com eles a
partir do Agora.
A nossa consciência é multidimensional, mesmo
quando pensamos que estamos presos dentro do nosso corpo físico.
Quando nos referimos à expressão “Ela está presa no
passado” – quer dizer que uma pessoa não pode se desapegar do passado quando a
consciência está preenchida por experiências e emoções passadas, tais como
arrependimento, remorsos ou simplesmente tristeza – essa pessoa “não está aqui” – ela está
literalmente no passado.
Este também é um exemplo de multidimensionalidade.
Multidimensional não é algo que nos tornamos, mas
algo que somos.
Faz parte da nossa natureza, faz parte do nosso
estado natural de ser.
A verdadeira questão é: como podemos ser
multidimensionais de uma forma liberativa e transformadora?
Como podemos empregar a nossa multidimensionalidade
de tal modo que possamos movimentarmos-nos livremente através das dimensões, sem
perdermos contacto com o nosso espírito divino?
Sendo multidimensionais a partir de um lugar de
sabedoria e consciência: este é o nosso destino espiritual.
O nosso destino é tornarmos-mos criadores
multidimensionais totalmente conscientes.
Ser conscientemente multidimensional significa
libertar a ilusão do tempo linear, o que também significa libertar a ideia de
que nós somos (nada mais do que) os nossos corpos.
Ser conscientemente multidimensional é
identificar-se com o espírito (Deus) presente dentro de nós, e que é
absolutamente livre para penetrar qualquer reino de experiência (= dimensão)
que ele escolher.
Ser conscientemente multidimensional é uma parte
essencial da realidade da Nova Terra.
A razão pela qual lutamos com o conceito de
multidimensionalidade, é que pensamos em “estar em dois lugares ao mesmo tempo”
de uma forma física.
O nosso corpo físico não pode estar em dois lugares
físicos ao mesmo tempo, no entanto, as dimensões não são lugares físicos, não
são “pedaços de matéria”, por assim dizer.
As dimensões são reinos de consciência, esferas de
consciência que vivem de acordo com certas leis (energéticas).
Nossa consciência pode participar de diferentes
dimensões ao mesmo tempo.
Isto acontece AGORA.
Existem realidades do passado, do futuro, dos
planos astrais, de vidas passadas, do anjo dentro de nós, e inclusive outras,
que se interceptam e se encontram dentro de nós, aqui mesmo e neste instante.
Nós SOMOS multidimensionais agora.
Mas o somos de uma forma consciente?
Permitimos que as dimensões fluam para dentro e
para fora de nós?
Aceitamos as energias que elas nos trazem e podemos
reconhecê-las como sendo nossas?
Nós interagimos, o tempo todo, com outras dimensões
das quais fazemos parte, mas quando fazemos isso de uma forma consciente e acolhedora,
realmente transformamos essas realidades dimensionais.
Ao abraçarmos energias presas ou reprimidas
daquelas dimensões, trazendo-as para a Luz da nossa consciência, libertamos e
integramos partes do nosso Ser e modificamos o nosso presente.
Muitos reinos de consciência se encontram dentro de
nós e nós somos essencialmente os Mestres que escolhem vivenciar qualquer um
deles.
Nós somos livres para viajar através de qualquer um
deles, rápido ou devagar, longe ou perto.
Enquanto nos identificamos com o Espírito dentro de
nós mesmos, mantemos-nos conscientes de que somos livres.
Mas quando somos pegos pela ilusão do tempo linear,
a ilusão de que somos um corpo, a ilusão de que somos separados de Deus, desta
forma, a alma fica temporariamente “presa” a certos reinos de experiência, e se
esquece das suas verdadeiras origens, da sua divindade e da sua liberdade.
“Ser pego” ou “ficar preso” também é chamado de
carma.
“Desprender-se” ou soltar-se geralmente se processa
através de uma série de passos ou estágios que chamamos de “crescimento
interior”.
Deste ponto de vista, libertar o carma nada mais é
do que lembrarmos-mos da nossa própria divindade.
O NOSSO SER DE LUZ
Muitas dimensões, muitos reinos de consciência se
encontram dentro de nós.
E nós realmente somos os mestres, os criadores de
todo o campo de dimensões.
Nós somos uma estrela com muitos raios, uma
consciência de alma com muitas manifestações.
Nós somos livres para activar qualquer realidade
que escolhamos.
Se abandonarmos a ideia de tempo linear ou
cronologia, nos permitimos acreditar que o passado ou o futuro não determina
quem somos.
Então poderemos nos sentir no centro de um campo
vibrante de dimensões, todas emanando de uma fonte divina, atemporal: NÓS.
Imaginemos-nos no centro de todas estas realidades,
no centro de todas estas possibilidades e, em seguida, escolhamos uma que traga
a maior Luz para nós.
Escolhamos o raio mais brilhante, mais amoroso do
campo e, então, por um momento, vamos para dentro dele e sintamos como é SER
esse raio.
Este é o nosso Ser de Luz.
Esta é a parte de nós que mais se parece com Deus.
Tradicionalmente, os seres mais próximos de Deus
são chamados arcanjos.
E isso é o que nós somos, nesta dimensão,
exactamente agora.
Nós realmente somos arcanjos.
Os arcanjos são seres que estão muito perto da
Fonte/Espírito/Deus, mas não são completamente uno com Ele.
Estão um passo para fora da consciência absoluta,
isto é, dos Seres puros sem diferenciação, identidade ou individualidade.
Os arcanjos têm um tipo de individualidade.
Existe singularidade em todos eles.
Pode-se dizer que um arcanjo tem certas
características.
Não se pode dizer isto de Deus ou da Fonte.
Deus é Tudo e Nada.
Por isto, os arcanjos entraram “no reino da
separação”, o reino de Eu versus o Outro.
Eles fazem parte da dualidade, embora ligeiramente.
Um arcanjo é um aspecto de Deus que se manifestou
como um Ser específico, uma Forma específica.
O filósofo grego Platão chamou isto de “uma Ideia”,
o que ‒ nos nossos termos ‒ é uma realidade energética básica ou “arquetípica”
que transcende o mundo físico.
Nesse sentido, os arcanjos são Ideias platónicas.
Existe um arcanjo (Ideia) do Amor, da Verdade, da
Bondade, etc., cada um personificando a energia de um aspecto específico de
Deus.
Os arcanjos não são tanto pessoas, mas campos de
energia com uma propriedade característica.
Por que o Espírito ou Deus exteriorizou aspectos de
Si mesmo deste modo?
Ele fez isso pela alegria da criatividade.
As energias de arcanjo são uma expressão da
inesgotável alegria criativa de Deus.
Os arcanjos não estão fora de Deus.
Nada está fora de Deus.
Deus está em tudo.
Deus está presente em todas as energias criadas
como o “aspecto Espiritual”.
Este aspecto é o que torna UNA todas estas
energias.
O que separa um ser de outro, o que o faz diferente
e único é o “aspecto da alma”.
O aspecto da alma inclui a individualidade de um
ser.
Todos os seres criados que têm individualidade são
verdadeiramente uma união de Espírito e Alma, de consciência (espírito) e
experiência (alma).
A criação é uma dança de Espírito e Alma.
Os arcanjos são, por assim dizer, os filhos
primogénitos de Deus.
Não são os “primeiros” num sentido linear, mas no
sentido de estarem muito próximos de Deus.
Eles carregam uma profunda consciência interior da
sua divindade (o “aspecto Espiritual”).
Os humanos percebem os arcanjos como uma Luz
brilhante e pura.
Existem diferentes arcanjos.
Todos os arcanjos emanam energia como raios de luz
de um sol.
Emitindo estes raios cada vez mais longe, o arcanjo
entra em contacto com espaços desconhecidos, com reinos de experiência que são
novos para ele.
A energia do arcanjo estende-se para fora e, neste
movimento espontâneo, criativo, ela desliza através daquilo que é Outro,
diferente dela, aquilo que não é Luz, mas Escuridão.
Aqui, Escuridão significa simplesmente: mais
afastado da Unidade/Espírito ‒ mais voltado para os reinos da individualidade.
Deus ou o Espírito não é nem Escuridão nem Luz.
Deus simplesmente É.
Os arcanjos são seres de Luz.
Ao criar a Luz, Deus também criou a Escuridão.
Isto é simplesmente porque os arcanjos estão na
dimensão da dualidade, fora da Unidade.
Eles têm um sentido de individualidade.
A criação do ser de Luz (o anjo) trouxe consigo a
criação do ser Escuro, a parte do Ser onde a Luz está ausente.
Existe beleza nesta polaridade, já que constitui a
dinâmica da criação.
Deus, ser e consciência puros, desejava a
experiência, e esta experiência Ele(Ela) obteve através do universo criado,
através da Sua presença nos aspectos luminoso e escuro desse universo.
O que os arcanjos iam experimentar, depois de
entrarem no reino da dualidade, Deus não sabia.
Isto é o que Ele ansiava: não CONHECER tudo, mas
experimentar algo novo.
Ao darem um passo para fora da Unidade, os arcanjos
entraram num espaço vazio, um espaço de potencialidade, um espaço de
possibilidades inesgotáveis.
Os arcanjos descobriram que eles podiam criar
muitas formas, e viver dentro delas.
Toda forma que habitamos, como um ser consciente,
tem um certo ângulo ou perspectiva inerente a ela, que permite que uma
“consciência sem forma” experimente as coisas de maneiras específicas.
Todo o processo dos arcanjos aventurando-se em
busca de experiências pode ser retratado como uma imensa cascata de luz
cintilante.
A energia dos arcanjos saiu aos borbotões da
Fonte/Deus, como um fluxo massivo de água brilhante, cintilante, indo em todas
as direcções.
Dentro desta enorme corrente de água, pequenas
correntes se separaram e foram se dividindo em correntes menores ainda, até
chegarem a ser pequenas gotas de luz líquida.
Estas gotas podem ser comparadas com unidades
individuais de consciência, cada uma com seu próprio conjunto de experiências.
A dança do Espírito e da Alma agora havia
verdadeiramente começado!
As unidades individuais de consciência, que nós
chamamos almas, seguiram sua viagem.
Elas carregavam, no fundo de si mesmas, a energia
do Espírito ou da Fonte, bem como a energia do arcanjo da qual originaram.
Mas, à medida que viajaram para mais e mais longe,
elas vieram a experimentar que era possível esquecer suas origens, esquecer sua
divindade e perder-se na escuridão e na ilusão.
Esta polaridade de escuridão e luz podia ser melhor
experimentada como um ser humano, vivendo na Terra.
Quando descrevemos o processo dos arcanjos emanando
da Fonte e finalmente tornando-se um ser humano, parece que estamos contando
uma história linear, cronológica.
Mas isto não é assim.
A emanação ou cascata de energia de Deus está
acontecendo Agora mesmo.
Este relato nos fala sobre as identidades que estão
disponíveis para nós Agora, não sobre quem fomos num passado distante.
Neste preciso momento, há uma camada de energia
pura de arcanjo dentro de nós, uma camada de Luz pura.
Também há camadas de confusão e medo dentro de nós.
Mas nós podemos escolher, a qualquer momento, ser o
ser de Luz, o anjo que nós somos.
Isto não é algo que precisamos desenvolver, é
simplesmente uma parte de quem somos.
É importante que nos demos conta de que nós não
precisamos admirar mestres espirituais, guias ou anjos.
Não existe nenhuma autoridade acima de nós.
Nós mesmos estamos entre os “primogénitos’,
sentados próximos ao trono de Deus.
Nós mesmos somos Deus e anjo.
A forma mais fácil de entrarmos em contacto com o nosso
ser de Luz é conectando-nos com a camada de pura consciência, de puro Espírito,
dentro de nós.
Nós fazemos isto aquietando-nos, nos níveis externo
e interno.
O silêncio que experimentamos então, na verdade
está sempre presente em nós; nós só temos que nos conscientizarmos dele.
Quando estamos conectados com o silêncio ‒ a
dimensão da eternidade dentro de nós ‒ podemos sentir o desejo do Espírito por
experiência.
Foi deste desejo que nasceu o nosso ser de Luz.
A alma experimenta a maior alegria na interacção
entre o Espírito e a experiência, a interacção entre a divindade e a
humanidade.
Este é o segredo do universo.
Quando somos puramente Espírito, a nossa realidade
é estática.
Nada muda.
A experiência e o movimento só aparecem quando há
um relacionamento com algo fora de nós/Espírito.
Quando sentimos algo diferente de nós mesmos, há um
convite para explorar, sentir, descobrir.
Mas para experimentar algo diferente de nós, precisamos
sair da Unidade absoluta, fora de Deus/Espírito.
Quando fazemos isto, passamos a ser uma alma
individual.
Nós somos uma alma única, um pé no reino do
Absoluto, um pé no reino do Relativo (dualidade).
Em nossas explorações da relatividade (dualidade), podemos
nos afastar tanto do Lar, que perdemos contacto com o elemento de Espírito
dentro de nós.
Então a nossa alma se perde na ilusão do medo e da
separação.
A maior alegria possível é quando fazemos parte no
reino da Experiência, enquanto permanecemos conectados com o Espírito, com o
Lar.
A interacção equilibrada entre o Espírito e a Alma
é a fonte da maior criatividade e Amor.
Deste ponto de vista, nós todos estamos a caminho
de encontrar o equilíbrio correcto entre a Unidade absoluta e ser uma alma
individual.
Aqueles entre nós que são trabalhadores da Luz
estão, no presente, trabalhando em direcção a uma maior consciencialização da sua
Unidade com o Espírito.
Eles viajaram dentro da dualidade por muito tempo,
e eles ‒ você por exemplo, que lê estas palavras ‒ estão prontos para regressar
ao Lar.
No entanto, não para um Lar estático de Pura
Unidade, mas para uma realidade dinâmica, criativa de humanos divinos,
multidimensionais, cuja experiência estará cheia de alegria e Luz.
Em todos aqueles que leram isto, há uma intensa
saudade do Lar e uma profunda determinação para realizar seus desejos mais
profundos.
Mantenham vossos anseios e desejos vivos, e confiem
neles, porque eles nos levarão ao Lar.
Gratidão,
Luís Barros