8 de maio de 2020

LIDANDO COM AS EMOÇÕES

Jeshua sempre vive nos nossos corações e espera por momentos do nosso tempo, em que estaremos abertos e susceptíveis à sua energia.
A sua energia, a energia Crística que está renascendo nesta época, não é somente a sua energia.
Ela não é simplesmente a energia de um homem que viveu na Terra numa época: ela é um campo de energia colectivo, do qual nós fazemos parte de uma forma mais profunda do que percebemos.
Uma vez nós fizemos um voto, nós todos estabelecemos a nossa intenção de levar esta energia para a realidade da Terra, de ancorá-la na Terra.
Durante muitas vidas, muitos séculos, nós trabalhamos nessa missão.
Nós todos estamos no processo de dar à luz a semente Crística que existe dentro de nós, e Jeshua está ajudando-nos.
Ele foi um precursor, mas a propagação da semente Crística foi um esforço colectivo.
Até mesmo a sua vinda à Terra só foi possível graças ao campo de energia que estava presente aqui, criado por nós.
Nós trabalhamos juntos, nós somos uma unidade.
Portanto, Jeshua é acessível a todos nós.
Ele não está exclusivamente disponível para uma única pessoa.
Ele está ao serviço de todos nós.
Agora falamos sobre uma questão que nos toca profunda e frequentemente na nossa vida quotidiana.
É sobre lidar com as emoções.
A área das emoções é uma área vital no processo de crescimento em direcção à liberdade e à integridade.
Nós somos seres espirituais.
Nós viemos de um plano de realidade, onde a densidade e a rotina da realidade da Terra era desconhecida por nós.
Aguentar isto foi difícil.
Através de muitas vidas, nós tentamos expressar a nossa energia cósmica aqui na Terra.
E nesta expressão, na canalização da nossa energia para a Terra, muitos traumas profundos foram criados.

O CORPO EMOCIONAL

O corpo emocional, que todos nós possuímos, está repleto de ferimentos e traumas.
É disto que falamos agora.
Qualquer pessoa que está no caminho do crescimento interior sabe da importância das emoções: que nós não devemos reprimi-las, que nós devemos chegar a um acordo com elas, que nós finalmente devemos libertá-las.
Mas nem sempre está claro como isso realmente funciona.
Primeiro fazemos uma distinção entre emoções e sentimentos.
Os sentimentos são os nossos professores, enquanto as emoções são as nossas crianças.
Emoções são energias que têm uma manifestação clara no corpo físico.
Emoções são reacções a coisas que nós não compreendemos realmente.
Pensemos no que acontece quando somos tomados por um acesso de raiva.
Existe uma energia vindo ao nosso encontro, que achamos que é injustificada.
O sentimento de sermos tratados injustamente – em resumo, o não-entendimento – é expressado através da emoção.
A emoção é a expressão do não-entendimento, é uma explosão energética e uma libertação.
Essencialmente, as emoções são explosões de mal entendimento que podemos perceber claramente no corpo.
Sentimentos, por outro lado, são de uma natureza diferente e também são percebidos de forma diferente.
Eles são os sussurros da alma, que chegam a nós através de leves cutucadas, de um conhecimento interior, ou uma súbita acção intuitiva que mais tarde vai se revelar muito sábia.
As emoções sempre carregam algo muito intenso e dramático dentro delas.
As emoções dominam-nos completamente e empurram-nos para longe do nosso centro espiritual.
No momento em que estamos altamente emocionais, estamos cheios de um tipo de energia que nos afasta do nosso centro, da nossa clareza interior.
Neste sentido, as emoções são como nuvens encobrindo o sol.
As emoções não deveriam ser reprimidas; elas são muito valiosas como um meio para conhecermos a nós próprios mais intimamente.
O que queremos é declarar qual é a natureza da energia emocional: ela é uma explosão de mal-entendimento.
As emoções essencialmente tiram-nos do nosso centro.
Os sentimentos, por outro lado, levam-nos mais profundamente para dentro de nós mesmos, para o nosso centro.
Os sentimentos são intimamente associados àquilo que chamamos de intuição.
Os sentimentos expressam uma compreensão mais elevada, um tipo de compreensão que transcende tanto as emoções quanto a mente.
Os sentimentos têm origem num reino não-físico, fora do corpo.
É por isso que eles não são tão claramente localizados em um ponto do corpo físico.
Existem vários momentos em que esse conhecimento interior vem para nós.
Por exemplo, podemos “saber” alguma coisa a respeito de alguém sem ter conversado muito com ele ou ela.
Mencionamos uma outra energia que tem uma natureza mais de “sentimento” do que de emoção.

A ALEGRIA

É a alegria.
A alegria pode ser um fenómeno que transcende o emocional.
Algumas vezes, podemos sentir uma alegria interna que nos eleva, sem uma razão especial.
Sentimos a divindade dentro de nós mesmos e a nossa conexão íntima com tudo que existe.
Este sentimento pode vir para nós quando menos esperamos.
É como se fossemos tocados por algo Maior, ou tocássemos uma realidade Maior.
Os sentimentos não são convocados tão facilmente e parecem vir para nós “do nada”.
As emoções quase sempre têm uma causa clara e imediata: um disparador no mundo exterior que “aperta os nossos botões”.
Os sentimentos originam-se nas dimensões do nosso Ser Superior.
Nós precisamos estar quietos internamente, para podermos captar esses sussurros do nosso coração.
As emoções podem perturbar esse silêncio e essa paz interiores.
Portanto, é vital que nos tornemos emocionalmente calmos e curemos e libertemos as emoções reprimidas.
É só através dos nossos sentimentos, que nos conectamos com a nossa alma, que podemos tomar decisões equilibradas.
Estando quietos e em paz, podemos sentir com todo o nosso ser o que é certo para nós, num determinado momento.
Tomar decisões com base na emoção é tomar decisões a partir de uma posição não-centrada.
Precisamos libertar as emoções primeiro e entrar em contacto com o nosso centro interno, onde existe clareza.
Agora vamos à questão de como podemos lidar melhor com as emoções.

LIDAR COM AS EMOÇÕES

Assim, “os sentimentos são nossos professores e as emoções são as nossas crianças”.
Os paralelos entre “ser emocional” e “ser como uma criança” são notáveis.
Nossa “criança interior é a sede das nossas emoções.
Inclusive existe uma semelhança notável entre a forma com que lidamos com as nossas emoções e a forma com que lidamos com as nossas crianças (de verdade).
A criança é sincera e espontânea em suas emoções e não as esconde nem as reprime, até que os adultos a incentivam a fazer isso.
Entretanto, o facto de a criança expressar espontaneamente as suas emoções não significa que ela vivência as suas emoções de uma forma equilibrada.
Todos sabemos que uma criança pode ser levada por suas emoções (raiva, medo ou tristeza) e muitas vezes é incapaz de pôr um fim nelas.
Em tais situações, a criança pode quase se afogar nas suas emoções e isto faz com que ela se desequilibre, ou seja, fique fora do seu centro.
Uma das razões para esta emotividade incontrolada é que a criança acabou de sair de um mundo no qual quase não existem limites – pois nas dimensões etéricas ou astrais, não há restrições ou limitações como as que existem no reino físico, dentro de um corpo físico.
As emoções das crianças geralmente são “reacções de mal entendimento” a esta realidade física.
Portanto, a criança precisa de ajuda e apoio, quando começa a lidar com as suas emoções.
Isto é uma parte do processo de “encarnar equilibradamente” na Terra.
Então, como podemos lidar com as emoções, sejam elas as nossas próprias ou dos nossos filhos?
As emoções não deveriam ser julgadas nem reprimidas.
As emoções são uma parte vital de nós, como seres humanos, e assim elas precisam ser respeitadas e aceites.
Podemos olhar para as nossas emoções como se fossem nossos filhos, que precisam da nossa atenção e respeito, e da nossa orientação.
A melhor forma de se encarar uma emoção é como uma energia que vem a nós para a cura.
Portanto, é importante que não sejamos totalmente arrebatados pela emoção, mas que nos mantenhamos aptos a olhar para ela de uma posição neutra.
É importante que nos mantenhamos conscientes.
Podemos colocar esta questão da seguinte forma: nós não deveríamos reprimir uma emoção, mas também não deveríamos mergulhar nela.
Pois, quando nos afundamos na emoção, quando nos identificamos com ela completamente, a criança em nós torna-se um tirano que nos desviará do caminho.
A coisa mais importante a fazer com uma emoção é permitir que ela aflore, sentir todos os nossos aspectos, mas sem perder a consciência enquanto isso.
Isto é alquimia espiritual.
“Nós podemos escolher a incompreensão ou a compreensão. Nós podemos escolher brigar ou aceitar. Nós podemos escolher.”
Isto também se aplica ao nosso relacionamento com as nossas próprias emoções, com a nossa própria criança interior.
Permitir que as nossas emoções aflorem, defini-las e fazer um esforço para compreendê-las, significa que realmente respeitamos e tratamos com carinho a nossa criança interior.
Fazer a mudança do “externo” para o “interno”, responsabilizando-nos pela emoção, ajudamos a criar uma criança interior que não quer machucar ninguém e que não quer sentir-se vitimada.
Emoções fortes – seja raiva, tristeza ou medo – sempre têm o componente da impotência, isto é, o sentimento de que somos vítimas de algo que está fora de nós.
O que acontece quando não nos focalizamos nas circunstâncias externas e sim na nossa própria reacção e na nossa dor, é que “demitimos” o mundo externo do papel de causador das nossas emoções.
Nós já não nos importamos tanto com o que deu origem à emoção.
Volta-mo-nos completamente para dentro e dizemos a nós mesmos: “Está bem, esta foi a minha reacção e eu entendo o porquê. Eu entendo porque eu me sinto desta maneira, e eu vou apoiar a mim mesmo nisto.”
Voltarmos-mos para as nossas emoções de uma forma tão amorosa é libertador.
Isso requer uma certa auto-disciplina.
Libertar a realidade externa do papel de “fonte do mal” e assumir totalmente a responsabilidade significa que reconhecemos que “escolhemos reagir de uma determinada maneira”.
Paramos de discutir sobre quem está certo e quem está errado, quem é culpado pelo o quê, e simplesmente libertamos toda a cadeia de situações que ocorreram fora do nosso controlo.
“Agora eu vivencio esta emoção totalmente consciente de que eu escolho fazer isto.”
Isto é assumir a responsabilidade. Isto é coragem!
A auto-disciplina, neste caso, é desistir de ser o correcto e de ser a vítima indefesa.
Responsabilizar-se é um acto de humildade.
Significa sermos honestos connosco mesmos, inclusive nos nossos momentos de maior fraqueza.
Ao mesmo tempo, esta espécie de volta para dentro requer a mais alta compaixão.
A emoção que estamos sinceramente preparados para encarar como nossa própria criação, também é vista com amável compreensão.
Este é o verdadeiro papel da consciência na auto-cura.
É isto que a alquimia espiritual significa.
A consciência não luta nem rejeita coisa alguma, ela envolve a escuridão com a percepção.
Ela envolve as energias da incompreensão com a compreensão e assim transforma metal em ouro.
Consciência e amor são essencialmente a mesma coisa.
Ser consciente significa deixar que algo exista e rodeá-lo com amor e compaixão.
Nós nunca somos dominados por uma emoção, quando conscientemente escolhemos admiti-la.
Enquanto mantemos a emoção à distância, nós estamos em guerra contra ela; estamos lutando contra a emoção e ela se voltará contra nós de inúmeras formas.
Nós não conseguiremos deixá-la do lado de fora, no fim.
Ela se manifestará no nosso corpo, como uma dor ou tensão, ou como sentimentos de depressão.
Sentir-se abatido ou aborrecido frequentemente é um sinal claro de que se está reprimindo certas emoções.
A questão é que precisamos permitir que as emoções penetrem completamente na nossa consciência.
Se não sabemos exactamente que emoções estão lá, podemos muito bem começar a sentir as tensões no nosso corpo.
Isto é uma porta para as emoções.
No nosso corpo, tudo é armazenado.
Existem várias maneiras de contactar as emoções que estão dentro de nós.
É vital compreender que a energia que ficou presa na emoção quer-se movimentar.
Esta energia quer ser libertada e, assim, ela bate à nossa porta sob a forma de um problema físico ou uma sensação de stress ou depressão.
Para nós, é uma questão de realmente nos abrirmos e estarmos preparados para sentir a emoção.
As emoções são parte da nossa realidade terrena, mas elas não deveriam dominar-nos.
Por isso é importante estar atento às nossas emoções e lidar com elas conscientemente.
Com um corpo emocional limpo e equilibrado, é muito mais fácil contactar a nossa alma, ou o nosso âmago, através da nossa intuição.

AS CRIANÇAS

O que é importante na educação de uma criança é que ela aprenda a entender as suas emoções; entender de onde elas vêm e assumir a responsabilidade por elas.
Com a nossa ajuda, a criança pode aprender a ver as suas emoções como “explosões de incompreensão”.
Este entendimento evita que a criança “se afogue” nas suas emoções e perca o controlo.
O entendimento liberta e a traz de volta ao seu próprio centro, sem reprimir as emoções.
Os pais ensinam seus filhos a lidar com as emoções deste modo, ao serem o exemplo vivo disso.
Todas as perguntas que temos a respeito de como lidar com os nossos filhos também se aplicam a nós mesmos.
É muito importante responsabilizarmos-mos por nossas emoções e não fazermos delas “verdades absolutas”.
O que acontece com crianças a quem é dada muita liberdade emocional?
Elas “têm acessos de fúria” e ficam incontroláveis; elas tornam-se pequenos tiranos, e isto não está certo.
O caos emocional é tão desagradável para a criança como é para os pais.
Em resumo, nós podemos ser, ou muito rigorosos ou muito brandos, ao lidarmos com as nossas emoções (e analogamente, com os nossos filhos).
E quanto a justificar as emoções de tal modo, que elas tomem as rédeas e governem a nossa vida?
Nós podemos observar, dentro de nós mesmos, se existem emoções que alimentamos de tal forma, que realmente as percebemos como verdades (no lugar de percebe-las como o que elas realmente são: explosões de incompreensão).
Nós nos identificamos com estas emoções.
O paradoxo é que, muito frequentemente, essas são emoções que nos causam muito sofrimento.
Por exemplo: o estado de vítima – a “sensação de vítima” – pode haver vantagens neste padrão de sentimento – ele pode dar-nos uma sensação de segurança – ele liberta-nos de certas obrigações e responsabilidades!
Nós estamos sentados num canto escuro, mas nos parece um canto seguro.
O perigo de nos identificarmos ou “fundirmos-mos” com esse tipo de padrão de sentimento por muito tempo, é que perdemos contacto com a nossa própria liberdade verdadeira, com o nosso centro íntimo e divino.
Algumas coisas podem ter entrado na nossa vida, que provocaram, justificadamente, emoções de raiva e ressentimento em nós.
Isto pode ter acontecido na nossa juventude, mais tarde, ou até em vidas passadas.
É muito importante que contactemos essas emoções conscientemente, e percebamos a raiva, a tristeza e qualquer outra energia intensamente carregada, dentro de nós.
Mas, num certo momento, precisamos responsabilizamos-mos pelas nossas emoções, pois elas constituem as nossas reacções a um acontecimento externo.
Estar centrado, ser claro e poderoso e espiritualmente equilibrado, significa que assumimos a responsabilidade por todas as emoções que estão em nós.
Nós podemos, então, reconhecer a emoção da raiva (por exemplo) dentro de nós mesmos e, ao mesmo tempo, dizer: “Esta foi a minha reacção a certos acontecimentos. Eu envolvo esta reacção com compreensão, mas, ao mesmo tempo, eu tenho a intenção de libertá-la.”
Em última análise, a vida não é uma questão de estar certo; é uma questão de ser livre e inteiro.
É muito libertador libertar as velhas reacções emocionais que acabaram tornando-se um “estilo de vida”.
Pode-se dizer que tudo se trata de um caminho intermediário subtil entre suprimir as emoções e afogar-se nelas.
Dos dois lados, nós fomos criados com opiniões e ideais que não estão de acordo com a natureza da alquimia espiritual.
A essência do crescimento espiritual é que nós não suprimimos nada, mas, ao mesmo tempo, assumimos total responsabilidade por isso.
Reivindicar a nossa maestria – na verdade, é disto que se trata esta mensagem.
Trata-se da maestria espiritual.
Ao aceitarmos tudo que existe dentro de nós, elevamos-mos acima disso e tornamos-mos o nosso mestre.
A maestria é tanto forte, quanto gentil.
Ela é muito tolerante, mas também exige muita disciplina: a disciplina da coragem e da honestidade.
Reivindiquemos a nossa maestria, tornemos-mos mestres de todas as porções de emoção que nos torturam, muitas vezes pelas nossas costas.
Entremos em contacto com elas, assumamos a responsabilidade.
Não nos deixemos levar por feridas emocionais inconscientes, que nos desviam e bloqueiam o nosso caminho para a liberdade interior.
É a nossa consciência que cura.
Ninguém mais pode restaurar o poder sobre as nossas próprias emoções, além de nós mesmos.
Não existem ferramentas ou meios externos para tirar essas emoções de nós.
É quando nos tornamos conscientes delas, com força, determinação e compaixão, que elas são libertadas para a Luz.
Tornar-se inteiro e livre, no nível emocional, é um dos aspectos mais importantes do crescimento espiritual.
Não tornemos isto mais difícil do que é.
O caminho espiritual é um caminho simples.
Tem a ver com o amor por nós próprios e com a claridade interior.
Não requer nenhum conhecimento específico, nem rituais específicos, nem regras, nem métodos.
Todas as coisas que precisamos para o nosso crescimento espiritual estão dentro de nós mesmos.
Em um momento de quietude, vamos para a nossa parte sentimental.
Deixemos que a nossa parte sentimental nos diga o que precisa ser clareado e limpo dentro de nós.
Confiemos na nossa intuição.
Trabalhemos nela.
Acreditai-mos em nós próprios.
Nós somos o mestre da nossa própria vida, o mestre do nosso caminho único para o amor e a liberdade.

Gratidão,
Luís Barros