5 de maio de 2020

NO CAMINHO DE NOS TORNARMOS NUM CURADOR

Nós somos anjos de luz, só que nos esquecemos de quem realmente somos.
Todos nós passamos por muitas provações na nossa jornada na Terra, através das nossas muitas vidas terrenas.
Agora chegamos num ponto da história da nossa alma, onde está havendo um encerramento, a conclusão de um determinado estágio da nossa história.
Todos estamos num ponto do nosso desenvolvimento em que estamos tendo um contacto mais forte com o Ser Interior que nós realmente somos, com o nosso Eu Superior, que é independente de tempo e espaço.
Nós estamos no processo de permitir que o nosso Eu Interior ou Superior se integre com o nosso ser terreno, com a nossa vida actual.
Nós todos ainda estamos um pouco constrangidos em contactar o nosso Ser Superior, porque nos esquecemos que nós próprios somos essa grande fonte de luz.
Esquecemos-mos que todo o conhecimento e amor que estamos procurando está presente no nosso próprio campo de energia, na nossa própria aura.
Apesar disso, todos nós começamos a entrar em contacto com essa fonte profunda de luz dentro de nós.
Portanto, agora é apropriado, no nosso caminho de vida, que demos assistência a outros – profissionalmente ou não – em nossa jornada interior.
Mesmo que a nossa própria jornada interior ainda não tenha terminado, nós somos capazes, a partir de um certo ponto, de compartilhar as nossas energias de percepção e sabedoria com outros.
Todos nós nos sentimos chamados a fazer isto.
É sobre a cura que falamos.

O QUE É A CURA?

Qual é a essência da cura?
O que acontece quando alguém fica “bem”, seja no nível psicológico, emocional ou físico?
O que acontece é que essa pessoa se torna capaz de fazer uma conexão, num nível mais profundo, com a sua própria luz interior, com aquele ser que ela realmente é.
Essa conexão tem um efeito curador em todas as camadas do ser, tanto no nível psicológico, quanto nos corpos físico e emocional.
O que toda pessoa procura em um curador ou terapeuta, é um espaço energético no qual ela própria seja capaz de contactar sua luz interior.
O curador ou terapeuta pode oferecer esse espaço, porque ele mesmo já fez essa conexão dentro de si.
O curador tem uma frequência à sua disposição, uma frequência energética no seu interior, que contém a solução para o problema do buscador da cura.
Ser um curador ou terapeuta significa: carregar a frequência energética da solução no seu campo energético e oferecê-la para outra pessoa.
É isto que é, nada mais.
Basicamente, é um processo que pode acontecer sem palavras ou acções.
A própria energia que temos, como curador ou terapeuta, é que possui um efeito curador.
É a nossa energia “iluminada”, que oferecemos como um espaço no qual uma outra pessoa pode entrar em contacto com a luz interior dela, com o nosso próprio âmago.
É o contacto interno que faz com que a cura aconteça.
Toda cura é, na verdade, uma auto-cura.
Curar ou ajudar, em essência, não tem nada a ver com habilidades específicas ou conhecimentos específicos que podem ser aprendidos em livros ou cursos.
O poder curativo não pode ser adquirido através de alguma coisa externa.
Ele tem a ver com a “frequência da solução”, que está presente no nosso campo de energia, como resultado do nosso próprio crescimento interior e clareza de consciência.
Geralmente, isto ainda não está completo em todos os aspectos, porque nós ainda estamos envolvidos num processo pessoal de crescimento de consciência.
Mas existem partes do nosso campo energético que se tornaram tão claras e puras, que elas podem ter um efeito curativo nos outros.
É essencial compreender que não é preciso trabalhar para alcançar esses efeitos.
É o paciente que decide assimilar ou não a frequência, permitir ou não que ela entre. A escolha é dele.
Nós oferecemos-la pelo que somos, “estando ali” para o outro.
Não é por causa das habilidades ou conhecimentos que adquirimos de alguém, que curamos, mas puramente pelo que somos, pelo caminho interior que percorremos.
Principalmente na área dos problemas pelos quais nós mesmos passamos, tendo sentido no âmago do nosso ser as emoções que nos acompanharam, é que podemos ajudar melhor o outro.
Por isso, auto-curar, assumir a responsabilidade pelas nossas próprias feridas internas e envolvê-las na luz da nossa consciência, é tão importante para os Trabalhadores da Luz.
A capacidade de auto-curar é que faz de nós um curador ou Trabalhador da Luz.
A frequência da solução dentro do nosso campo de energia é que possibilita que outros encontrem o caminho para a sua própria (auto) cura.
Quando estamos ajudando pessoas ao nosso redor, geralmente “lemos” a energia deles e lhes damos informação, ou tratamos-los energeticamente.
Mas a pessoa que estamos tratando, também está ocupada em “ler” a nós.
Da mesma forma que estamos sentindo a energia dela, ela também – consciente ou inconscientemente – está absorvendo a nossa energia.
Ele sente se o que falamos e fazemos vem ou não vem do nosso ser, da nossa frequência energética.
Ela sente-nos.
Todos nós estamos no processo que nos levará a tornamos-nos conscientes do Cristo em nós.
A energia Crística é o nosso destino e a nossa meta, e nós estamos cada vez mais próximos desse destino.
É o Cristo em nós que trata e cura, como uma consequência natural do que ele é.
É tempo de reivindicarmos a nossa maestria.
É tempo de dar ao Cristo em nós, a chance de se manifestar na nossa realidade terrena quotidiana.
Para realmente nos tornarmos um com a consciência Crística e alcançarmos a nossa maestria como um curador, precisamos nos desapegar de algumas coisas.
Estas coisas representam as armadilhas no caminho para nos tornarmos um curador.
É sobre isto que falamos.

A MENTE

Nós somos muito versados em analisar, em raciocinar por meio do pensamento lógico.
Entretanto, a parte mental, pensante, de nós é verdadeiramente uma parte do mundo da dualidade.
Com “mundo da dualidade” queremos dizer uma realidade de consciência onde os fatos são divididos em bom ou mau, claro ou escuro, masculino ou feminino, amigo ou adversário, etc.
Em outras palavras, uma realidade de consciência onde a unidade subjacente a todos os fenómenos não é reconhecida, mas onde o julgamento e a diferença são vistos como verdadeiros e objectivos.
A energia Crística é realmente uma energia que está acima ou abaixo da dualidade.
Ela é que forma a unidade por baixo de todas as polaridades.
Mas a mente não reconhece esta corrente de unidade.
A mente gostaria de partir essa corrente, dividi-la em partes, classificá-las e colocá-las em diferentes compartimentos.
A mente gosta de projectar estruturas, teorias que podem ser colocadas sobre a realidade, sobre a experiência directa.
Ao trabalharmos com os outros – seja profissionalmente ou em nossa vida pessoal – tentemos e desapeguemos-nos de todos os nossos pensamentos e raciocínios, de todas as nossas considerações racionais sobre qual é o problema do outro, e ouçamos puramente a energia do outro.
Tentemos sentir, com nosso coração e intuição, onde o outro está, dentro do mundo interno dele.
Geralmente, temos todo tipo de ideia a respeito do que a outra pessoa deveria ou não deveria fazer para conseguir superar seus bloqueios internos.
E essas ideias muitas vezes são mais ou menos verdadeiras.
Mas a questão é que nem sempre elas estão sintonizadas com a energia do outro no agora, neste momento do tempo.
Pode ser que o outro precise de uma abordagem ou energia completamente diferente daquela à que podemos chegar com a nossa mente racional.
Devemos compreender e sentir a outra pessoa puramente a partir daquele lugar quieto e intuitivo dentro de nós mesmos, onde transcendemos a dualidade e voltamos para casa, para a energia Crística.
Deixemos que o outro nos inspire, quando lhe oferecemos ajuda.
Assim a solução geralmente é muito simples.
Vejamos, por exemplo, os pais que querem ajudar seus filhos nos problemas que estes encontram em seu caminho.
Geralmente, devido à experiência, os pais têm uma visão melhor de certas coisas do que os seus filhos, e eles podem ver as consequências de determinadas acções, antes dos seus filhos.
A partir desse conhecimento, os pais gostariam de salvar seus filhos de situações negativas, ou preveni-los e estimula-los a rever as suas escolhas.
Isto pode parecer uma boa maneira de ajudar, do ponto de vista da mente.
Mas se um pai se sintonizasse com a criança, a partir do seu lado intuitivo, quieto, e simplesmente ouvisse o que a criança pede dele, geralmente encontraria algo totalmente diferente.
Porque, o que a criança mais frequentemente precisa, no fundo do seu ser, é da confiança sincera dos seus pais.
“Confie em mim. Deixe-me ser quem eu sou. Deixe-me cometer erros, deixe-me tropeçar, deixe-me ser quem eu sou, e mantenha a sua fé em mim.”
A nossa confiança sincera em nosso filho pode encorajar-nos a ir para dentro de nós mesmos e consultar a nossa própria intuição.
Isto pode ajudar-nos a tomar uma decisão que seja realmente boa para ele e que também seja compreensível para nós, do nosso ponto de vista.
Entretanto, se tentarmos fazer com que o nosso filho faça alguma coisa de acordo com a estrutura da nossa mente, ele vai perceber em nós um sentimento de falta de confiança, e isto provocará uma reacção de resistência e poderá inclusive levá-lo a uma escolha que não gostemos.
A criança “lê-nos”, quando lhe oferecemos assistência.
É da natureza das crianças entender através das palavras e sentir os nossos medos por trás delas.
Desapegarmos-mos. Esta é a questão.
Desapegarmos-mos das nossas ideias, dos nossos pensamentos sobre o que é certo para o outro.
Ir até o agora e perguntar: “O que você precisa de mim?”.
Este é o poder; este é o poder curador que oferecemos à outra pessoa.
E geralmente o que acontece é que o outro está pedindo: “Tenha paciência comigo. Confie em mim, continue envolvendo-me com a sua fé, mesmo se eu erre tantas vezes.”
Em qualquer situação difícil, tentemos e encontremos, com nosso sentimento e intuição, o nível de energia no qual tudo se torna muito claro e simples.
Nós não precisamos pensar, só escutar.
Esse é o lugar da energia Crística.

O CORAÇÃO

O coração é um ponto de encontro de muitas energias.
Ele faz a ponte entre o céu e a Terra.
Ele pode construir uma ponte entre diferentes pontos de vista.
O coração “colecciona” energias de origens diferentes e é capaz de reconhecer a unidade subjacente a elas.
Ele é capaz de transcender a dualidade, com o auxílio das energias de amor e compaixão.
O coração é a sede da simpatia e compaixão por tudo que é vivo e animado. Portanto, é também o nosso centro de empatia.
O coração desempenha um papel importante no acompanhamento e orientação dos outros. 
Com o nosso coração, podemos sentir a dor dos outros e ampará-los com amor e compaixão.
No entanto, a nossa compaixão e empatia podem ir muito longe.
Mas não tão longe, que possamos perder uma parte de nós mesmos para o outro.
Pois quando doamos demais de nós mesmos porque nos deixamos levar pelo sofrimento de outra pessoa, a energia “demais” volta-se contra nós.
Essa porção de energia vai para a outra pessoa, mas não contribui para a solução do problema dela, porque ela não provém de um sentido puro de equilíbrio.
Portanto, cuidado quando sentimos um anseio exagerado por doar demais.
Só quando doamos de uma forma equilibrada, nos sentimos livres, cheios de vida e inspiração.
Em seguida, voltamos para a nossa energia com facilidade.
Então, o outro desaparece do nosso campo de energia.
A sua aura se fecha e cada um segue seu próprio caminho. Tudo está bem.
Mas quando uma ligação com a energia da outra pessoa permanece, porque queremos tanto que ela fique boa ou seja feliz, isso tem um efeito destrutivo na nossa energia.
Nesse momento, surge uma ligação energética de dependência.
O nosso bem-estar torna-se dependente do bem-estar de outra pessoa.
Por que isto acontece tão facilmente entre nós?
Por que é tão difícil, para os Trabalhadores da Luz, evitar esta armadilha?
De onde vem essa necessidade dolorosamente forte de curar, de tornar inteiro, e de fazer do mundo um lugar melhor?
Existe uma tristeza nos nossos corações.
Existe, em nós, um profundo sentido de responsabilidade e conexão com a Terra e com tudo que vive sobre ela.
Existe, em nós, um profundo anseio por outra frequência de consciência, mais sintonizada com a divindade natural de tudo que vive e respira sobre a nossa Terra.
Nós ansiamos por uma realidade que responda à canção da nossa alma.
Uma canção que fale de paz, alegria, conexão e inspiração criativa.
Devido a esse profundo anseio e à inquietação que ele causa, nós geralmente queremos ajudar as pessoas mais rápido do que elas podem suportar.
Há impaciência e inquietação em nós.
E isso faz com que tenhamos dificuldade para nos distanciarmos o suficiente da pessoa com quem estamos fortemente envolvidos.
Então, desapegar-nos da dor e dos sofrimentos de outras pessoas e permitir completamente que elas passem por seus próprios processos, pode provocar uma dor interna em nós.
Isto porque isso nos leva de volta à nossa própria solidão e nos dá uma sensação de estarmos perdidos na realidade terrena.
A diferença entre este mundo imperfeito e aquela outra realidade energética com a qual nós sonhamos – tão mais pura e bonita do que esta – fere-nos profundamente.
É por isso que, na área do coração, a armadilha é a impaciência.
Essa impaciência toma a forma de um grande envolvimento com uma boa causa, ou com o cuidado intenso pelo bem-estar dos outros.
Ela toma a forma de muita doação.
A única coisa apropriada para se fazer como um curador ou Trabalhador da Luz, é permitir que a nossa energia esteja disponível para outros; simplesmente ser quem somos é estar em paz connosco mesmos.
A frequência da solução está no nosso campo energético.
Nós só precisamos oferecer isto, indo aos lugares ou fazendo as coisas que nos sentimos inspirados a fazer, e depois deixando os outros serem ou não tocados pela nossa energia. Isto fica por conta deles.
Não há realmente mais nada a fazer... Este é o trabalho de luz que nós viemos fazer.
Quando ousamos vive-lo desta forma, a energia que colocávamos em doar demais e em nos deixarmos levar pelo desejo intenso de melhorar as coisas, pode então ser doada a nós mesmos, para variar!
Nós vivemos tantas vidas na Terra, que foram duras e difíceis; vidas nas quais tentamos incorporar parte da nossa luz interior e fomos castigados por isso; vidas nas quais tivemos que lutar o tempo todo em vez de verdadeiramente ser quem somos e florescer.
Este momento da história nos oferece a oportunidade de sermos quem somos.
Ser quem somos também implica em simplesmente nos divertirmos!
Aproveitemos a vida!
Estejamos prontos para finalmente perceber a beleza desta existência terrena, mesmo que haja tanta coisa errada.
Tentemos e assimilemos centelhas de beleza na nossa aura todos os dias.
Tentemos e vejamos-las no meio de toda feiura, de toda desarmonia.
Tentemos nos divertir, recebamos o que nos é oferecido.
Ousemos receber!
Os Trabalhadores da Luz que também conseguem receber e realmente se divertir, serão mais centrados e poderosos e, portanto, irradiarão a “frequência da solução” com mais fluidez dos nossos campos de energia.
Permitimos-nos receber tão facilmente quanto doar e, desta forma, tanto o fluxo da doação quanto o do recebimento tornar-se-ao mais fortes em nossas vidas.

A VONTADE

A vontade pode ser localizada no plexo solar, um centro de energia perto do estômago.
Este centro governa a habilidade de agir, a manifestação da nossa energia interna no plano físico, terreno.
Quando a vontade está conectada com a nossa intuição – a silenciosa parte de nós que transcende a dualidade – tudo flui sem esforço.
Então, a vontade torna-se uma extensão do Cristo em nós.
Nós podemos reconhecer isto pelo fato de sentirmos alegria nas coisas que fazemos; de sentirmos que o nosso coração se abre com as coisas que fazemos.
Mas muitas vezes não estamos bem sintonizados com esse fluxo.
Existe uma parte de nós – vontade pessoal – que nem sempre quer ouvir a voz do silêncio.
Pela nossa vontade pessoal, nós vamos querer realizar as coisas de um modo diferente, geralmente muito mais depressa que o fluxo natural.
Nós podemos perceber isto quando existe uma inquietação em nós.
Mas ainda há uma parte, dentro de nós, que quer ter poder, no sentido de querer influenciar a realidade.
Nós não confiamos suficientemente no fluxo natural, no ritmo natural da vida.
Geralmente este ritmo é mais vagaroso do que a nossa vontade pessoal poderia esperar.
A razão desta lentidão é que todo processo interno de criação começa no nível da consciência e tem que percorrer um longo caminho até poder se expressar na nossa realidade material densa.
Tudo que nós criamos, a inspiração que nós queremos que se torne fisicamente real, tem que passar por uma série de passos.
Podem visualizar o processo de criação como uma descida através dos chakras até a Terra.
Cada passo desse caminho pede a nós, os criadores, que confiemos e nos sintonizemos com o conhecimento silencioso interno, que está sempre aí e transcende tempo e espaço.
Aproveitemos esse “tempo de espera” para nos divertirmos!
Cerquemos-nos de tudo que gostamos, tudo que precisamos, e até mais.
Ousemos permitirmos-nos a nós mesmos um certo luxo, em todos os aspectos.
Saibamos que todo o trabalho interior que fizermos nesse meio-tempo, elevará a “frequência da solução” no nosso campo de energia.
Isso atrairá, para o nosso caminho, as pessoas que podem ser ajudadas por nós.
Desapego é amor.
Desapego de pensar demais, desapego de nos identificarmos demais emocionalmente, desapego do uso excessivo da vontade.
Como Trabalhadores da Luz, experimentaremos uma profunda satisfação e realização pessoal.
Uma certa consciência da unidade, pela qual ansiamos tanto, começa a florescer dentro de nós.
A nossa consciência começa a perceber que está entrelaçada com a profunda unidade que existe entre todos os seres viventes, entre Tudo Que Existe.
Esta ligação consciente com o “tecido” do Espírito irá fazer-nos felizes, no único verdadeiro sentido dessa palavra.
Nós transcenderemos a dualidade e entraremos num reino diferente de consciência, que é baseado na unidade e no amor. 
O nosso sonho mais profundo, a nossa satisfação mais profunda, é fazer da consciência da unidade uma realidade viva na Terra, trazer esta realidade para o plano material.
Esta é uma bela inspiração, portanto, devido a esta nossa meta brilhante, estejamos conscientes, da nossa energia.

Gratidão,
Luís Barros