9 de maio de 2020

SEXUALIDADE E ESPIRITUALIDADE

Saibamos que quando Jeshua nos vê, não nos vê tanto como os corpos físicos que nós vemos no espelho. É o nosso interior que Ele sente e vê: os movimentos internos dos nossos pensamentos, sentimentos e emoções.
Ele está sempre presente para nos amparar na nossa jornada.

SEXUALIDADE

Falamos agora sobre a sexualidade e como ela é vivenciada por homens e mulheres.
A sexualidade tem sido carregada com muitos julgamentos, medos e emoções.
Praticamente não existe mais nenhum aspecto dela que seja espontâneo e auto-evidente.
Isto é o mesmo que dizer que o aspecto inocente da sexualidade se perdeu.
Nós ficamos cheios de medo e tensão, quando se trata de nos expressarmos sexualmente.
Falamos um pouco sobre o que a sexualidade significa do ponto de vista espiritual.
A sexualidade é a dança conjunta das energias masculina e feminina.
Originalmente, a sexualidade é mais do que um acto físico.
Ela devia ser uma dança na qual todos os níveis ou aspectos do casal participassem.
Vamos distinguir quatro níveis ou aspectos que poderiam tomar parte nessa dança de energias.

ASPECTOS DA EXPERIÊNCIA SEXUAL

Primeiro, há o nível físico, o aspecto do corpo físico.
O corpo é inocente.
Ele conhece sensualidade e desejo.
Não há nada de errado nisso.
Isso pode ser uma fonte de divertimento, alegria e prazer.
Mas o corpo, por si só, não pode escolher de que forma ele vai expressar a sua energia sexual.
Somos nós – o ser humano – que está a cargo disso, e o corpo precisa do nosso comando.
Quando queremos experimentar a sexualidade da forma mais amorosa, o ponto de comando reside no coração.
Quando deixamos que o nosso coração se encarregue da nossa energia sexual, ele encontra a sua expressão mais prazerosa.
A outra alternativa é deixar os nossos pensamentos (julgamentos) ou as nossas emoções governarem o fluxo sexual, e veremos que isto causará vários bloqueios na nossa energia.
O segundo aspecto da dança sexual que distinguimos é o nível emocional.
A união sexual é um acto profundamente emocional.
Se ignorarmos este aspecto, não estaremos completamente presentes no acto e nos fechamos para o verdadeiro significado da sexualidade.
Citamos as poderosas emoções de medo, raiva e tristeza – e vejam como elas podem tirar-nos do nosso centro.
Quando qualquer uma destas emoções poderosas está em acção num relacionamento entre duas pessoas e não é reconhecida e definida conscientemente, ela virá à tona quando estas pessoas estiverem intimamente unidas.
Essas emoções podem causar reacções psicológicas de resistência ou fechamento, quando elas estiverem em intimidade física, ou o corpo delas pode ficar incapacitado de sentir prazer ou excitação.
Sempre que existem esses bloqueios psicológicos ou físicos, é importante lidar com eles no nível em que eles se originaram: o nível emocional.
Quando tentamos eliminar os sintomas físicos sem olharmos para a dinâmica emocional por trás deles, estamos desrespeitando a nós próprios e ao nosso corpo.
Quando o corpo resiste à intimidade, ele envia-nos uma mensagem, pura e clara, de que existe um bloqueio emocional.
O que quer que seja, isso precisa ser definido e cuidado de uma forma gentil e amorosa, antes que a energia sexual possa fluir livremente.
Depois do nível emocional, vem o nível do coração, que é a sede do sentimento.
Os sentimentos pertencem ao domínio da intuição e conhecimento interior.
O nosso lado sentimental fala connosco através de sussurros silenciosos, repletos de sabedoria e compaixão.
As emoções são de natureza mais dramática e nós as chamamos de “reacções de mal-entendimento”, porque isso é o que elas são em essência: explosões de não entender o que está acontecendo connosco.
Quando o coração se abre entre os parceiros sexuais, existe confiança, amor e segurança entre eles.
Quando o coração está presente num encontro sexual, ambos permitem que a intuição observe o que está acontecendo entre eles quando eles estão em intimidade física.
Os parceiros não escondem suas emoções, eles falam abertamente sobre elas.
Antigas dores podem vir à tona e são aceites como tal.
Cada um é aceite como é e esse tipo de aceitação é o maior poder curativo que existe.
Quando conectamos a energia do nosso coração com a nossa energia sexual, pode haver uma grande cura numa área que está muito necessitada disso.
Entretanto, o coração também pode subtilmente impedir-nos de experimentar a sexualidade numa forma alegre e amorosa.
O coração pode ter-se fechado para o prazer da sexualidade por diferentes razões.
Primeiro, pode haver um desejo no coração de se elevar acima da realidade física da Terra. 
Segundo, pode haver dogmas religiosos em acção para impedir o coração de se abrir para o que a sexualidade realmente é.
Falamos dessas duas questões agora.
O coração pode ter uma forte inclinação a se elevar acima do plano denso da realidade material.
É uma espécie de saudade.
Pode haver um desejo de unidade ali, que absolutamente não está voltado à união sexual, mas traz consigo uma subtil rejeição ao reino terrestre (e à sexualidade também).
Muitos de nós conhecemos o desejo de transcender a realidade.
Muitos de nós nos lembramos da energia de amor e harmonia que experienciamos nos reinos não-materiais, antes de encarnarmos na Terra.
Nosso coração chora pela tranquilidade e suavidade dessa vibração.
Nós tentamos beber dessa energia, quando meditamos.
Geralmente os chakras superiores (do coração, da garganta, terceiro olho e chakra da coroa) são activados dessa maneira.
Eles se abrem, enquanto os chakras inferiores (plexo solar, umbigo e cóccix), que são mais vitais para o nosso eu terreno, são mais ou menos abandonados.
Isso também acontece, de uma forma menos natural, quando se tomam drogas.
Quando uma pessoa toma uma substância para expandir a mente, seus chakras superiores são escancarados artificialmente e ela pode experimentar um êxtase e bem-aventurança temporários, que a faz esquecer-se dos aspectos densos e pesados da realidade terrena.
Embora o desejo e a ânsia de transcender seja compreensível, é importante fazer as pazes com a realidade terrena.
Do contrário criamos uma separação artificial entre as partes superior e inferior do nosso campo energético.
Se damos maior preferência a estarmos com a nossa consciência na parte superior da nossa aura, e fazemos crescer uma resistência subtil ou aberta à realidade do corpo, às emoções e à sexualidade – isso cria um desequilíbrio no nosso campo energético.
Quando estivermos com essa saudade, tentemos perceber a razão e o propósito de estarmos na Terra neste momento.
Nosso motivo para estarmos aqui não é transcender a Terra, mas trazer o Lar aqui para baixo, para a Terra.
Esta é uma jornada sagrada.
A segunda razão para o coração se intimidar diante da sexualidade são os dogmas religiosos, geralmente de vidas passadas.
Nós podemos ter tido vidas nas quais fizemos votos de castidade ou nas quais nos ensinaram a sentir vergonha ou culpa a respeito dos prazeres do corpo e da sexualidade.
Estas energias ainda podem estar presentes no nosso coração.
Por causa disso, podemos ter julgamentos negativos ou uma subtil resistência à intimidade física.
Estes julgamentos e sentimentos não se fundamentam na verdade.
Mais uma vez, dizemos que o corpo em si é inocente.
Prazer, desejo e simplesmente todos os processos físicos que nos fazem ansiar pela união sexual, são processos naturais e saudáveis.
Os desequilíbrios que ocorrem na área da sexualidade são quase sempre devidos a níveis não-físicos, dos quais acabamos de descrever dois.
Também no nível da mente, pode haver crenças morais ou espirituais que nos impedem de aproveitar a sexualidade.
A maioria dessas crenças é de natureza religiosa.
No nível espiritual, podemos sentir que o corpo físico é uma espécie de prisão.
Essa realidade não-física dos “reinos mais elevados” é tão valorizada, que a realidade é menosprezada.
Isto acontece frequentemente entre os Trabalhadores da Luz.
Frequentemente há uma resistência ao prazer e alegria que a sexualidade pode oferecer.
Isto vem, em parte, das crenças religiosas e morais, e em parte da simples inexperiência neste aspecto da vida.
Muitos Trabalhadores da Luz passaram muitas vidas como padres, freiras, ou em papéis similares, afastados da comunidade, sem um parceiro(a) nem uma família.
Concentraram-se tanto na espiritualidade, que a área da sexualidade foi negligenciada.
Assim, no nível mental ou espiritual, pode inclusive haver uma falta de hábito que nos impede de explorar a energia sexual.
Geralmente as pessoas religiosas têm uma falta de respeito pelo corpo na sua expressão natural.
Isto é verdadeiramente lamentável, pois, como Jeshua refere, a expressão na matéria é vista como o caminho mais sagrado que a alma pode tomar.
Semear e ceifar as sementes da nossa dignidade tão longe de casa, na realidade da forma, é uma incumbência sagrada.
É um acto divino, criativo, da mais alta ordem.
Do outro lado do véu, existe o mais profundo respeito pelo que nós fazemos nesses momentos.
A dança com a matéria é sagrada.
A sexualidade, no seu verdadeiro sentido, é a dança na matéria que, ao mesmo tempo, se eleva sobre a matéria.
Em uma manifestação sexual equilibrada, transcendemos a realidade material, sem ignorar ou reprimi-la, sem abandonar os três chakras inferiores e buscando o êxtase através dos nossos chakras superiores.
A sexualidade completa integra todos os níveis do nosso ser.
A sexualidade faz o papel de ponte sobre o abismo entre a matéria e o espírito.
Quando duas pessoas estão em intimidade física de uma forma amorosa, todas as células dos seus corpos vibram um pouco mais rápido… elas começam a dançar um pouco.
Abre-se um portal para uma realidade energética de uma vibração ligeiramente mais alta e para um sentimento mais suave.
Depois de uma relação sexual em que participa a totalidade do nosso ser e a do nosso parceiro(a) – corpo, mente e alma – sentimos-mos em paz e felizes ao mesmo tempo.
Há um êxtase silencioso.
As células dos nossos corpos experimentaram a energia do amor e, nesse momento, trouxeram a realidade do Amor para mais perto de nós.
Quando as energias de todos os quatro níveis fluem juntas durante uma relação sexual, esta é um acto de criação divina.
É simplesmente natural que crianças nasçam de um acto desses.
Quando a dança do masculino e feminino é realizada desse modo tão prazeroso, ela só pode gerar coisas boas e agradáveis.
Quando uma criança é concebida deste modo, ela entra no reino terreno através de um escorregador de amor e luz.
Esta é a acolhida mais amorosa que uma alma pode ter na Terra.
Pelo fato da energia sexual ser tão preciosa, por favor, lidemos respeitosamente com a nossa sexualidade.
Quando houver problemas, medos ou tensões ao redor dela, não julguemos a sexualidade em si mesma, nem desistamos dela, pois ela é uma parte natural de nós, e uma parte sagrada.

PROBLEMAS SEXUAIS E A BATALHA DOS SEXOS

Falamos sobre os problemas específicos que as mulheres e os homens vivenciam hoje em dia, na expressão pessoal da sua sexualidade.
Muitas coisas têm acontecido nessa área.
Em essência, a sexualidade carrega um grande potencial de luz, mas por causa disso, também existe a potencialidade de um grande abuso.
Falamos sobre a luta de poder entre homens e mulheres.
Essa história é antiga e, na verdade, começou na época em que os impérios extraterrestres, galácticos, começaram a interferir na vida da Terra.
Antes disso, a Terra era uma espécie de paraíso, o Jardim do Éden, onde prevaleciam a beleza e a inocência.
Nós estamos na fase final de uma luta de poder, que é muito mais antiga do que os 5000 anos dos nossos registros históricos.
Na última etapa dessa história, os homens desempenharam claramente o papel de agressores e opressores.
Mas nem sempre foi assim.
Houve um tempo em que a mulher era muito mais poderosa, tanto na vida pública, quanto na vida privada.
Ela também oprimiu a energia masculina de forma cruel e sádica.
Sabem que a mulher não é naturalmente o sexo oprimido ou subjugado, e nem o sexo mais amoroso?!
Houve épocas, anteriores às dos nossos registros históricos, nas quais as sociedades matriarcais eram vistas como um padrão.
Nessas épocas, as mulheres também usaram sua energia de uma forma destrutiva, desrespeitando a força vital e a criatividade de todo ser humano.
Houve um tempo em que a mulher tinha poder sobre o homem.
As mulheres controlavam e manipulavam os homens, usando os poderes da emoção e intuição, com os quais elas têm uma afinidade natural.
Elas também usavam suas habilidades psíquicas para controlar os homens.
Havia, por exemplo, sacrifícios e rituais, onde homens eram torturados e mortos.
A opressão da mulher pelo homem foi evidente durante todo o período coberto pelos nossos registros históricos.
Mas o rancor e o ódio que os homens apresentaram (e ainda podem apresentar) contra as mulheres não veio do nada.
Além das tradições e hábitos culturais que os influenciam, há também profundas feridas emocionais na alma masculina colectiva, que vêm de uma era muito mais antiga.
O ódio e o ressentimento surgiram na alma colectiva masculina por causa desta antiga história.
Isso manifestou-se na opressão da energia feminina na área da política, mas também na área da religião, particularmente através da Igreja.
A ideia de que a sexualidade é pecaminosa ou, no máximo, um mal necessário, é uma linha de pensamento masculina que foi influenciada pelo ódio e ressentimento, que resultaram da repressão masculina em uma outra era.
Nessa época, a sexualidade masculina era considerada um instrumento de procriação, sem respeitar a parte sentimental do homem, nem os laços entre um pai e seus filhos.
Frequentemente os filhos eram criados pela mãe, separados do pai, e praticamente nenhuma atenção era dada ao que o pai pensava ou queria.
Os valores importantes eram transmitidos pela figura da mãe, e a inferioridade dos homens era um desses valores.
O homem era mais um “burro de carga” do que um parceiro em igualdade de condições.
Além da Igreja ser um baluarte da energia masculina frustrada, o mundo da ciência também apresenta hostilidade em relação à energia feminina.
Embora o ímpeto por trás da ciência moderna tenha sido esclarecedor e inovador, ela ficou emperrada em um tipo mesquinho de pensamento racional, que não permite a participação da energia feminina.
O pensamento científico é analítico e lógico, mas não se abre suficientemente para a imaginação e para as fontes extra-sensoriais (intuitivas) de observação.
No entanto, a aversão que muitos cientistas sentem pelo “paranormal” e por tudo que não pode ser explicado racionalmente, em parte se deve a uma lembrança que a alma tem da dor e da humilhação, e que vem de um tempo em que as mulheres abusaram dos poderes psíquicos, utilizando-os contra eles como um instrumento de manipulação.
Nos dias de hoje e nesta era, os homens e as mulheres estão sendo convidados a unirem suas forças outra vez e a reencontrarem a alegria e a dignidade da dança original do feminino e masculino.
Essencialmente, a energia feminina guia e inspira, enquanto a energia masculina serve e protege.
A energia feminina é a inspiração por trás de qualquer criação; o aspecto masculino cuida da manifestação na forma e na acção.
Ambas as energias trabalham através de todo ser humano, através de todo indivíduo, seja ele masculino ou feminino.
Não é realmente relevante se somos um homem ou uma mulher; o que conta é o equilíbrio e o relacionamento entre as duas energias dentro de nós.

BLOQUEIOS NA SEXUALIDADE FEMININA

Falaremos sobre os bloqueios de energia na área da sexualidade, que se aplicam especificamente às mulheres e aos homens.
Nas mulheres, a área dos dois primeiros chakras (do cóccix e do umbigo) foram as mais danificadas e feridas, como resultado da opressão e violência sexual de séculos.
Durante um bom milénio, as mulheres estiveram enquadradas dentro de um papel de subserviência em quase todas as áreas da sociedade, e isto ainda acontece em muitos lugares da Terra.
Em relação à sexualidade, essa desigualdade manifestou-se como rapto, estupro, agressão e humilhação em larga escala.
Como resultado disto, muitas mulheres – na verdade, a alma feminina colectiva – sofreram incrivelmente.
Existem profundas feridas emocionais, que precisam de tempo, amor e um extremo cuidado para serem curadas.
Frequentemente, as mulheres sentem a atracção pela união sexual como um desejo do coração, ou como um sentimento espiritual.
Mas, durante a intimidade física, pode ser que elas não consigam expressar livremente a sua sexualidade, devido aos bloqueios de energia no primeiro e segundo chakras.
Pode haver raiva lá de muitas vidas passadas.
Essa raiva bloqueia a mulher e a mantém presa num sentimento de impotência e na sensação de ser uma vítima.
Para libertar a raiva, ela precisa do entendimento.
Ela precisa entender porquê e para quê; precisa ver um quadro mais amplo da situação, pois se puder se imaginar como uma mulher poderosa, que poderia ser impiedosa e cruel com os homens, e sentir internamente que isto também é parte dela, então a raiva poderá se dissolver.
Assim poderá surgir uma compreensão mais abrangente, um conhecimento interior de que ela é parte de uma história cármica maior, na qual desempenhou tanto o papel de agressor como o de vítima.
É quase impossível libertar as suas emoções de dor e impotência e a sua sensação de ser uma vítima, sem olhar também para o seu outro lado, o “lado escuro”.
Ela não precisa necessariamente voltar a vidas passadas para reconhecer essa parte escura dentro de si.
Ela também pode se tornar mais consciente dela, observando a si mesma no seu dia-a-dia.
Quando sentir essa energia (isto é, a vontade de exercer esse poder e ferir os outros), poderá perceber que não tem sido apenas a vítima indefesa das circunstâncias externas.
Existe um laço cármico entre o agressor e a vítima: ambos os papéis reflectem aspectos dela mesma.
Assim que reconhece e aceita o seu lado escuro, pode olhar para as suas feridas internas de uma forma diferente, e pode começar a perdoar.
Quando existe entendimento, a raiva pode se dissolver e a mulher pode entrar em contacto com a camada de emoções por baixo dela; a tristeza, o desgosto, a dor que existe em várias camadas, inclusive no próprio corpo físico.
É muito importante que as mulheres reconheçam o seu lado agressor e trabalhem com ele.
Se existe ódio e ressentimento nelas em relação à sexualidade, entendam que quanto mais ódio e raiva sentem, mais se identificam com o papel de vítima e mais estarão a sabotar a vossa liberdade.
A partir daí, poderão ir para o perdão: perdoarem a vós mesmas e perdoar a outra pessoa.
As coisas acontecem por alguma razão.
Atos de violência e repressão podem parecer sem sentido, mas sempre existe uma história por trás deles.
E sempre que existe violência sexual envolvida, ela deixa marcas profundas em todos os quatro níveis do ser humano.

BLOQUEIOS NA ENERGIA MASCULINA

Quanto à experiência de sexualidade masculina, a maioria dos bloqueios que ocorrem estão no nível do coração ou da cabeça.
Nesses níveis, pode haver um medo de se entregar, um medo da intimidade emocional profunda.
Este medo é muito mais antigo do que podemos nos lembrar.
Ele está relacionado com a época em que as mulheres dominavam os homens.
Isto fez com que o jogo da atracção sexual, que inicialmente era inocente e espontâneo, se tornasse ameaçador.
Os homens aprenderam que era perigoso mostrar suas emoções e abrir seu coração para suas parceiras.
Dentro dos homens, existem medos profundamente assentados, relacionados com a entrega ao seu lado sentimental, e esses medos não se manifestam necessariamente no nível físico.
Os homens podem participar do acto sexual físico, enquanto mantêm seus sentimentos à parte.
Ou seja, o homem pode estar sexualmente presente no nível físico, enquanto a sua natureza sentimental está (parcialmente) ausente.
As suas emoções estão presas devido a esse medo de se abrir e se tornar vulnerável à rejeição mais uma vez.
Sua alma conserva as antigas lembranças de quando ele foi abandonado e ferido emocionalmente.

PACIÊNCIA E AMOR

Geralmente, os bloqueios de energia são um pouco diferentes nos homens e nas mulheres.
Portanto, é muito importante que o casal se comunique abertamente a respeito do que cada um sente e percebe quando estão juntos.
Quando realmente confiamos no nosso parceiro (ou parceira), podemos investigar – sem sentir vergonha – onde a nossa energia sexual fica bloqueada, quando estamos em intimidade.
Podemos fazer isto, simplesmente observando até que ponto nos permitimos sentir e expressar o fluxo de excitação e intimidade, quando ele começar a surgir entre nós.
Percebamos se nos sentimos presos ou bloqueados em alguma parte do nosso corpo ou em algum ponto das nossas emoções e sentimentos.
Parece esquisito, mas nós temos medo da intimidade verdadeira.
Todos nós desejamos intensamente um relacionamento satisfatório.
Mas a verdadeira intimidade assusta-nos.
Quando alguém se aproxima demais é-nos pedido que tiremos as nossas máscaras, e assim surgem vários tipos de inibição, das quais não tínhamos consciência.
Nos momentos em que elas vêm à tona, tentemos não julgar a nós mesmos por causa disso.
Ao contrário – vejamos isso como uma oportunidade de pesquisar essas inibições e bloqueios que existem dentro de nós.
Ninguém está livre deles.
Praticamente todos nós temos bloqueios que nos impedem de experimentar a sexualidade no sentido completo.
É por isso que devemos olhar para o nosso fluxo de energia sexual interno com amorosa consciência – quer estejamos sozinhos ou num relacionamento – e tratemos os bloqueios que encontrarmos, com carinho e respeito.
A força é o pior conselheiro nessas questões.
Paciência e amor são vitais.
Mantenhamos vivo o desejo de uma experiência sexual verdadeira e completa!
O desejo é saudável.
O caminho para uma experiência de sexualidade plena e feliz pode ser longo e tortuoso.
Mas, durante o percurso, faremos crescer amor e compaixão por nós mesmos e pelos outros, e isto é imensamente valioso no nosso mundo humano.
Nós estamos curando uma antiga história de lutas entre o homem e a mulher.
As energias masculina e feminina querem voltar a se unir e participar de uma dança de alegria e criatividade.
Qualquer contribuição que façamos neste sentido, no nível individual, tem uma influência positiva na alma colectiva do homem e da mulher.
O amor de nós por nós mesmos faz com que as energias de paciência e amor se tornem disponíveis para os outros.

Gratidão,
Luís Barros