Jeshua vê-nos seguindo o nosso caminho na Terra,
numa época difícil, uma época em que muitas coisas estão mudando, e vê-nos
crescendo em direcção à nossa própria maestria.
Vê-nos tornando-mos em mestres.
E toda a questão é esta: encontrar a nossa própria
maestria!
Não sigamos nenhum mestre que nos é apresentado
pela tradição ou por livros ou por qualquer coisa que alguém falou para nós.
Encontrar a nossa própria maestria: esta é a
questão.
AS ENERGIAS MASCULINAS E FEMININAS
Falamos sobre as energias masculinas e femininas.
Estas são energias antigas, com as quais muitas
coisas estão acontecendo agora.
Falamos sobre a natureza do masculino e do
feminino.
Estas energias são dois aspectos do Um.
Portanto, elas não são realmente opostas ou duais;
elas são uma; elas são duas faces de uma energia.
A energia masculina é o aspecto que está focalizado
no exterior.
É a parte de Deus ou Espírito que leva a
manifestações externas, que faz o Espírito se materializar e tomar forma.
Portanto, a energia masculina conhece uma força
criativa intensa.
Para a energia masculina, é natural estar
extremamente focalizada e orientada para uma meta.
Desta forma, a energia masculina cria a
individualidade.
A energia masculina permite-nos separarmos-nos do
Um, do Todo, e mantermos-nos sozinhos, e sermos um indivíduo específico.
A energia feminina é a energia do Lar.
É a energia da Fonte Primordial, a Luz fluída, o
Ser puro.
É a energia que ainda não se manifestou, é o
aspecto interno das coisas.
A energia feminina é todo-abrangente e oceânica;
ela não diferencia nem individualiza.
Agora, imaginem a energia feminina começando a
consciencializar-se de um certo movimento em seu interior, uma leve inquietação,
um desejo de... ir para fora, para fora dos seus limites, mover-se para fora de
si mesma para obter experiência.
Há um desejo de algo novo, de aventura!
Então, chega até ela uma energia que responde a
esse desejo.
É a energia masculina, que quer ser útil e ajudá-la
a se manifestar na matéria, na forma.
A energia masculina define e dá forma à energia
feminina e, através da cooperação de ambos, a soma total das energias pode
tomar uma direcção totalmente nova.
Uma nova realidade pode ser criada, onde tudo pode
ser explorado e vivenciado, em formas sempre diferentes de manifestação.
A dança do masculino e feminino gera o espectáculo
flutuante da realidade criada.
Esse é um espectáculo de grande beleza, onde a
energia masculina e a feminina reverenciam uma a outra e celebram sua
cooperação e alegre união.
E assim é como deveria ser.
As energias masculina e feminina devem estar
unidas, elas são dois aspectos do Um e juntas elas celebram a manifestação
alegre que a Criação deveria ser.
Foi dito que, na compreensão final de quem somos, a
única verdade que importa é: EU SOU.
E nesse mantra místico, exactamente esses dois
aspectos se fundem.
No EU está a energia masculina, no SOU, está a
energia feminina.
O EU é constritivo, diferenciador, ele dá o foco,
ele dá a direcção, ele individualiza: EU, não o outro, mas EU.
E então vem o SOU. SOU é oceânico, todo-abrangente,
ele reflecte o oceano do Lar, a energia feminina, a fonte inesgotável que não
conhece limites, nem diferenciação.
O aspecto fluente e unificador é o centro da
energia feminina.
No EU SOU, o masculino e o feminino se juntam e
unem alegremente as suas energias.
Mas na história da humanidade, e até mesmo antes
que a humanidade existisse, surgiu um conflito entre o masculino e o feminino.
O símbolo yin-yang mostra muito bem a verdadeira
situação.
No masculino, há sempre um centro feminino, e no
feminino, um centro masculino, da mesma forma que – nesse símbolo – existe um
ponto branco no preto, e um ponto preto no branco.
Mas, no curso da história, esta unidade mística do
masculino e feminino foi esquecida e essas energias tornaram-se opostas uma à
outra, assim como o preto e o branco.
A unidade subjacente não foi mais reconhecida.
Neste momento, nós estamos na última fase da
história do conflito, no qual a energia masculina fez o papel de algoz durante
muitos séculos.
A energia masculina há tempos vem desempenhando um
papel na qual ela oprime, mutila e destrói a energia feminina.
Nem sempre foi assim.
Houve épocas em que a energia feminina dominou,
manipulando e governando incorrectamente a energia masculina.
Mas essa época terminou.
Num certo momento, o conflito tomou um rumo
diferente, e os papéis de algoz e vítima se inverteram.
Agora, a energia masculina vem assumindo o poder
por muito tempo e tem abusado desse poder de tal forma, que a energia feminina
se enfraqueceu e não percebe mais a integridade do seu Ser.
Sempre que o masculino e o feminino estão em
conflito, a desintegração de ambos é inevitável.
Enquanto o feminino é cada vez mais vitimado e se
perde em auto-negação, o masculino perde-se na violência cruel e no tipo de
agressão que conhecemos de muitas guerras do nosso passado.
O masculino e o feminino dependem um do outro.
Quando eles se combatem, as consequências são
desastrosas.
Mas, os tempos estão mudando.
Desde os séculos XIX e XX, a energia feminina vem
readquirindo sua força e elevando-se acima do papel de vítima.
Esta ressurreição vem das profundezas da energia
feminina.
Ela finalmente alcançou o limite máximo da sua
auto-negação.
Neste ponto, ela olhou para si mesma nos olhos e
afirmou: isto chegou no máximo que podia chegar.
A propósito, é assim que sempre acontece na
dinâmica entre vítima e algoz.
A mudança começa quando a vítima se recusa a
continuar aceitando essa situação.
O algoz poderia muito bem continuar agarrado ao seu
papel por mais tempo, pois ele tem menos motivos para parar.
A revolução começa, quando a vítima se recusa a
aceitar esse papel e finalmente reassume o seu poder.
Em todas as situações de repressão – como por
exemplo a de uma mulher na sua família ou na sociedade – o verdadeiro momento
de mudança acontece quando a mulher, ou a energia feminina em uma pessoa,
decide consigo mesma: eu não vou mais aceitar isto.
É aí que a mudança realmente começa a acontecer.
Medidas externas são inúteis, enquanto este momento
não se apresenta.
A energia feminina ergueu-se e a sua estrela está
despontando.
Na verdade, a questão mais urgente, nesta época, é
a transformação da energia masculina!!
Agora é o momento para uma nova definição da
energia masculina.
Enfatizamos que é somente unindo-se a uma energia
masculina madura e equilibrada, que a energia feminina poderá florescer
novamente.
No século passado (XX), e mesmo antes disso, a
energia feminina recuperou o poder e a força.
Ela começou a desabrochar de um modo novo e mais
equilibrado.
Apesar da desigualdade entre os sexos, que ainda
está presente na nossa sociedade, a ascensão da energia feminina é algo que não
é mais possível deter.
No entanto, a energia feminina não pode adquirir
força e vitalidade plenas, sem a cooperação com a energia masculina.
Isto se refere ao nível colectivo, tanto quanto ao
nível individual.
A energia feminina não pode fazer a sua libertação
final sem o apoio da energia masculina e da conexão com ela.
Isto não se deve a uma fraqueza inerente à energia
feminina, mas à natureza essencial das energias masculina e feminina: ao fato
de que elas estão entrelaçadas e só podem realizar os seus potenciais mais
brilhantes em cooperação.
É por isto que agora é imperativo que a energia
masculina se remodele e se aventure dentro do novo!
Se observarmos o inter-relacionamento entre o
masculino e o feminino em um nível colectivo, veremos que agora a energia
feminina está numa posição de espera. Ela está esperando.
Actualmente, na energia masculina colectiva, está
havendo uma luta entre o velho e o novo.
Na energia masculina colectiva, está despontando
uma nova onda de energia que honra e respeita a energia feminina.
Esta nova onda de energia masculina quer se unir à
feminina, para juntos entrarem na Nova Era.
Mas, ao mesmo tempo, uma onda de energia masculina
mais antiga ainda está activa e tentando persistir.
Esta energia masculina, no seu antigo papel, está
agindo claramente na série de ataques terroristas que tem ocorrido por todo o
nosso mundo.
Desta forma, a energia masculina, no seu antigo
papel de agressor impiedoso, está mostrando a sua face maldosa.
Naqueles que cometem esses ataques horríveis,
existem emoções muito escuras: agressividade, raiva e, ao mesmo tempo, total
impotência e desesperança.
É a partir desta total desesperança, que eles
apelam aos tipos mais brutais e destrutivos de demonstração de poder.
Esta energia masculina, da qual estamos falando,
está em agonia de morte.
Ela sente que estão ocorrendo mudanças importantes
colectivamente, e que a humanidade está no limiar de uma nova era.
Um dos problemas que estamos enfrentando agora,
enquanto crescemos em direcção a uma cooperação mais equilibrada entre o
masculino e o feminino, é como lidar com este tipo de energia cruel.
O que vamos fazer a respeito desta energia
masculina antiga, que está tentando criar o máximo de devastação e estrago
possíveis durante a sua queda?
Pois, saibamos que a queda dessa energia é um fato.
A batalha está perdida para a velha energia
masculina, mas ela não vai se entregar facilmente e vai resistir até o último
momento com agressividade e dominação impiedosa.
Vai depender muito da atitude interior colectiva em
relação a esses agressores.
Nós não vamos permitir que a raiva e a impotência
entrem no nosso próprio campo de energia, como uma reacção a esses actos de
violência?
Se assim for, abriremos o nosso campo de energia
para os agressores.
No momento em que nos sentirmos dominados pela
raiva e o ressentimento por eles, eles terão atingido a sua meta.
Seremos sugados para dentro da vibração energética
deles e também começaremos a ter vontade de matar: matar os assassinos dos
inocentes.
Isto é tudo muito compreensível, mas é vital que percebamos
o que está acontecendo aí.
Sempre que emoções intensas vierem à tona, será
sábio fazer uma pausa, no silêncio.
Voltemos para a nossa porção quieta e sábia e
perguntemos: “O que está realmente acontecendo aqui?”
Agora tudo depende da nossa sabedoria e
discernimento, da nossa capacidade de “perceber” através dos factos e sentir o
que realmente está em jogo.
O mundo não será dominado pelos poderes dos
terroristas; a antiga energia masculina já cumpriu seu tempo e a hora da sua
morte está próxima.
A mensagem mais importante que temos sobre o
terrorismo, esta manifestação da antiga agressividade masculina, é: mantenhamos-nos
conscientes!
Não permitamos que emoções de impotência – isto é,
de sermos vitimados – nos tirem do nosso centro.
Saibamos que ninguém será tocado por essa energia
de agressividade, se não permitirmos que ela entre no nosso campo de energia.
Se não reagirmos com raiva ou ódio, não a
magnetizaremos para nós.
Nós estaremos a salvo e protegidos pela nossa
própria luz.
Agora vamos dar atenção ao nível mais mundano,
individual, no qual lidamos com as energias masculina e feminina dentro de nós
mesmos.
Pois, também no nível individual, tem havido uma
luta entre a energia masculina e a feminina.
Tudo o que acontece colectivamente reflecte os
processos do nível individual.
OS CHAKRAS
Para ilustrar a importância do equilíbrio entre o
feminino e o masculino no nível individual, falamos sobre os centros de energia
que existem em todos os seres humanos, os quais também são chamados de chakras.
Existem sete que conhecemos actualmente e estes
estão situados ao longo da nossa coluna vertebral, do cóccix até o topo da
cabeça.
Falamos brevemente sobre cada um desses chakras,
para mostrar que todos eles são caracterizados por um tipo de energia
predominantemente masculina ou feminina.
O chakra do cóccix (chakra raiz) é o centro de
energia que nos conecta com a Terra.
A energia desse chakra dirige-se para a Terra e
permite-nos manifestar a energia da nossa alma em uma forma física, em um nível
de realidade denso, material.
Tendo em vista que a energia do chakra do cóccix é
do tipo que se dirige para fora e favorece a manifestação, podemos dizer que
ele é um chakra (predominantemente) masculino.
Um chakra nunca é completamente masculino ou
feminino, mas podemos dizer que a energia masculina é a que domina aqui.
O segundo chakra é chamado chakra do umbigo e é o
centro das emoções.
Este centro permite-nos experimentar emoções,
mudanças de humor – em resumo, os altos e baixos da nossa vida emocional.
É um centro receptivo.
É por isso que o consideramos um centro feminino,
um chakra onde o fluxo de energia feminina é que domina.
Agora olhemos para o terceiro chakra, também
chamado de plexo solar: centro de acção e criação.
Este é claramente um chakra que se estende para
fora e permite que a energia se manifeste na realidade física.
Podemos compará-lo com o sol, com a propagação dos
raios e com o poder da luz amarela solar (a cor natural do terceiro chakra é o
amarelo).
No plexo solar, nossas motivações e agitações
internas são transformadas em manifestações externas.
É o chakra da acção e da apresentação externa.
Também é a sede do ego, no sentido de personalidade
terrena, sem implicações negativas.
A energia predominante é a masculina.
Vamos agora ao chakra do coração.
Este também é um centro receptivo, como o chakra do
umbigo, e ele conecta especialmente fluxos diferentes de energia.
É o centro no qual o Céu e a Terra se encontram, e
onde os três chakras inferiores conectam-se com os três chakras superiores.
O coração pode ser a ponte entre a mente (cabeça) e
a emoção (abdome).
Através do coração, podemos nos conectarmos com
outra pessoa e transcender a nós mesmos.
O coração transcende os limites do ego e capacita-nos
a sentir a unidade com tudo que está fora de nós, com Tudo Que É.
O chakra do coração é o portal para a energia do
Lar.
É claramente um centro de conexão e, portanto, é
predominantemente feminino.
O chakra da garganta é masculino.
Através deste centro, estímulos internos, ideias e
emoções tomam forma física por meio da fala, do riso, do canto, do grito,
etc...
Aqui a vida interior é levada para fora através da
comunicação pela voz e pela linguagem.
Por meio deste centro, fazemos com que a nossa vida
interior seja visível para os outros através de sinais físicos: palavras, sons,
conceitos.
É um centro de manifestação, que nos capacita a
focalizar a nossa energia externamente no plano físico.
Também é um centro de criatividade.
O sexto chakra, também chamado “o terceiro olho” e
que está localizado no meio da cabeça, também é feminino.
Ele recebe impressões “extra-sensoriais”,
intuitivas, e transcende os limites do físico (dos cinco sentidos físicos).
É a sede da clarividência, da percepção
extra-sensorial, etc…
Através deste centro, podemos sentir a energia de
outra pessoa (as emoções, as dores, as alegrias) como se fossem nossas.
Com esta capacidade, ou seja, a habilidade da
empatia, nós transcendemos os limites do ego e conectamos-nos com “aquilo que
não somos”.
Por fim, temos o chakra da coroa, no topo da
cabeça.
Este chakra não é nem masculino, nem feminino.
Ou podemos dizer que ele é ambos.
Neste chakra, nós nos elevamos acima da dualidade
do masculino e feminino.
O chakra da coroa é uma combinação interessante
dessas duas energias.
Quando este chakra está equilibrado, a consciência
está num estado tanto receptivo quanto expansivo.
Ela estende-se para “cima”, para “outras
dimensões”, em busca de conselho ou apoio espiritual, ou de camadas mais
profundas do Si Mesmo.
E, ao mesmo tempo, mantém-se numa quieta e
tranquila receptividade, no conhecimento de que as respostas virão no tempo
certo.
É um tipo de consciência que é altamente focalizada
e, ao mesmo tempo, altamente receptiva.
Neste “estado de espírito”, nós chegamos muito
perto da unidade subjacente às energias masculina e feminina – a energia do
Espírito ou Deus.
Acabamos de fazer um esboço bem grosseiro do
movimento dos fluxos de energia masculina e feminina através do corpo
energético do ser humano.
Agora falamos particularmente sobre os três chakras
inferiores.
Estes são os chakras que estão mais conectados com
a Terra, que estão mais envolvidos com a existência no reino terreno.
Esta área dos três chakras inferiores é de suma
importância na nossa caminhada interior para a cura, pois é nessa área que se
encontram os traumas mais profundos e as cicatrizes emocionais.
Muitas vezes sentimos que somos seres terrenos
crescendo em direcção ao espiritual.
Mas é ao contrário – nós somos seres espirituais
crescendo em direcção à Terra.
A Terra é um objectivo brilhante, um diamante
oculto que ainda não revelou sua verdadeira beleza.
O planeta Terra é a Terra Prometida!
O Céu é o nosso lugar de nascimento.
Mas nós não retornaremos ao estado de consciência
do qual nos lembramos como “Lar” ou “Céu”, um estado de existência puramente
espiritual.
A aventura da Criação leva-nos a novos destinos, nós
estamos sempre nos expandindo e progredindo em direcção a um tipo de
consciência totalmente novo.
A Terra é uma parte essencial desta jornada.
Entretanto, na nossa manifestação na Terra e nas nossas
tentativas para nos expressarmos aqui, nós passamos por muitas dores.
Quase todos nós temos ferimentos graves nos três
chakras inferiores, causados por experiências de rejeição, violência e
abandono.
Isto pode ter acontecido até mesmo nesta vida.
Quase todos os bloqueios de energia nos chakras
superiores estão relacionados com lesões emocionais nos três chakras
inferiores.
Falamos um pouco sobre o chakra do cóccix (chakra
raiz) primeiro.
A nossa conexão com a Terra tornou-se
emocionalmente pesada, especialmente para os Trabalhadores da Luz.
Como enfrentamos graves resistências durante as nossas
várias encarnações, há muito medo e resistência em nós, quando se trata de
realmente aterrar a nós mesmos.
Aterrar significa estar totalmente presente nos nossos
corpos terrenos e expressar nossa inspiração mais íntima na realidade material.
A nossa resistência para aterrarmos tem a ver
principalmente com o fato de “sermos diferentes” e termos sido rejeitados por
causa disso.
No segundo chakra, o centro emocional, nós também
fomos profundamente afectados por experiências de sermos ameaçados ou
abandonados (literalmente ou emocionalmente), e de sermos severamente
reprimidos na nossa auto-expressão.
Com essas cargas traumáticas nos dois chakras
inferiores, o plexo solar (terceiro chakra) também é pesadamente afectado.
O plexo solar tem a ver com a força da vida, a
energia criativa e o poder.
Estamos falando do poder que não é agressivo nem
destrutivo.
No plexo solar, muitas vezes podemos ver que a
pessoa se manifesta, ou de uma forma agressiva e controladora, ou de uma forma
contida, excessivamente modesta.
As duas formas são o resultado de sentimentos
latentes de impotência, originados nos ferimentos presentes no primeiro e
segundo chakras.
No terceiro chakra, a questão é encontrar uma forma
equilibrada de lidar com o poder e o controle, a questão é um ego equilibrado.
Tudo bem com o ego!
O ego tem uma função própria: ele empresta o foco à
nossa consciência, o que nos capacita a criar e a nos manifestarmos como os
indivíduos separados que somos.
O ego é um complemento necessário para a forças
espirituais que transcendem o “eu”.
A energia do ego é totalmente respeitável e
justificada na realidade energética em que vivemos.
O poder verdadeiro está no alinhamento alegre entre
o ego e o Espírito.
A área dos três chakras inferiores é a mais
importante para a auto-cura e o crescimento interior.
O maior desafio espiritual para nós agora é cuidar
desta área ferida em nós mesmos.
Meditar e nos conectarmos com os níveis cósmicos,
dentro e fora de nós, não é a nossa meta principal agora.
A nossa meta principal agora é oferecer a
compreensão mais gentil e o apoio mais amoroso para a criança interior dentro de
nós, e restaurar a beleza e a alegria dela.
Esta é a nossa jornada espiritual, e nela
encontra-se o nosso maior tesouro.
Cuidar e respeitar o lado humano de nós, a parte
criança de nós, é a nossa estrada para a divina compaixão e iluminação.
Chamamos a atenção para o fato de que dois entre os
três chakras citados são masculinos.
Isto mostra que há muito trabalho de cura a ser
feito dentro de cada um de nós, especialmente no que se refere às energias
masculinas.
Portanto, a nossa mensagem é: curemos a energia
masculina interna!
A energia feminina está se recuperando, de várias
formas, e adquirindo a força necessária para se expressar total e lindamente.
As qualidades femininas de intuição, sensibilidade
e conexão estão sendo cada vez mais apreciadas, tanto individualmente quanto
colectivamente.
Mas não está muito claro como é uma energia
masculina equilibrada.
A energia masculina ficou meio perdida nas falsas
imagens do que significa “ser um homem”, estereótipos que sempre se reduzem ao
poder através da agressividade.
É vital reconhecer e expressar a verdadeira
natureza da energia masculina.
O lado feminino precisa agora da energia masculina
equilibrada, para poder cumprir verdadeiramente o seu papel.
A energia feminina está esperando, não só em escala
colectiva, mas também no nível individual.
A energia feminina está saindo do seu papel de
vítima, readquirindo a sua auto-estima e agora está querendo se manifestar
poderosa e alegremente, através da sua reunião com o masculino.
Então, qual é o poder da energia masculina
equilibrada?
No primeiro chakra, uma energia masculina curada e
equilibrada leva à autoconsciência.
A energia masculina não precisa mais lutar e se
esforçar, ela está presente através da autoconsciência.
Presença, isto é, estarmos presentes com toda a nossa
alma, é uma qualidade essencial do primeiro chakra.
Estarmos conscientes de nós mesmos, permanecendo
centrados e não nos perdendo nas opiniões, expectativas e necessidades de
outras pessoas – isto é sermos autoconscientes.
Encontrarmos o equilíbrio entre conectarmos-nos e
desapegarmos-nos; mantermos-nos centrados e conscientes de nós mesmos enquanto interagimos
com outros ou com o mundo exterior – isto é a energia equilibrada do chakra
raiz.
É essencial desenvolvermos esta qualidade de
autoconsciência, pois ela vai proteger e guiar a nossa energia feminina.
A energia feminina tem a tendência natural de
conectar-se com outros (seres viventes) e se fazer presente para o outro de uma
forma atenciosa, alentadora.
A energia masculina provê os limites e ajuda a
encontrar o equilíbrio entre dar e receber.
Em relação às energias femininas fluídas e
conectivas, a energia masculina dos chakras inferiores desempenha o papel de
âncora e espinha dorsal.
É o ponto em que retornamos para nós mesmos, o
ponto onde nos libertamos dos laços que nos unem às outras energias com as
quais nos conectamos.
O plexo solar ou terceiro chakra desempenha o mesmo
papel de uma forma diferente.
Este chakra é o centro do ego.
Nós ainda temos uma certa dificuldade com este
conceito de ego.
Especialmente entre os Trabalhadores da Luz, existe
uma tendência a considerar as energias de doação e auto-transcendência, no ser
humano, como “mais elevadas”. Mas não é assim.
Nós vivemos num mundo em que duas energias
trabalham juntas e formam os tijolos da construção da Criação.
Uma tende a ligar e busca a unidade, a outra cria a
separação e a individualidade.
E esta última é tão valiosa e viável quanto a
primeira.
É importante fazer as pazes com a energia
masculina, abraçar a nossa individualidade, a nossa singularidade, o nosso Eu.
Existe uma “solitude” essencial na vida, que não
tem nada a ver com solidão, mas que tem tudo a ver com o fato de cada um de nós
ser um “Eu”, um indivíduo singular, único.
Abraçar essa solitude não impede que experimentamos ligações profundas com outros.
Se realmente abraçarmos a nossa individualidade, nós
poderemos ser verdadeiramente criativos.
A energia masculina do plexo solar ajuda-nos a sermos
verdadeiramente criativos.
É aí que a energia feminina, que temos dentro de nós,
está esperando.
As inspirações que vêm do mais profundo do nosso
ser querem se fazer conhecidas no nível material, elas querem vir à luz de uma
forma terrena e trazer ondas de amor e harmonia para a Terra.
A energia feminina é a portadora da Nova Era, mas
ela precisa da energia masculina equilibrada para se manifestar e criar raízes
na realidade material.
É por isso que é tão importante que as energias do
primeiro e terceiro chakras sejam curadas.
A energia de um ego saudável, do plexo solar curado,
é a autoconfiança.
No primeiro chakra é a autoconsciência, no terceiro
chakra é a autoconfiança.
Esta não é o tipo de arrogância que podemos ver num
ego inflamado, mas é simplesmente confiança em nós mesmos: “Eu sinto que posso
fazer isto!”
É estarmos conscientes da nossa inspiração mais
profunda, das nossas próprias capacidades criativas, e então, agir de acordo
com elas.
Deixemos as energias fluírem para fora de nós,
confiemos nos nossos talentos e dons naturais, confiemos em quem somos, e
mostremos-nos para o mundo!
Principalmente para nós, Trabalhadores da Luz, que
carregamos tanto conhecimento interior e sabedoria, agora é hora de nos mostrarmos
e não nos escondermos mais. É hora.
Este é o nosso objectivo e nisto nós encontraremos
a nossa maior realização.
Façamos as pazes com a energia masculina em nosso
interior.
Não hesitemos em manter a nós mesmos, em receber
abundância e em tomar conta de nós mesmos.
Sejamos egotistas, no sentido puro e neutro desta
palavra.
Nós somos um ego, nós somos um indivíduo.
Nós não podemos e não precisamos ser tolerantes e
compreensivos o tempo todo.
Não é espiritual tolerar tudo e qualquer coisa.
Existem claramente momentos nos quais nós temos que
dizer “não”, ou até “adeus”, e não comprometer quem somos.
Façamos isto sem culpa ou medo, e sintamos como as
energias masculinas de autoconsciência e autoconfiança nos fortalecem para
permitir que a flor delicada da nossa energia feminina floresça e brilhe.
É tudo uma questão da cooperação entre as energias.
As energias masculina e feminina desceram juntas,
num esforço longo e doloroso.
Elas também vão ascender juntas, pois uma não pode
se equilibrar sem a outra.
Agora que a energia feminina está pronta para se
elevar das cinzas da humilhação e repressão, há uma necessidade urgente de um
renascimento da energia masculina.
Este renascimento da energia masculina, finalmente
vai se tornar visível em escala colectiva, mas ele primeiro terá que se
manifestar em cada um de nós separadamente, homem e mulher.
Nós todos somos os Guardiões destas antigas
energias dentro de nós, e é nosso direito de nascença fazer com que a parceria
delas seja justa e alegre.
Gratidão,
Luís Barros