11 de julho de 2020

SOBRE ESTES TEMPOS DE CAOS

Vejamos a nossa coragem e força e saibamos que é bem difícil estarmos aqui na Terra, nesta vibração, onde o medo e a violência ainda dão o tom.
Neste momento há muita informação disponível na mídia que exige a nossa atenção.
Tudo de velho e sombrio, que foi reprimido e mantido em segredo, está vindo à tona.
A tecnologia moderna tem contribuído para isso, porque ajuda a tornar as coisas mais transparentes na nossa sociedade.
Estão sendo divulgadas muito mais informações do que nunca antes, e várias práticas e questões sombrias estão sendo expostas, dando a impressão de que há uma intensificação do mal, da escuridão.
No entanto, o que de facto está acontecendo é que agora as coisas estão a vir à superfície, tornando-se mais visíveis do que nunca, porque há um imenso processo de transformação em acção na Terra.
O que está sendo exposto à luz são antigas camadas de abuso de poder, de tirania, medo e desespero.
E isto é uma coisa boa, porque, com um passo em direcção a uma transparência maior, é possível agir de forma diferente.
A consciencialização vem antes da mudança.
É assim que sempre foi.
Esta é a fase de consciencialização pela qual a humanidade e a Terra estão passando agora, no nível global.
Os processos que estão ocorrendo em cada um de nós individualmente – o aparecimento de velhas camadas de medo, raiva e dor – também estão acontecendo colectivamente, em grande escala.
A notícia boa é que o mundo está pronto para isto.
É necessário espaço para permitir que coisas antigas e ocultas venham à tona; e é este o caso agora.
A consciência já mudou; ela está mais aberta para a verdade e a honestidade.
É bom que cada um de nós sinta isto no fundo do nosso ser.
Sintamos um fluxo de consciência que está focalizado na abertura e transparência, na busca da verdade e na denúncia da injustiça e deslealdade.
Este fluxo de consciência existe no mundo, então conectemos-nos com ele.
Este é o fluxo de consciência no qual a nossa alma quer se mover, porque ela deseja contribuir com a revelação de mais verdade.
Há um impulso poderoso na nossa alma para sustentar a transformação da consciência, mas há também confusão na nossa mente, porque sustentar a transformação da consciência significa muitas coisas.
A primeira é que é preciso sermos completamente honestos a respeito dos nossos próprios sentimentos e motivos.
Em outras palavras, é preciso que sejamos transparentes connosco mesmos, pois somente assim poderemos ser um exemplo para os outros.
Nós nos encontramos no caminho pessoal da nossa alma para nos transformarmos em trabalhadores da luz ou trabalhadores da consciência.
Estamos nos tornando um professor, na medida em que nos afastamos da consciência antiga, à qual ainda estamos vinculados.
Ao mesmo tempo, este é um passo que ainda pode-nos incutir medo e sensação de solidão, pelo menos temporariamente.
Reconheçamos o nosso desejo de conhecer a verdade, nosso desejo de ajudar a mudar este mundo, nosso anseio por uma nova Terra em harmonia com a natureza, nosso desejo de um mundo repleto de pessoas que possam rir e crescer novamente, sendo autênticas, livres de medos e da tirania do passado.
Nosso anseio por tudo isto é muito intenso; é o nosso sonho, nosso ideal.
Sintamos como isto nos torna diferentes… o facto de sabermos que já temos um “pé” (o da nossa alma) fora da ordem estabelecida.
Por um momento, identifiquemos-nos completamente com este nosso aspecto – o revolucionário; aquele que percebe tudo o que é sombrio e oculto e deseja levar-nos para a luz da consciência; aquele que deseja ajudar o novo a nascer.
Isto somos nós!
E enquanto assumimos este aspecto cada vez mais, passamos por um processo interno profundo, que aos poucos nos vai libertando dos medos e das velhas compulsões.
Tenhamos respeito por nossa própria coragem e determinação!
Muitos estão confusos sobre a situação actual do mundo.
O mundo está num caos, e a vida emocional da maior parte das pessoas da Terra está caótica.
Todos estão buscando, e devido ao grande número de mudanças e à quantidade imensa de informação disponível, as pessoas agora percebem muito mais quais são suas possibilidades, como elas podem se desenvolver, como estão sofrendo e o que lhes causa dor.
Tudo é muito mais consciente.
Antes que possa haver harmonia e paz internas, a inquietação e a dor se tornam maiores.
E este é o resultado de nos tornarmos conscientes – nós não conseguimos mais esconder essas coisas.
Nós vemos essa dor e sentimos, em nosso coração, a necessidade de aliviá-la nos outros.
Ao mesmo tempo, como também temos as nossas próprias dores, fica confuso sobre quem somos, qual é o nosso lugar ou qual é o nosso caminho.
Agora, imaginemos que vemos a Terra e as pessoas que nela habitam como um grande globo.
Nos encontramos fora dele e observamos-lo de cima, percebendo-o como uma esfera gigantesca com muitas energias.
Há muita busca na Terra, e também, muita dor.
Simplesmente observemos as cores dessa esfera.
Vejamos como elas fluem e se movimentam; não apenas as nuances do caos, mas também o impulso para inovação.
Observemos e sintamos o que esse globo está fazendo, mas saibamos que podemos mantermos-nos do lado de fora dele, desvinculados dele, observando-o de forma imparcial.
Agora demos um passo para trás e mudemos o foco da nossa consciência, afastando-a do globo e trazendo-a para nós mesmos.
Observamos cuidadosamente a Terra e a energia da humanidade.
Agora concentremos a nossa atenção totalmente em nós e vejamos-nos como uma forma de energia; não mais como um ser humano, mas como uma aparência energética.
Observemos o nosso coração.
Sintamos o quanto a dor e o sofrimento da humanidade nos têm tocado.
Sintamos a nossa compaixão, nosso desejo de luz.
Talvez consigamos perceber isto mais clara e especificamente em relação às pessoas que fazem parte do nosso quotidiano, aos nossos entes queridos, porque lhes desejamos tanta luz, amor e cura.
Observemos o que estas coisas provocam em nosso coração.
Elas oprimem o nosso coração?
Quando sentimos a dor de outra pessoa, estamos conectados a ela através de um cordão de energia que contém energias escuras, e por isto sofremos junto com ela.
Nós não nos fazemos maiores, nós não nos elevamos acima dessas energias, mas nos arrastamos para dentro da pele da outra pessoa e sofremos junto com ela.
No entanto, ao mesmo tempo, sentimos-nos impotentes para mudar qualquer coisa.
Observemos as energias que carregamos do mundo externo, que não são nossas, mas que fazem o nosso coração pesar.
Permitamos que esse fluxo de energia tome a forma de uma cor escura, ou uma sensação de peso, e vejamos como ela se apresenta ou em que ponto da nossa aura ou corpo ela se manifesta.
Em seguida, dêmos outro passo para trás.
Deixemos de lado esse cordão energético, essa cadeia de compaixão, que nos está oprimindo e fazendo com que doemos demais.
Dêmos um passo para trás e cortemos esse cordão, libertando-nos dele.
Se acharmos difícil fazer isto, imaginemos que Maria Madalena está connosco e nos convida a fazê-lo.
Seguremos a sua mão e vejamos em seus olhos que é bom que nos desapeguemos disso.
Agora é o nosso momento!
Deixemos as energias escuras, cinzentas, fluírem para longe de nós e, então, envolvamos-nos com luz.
Essa luz simplesmente está aí; nós não precisamos cria-la; ela é nossa… ela é a luz que suprimimos.
Permitamos-nos sermos completamente envolvidos por essa luz, seja qual for a cor que ela assuma.
Agora nós estamos mais longe ainda da Terra e das outras pessoas.
Estamos bebendo da energia da nossa alma, a nossa parte que observa e supervisiona, aquela que torna as coisas transparentes.
Permitamo-nos ser completamente nutridos por essa energia, da cabeça aos pés, e sintamos como a nossa aura se parece com um ovo inteiro, uma forma oval cuja superfície é impermeável.
Recarreguemo-nos e sintamos como estamos perfeitamente autorizados a nutrirmo-nos desta forma.
Voltemos ao nosso lar interior e desapeguemo-nos de tudo o mais.
Nós somos capazes de respirar e sentir a nossa inspiração original novamente.
Nós nascemos para experimentar a alegria.
Sintamos essa alegria original outra vez, livre de todo o peso.
Ofereçamos isto para nós mesmos!
Nós estamos confusos, e algumas vezes ficamos tão envolvidos com o sofrimento na Terra, que nos esquecemos de quem somos.
Nós somos um representante da nova energia na Terra, especialmente quando estamos completamente à vontade dentro de nós mesmos, quando nos sentimos em casa dentro de nossas próprias fronteiras.
Assim conseguimos lidar com os nossos limites; irradiamos o novo em nossa forma ideal, e não há nada a mudar.
Sendo totalmente nós mesmos, irradiamos uma nova consciência que não tem como não tocar outras pessoas.
Aqueles que estão prontos são tocados por nós, sem que tenhamos que ultrapassar os nossos próprios limites, sem que tenhamos que nos esgotar, nos esforçar ao máximo ou batalhar com a dor e o sofrimento dos outros.
Não há mais necessidade de nada disso na nova energia.
Agora imaginemos que esse ovo energético, dentro do qual nos sentimos seguros e leves, flutua lentamente de volta à Terra.
À medida que a Terra fica mais próxima, nos sentimos leves e transparentes, e sabemos que as vibrações da Terra e o medo que vivem lá não podem afectar-nos.
Vejamos esses medos como vibrações cinzentas que flutuam naturalmente ao redor do nosso ovo, porque não podem entrar nele.
Nós nos apegamos à nossa própria energia – nossa plenitude concentrada – e sentimos-nos sustentados pela nossa própria alma, por tudo que é bom, leve e alegre.
Nós temos permissão para estarmos aqui desde o mais profundo do nosso ser, que é leve, alegre, amplo, belo e livre.
Imaginemos que agora pousamos na Terra.
Nós estamos num corpo terreno, com nossos dois pés firmemente apoiados no solo.
Imaginemos-nos num lugar na natureza, com nossos pés descalços sobre a grama, ou numa praia, ou em qualquer outro lugar de nossa escolha.
E trazemos tudo connosco: nossa alma, nossa força interior, nossa resiliência, nossa intuição…. Sintonizamos-nos com este planeta, a Terra.
Sintamos como ela nos vê quando nos colocamos em pé por nossas próprias forças.
Conseguimos perceber o entusiasmo dela?
Ela irá sustentar-nos, dar-nos raízes e capacitar-nos.
Agora imaginemos que estamos caminhando pelo centro de uma cidade, onde há muita confusão.
Esse lugar não é apenas fisicamente movimentado.
Há pessoas, carros, barulho, mas há também uma energia mais inquieta, mais caótica.
Todos esses sentimentos, emoções e humores das pessoas giram ao nosso redor, e há pouco do mundo natural que possa proporcionar calma e equilíbrio.
No entanto nós está lá, dentro do nosso ovo feito de energia luminosa – a nossa própria energia.
Imaginemos o seguinte: nós estamos no meio de uma rua, ou de uma calçada.
Tomemos um tempo para realmente nos colocarmos nesse lugar.
No meio de todo esse concreto da cidade, nós estamos conscientes da Mãe Terra, pois ela também está lá.
Como resultado da presença dela, nós tomamos consciência do coração de todas as pessoas que estão caminhando por ali.
No meio de todas as emoções superficiais – da confusão, da pressa, da impaciência – há um coração que vive em cada ser humano.
Permaneçamos desvinculados de todas essas energias confusas que se movem ao nosso redor, e concentremos-nos nesses corações.
Nós nos sentimos muito firme porque existe um espaço invisível ao nosso redor.
Mesmo quando as pessoas caminham perto de nós, esse espaço continua aí.
Sintamos-nos firmemente aterrados.
Nós estamos conectados com todas essas pessoas, no entanto isto não precisa preocupar-nos.
Sintamos a promessa que existe no coração de cada uma delas.
Sintamos que, no coração de cada ser humano, há o desejo e a busca da verdade, da luz, embora algumas vezes essa verdade só possa ser encontrada através de caminhos sinuosos.
Entretanto, isto faz parte do percurso do ser humano.
Sintamos o enorme poder e resistência das pessoas, e vejamos como existe uma lógica no estilo particular de cada uma… uma direcção, um propósito.
Confiemos em nossos corações.
Não lhes neguemos as reviravoltas de nossas estradas; não tentemos endireita-las; este não é o nosso trabalho.
Nossa função é puramente tocar seus corações através da nossa própria presença e consciência; e nós já estamos fazendo isto ao estarmos presentes.
Imaginemos que nos encontramos no meio dessa rua e sentimos, em nosso coração, uma suave intenção de atingir os corações de todas aquelas pessoas com uma carícia, um toque delicado, e apenas isto.
Com este gesto, apenas dizemos “Eu vejo você”, e permanecemos tranquilamente em nossa própria energia, em nosso próprio campo, mantendo conexão com nosso abdome, nossas pernas e pés, e sentindo-nos livres.
Este é o nosso “trabalho”: sermos diferentes, mas ainda estarmos no meio do mundo; para ajudarmos, mas não para nos perdermos no sofrimento e dor dos outros; para doar do nosso coração.
Por um lado, nós nos afastamos da sociedade, mas por outro, nós nos conectamos com ela a partir do coração.
E ao fazer isto, cumprimos o propósito da nossa alma, e este é o nosso desejo mais precioso.
Deste modo, contribuímos para um mundo diferente e melhor, mas também nos libertamos do antigo; libertamos-nos daquilo que nos vinha mantendo presos ao medo.
Onde quer que nos encontremos nesta jornada, respeitemos-nos a nós mesmos, e nos recolhamos nas profundezas do nosso ser regularmente, desligando-nos do que nos prende a tudo o mais, para vivenciarmos a beleza e o poder da nossa alma.
A partir daí podemos voltar a caminhar pelo mundo, sabendo que não há tantas coisas que precisemos fazer.
Trata-se realmente de estarmos totalmente em casa dentro de nós mesmos, de respeitar a energia da nossa própria alma, e a partir daí, seguir suavemente o fluxo da vida.
Nós somos os professores deste novo tempo.

Gratidão,
Luís Barros