Vejamos a nossa coragem e força e saibamos
que é bem difícil estarmos aqui na Terra, nesta vibração, onde o medo e a
violência ainda dão o tom.
Neste momento há muita informação
disponível na mídia que exige a nossa atenção.
Tudo de velho e sombrio, que foi
reprimido e mantido em segredo, está vindo à tona.
A tecnologia moderna tem contribuído
para isso, porque ajuda a tornar as coisas mais transparentes na nossa
sociedade.
Estão sendo divulgadas muito mais
informações do que nunca antes, e várias práticas e questões sombrias estão
sendo expostas, dando a impressão de que há uma intensificação do mal, da
escuridão.
No entanto, o que de facto está
acontecendo é que agora as coisas estão a vir à superfície, tornando-se mais
visíveis do que nunca, porque há um imenso processo de transformação em acção
na Terra.
O que está sendo exposto à luz são
antigas camadas de abuso de poder, de tirania, medo e desespero.
E isto é uma coisa boa, porque, com um
passo em direcção a uma transparência maior, é possível agir de forma
diferente.
A consciencialização vem antes da
mudança.
É assim que sempre foi.
Esta é a fase de consciencialização pela
qual a humanidade e a Terra estão passando agora, no nível global.
Os processos que estão ocorrendo em cada
um de nós individualmente – o aparecimento de velhas camadas de medo, raiva e
dor – também estão acontecendo colectivamente, em grande escala.
A notícia boa é que o mundo está pronto
para isto.
É necessário espaço para permitir que
coisas antigas e ocultas venham à tona; e é este o caso agora.
A consciência já mudou; ela está mais
aberta para a verdade e a honestidade.
É bom que cada um de nós sinta isto no
fundo do nosso ser.
Sintamos um fluxo de consciência que
está focalizado na abertura e transparência, na busca da verdade e na denúncia
da injustiça e deslealdade.
Este fluxo de consciência existe no
mundo, então conectemos-nos com ele.
Este é o fluxo de consciência no qual a
nossa alma quer se mover, porque ela deseja contribuir com a revelação de mais
verdade.
Há um impulso poderoso na nossa alma
para sustentar a transformação da consciência, mas há também confusão na nossa
mente, porque sustentar a transformação da consciência significa muitas coisas.
A primeira é que é preciso sermos completamente honestos a respeito dos nossos próprios
sentimentos e motivos.
Em outras palavras, é preciso que sejamos
transparentes connosco mesmos, pois somente assim poderemos ser um exemplo para
os outros.
Nós nos encontramos no caminho pessoal
da nossa alma para nos transformarmos em trabalhadores da luz ou trabalhadores
da consciência.
Estamos nos tornando um professor, na
medida em que nos afastamos da consciência antiga, à qual ainda estamos
vinculados.
Ao mesmo tempo, este é um passo que
ainda pode-nos incutir medo e sensação de solidão, pelo menos temporariamente.
Reconheçamos o nosso desejo de conhecer
a verdade, nosso desejo de ajudar a mudar este mundo, nosso anseio por uma nova
Terra em harmonia com a natureza, nosso desejo de um mundo repleto de pessoas
que possam rir e crescer novamente, sendo autênticas, livres de medos e da
tirania do passado.
Nosso anseio por tudo isto é muito
intenso; é o nosso sonho, nosso ideal.
Sintamos como isto nos torna diferentes…
o facto de sabermos que já temos um “pé” (o da nossa alma) fora da ordem
estabelecida.
Por um momento, identifiquemos-nos
completamente com este nosso aspecto – o revolucionário; aquele que percebe
tudo o que é sombrio e oculto e deseja levar-nos para a luz da consciência;
aquele que deseja ajudar o novo a nascer.
Isto somos nós!
E enquanto assumimos este aspecto cada
vez mais, passamos por um processo interno profundo, que aos poucos nos vai
libertando dos medos e das velhas compulsões.
Tenhamos respeito por nossa própria
coragem e determinação!
Muitos estão confusos sobre a situação
actual do mundo.
O mundo está num caos, e a vida
emocional da maior parte das pessoas da Terra está caótica.
Todos estão buscando, e devido ao grande
número de mudanças e à quantidade imensa de informação disponível, as pessoas
agora percebem muito mais quais são suas possibilidades, como elas podem se
desenvolver, como estão sofrendo e o que lhes causa dor.
Tudo é muito mais consciente.
Antes que possa haver harmonia e paz
internas, a inquietação e a dor se tornam maiores.
E este é o resultado de nos tornarmos
conscientes – nós não conseguimos mais esconder essas coisas.
Nós vemos essa dor e sentimos, em nosso
coração, a necessidade de aliviá-la nos outros.
Ao mesmo tempo, como também temos as
nossas próprias dores, fica confuso sobre quem somos, qual é o nosso lugar ou
qual é o nosso caminho.
Agora, imaginemos que vemos a Terra e as
pessoas que nela habitam como um grande globo.
Nos encontramos fora dele e observamos-lo
de cima, percebendo-o como uma esfera gigantesca com muitas energias.
Há muita busca na Terra, e também, muita
dor.
Simplesmente observemos as cores dessa
esfera.
Vejamos como elas fluem e se movimentam;
não apenas as nuances do caos, mas também o impulso para inovação.
Observemos e sintamos o que esse globo
está fazendo, mas saibamos que podemos mantermos-nos do lado de fora dele,
desvinculados dele, observando-o de forma imparcial.
Agora demos um passo para trás e mudemos
o foco da nossa consciência, afastando-a do globo e trazendo-a para nós mesmos.
Observamos cuidadosamente a Terra e a
energia da humanidade.
Agora concentremos a nossa atenção
totalmente em nós e vejamos-nos como uma forma de energia; não mais como um ser
humano, mas como uma aparência energética.
Observemos o nosso coração.
Sintamos o quanto a dor e o sofrimento
da humanidade nos têm tocado.
Sintamos a nossa compaixão, nosso desejo
de luz.
Talvez consigamos perceber isto mais
clara e especificamente em relação às pessoas que fazem parte do nosso quotidiano,
aos nossos entes queridos, porque lhes desejamos tanta luz, amor e cura.
Observemos o que estas coisas provocam
em nosso coração.
Elas oprimem o nosso coração?
Quando sentimos a dor de outra pessoa, estamos
conectados a ela através de um cordão de energia que contém energias escuras, e
por isto sofremos junto com ela.
Nós não nos fazemos maiores, nós não nos
elevamos acima dessas energias, mas nos arrastamos para dentro da pele da outra
pessoa e sofremos junto com ela.
No entanto, ao mesmo tempo, sentimos-nos
impotentes para mudar qualquer coisa.
Observemos as energias que carregamos do
mundo externo, que não são nossas, mas que fazem o nosso coração pesar.
Permitamos que esse fluxo de energia
tome a forma de uma cor escura, ou uma sensação de peso, e vejamos como ela se
apresenta ou em que ponto da nossa aura ou corpo ela se manifesta.
Em seguida, dêmos outro passo para trás.
Deixemos de lado esse cordão energético,
essa cadeia de compaixão, que nos está oprimindo e fazendo com que doemos demais.
Dêmos um passo para trás e cortemos esse
cordão, libertando-nos dele.
Se acharmos difícil fazer isto, imaginemos
que Maria Madalena está connosco e nos convida a fazê-lo.
Seguremos a sua mão e vejamos em seus olhos
que é bom que nos desapeguemos disso.
Agora é o nosso momento!
Deixemos as energias escuras, cinzentas,
fluírem para longe de nós e, então, envolvamos-nos com luz.
Essa luz simplesmente está aí; nós não
precisamos cria-la; ela é nossa… ela é a luz que suprimimos.
Permitamos-nos sermos completamente
envolvidos por essa luz, seja qual for a cor que ela assuma.
Agora nós estamos mais longe ainda da
Terra e das outras pessoas.
Estamos bebendo da energia da nossa
alma, a nossa parte que observa e supervisiona, aquela que torna as coisas
transparentes.
Permitamo-nos ser completamente nutridos
por essa energia, da cabeça aos pés, e sintamos como a nossa aura se parece com
um ovo inteiro, uma forma oval cuja superfície é impermeável.
Recarreguemo-nos e sintamos como estamos
perfeitamente autorizados a nutrirmo-nos desta forma.
Voltemos ao nosso lar interior e
desapeguemo-nos de tudo o mais.
Nós somos capazes de respirar e sentir a
nossa inspiração original novamente.
Nós nascemos para experimentar a
alegria.
Sintamos essa alegria original outra
vez, livre de todo o peso.
Ofereçamos isto para nós mesmos!
Nós estamos confusos, e algumas vezes
ficamos tão envolvidos com o sofrimento na Terra, que nos esquecemos de quem somos.
Nós somos um representante da nova
energia na Terra, especialmente quando estamos completamente à vontade dentro
de nós mesmos, quando nos sentimos em casa dentro de nossas próprias
fronteiras.
Assim conseguimos lidar com os nossos
limites; irradiamos o novo em nossa forma ideal, e não há nada a mudar.
Sendo totalmente nós mesmos, irradiamos
uma nova consciência que não tem como não tocar outras pessoas.
Aqueles que estão prontos são tocados
por nós, sem que tenhamos que ultrapassar os nossos próprios limites, sem que
tenhamos que nos esgotar, nos esforçar ao máximo ou batalhar com a dor e o sofrimento
dos outros.
Não há mais necessidade de nada disso na
nova energia.
Agora imaginemos que esse ovo
energético, dentro do qual nos sentimos seguros e leves, flutua lentamente de
volta à Terra.
À medida que a Terra fica mais próxima, nos
sentimos leves e transparentes, e sabemos que as vibrações da Terra e o medo
que vivem lá não podem afectar-nos.
Vejamos esses medos como vibrações
cinzentas que flutuam naturalmente ao redor do nosso ovo, porque não podem
entrar nele.
Nós nos apegamos à nossa própria energia
– nossa plenitude concentrada – e sentimos-nos sustentados pela nossa própria
alma, por tudo que é bom, leve e alegre.
Nós temos permissão para estarmos aqui
desde o mais profundo do nosso ser, que é leve, alegre, amplo, belo e livre.
Imaginemos que agora pousamos na Terra.
Nós estamos num corpo terreno, com nossos
dois pés firmemente apoiados no solo.
Imaginemos-nos num lugar na natureza, com
nossos pés descalços sobre a grama, ou numa praia, ou em qualquer outro lugar
de nossa escolha.
E trazemos tudo connosco: nossa alma, nossa
força interior, nossa resiliência, nossa intuição…. Sintonizamos-nos com este
planeta, a Terra.
Sintamos como ela nos vê quando nos
colocamos em pé por nossas próprias forças.
Conseguimos perceber o entusiasmo dela?
Ela irá sustentar-nos, dar-nos raízes e
capacitar-nos.
Agora imaginemos que estamos caminhando
pelo centro de uma cidade, onde há muita confusão.
Esse lugar não é apenas fisicamente
movimentado.
Há pessoas, carros, barulho, mas há
também uma energia mais inquieta, mais caótica.
Todos esses sentimentos, emoções e
humores das pessoas giram ao nosso redor, e há pouco do mundo natural que possa
proporcionar calma e equilíbrio.
No entanto nós está lá, dentro do nosso
ovo feito de energia luminosa – a nossa própria energia.
Imaginemos o seguinte: nós estamos no
meio de uma rua, ou de uma calçada.
Tomemos um tempo para realmente nos
colocarmos nesse lugar.
No meio de todo esse concreto da cidade,
nós estamos conscientes da Mãe Terra, pois ela também está lá.
Como resultado da presença dela, nós tomamos
consciência do coração de todas as pessoas que estão caminhando por ali.
No meio de todas as emoções superficiais
– da confusão, da pressa, da impaciência – há um coração que vive em cada ser
humano.
Permaneçamos desvinculados de todas
essas energias confusas que se movem ao nosso redor, e concentremos-nos nesses
corações.
Nós nos sentimos muito firme porque
existe um espaço invisível ao nosso redor.
Mesmo quando as pessoas caminham perto
de nós, esse espaço continua aí.
Sintamos-nos firmemente aterrados.
Nós estamos conectados com todas essas
pessoas, no entanto isto não precisa preocupar-nos.
Sintamos a promessa que existe no
coração de cada uma delas.
Sintamos que, no coração de cada ser
humano, há o desejo e a busca da verdade, da luz, embora algumas vezes essa
verdade só possa ser encontrada através de caminhos sinuosos.
Entretanto, isto faz parte do percurso
do ser humano.
Sintamos o enorme poder e resistência
das pessoas, e vejamos como existe uma lógica no estilo particular de cada uma…
uma direcção, um propósito.
Confiemos em nossos corações.
Não lhes neguemos as reviravoltas de nossas
estradas; não tentemos endireita-las; este não é o nosso trabalho.
Nossa função é puramente tocar seus
corações através da nossa própria presença e consciência; e nós já estamos
fazendo isto ao estarmos presentes.
Imaginemos que nos encontramos no meio
dessa rua e sentimos, em nosso coração, uma suave intenção de atingir os
corações de todas aquelas pessoas com uma carícia, um toque delicado, e apenas
isto.
Com este gesto, apenas dizemos “Eu vejo
você”, e permanecemos tranquilamente em nossa própria energia, em nosso próprio
campo, mantendo conexão com nosso abdome, nossas pernas e pés, e sentindo-nos
livres.
Este é o nosso “trabalho”: sermos
diferentes, mas ainda estarmos no meio do mundo; para ajudarmos, mas não para nos
perdermos no sofrimento e dor dos outros; para doar do nosso coração.
Por um lado, nós nos afastamos da
sociedade, mas por outro, nós nos conectamos com ela a partir do coração.
E ao fazer isto, cumprimos o propósito
da nossa alma, e este é o nosso desejo mais precioso.
Deste modo, contribuímos para um mundo
diferente e melhor, mas também nos libertamos do antigo; libertamos-nos daquilo
que nos vinha mantendo presos ao medo.
Onde quer que nos
encontremos nesta jornada, respeitemos-nos a nós mesmos, e nos recolhamos nas
profundezas do nosso ser regularmente, desligando-nos do que nos prende a tudo
o mais, para vivenciarmos a beleza e o poder da nossa alma.
A partir daí podemos voltar a caminhar
pelo mundo, sabendo que não há tantas coisas que precisemos fazer.
Trata-se realmente de estarmos
totalmente em casa dentro de nós mesmos, de respeitar a energia da nossa
própria alma, e a partir daí, seguir suavemente o fluxo da vida.
Nós somos os professores deste novo
tempo.
Gratidão,
Luís Barros