7 de julho de 2020

A LUZ ETERNA DO UNIVERSO

Nós somos luz eterna e é disto que o universo é feito.
Experimentemos a nossa própria grandeza e luz interior.
É isto que irá mudar o mundo, que está necessitando de mudança.
Nós estamos aqui para fazer uma diferença, mas só poderemos fazê-la quando confiarmos verdadeiramente em quem somos.
Isto pode ser uma coisa difícil, se fomos criados com ideias que sugerem que não somos bons do jeito que somos.
Para muitos seres humanos, sua vida natural, seu conhecimento natural, sua intuição, tornam-se velados à medida que passam pela infância.
A maioria das crianças tem uma intuição aguçada; elas sabem espontaneamente quando algo está certo ou errado.
Muitas ainda têm uma conexão íntima com sua própria alma e com a fonte de onde elas vieram, e têm o desejo de conectar seus pais com a luz deles mesmos.
Nós, quando criança, queríamos curar os nossos pais.
Quando muito jovem, ainda tínhamos consciência da alegria e do fluxo natural da vida, e queríamos espalhar essa vibração pelo ambiente ao nosso redor.
É isto que é ser um trabalhador da luz; é realmente compartilhar a vibração de alegria e amor que é a essência do universo.
Ser um trabalhador da luz não é ensinar princípios ou teorias, mas compartilhar energia e nos lembrar de quem somos.
Quando crescemos, nossa luz e entendimento naturais tornaram-se mais fracos e imprecisos, porque começamos a duvidar de nós mesmos.
Era quase inevitável que isto acontecesse; e é por isto que somos respeitados.
É preciso muita coragem para entrar neste mundo, nas três dimensões do plano da Terra.
Nós sabemos que perderemos temporariamente a nossa orientação e o conhecimento de quem somos, e isto acontece de um modo mais contundente quando ocorre a “noite escura da alma” em nossa vida.
Mas, paradoxalmente, é a própria “noite escura da alma” que pode trazer-nos de volta ao nosso eu verdadeiro.
O motivo disto é que existe uma espécie de poder na escuridão.
Nós temos a impressão de que emoções sombrias como medo, raiva ou tristeza deveriam ser evitadas, mas, originalmente, estas emoções fazem parte da linguagem da nossa alma.
A alma fala connosco principalmente através dos nossos sentimentos, e é justamente no momento em que reprimimos esses sentimentos… o que muitas vezes a sociedade nos pede que façamos… é justamente nesse momento que perdemos a conexão com a nossa alma e com a linguagem da nossa alma.
Nós estamos tentando obedecer às regras da sociedade, trabalhando duro, sendo uma pessoa “boa”, mas, com isto nós perdemos contacto com quem realmente somos e, no fim, nos tornamos solitários e frustrados, e sentimos que a nossa vida está carente de alegria e inspiração.
Nós pensamos, “Minha alma, por que não consigo ouvir a tua linguagem?”, e talvez comecemos a ter emoções cada vez mais sombrias de frustração e depressão.
Quando nos sentimos assim, é porque a nossa alma está batendo à nossa porta.
Esta escuridão, na verdade, traz poder, porque nela estão escondidas as emoções que uma vez reprimimos.
É por isto que é tão importante enfrentar a escuridão interior, olhar directamente para as emoções negativas que estão lá.
Quando ocorre uma “noite escura da alma”, nós somos forçados, de certa forma, a nos defrontarmos com as nossas emoções; nós não conseguimos mais fugir disso.
Este encontro pode também acontecer quando perdemos algo que nos é realmente caro, quando perdemos um ente querido, ou quando um relacionamento termina.
Estas experiências intensas de perda fazem com que percebamos a desolação e o desespero que existem dentro de nós.
Talvez pensemos que o sofrimento pelo qual estamos passando é absurdo, cruel e sem sentido.
Nunca subestimemos a nossa dor, mas nos encorajo-mos a, por favor, não vermos a escuridão e a nossa dor como uma coisa meramente negativa.
Exploremos um pouco mais profundamente esse processo agora.
Olhemos para dentro de nós mesmos, para uma emoção que muitas vezes nos aborrece ou faz com que nos sintamos deprimidos.
Talvez percebamos que há muita raiva dentro de nós ou que temos que lidar com o medo.
Deixemos a energia dessa emoção aparecer para nós; acolhamos-la e peçamos-lhe para mostrar sua face, na forma de um animal.
Seja qual for a sua aparência, não o julguemos.
Digamos “olá” para o animal e fitemos-lo nos olhos.
Sintamos quanta vitalidade e poder existem nesse animal.
Talvez tenhamos pensado, durante muito tempo, que é ruim ter medo, que é ruim ficar com raiva, mas é importante ouvir a mensagem que vem da raiva, do medo, ou de qualquer emoção, porque podemos começar a cooperar com a nossa própria energia natural, com nossa alma.
Então, perguntemos a esse animal o que ele quer dizer-nos, o que ele quer expressar para nós e como ele pode ajudar-nos a conseguir o que realmente queremos.
Os animais são, por natureza, criaturas muito espontâneas; eles não possuem uma mente que analisa tudo, então podem-nos mostrar, de um modo muito directo, o que os nossos sentimentos verdadeiros são.
Eles também nos mostram a nossa inocência, porque os animais são inocentes, assim como o são as emoções.
As emoções tornam-se sombrias e incontroláveis quando nós as reprimimos e não as aceitamos.
A espiritualidade tem a ver com aceitar verdadeiramente quem somos, neste momento, com todas as emoções que nós temos.
À medida que desenvolvemos a compaixão por nós mesmos, e as nossas emoções mais difíceis tornam-se nossos melhores amigos, nos tornamos inteiros.
Nada precisa ser escondido atrás de portas trancadas; nós podemos ser totalmente humanos.
E ao nos permitirmos ser humano e imperfeito, começamos a nos aproximar mais de outros seres humanos; nós vemos a luta e a dor deles.
Quando paramos de julgar a nós mesmos, aceitamos melhor os outros.
É isto que significa compartilhar a nossa luz.
Sintamos a delicadeza desta energia.
Ela não nos diz para mudar, nem para sermos uma pessoa “boa”; ela nos diz que somos um milagre, aqui mesmo, do jeito que somos.
Percebemos toda esta cena e dancemos entre a luz e a escuridão em nosso interior, como um milagre.
Não julguemos a escuridão.
Por favor, permitamos que a energia da luz aqui presente nos banhe e nos eleve.
Permitamos-nos relaxar, não só fisicamente, mas relaxar profundamente e sentirmos-nos bem connosco mesmo.
O que nós temos para oferecer a este mundo surge espontaneamente do nosso coração como nossa luz natural e resplandecente.
Fazer amizade com a escuridão faz parte da nossa missão.
A escuridão vem sendo deturpada através de nossas tradições, especialmente as tradições religiosas.
Na verdade, a escuridão não era considerada humana, por isto foi condenada, e nós tivemos que viver de acordo com um ideal que não é humano.
Mas estamos aqui para nos abrirmos para a nossa humanidade, para a nossa verdadeira magnificência, e para apreciarmos a nossa beleza e regozijarmos-nos nela… e termos alegria na nossa vida.

Gratidão,
Luís Barros