Nós somos luz eterna e é disto que o
universo é feito.
Experimentemos a nossa própria grandeza
e luz interior.
É isto que irá mudar o mundo, que está
necessitando de mudança.
Nós estamos aqui para fazer uma
diferença, mas só poderemos fazê-la quando confiarmos verdadeiramente em quem somos.
Isto pode ser uma coisa difícil, se fomos
criados com ideias que sugerem que não somos bons do jeito que somos.
Para muitos seres humanos, sua vida
natural, seu conhecimento natural, sua intuição, tornam-se velados à medida que
passam pela infância.
A maioria das crianças tem uma intuição
aguçada; elas sabem espontaneamente quando algo está certo ou errado.
Muitas ainda têm uma conexão íntima com
sua própria alma e com a fonte de onde elas vieram, e têm o desejo de conectar
seus pais com a luz deles mesmos.
Nós, quando criança, queríamos curar os
nossos pais.
Quando muito jovem, ainda tínhamos
consciência da alegria e do fluxo natural da vida, e queríamos espalhar essa
vibração pelo ambiente ao nosso redor.
É isto que é ser um trabalhador da luz;
é realmente compartilhar a vibração de alegria e amor que é a essência do
universo.
Ser um trabalhador da luz não é ensinar
princípios ou teorias, mas compartilhar energia e nos lembrar de quem somos.
Quando crescemos, nossa luz e
entendimento naturais tornaram-se mais fracos e imprecisos, porque começamos a
duvidar de nós mesmos.
Era quase inevitável que isto
acontecesse; e é por isto que somos respeitados.
É preciso muita coragem para entrar neste
mundo, nas três dimensões do plano da Terra.
Nós sabemos que perderemos
temporariamente a nossa orientação e o conhecimento de quem somos, e isto
acontece de um modo mais contundente quando ocorre a “noite escura da alma” em nossa
vida.
Mas, paradoxalmente, é a própria “noite
escura da alma” que pode trazer-nos de volta ao nosso eu verdadeiro.
O motivo disto é que existe uma espécie
de poder na escuridão.
Nós temos a impressão de que emoções
sombrias como medo, raiva ou tristeza deveriam ser evitadas, mas,
originalmente, estas emoções fazem parte da linguagem da nossa alma.
A alma fala connosco principalmente
através dos nossos sentimentos, e é justamente no momento em que reprimimos
esses sentimentos… o que muitas vezes a sociedade nos pede que façamos… é
justamente nesse momento que perdemos a conexão com a nossa alma e com a
linguagem da nossa alma.
Nós estamos tentando obedecer às regras
da sociedade, trabalhando duro, sendo uma pessoa “boa”, mas, com isto nós perdemos
contacto com quem realmente somos e, no fim, nos tornamos solitários e
frustrados, e sentimos que a nossa vida está carente de alegria e inspiração.
Nós pensamos, “Minha alma, por que não
consigo ouvir a tua linguagem?”, e talvez comecemos a ter emoções cada vez mais
sombrias de frustração e depressão.
Quando nos sentimos assim, é porque a
nossa alma está batendo à nossa porta.
Esta escuridão, na verdade, traz poder,
porque nela estão escondidas as emoções que uma vez reprimimos.
É por isto que é tão importante
enfrentar a escuridão interior, olhar directamente para as emoções negativas
que estão lá.
Quando ocorre uma “noite escura da
alma”, nós somos forçados, de certa forma, a nos defrontarmos com as nossas
emoções; nós não conseguimos mais fugir disso.
Este encontro pode também acontecer
quando perdemos algo que nos é realmente caro, quando perdemos um ente querido,
ou quando um relacionamento termina.
Estas experiências intensas de perda fazem
com que percebamos a desolação e o desespero que existem dentro de nós.
Talvez pensemos que o sofrimento pelo
qual estamos passando é absurdo, cruel e sem sentido.
Nunca subestimemos a nossa dor, mas nos
encorajo-mos a, por favor, não vermos a escuridão e a nossa dor como uma coisa
meramente negativa.
Exploremos um pouco mais profundamente
esse processo agora.
Olhemos para dentro de nós mesmos, para
uma emoção que muitas vezes nos aborrece ou faz com que nos sintamos deprimidos.
Talvez percebamos que há muita raiva
dentro de nós ou que temos que lidar com o medo.
Deixemos a energia dessa emoção aparecer
para nós; acolhamos-la e peçamos-lhe para mostrar sua face, na forma de um
animal.
Seja qual for a sua aparência, não o
julguemos.
Digamos “olá” para o animal e fitemos-lo
nos olhos.
Sintamos quanta vitalidade e poder
existem nesse animal.
Talvez tenhamos pensado, durante muito
tempo, que é ruim ter medo, que é ruim ficar com raiva, mas é importante ouvir
a mensagem que vem da raiva, do medo, ou de qualquer emoção, porque podemos
começar a cooperar com a nossa própria energia natural, com nossa alma.
Então, perguntemos a esse animal o que
ele quer dizer-nos, o que ele quer expressar para nós e como ele pode ajudar-nos
a conseguir o que realmente queremos.
Os animais são, por natureza, criaturas
muito espontâneas; eles não possuem uma mente que analisa tudo, então podem-nos
mostrar, de um modo muito directo, o que os nossos sentimentos verdadeiros são.
Eles também nos mostram a nossa inocência,
porque os animais são inocentes, assim como o são as emoções.
As emoções tornam-se sombrias e
incontroláveis quando nós as reprimimos e não as aceitamos.
A espiritualidade tem a ver com aceitar
verdadeiramente quem somos, neste momento, com todas as emoções que nós temos.
À medida que desenvolvemos a compaixão
por nós mesmos, e as nossas emoções mais difíceis tornam-se nossos melhores
amigos, nos tornamos inteiros.
Nada precisa ser escondido atrás de
portas trancadas; nós podemos ser totalmente humanos.
E ao nos permitirmos ser humano e
imperfeito, começamos a nos aproximar mais de outros seres humanos; nós vemos a
luta e a dor deles.
Quando paramos de julgar a nós mesmos,
aceitamos melhor os outros.
É isto que significa compartilhar a
nossa luz.
Sintamos a delicadeza desta energia.
Ela não nos diz para mudar, nem para sermos
uma pessoa “boa”; ela nos diz que somos um milagre, aqui mesmo, do jeito que somos.
Percebemos toda esta cena e dancemos
entre a luz e a escuridão em nosso interior, como um milagre.
Não julguemos a escuridão.
Por favor, permitamos que a energia da
luz aqui presente nos banhe e nos eleve.
Permitamos-nos relaxar, não só
fisicamente, mas relaxar profundamente e sentirmos-nos bem connosco mesmo.
O que nós temos para oferecer a este
mundo surge espontaneamente do nosso coração como nossa luz natural e
resplandecente.
Fazer amizade com a escuridão faz parte
da nossa missão.
A escuridão vem sendo deturpada através
de nossas tradições, especialmente as tradições religiosas.
Na verdade, a escuridão não era
considerada humana, por isto foi condenada, e nós tivemos que viver de acordo
com um ideal que não é humano.
Mas estamos aqui para nos abrirmos para
a nossa humanidade, para a nossa verdadeira magnificência, e para apreciarmos a
nossa beleza e regozijarmos-nos nela… e termos alegria na nossa vida.
Gratidão,
Luís Barros