22 de julho de 2020

O RITMO DA TERRA

Jeshua, quer-nos muito bem e nos respeita muito por nossa coragem e perseverança.
Como ser humano, nós somos vulneráveis: na falta de conhecimento, na nossa busca, nos novos caminhos em que nos aventuramos…. Percebemos em nós o medo, o anseio, a saudade da luz, da segurança e da liberdade.
Nós estamos sempre buscando e, de vez em quando, nos perdemos em caminhos que foram traçados pela sociedade, pelas vozes do medo que falam sobre não sermos bons o suficiente ou não termos o suficiente, e da necessidade de protecção.
Estas vozes falaram tão alto no passado, que nos penetraram profundamente e se tornaram mais altas que a voz do nosso coração, a nossa voz interior.
Nós estamos lutando contra as vozes do medo, as vozes do passado.
Somos respeitados por termos assumido essa luta, essa luz, essa busca.
Nós demos um salto de fé e isto exige coragem e entrega.
Portanto, respeitemos-nos e compreendamos que o que estamos fazendo aqui, em nossa vida na Terra, faz parte de um todo maior.
O que fazemos tem um efeito nos outros, em toda a rede de vidas e almas com os quais estamos envolvidos.
Este efeito é maior do que imaginamos.
Nós irradiamos para outras partes do mundo, para outros seres vivos, sem sabermos disto.
Nós somos maiores do que pensamos.
Na maior parte do tempo, a nossa consciência está voltada para os nossos medos, os nossos problemas e as preocupações que nos mantêm ocupados no nosso dia-a-dia.
Mas a energia da nossa alma é muito maior; muito mais vasta e ampla do que as questões pessoais que nos preocupam e com as quais nos identificamos.
Tomemos consciência, agora, do ser infinito que somos.
A nossa alma escolheu este corpo para nele se manifestar nesta vida.
Ao escolhê-lo, escolheu também os nossos pais, a família na qual nasceríamos e as condições nas quais seriamos criados.
A nossa alma rendeu-se voluntariamente e deixou-se comprimir e se enredar na teia tecida tanto pelo medo quanto pelo amor.
Por intermédio dos nossos pais e, mais tarde, do mundo à nossa volta, dos nossos relacionamentos e ambiente de trabalho, nós nos deparamos com o medo, a limitação e a escuridão.
Entretanto, sempre houve e haverá a presença do amor, que só conseguiremos encontrar se assim escolhermos.
Se estivermos bem conscientes do nosso próprio centro, conseguiremos ver através dos medos, máscaras e ilusões do mundo que nos cerca.
Em vez de nos concentrarmos nas nossas preocupações, e no que consideramos as nossas deficiências, passamos a nos conscientizarmos da luz que sempre esteve presente e que brilha dentro de nós; a luz que vem de um mundo diferente, um mundo que não é limitado pelo medo, julgamento nem escassez.
A nossa tarefa mais importante na Terra é encontrar essa luz dentro de nós mesmos e nutri-la, dando-lhe mãos e pés terrenos para que ela possa realmente fluir na Terra e para a Terra.
Este é o nosso propósito verdadeiro; todo o resto é secundário.
Agora nos conectemos com os nossos pés, sintamos-los no solo e sintamos-nos sustentados pela Mãe Terra.
A Terra, como ser vivo, é nossa aliada.
Sintamos a vibração dela, o silêncio da natureza, a fluidez tranquila com a qual os processos da vida se desenrolam.
Sintamos a essência da Mãe Terra nos nossos pés e abaixo deles.
A Terra acolhe-nos e ama-nos como a um filho.
Ela quer que tenhamos tudo de que necessitamos; acima de tudo, ela deseja ajudar-nos a descobrir a nossa própria luz, pois ela precisa da nossa luz.
A Terra se torna inspirada e fértil através da nossa consciência; nós somos um criador, e a Terra deseja receber-nos.
Sintamos como a Terra nos ama.
Sintamos o nosso fluxo maternal subindo pelos próprios pés e panturrilhas; sintamos nossos joelhos e coxas, e percebamos como a essência da Terra – a consciência da Terra – preenche nosso baixo-ventre, nossa área pélvica. 
Imaginemos que voltamos a ser criança e sabemos que estamos sendo cuidados e sustentados, e não precisamos nos preocupar se estamos ou não seguros.
Na verdade, é assim que realmente somos: nós estamos em segurança nos braços da Mãe Terra.
Se o permitirmos, ela cuidará de nós do nosso nascimento até à nossa morte.
Se estivermos sintonizados com ela, estaremos conectados com o ritmo que é correcto para nós.
Todos os processos da vida e de crescimento interior têm um certo ritmo, uma cadência.
Nosso ritmo só falha por causa dos nossos medos ou porque não acreditamos nele e não o escutamos.
São as energias da cabeça que interferem com o fluxo natural da nossa vida; portanto libertemos-nos desses julgamentos mentais.
Desçamos, em consciência, à nossa cavidade pélvica e sintamos a voz suave da Mãe Terra; acalmemos-nos e descansemos aí!
Imaginemos que a nossa cavidade pélvica é o próprio útero da Mãe Terra e estamos sendo embalados, como numa rede que balança suavemente de um lado para o outro.
A intenção é que nos sintamos seguros na Terra, porque, só assim, poderemos nos desenvolver do nosso próprio jeito.
Desenvolvermos-nos é como o lento desabrochar de uma flor frágil que carrega em si a energia de um mundo diferente.
Essa flor precisa de tempo, nutrição apropriada, protecção e estabilidade.
Agora imaginemos que nos cercamos dessas energias e nos damos o espaço necessário para crescermos da maneira que mais nos convém.
Observemos se, neste momento, sentimos uma necessidade especial de descansar.
Sintamos isto por uns instantes.
Descansar não significa não fazer nada.
Na maioria das vezes, significa dar atenção a nós mesmos, às nossas necessidades reais.
Inclusive, é possível que queiramos fazer alguma coisa que desejamos fazer há muito tempo, mas temos negado a nós mesmos.
Talvez agora seja o momento certo de nutrir a nossa alma.
Coloque esta pergunta para a Mãe Terra.
Imaginemos que estamos nos balançando suavemente numa rede.
Ela é segura e estamos relaxados.
Então aparece um animal da natureza, que nos traz uma mensagem… essa mensagem é uma energia, uma energia curadora.
Recebamos-la e fitemos os olhos desse animal; aceitemos-lo como um guia da Mãe Terra. 
Nós estamos aqui na Terra para dar forma à energia da nossa alma de uma maneira terrena, e isto só é possível se nos sentirmos em casa na Terra.
Nós, como todos os seres humanos, carregamos uma bagagem do passado que torna isso difícil, e faz com que nos sintamos inseguro em nosso corpo quando estamos entre outras pessoas, ou até connosco mesmo e nossas emoções.
Existe uma luta causada pelo abismo entre a luz, o calor e a segurança de um lado, e o medo e o frio que vivenciamos do outro.
Entretanto, apelamos, à consciência mais profunda no nosso interior, que acreditemos que a luz, o calor e a segurança são mais fortes do que o medo e o frio.
Nós podemos sentir isto no nosso dia-a-dia, conectando-nos com a Terra, a natureza, e o nosso próprio baixo-ventre e pélvis.
Ali há segurança, ali existe amor, e ali nós encontraremos as respostas que procuramos – elas vêm do repouso e do relaxamento.
Nunca nos conectemos com as respostas que vêm da nossa cabeça.
A partir da conexão com nosso ser terreno, com nossa natureza terrena, é que podemos realmente entender, confortar e encorajar a nós mesmos.
Entreguemos-nos à Mãe Terra!
Este é o primeiro passo para nos tornarmos completos.
No momento em que experienciamos a segurança básica, nós conseguimos escutar a voz do nosso coração, claramente audível, como se fosse o cantar de um pássaro.
Nós também podemos trazer para esse espaço a paciência para deixar as coisas se desenrolarem e se desenvolverem à maneira delas.
Sigamos o ritmo da Terra e tenhamos compaixão de nós.
Mesmo que às vezes nos sintamos perdidos no medo, no frio e na ignorância, nós temos uma luz grandiosa em nosso interior, e a Terra acolhe com prazer a nossa luz e a nós.
Agora sintamos essa luz radiante em nosso coração: uma consciência pura e fresca.
Sintamos de onde viemos, sintamos os lugares do Universo onde já estivemos – nós temos um passado rico.
Nós possuímos muito conhecimento e experiência, que podem ser compartilhados agora com a Terra e as pessoas à nossa volta.
Não tenhamos medo.
Nós somos um portador de luz, e é isto que desejamos ser.
Sintamos essa luz no nosso coração.
Sintamos como essa luz nos une a todos os outros seres vivos: aos humanos, aos animais e a toda a natureza.
Reverenciemos essa luz que há dentro de nós.
Sintamos que ela é maior do que a nossa personalidade e as nossas preocupações.
Estas têm direito de existir, mas, ao mesmo tempo, sintamos a fonte inesgotável de luz no nosso interior.
Deixe agora essa luz lavar-nos e limpar o nosso campo de energia, como uma fonte jorrando do nosso coração.
Sintamos a luz se derramar sobre a nossa cabeça e ombros, descendo pela parte superior do nosso corpo, para a nossa pélvis, nossas pernas e pés e, finalmente para dentro da Terra.

Gratidão,
Luís Barros