Jeshua, quer-nos muito bem e nos respeita
muito por nossa coragem e perseverança.
Como ser humano, nós somos vulneráveis:
na falta de conhecimento, na nossa busca, nos novos caminhos em que nos aventuramos….
Percebemos em nós o medo, o anseio, a saudade da luz, da segurança e da
liberdade.
Nós estamos sempre buscando e, de vez em
quando, nos perdemos em caminhos que foram traçados pela sociedade, pelas vozes
do medo que falam sobre não sermos bons o suficiente ou não termos o
suficiente, e da necessidade de protecção.
Estas vozes falaram tão alto no passado,
que nos penetraram profundamente e se tornaram mais altas que a voz do nosso
coração, a nossa voz interior.
Nós estamos lutando contra as vozes do
medo, as vozes do passado.
Somos respeitados por termos assumido
essa luta, essa luz, essa busca.
Nós demos um salto de fé e isto exige
coragem e entrega.
Portanto, respeitemos-nos e compreendamos
que o que estamos fazendo aqui, em nossa vida na Terra, faz parte de um todo
maior.
O que fazemos tem um efeito nos outros,
em toda a rede de vidas e almas com os quais estamos envolvidos.
Este efeito é maior do que imaginamos.
Nós irradiamos para outras partes do
mundo, para outros seres vivos, sem sabermos disto.
Nós somos maiores do que pensamos.
Na maior parte do tempo, a nossa
consciência está voltada para os nossos medos, os nossos problemas e as
preocupações que nos mantêm ocupados no nosso dia-a-dia.
Mas a energia da nossa alma é muito
maior; muito mais vasta e ampla do que as questões pessoais que nos preocupam e
com as quais nos identificamos.
Tomemos consciência, agora, do ser
infinito que somos.
A nossa alma escolheu este corpo para
nele se manifestar nesta vida.
Ao escolhê-lo, escolheu também os nossos
pais, a família na qual nasceríamos e as condições nas quais seriamos criados.
A nossa alma rendeu-se voluntariamente e
deixou-se comprimir e se enredar na teia tecida tanto pelo medo quanto pelo
amor.
Por intermédio dos nossos pais e, mais
tarde, do mundo à nossa volta, dos nossos relacionamentos e ambiente de
trabalho, nós nos deparamos com o medo, a limitação e a escuridão.
Entretanto, sempre houve e haverá a
presença do amor, que só conseguiremos encontrar se assim escolhermos.
Se estivermos bem conscientes do nosso
próprio centro, conseguiremos ver através dos medos, máscaras e ilusões do
mundo que nos cerca.
Em vez de nos concentrarmos nas nossas
preocupações, e no que consideramos as nossas deficiências, passamos a nos
conscientizarmos da luz que sempre esteve presente e que brilha dentro de nós;
a luz que vem de um mundo diferente, um mundo que não é limitado pelo medo,
julgamento nem escassez.
A nossa tarefa mais importante na Terra
é encontrar essa luz dentro de nós mesmos e nutri-la, dando-lhe mãos e pés
terrenos para que ela possa realmente fluir na Terra e para a Terra.
Este é o nosso propósito verdadeiro;
todo o resto é secundário.
Agora nos conectemos com os nossos pés,
sintamos-los no solo e sintamos-nos sustentados pela Mãe Terra.
A Terra, como ser vivo, é nossa aliada.
Sintamos a vibração dela, o silêncio da
natureza, a fluidez tranquila com a qual os processos da vida se desenrolam.
Sintamos a essência da Mãe Terra nos nossos
pés e abaixo deles.
A Terra acolhe-nos e ama-nos como a um
filho.
Ela quer que tenhamos tudo de que
necessitamos; acima de tudo, ela deseja ajudar-nos a descobrir a nossa própria
luz, pois ela precisa da nossa luz.
A Terra se torna inspirada e fértil
através da nossa consciência; nós somos um criador, e a Terra deseja receber-nos.
Sintamos como a Terra nos ama.
Sintamos o nosso fluxo maternal subindo
pelos próprios pés e panturrilhas; sintamos nossos joelhos e coxas, e percebamos
como a essência da Terra – a consciência da Terra – preenche nosso
baixo-ventre, nossa área pélvica.
Imaginemos que voltamos a ser criança e
sabemos que estamos sendo cuidados e sustentados, e não precisamos nos preocupar
se estamos ou não seguros.
Na verdade, é assim que realmente somos:
nós estamos em segurança nos braços da Mãe Terra.
Se o permitirmos, ela cuidará de nós do nosso
nascimento até à nossa morte.
Se estivermos sintonizados com ela,
estaremos conectados com o ritmo que é correcto para nós.
Todos os processos da vida e de
crescimento interior têm um certo ritmo, uma cadência.
Nosso ritmo só falha por causa dos nossos
medos ou porque não acreditamos nele e não o escutamos.
São as energias da cabeça que interferem
com o fluxo natural da nossa vida; portanto libertemos-nos desses julgamentos
mentais.
Desçamos, em consciência, à nossa
cavidade pélvica e sintamos a voz suave da Mãe Terra; acalmemos-nos e descansemos
aí!
Imaginemos que a nossa cavidade pélvica
é o próprio útero da Mãe Terra e estamos sendo embalados, como numa rede que
balança suavemente de um lado para o outro.
A intenção é que nos sintamos seguros na
Terra, porque, só assim, poderemos nos desenvolver do nosso próprio jeito.
Desenvolvermos-nos é como o lento
desabrochar de uma flor frágil que carrega em si a energia de um mundo
diferente.
Essa flor precisa de tempo, nutrição
apropriada, protecção e estabilidade.
Agora imaginemos que nos cercamos dessas
energias e nos damos o espaço necessário para crescermos da maneira que mais nos
convém.
Observemos se, neste momento, sentimos
uma necessidade especial de descansar.
Sintamos isto por uns instantes.
Descansar não significa não fazer nada.
Na maioria das vezes, significa dar
atenção a nós mesmos, às nossas necessidades reais.
Inclusive, é possível que queiramos
fazer alguma coisa que desejamos fazer há muito tempo, mas temos negado a nós
mesmos.
Talvez agora seja o momento certo de
nutrir a nossa alma.
Coloque esta pergunta para a Mãe Terra.
Imaginemos que estamos nos balançando
suavemente numa rede.
Ela é segura e estamos relaxados.
Então aparece um animal da natureza, que
nos traz uma mensagem… essa mensagem é uma energia, uma energia curadora.
Recebamos-la e fitemos os olhos desse
animal; aceitemos-lo como um guia da Mãe Terra.
Nós estamos aqui na Terra para dar forma
à energia da nossa alma de uma maneira terrena, e isto só é possível se nos sentirmos
em casa na Terra.
Nós, como todos os seres humanos,
carregamos uma bagagem do passado que torna isso difícil, e faz com que nos
sintamos inseguro em nosso corpo quando estamos entre outras pessoas, ou até
connosco mesmo e nossas emoções.
Existe uma luta causada pelo abismo
entre a luz, o calor e a segurança de um lado, e o medo e o frio que vivenciamos
do outro.
Entretanto, apelamos, à consciência mais
profunda no nosso interior, que acreditemos que a luz, o calor e a segurança
são mais fortes do que o medo e o frio.
Nós podemos sentir isto no nosso
dia-a-dia, conectando-nos com a Terra, a natureza, e o nosso próprio
baixo-ventre e pélvis.
Ali há segurança, ali existe amor, e ali
nós encontraremos as respostas que procuramos – elas vêm do repouso e do
relaxamento.
Nunca nos conectemos com as respostas
que vêm da nossa cabeça.
A partir da conexão com nosso ser
terreno, com nossa natureza terrena, é que podemos realmente entender,
confortar e encorajar a nós mesmos.
Entreguemos-nos à Mãe Terra!
Este é o primeiro passo para nos tornarmos
completos.
No momento em que experienciamos a
segurança básica, nós conseguimos escutar a voz do nosso coração, claramente
audível, como se fosse o cantar de um pássaro.
Nós também podemos trazer para esse
espaço a paciência para deixar as coisas se desenrolarem e se desenvolverem à
maneira delas.
Sigamos o ritmo da Terra e tenhamos
compaixão de nós.
Mesmo que às vezes nos sintamos perdidos
no medo, no frio e na ignorância, nós temos uma luz grandiosa em nosso
interior, e a Terra acolhe com prazer a nossa luz e a nós.
Agora sintamos essa luz radiante em nosso
coração: uma consciência pura e fresca.
Sintamos de onde viemos, sintamos os
lugares do Universo onde já estivemos – nós temos um passado rico.
Nós possuímos muito conhecimento e
experiência, que podem ser compartilhados agora com a Terra e as pessoas à nossa
volta.
Não tenhamos medo.
Nós somos um portador de luz, e é isto
que desejamos ser.
Sintamos essa luz no nosso coração.
Sintamos como essa luz nos une a todos
os outros seres vivos: aos humanos, aos animais e a toda a natureza.
Reverenciemos essa luz que há dentro de nós.
Sintamos que ela é maior do que a nossa
personalidade e as nossas preocupações.
Estas têm direito de existir, mas, ao
mesmo tempo, sintamos a fonte inesgotável de luz no nosso interior.
Deixe agora essa luz lavar-nos e limpar o
nosso campo de energia, como uma fonte jorrando do nosso coração.
Sintamos a luz se derramar sobre a nossa
cabeça e ombros, descendo pela parte superior do nosso corpo, para a nossa pélvis,
nossas pernas e pés e, finalmente para dentro da Terra.
Gratidão,
Luís Barros