Maria Madalena, esteve aqui na Terra em
uma época de mudanças, uma época em que muitas pessoas estavam procurando uma
saída de uma situação limitadora.
A Terra estava, então, envolvida por uma
energia que reprimia e desvalorizava as pessoas e lhes dava uma sensação de
desmerecimento, de indignidade.
Esse véu está se afinando agora, mais
luz está vindo do alto, e essa luz vem da alma de cada um de nós, a qual se
mantêm fora do véu.
Ao encarnar na Terra, nós nos despedimos
do nosso eu maior, daquele que nós realmente somos.
Nós mergulhamos num mundo com estruturas
de pensamentos e sentimentos que não são os da nossa alma.
A partir do mais profundo do nosso ser,
procuremos sentir de onde nós viemos, e como esse reino é infinito e
abrangente.
Sintamos a nossa energia e puxemos-la
através do véu, porque nós podemos fazer isso.
Nós temos a capacidade de nos lembrar de
quem éramos e ainda somos, dessa simplicidade e felicidade completa.
Nós não precisamos nos adaptar às
estruturas que não são nossas; nós podemos vivenciar a liberdade.
Imaginemos, simbolicamente, que nós abrimos
as nossas asas, como um grande pássaro, ou, talvez, um anjo.
Como são essas asas?
Que cores brilham e cintilam?
Sintamos o poder dessas asas!
Nós podemos voar e muitas vezes fazemos
isto em nossa imaginação.
Nós não estamos sempre aqui na Terra,
nestas estruturas feitas pelo homem; nós viajamos frequentemente.
Nós somos sensíveis e sentimos as
energias que não se encaixam nestas estruturas mundanas.
Nós somos visionários e videntes.
Sintamos, por um momento, o que estas
palavras evocam em nós, porque existe um velho tabu em relação a ser assim.
Entretanto, saibamos que existem duas
razões para se ver através do véu, para observar o que é essencial e falar connosco.
O primeiro motivo de nos sentirmos
compelidos a fazer isto é o nosso desejo de lembrarmos-nos de quem nós realmente
somos enquanto estamos nesta vida.
Nós não queremos viver encobertos pela
névoa espessa, nós desejamos ser autênticos connosco mesmos, experimentar a
verdade, e dar passos decisivos no nosso caminho interior como alma.
Portanto, existe em nós esse grande
desejo de atravessar a neblina e avançar em direcção ao que é parte da
essência.
O segundo motivo desse impulso interior
é o facto de sermos um precursor, um pioneiro em consciência.
Nós também estamos aqui para doar algo
para os outros, para permitir que a nossa luz se irradie para o exterior, para
superar as confusões, as dores e os medos nos quais a humanidade vive.
Ainda existe um véu sobre a Terra e,
embora ele esteja começando a tornar-se mais fino, existe uma necessidade de
pessoas fortes como nós, que deixem sua luz brilhar, para servirem de exemplo
para os outros, a fim de que a névoa se dissolva.
É isto que nós somos e – como um
precursor para outros – é isto o que a nossa alma queria alcançar nesta vida na
Terra.
Nós experimentamos o caminho para os outros
seguirem, e com isto queremos dizer que nós não nos encontramos acima dos
outros, mas próximo a eles.
Nós somos o caminho, e então somos
intensamente desafiados a remover os obstáculos em nossa vida, para penetrar
profundamente na essência da vida e, assim fazendo, iluminar também o caminho
para os outros, porque somos um exemplo para eles.
Sintamos a verdade destas palavras por
um instante, e percebamos como elas se aplicam a nós.
Maria Madalena pode penetrar
profundamente em nosso ser, porque nós estamos abertos para o que está do outro
lado do véu.
Nós somos um portador da luz; nós
estamos introduzindo uma nova era, e o que chamamos de canalização cria
aberturas na névoa espessa que envolve a Terra e que está preenchida por
pensamentos amedrontadores e sombrios.
Cada vez que ocorre uma abertura e mais
luz consegue fluir por essa névoa, mais alegria preenche a atmosfera da Terra,
e há mais esperança e encorajamento.
E então as pessoas ficam mais dispostas
a fitar os olhos umas das outras, a se darem as mãos, e a se reconhecerem umas
nas outras – e este é o propósito desta canalização.
Nós somos um canal terreno e podemos
criar uma senda ao trilhar o caminho que leva à lembrança de nós mesmos.
Quando estamos abertos e entregues a
esse caminho, energias externas à atmosfera terrestre vêm para sustentar-nos e
fortalecer-nos.
Estas energias, ou guias, podem ajudar-nos
em nosso próprio processo pessoal e, além disto, algumas delas querem transmitir
alguma coisa para outras pessoas.
Quando nos reunirmos com outros,
sintonizemos-nos com essa corrente que transcende as nossas ideias pessoais e nosso
intelecto, de modo que novas ideias possam tomar uma forma mais universal.
Este é um passo muito importante em
direcção à nova realidade.
Sentir essa conexão com a nossa alma,
com o nosso Eu-Superior, que transcende a Terra e que sobrevive ao nosso corpo,
é um sinal de ser mentalmente saudável.
No mundo da alma, que é o nosso lar
natural, vivem muitos outros seres, inclusive guias e mestres, cuja missão
sincera é ajudar a humanidade na Terra.
Portanto, é natural e belo quando nós,
em colaboração com tais luzes orientadoras, transmitimos informações, calor e
compaixão na Terra.
Mas descobriremos que, uma vez que demos
os primeiros passos nesse caminho, muito medo surgirá em nós.
Uma coisa é buscar a nossa própria
libertação interior, o nosso próprio caminho pessoal; mas apresentar para
outras pessoas a nossa sabedoria e conhecimento, relativos à energia etérea e à
transformação interior, pode-nos causar profundo medo e resistência.
Nós, então, colidimos com opiniões e
pontos de vista modernos sobre a vida.
Existem muitas razões profundas para
estes trabalhos de energia – canalização, sensitividade, clarividência – terem
sido vistos com suspeitas e terem encontrado resistência e rejeição no passado.
No momento actual, essas suspeitas tomam
a forma de uma ciência racional e autoritária, que afirma ter adquirido
conhecimento objectivo do mundo e, portanto, rejeita o âmbito do sentimento e
intuição como ilusório e subjectivo demais.
Mas existe uma tensão mais profunda na
raiz dessa rejeição.
Existe nas pessoas – e certamente
naquelas em posição de poder – um grande medo de abandonar o controlo.
Muitas estruturas e hierarquias na Terra
são baseadas no poder e controlo, e aqueles que possuem o poder querem mantê-lo
assim.
Quando as pessoas começam a pensar por
si mesmas – com base no que elas sentem ou desejam – isto é percebido como um
perigo para a ordem existente.
Há um certo apego ao poder no mundo
humano, uma força reaccionária que se opõe à mudança.
Nós colidimos com esses poderes quando nos
levantamos como indivíduos, quando seguimos o nosso próprio caminho e espalhamos
a nossa mensagem no mundo.
Na sociedade de hoje, pode não ser mais
o caso de haver um ditador, ou um poder militar ou eclesiástico que nos
retenham, mas os padrões de medo, controlo e poder acabam se interiorizando nas
pessoas, e assim nós podemos ser um alvo de rejeição da família, vizinhos ou
patrão.
E esta rejeição é amplamente baseada no
medo, do qual brota a necessidade de controlo, que tenta sufocar ou dissipar
essa energia emocional.
O que se pode fazer a respeito da
rejeição?
Como encontrar um caminho através dessa
rejeição em nossa própria vida?
Primeiro, compreendamos quem somos, que somos
um pioneiro no campo da consciência, que somos importantes, destemidos e
corajosos, e que nós já mostramos muita resistência às velhas energias que
desejam atrair-nos de volta aos padrões antigos.
Consciencializemos-nos da nossa própria
coragem e perseverança.
Agarremos-nos firmemente à nossa
inspiração, ao nosso desejo, que são o motivo de estarmos aqui e de estarmos
vivendo a nossa vida como vimos vivendo.
Ao reconhecermos a nossa própria
grandiosidade e coragem, nós já estamos dando um importante passo adiante.
Não nos permitamos ser modificados pelos
ditames da sociedade; mantenhamos-nos firmes!
O passo seguinte é sentir onde a nossa
energia é verdadeiramente bem-vinda, e então nos deixarmos guiar por esse
sentimento.
Existem inúmeras pessoas neste mundo que
precisam do que nós temos para oferecer, que precisam exactamente daquilo que nos
tornam únicos.
Existem aberturas no campo de energia da
Terra, e movimento e mudança no pensamento colectivo.
Deixemos-nos guiar, pois a intenção não é
nós lutarmos contra a ordem existente, mas mantermos-nos fortes em nosso próprio
campo energético, guiados pelo que é bom e seguro para nós; onde possamos
prosperar e nos desenvolver, e não mais sentir necessidade de nos escondermos.
Tais possibilidades e lugares existem
agora aqui na Terra; essas pessoas estão aqui.
Usemos a nossa intuição e abandonemos a
ideia de desmerecimento, de indignidade.
Não se trata de “termos que fazer o nosso
melhor” e “termos que provar a nós mesmos”; trata-se de sentir onde nós somos bem-vindos,
onde nós não só doamos e compartilhamos, mas também recebemos inspiração e
abundância em troca.
Sintamos o equilíbrio!
Vejamos-nos, por exemplo, em pé, num
campo ou numa cidade, no meio de pessoas.
Mantenhamos os nossos pés pisando
firmemente o solo; permaneçamos erectos neste mundo!
Sintamos como somos diferentes e como é
certo divergir do que é velho, e seguir um caminho novo, o caminho do nosso
coração e dos nossos sentimentos.
Façamos-nos grandiosos e sintamos, sob os
nossos pés, o poder do planeta que nos sustenta.
Ao fazermos isto, irradiamos a nossa luz
sobre a Terra como uma transferência energética, e fazemos isto com
tranquilidade.
Não retermos mais a nossa energia, o
nosso brilho natural, é um enorme passo à frente!
Nós podemos despender muita energia
restringindo o nosso próprio brilho e força – mas agora nós os libertamos!
Sintamos quanta paz nos envolve quando nós
não temos mais que nos posicionar de maneira restritiva, e precisamos
simplesmente estar aqui e mantermos-nos firmes e erectos.
Deixemos que toda essa onda de energia
se espalhe pela Terra.
A Terra pode se conectar com a nossa
alma aqui; este é o nosso propósito de vida.
Agora concentremos-nos no tipo de energia
que gostaríamos de fluir através do nosso coração para o mundo.
Sintamos essa energia por um instante e
tentemos colocá-la cuidadosamente em palavras.
É uma energia de bondade e cura?
Ou uma de clareza e determinação?
É uma energia mais do tipo feminino?
Ou mais do masculino?
Talvez possamos, inclusive, perceber se
essa energia é mais do que apenas a nossa própria, ou se existe algo ou alguém
ao nosso lado que fortalece esse processo.
Aproveite essa energia, porque agora nós
estamos conectados com a nossa essência e com os nossos mestres, guias ou
energias com as quais trabalhamos e que estão alinhadas connosco.
É uma verdadeira colaboração, quando nós
não nos sentimos separados deles e quando sentimos que todos são parte
essencial deste canal.
Finalmente, perguntamos: o que o mundo
deseja nos dar, como uma bela e boa resposta positiva, em troca do que nós temos
a oferecer?
Do mundo, da atmosfera da Terra e da
humanidade, retornam para nós energias que falam de validação, reconhecimento e
gratidão.
Vejamos se conseguimos receber
isto.
Desta forma, completamos o círculo.
Nós formamos um canal através da espessa
névoa, através do véu, e nos expomos totalmente.
Nós percorremos o caminho interior para
a libertação para além do medo e então irradiamos a nossa luz para fora.
Nós formamos um canal com outros, tocamos-los
com a nossa energia, e recebemos energia em troca.
Nós somos um ser humano que participa de
dois mundos: o da Terra e o do Céu, onde a nossa alma reside e de onde ela vem.
Como ser humano terreno, nós temos a
necessidade de receber, para que nos sintamos bem aqui; receber em troca do que
somos e doamos.
Abandonemos quaisquer ideias de
desmerecimento e sejamos o centro radiante de doação e recebimento deste
círculo.
Gratidão,
Luís Barros