Jeshua, é nosso irmão e amigo.
Está connosco e segura as nossas mãos.
Ele também percorreu a senda onde nós
nos encontramos e conheceu as profundezas do desespero, da tristeza intensa e
saudades do Lar.
Conhece-nos internamente, porque somos
seus entes queridos, sua família.
Ele nos acolhe aqui e agora.
Nós somos os portadores de um comando
sagrado: espalhar, aqui na Terra, a luz do Céu e o sentimento de amor do Lar.
Em primeiro lugar, para nós mesmos, de
modo a aliviar a nossa carga interna através do amor, da ternura e humildade
para connosco mesmos.
Pedimos que cada um de nós que se curve
intimamente para si mesmo, de modo a dar forma, aqui, à luz da nossa alma.
Conseguimos fazer isto?
Conseguimos juntar as nossas mãos diante
do nosso próprio coração, na conhecida saudação oriental (Namastê), e curvarmos-nos
para nós mesmos?
E por que pedimos isto?
Por que nós não nos curvamos para nós
mesmos com frequência ou por vontade própria.
Curvarmos-mos para nós mesmos significa
aceitarmos-nos completamente como somos agora – sendo nós mesmos totalmente e
desapegando-nos de tudo o mais, com uma suave expiração.
Ser completo no momento é a verdadeira
humildade, mas isto não é tudo.
Nessa humildade, na acção de curvarmos-nos
a nós mesmos, reside a confiança de que existe um ser-semente perfeito dentro
de nós, que não deseja nada além de se abrir, florescer e crescer.
O que alimenta esse ser-semente?
O que nos faz abrirmos-nos em flor e nos
desenvolvermos?
O que mais nos alimenta é a nossa
atenção silenciosa, nosso apreço e carinho.
Dêmos um passo para trás e vejamos-nos
como o ser grandioso e especial que somos.
Internamente, estendamos-lhe as mãos com
admiração, como se estivéssemos nos aproximando de algo verdadeiramente
precioso.
Nós poderemos vê-lo como uma criança ou
como a semente de uma planta, ou talvez, como um grupo de cores ou energia.
Mas o que estamos vendo, de facto, é o
ser-alma que somos.
A alma desperta graduadamente através
de vastas correntes de tempo e espaço.
Da alma fluem diferentes raios de luz,
que tocam e visitam a Terra, e estes são as nossas encarnações neste planeta.
De cada encarnação, a alma toma algumas
coisas para si mesma: experiências, conhecimento, sabedoria e, inclusive, dor e
incompreensão.
E precisa digerir tudo isso.
A alma encontra-se em um processo
constante de transformação, de crescimento, que se torna cada vez mais
exuberante.
A semente germina, e o resultado é um
milagre, um ser de beleza e esplendor que cresce infinitamente mais grandioso
no cosmos.
Ao crescer e florescer, a luz se propaga
como uma manifestação única, porque nenhuma alma é igual a outra.
Cada alma espalha a luz do universo, a
luz de Deus, de forma pessoal.
Nós estamos agora em uma das muitas
encarnações da nossa alma.
Nós somos como um raio de sol conectado
à nossa alma, e como estamos conectados com a nossa alma, também nos mantemos
conectados com outros raios de encarnação da nossa alma.
Na encarnação em que nos encontramos neste
momento, algo especial está em andamento, algo milagroso… a energia da Terra
está começando a mudar.
As pessoas estão encontrando mais e
melhor acesso à realidade interior e às suas almas.
O véu – como nós o chamamos – entre o
outro lado e a vida quotidiana está se tornando mais fino e transparente.
As pessoas estão buscando e tentando
encontrar sentido e significado em suas vidas.
A própria Terra, e os corpos celestes ao
redor dela, mudam com essa busca, e assim se tornam mais permeáveis e
acessíveis às vibrações superiores e verdades essenciais.
Nós estamos entre os que desejam
absorver tudo isso e trazer para a Terra o conhecimento da nossa alma e nossa
conexão com o Uno – aquele que conecta todas as almas.
Nós temos sede dessa conexão, e esta
vida é muito apropriada para isso.
A vida na Terra, como um todo, deseja
agora avançar em direcção a uma vibração diferente e tornar-se radiante no
nível da alma, e com a leveza, a harmonia e a inspiração que a acompanham.
Nós somos os receptores, os canais dessa
nova energia que está nascendo agora na Terra.
Quando cada um de nós recebe a energia
de nossa alma, a informação é libertada, e junto com essa libertação muitas
vezes surgem velhas cargas emocionais de vidas anteriores – como nós as chamamos
– de outras encarnações, outros raios do sol que é a alma.
Isto acontece por um motivo.
Ao nos familiarizarmos com essas cargas
emocionais e conscientemente as redimirmos e transformarmos, nós trazemos paz
para a nossa alma.
Muitas vezes, vemos a alma como superior
à nossa pequena personalidade, mas a verdade é que a alma aprende, se
desenvolve e começa a florescer através da interacção com as nossas
encarnações, connosco.
Portanto, não subestimemos o significado
da nossa vida aqui e agora na Terra.
Nós fazemos diferença para a nossa alma.
Ao viver com abertura e consciência, e
curvarmos-nos à realidade de quem somos, nós enriquecemos a nossa alma no nível
mais profundo.
Queremos falar agora sobre essas emoções
pesadas, sobre a dor e dúvidas profundas, em parte trazidas de outras
encarnações, que irrompem em nós neste momento e, simultaneamente, surgem em
muitas outras pessoas.
Este processo não é apenas individual –
é também um processo colectivo e tem grande significado, não só para nós, mas para
toda a consciência colectiva da Terra.
E afecta, inclusive, seres não-humanos e
a natureza em geral.
Potencialmente, nós somos um profundo
transformador da velha energia, e algumas vezes temos que lidar com violentas
cargas emocionais antigas, que nos confundem.
Com a nossa mente humana, nós não
conseguimos nem sequer imaginar, quanto mais ter uma visão geral apropriada de
tudo que desejamos libertar dentro de nós, para sermos curados.
Camadas muito profundas de velhas dores
e saudades do lar estão agora vindo à luz, não somente em nós, mas, ao mesmo
tempo, em outros com os quais estamos conectados.
Quer queiramos ou não, quer compreendamos
isto ou não, nós não somos somente a “parteira” de nós mesmos, mas
simultaneamente, de todo movimento que desejamos nos revelar neste momento.
Para desempenhar esta função de
parteira, nós precisamos possuir o poder da autoconsciência.
Ao mesmo tempo, parte do trauma mais
profundo de ser um humano é estar privado da força da autoconsciência, é ter-se
tornado alienado do seu conhecimento original mais profundo, do seu instinto de
sabedoria e verdade.
A impotência profunda que reside nas pessoas
é o maior obstáculo que elas têm para receber e transmitir a nova energia na
Terra.
As pessoas se tornaram totalmente
desanimadas em sua crença em si mesmas.
Sintamos este desânimo por um instante.
Sintamos este desânimo por um instante.
Sintamos, em nós mesmos, a “necessidade”
de sermos nutridos por fontes externas, através de outras pessoas, através do
conhecimento e sabedoria de “especialistas”, cujas respostas nos parecem muito correctas
e bem fundamentadas.
Esta necessidade também se faz presente
nos nossos relacionamentos.
Quantas vezes procuramos reconhecimento
fora de nós mesmos, pela sensação de nos ser permitido estar aí?
O vazio interno é tão profundo na
maioria das pessoas, que elas não se dão conta da busca constante por afirmação
de fora.
Sintamos esse vazio em nós – estar
consciente disto é um sinal de força.
Imaginemos que somos um poço onde alguém
cai – um vazio solitário, rodeado de paredes cinzentas, sem nenhum meio de
conexão, segurança e calor.
Quase todo o ser humano na Terra tem um
vazio interior como esse.
Vejamos essa imagem em nós mesmos – nós
mesmos sendo essa pessoa que cai nesse poço que nós somos.
Observemos o desespero nos olhos dela.
Vejamos-la tacteando por todos os lados
em busca de ajuda externa.
Como foi que acabamos nos afastando
tanto do nosso conhecimento interior, da nossa coragem e fortaleza internas?
A resposta encontra-se na história da
Terra.
Houve uma interacção entre poder e
impotência.
Havia, e ainda há, uma força na Terra
que não vem da Luz, mas que se alimenta da dor dos outros e se sente crescer
através do poder e do controlo.
Em um nível profundo, todos os seres
humanos foram afectados por esse poder que nós podemos chamar de “ruim” ou “o
mal”, no sentido de que é uma força que nós rejeitamos porque ela quer tornar-nos
pequenos e fracos.
Nós podemos ver esse poder e essa força activos,
no passado, na política, na religião e em todas as esferas da sociedade.
Esse poder – e as exigências,
preconceitos e tabus que o acompanham – interiorizou-se nas pessoas que
absorveram essa energia e começaram a pensar e agir do mesmo modo.
Essa força sombria, da qual agora falamos,
também é uma parte de Deus, por mais contraditório que isto possa parecer.
É uma parte que se perdeu, se
desconectou e caiu num vazio profundo, onde a luta pelo poder parece ser o
único caminho para fora dele.
Percebamos que cada alma, cada ser vivo,
já conheceu, dentro de si mesmo, esta luta pelo poder e, inclusive,
exercitou-a.
Nós já desempenhamos os dois papéis –
tanto o de ofensor quanto o de vítima.
O jogo de sombra e luz faz parte do
universo.
Agora é hora de mudar.
Um jogo de energias pode criar uma
espiral ascendente ou descendente.
Em uma espiral ascendente, a escuridão e
a negatividade podem se tornar um mecanismo de crescimento e, portanto, ter
significado.
Mas, em uma espiral descendente, há
falta de significado, e o sofrimento e a dor podem lançar uma sombra profunda,
que não é mais produtiva e que lança uma mortalha sufocante sobre as pessoas.
Isto aconteceu na Terra, mas agora é
hora de inverter a espiral e lhe dar um impulso para cima.
A Terra pede por isto, porque não pode
mais suportar a camada sufocante de negatividade, com nossa poluição e asfixia.
E a humanidade não pode mais suportá-lo,
porque há muito sofrimento.
Portanto, do âmago da humanidade, soa o
chamado para a mudança, a cura e a virada em direcção à luz.
Nós estamos entre aqueles que ouviram
este chamado em nosso ser, por isto é importante que percebamos quem somos e
com que forças e jogos de poder nós estamos lidando.
Algumas vezes nós pensamos levianamente
demais sobre isso; e outras vezes, com seriedade demais.
Nós levamos isso com muita leviandade
quando estamos impacientes e queremos forçar o nosso próprio caminho para a
luz; queremos ir mais depressa do que conseguimos dar conta.
Nesses momentos, nós não nos curvamos
para nós mesmos – pelo contrário – nós lutamos contra nós mesmos, pensando que
as coisas têm que ser diferentes.
Nesse caso, não é o nosso coração que
fala, mas é a nossa vontade que expressa uma necessidade de controlo e poder.
É preciso que ponhamos de lado e levemos
em consideração a extensão dos processos de cura pelos quais estamos passando.
Só então o nosso coração pode atingir as
profundezas do nosso ser e, desta forma, retornar à luz.
Por outro lado, às vezes vivenciamos
este processo como algo pesado demais; ameaçamos sucumbir às nossas próprias sensações
de sufocamento, de aperto no peito, desespero e solidão aqui na Terra.
Esses são momentos em que Jeshua e todos
os guias ao nosso redor desejam estar muito perto para apoiar-nos, porque
desejam contar-nos o quanto nós somos queridos e como podemos estar abertos
para a luz.
Nossa alma está muito próxima.
Assim, nos é solicitado que tenhamos
respeito por tudo o que vive em nós, mesmo que muito disso seja pesado; que
vejamos esta vida como uma vida de cura e integração, e que permitamos que os
nossos processos internos se desenvolvam no ritmo que precisamos para sermos
capazes de nos mantermos em equilíbrio.
Percebamos como este processo interno é
importante.
Muitas vezes nós olhamos para o lado
externo da vida e vemos o tipo de conquistas que algumas pessoas realizam na
sociedade, e a forma visível que elas tomam, que é tão importante no nosso
mundo.
Mas muito mais importante é o que está
se passando dentro do nosso coração, nossos sentimentos, nossa mente.
Então vejamos se conseguimos realmente
criar espaço dentro de nós para essas velhas cargas e energias emocionais – às
vezes de vidas muito antigas – que querem vir à luz, aqui e agora.
Nós estamos frequentemente “movendo
montanhas”, mas como os resultados não são imediatamente visíveis externamente,
nós não valorizamos o que estamos fazendo.
Honremos a nós mesmos, vejamos a
grandiosidade do que estamos fazendo!
Respeitemos o nosso processo interno.
E quando este se tornar pesado demais, e
aquelas velhas cargas emocionais que vêm à tona tornarem-se muito sufocantes,
recolhamos-nos no âmago do nosso ser.
Sintamos aquele poder eterno e
imperecível, e lembremos-nos de quem nós realmente somos.
Embora estejamos agora aqui na Terra em
um corpo de carne e osso, nós somos essencialmente livres – totalmente livres!
Nós somos um ser de luz livre; nós podemos
estar em todos os lugares ao mesmo tempo.
É possível que, ocasionalmente, ansiemos
por um mundo diferente e queiramos nos conectar com os reinos internos de luz,
de onde viemos.
E, de vez em quando, possamos afastarmos-nos
deste mundo e vermos profundamente dentro de nós mesmos, que nós não pertencemos
a este lugar, no sentido de que não fazemos parte das energias pesadas que aqui
prevalecem.
Deste modo, nós entramos e saímos deste
mundo.
Nós participamos dele, digerimos e
transformamos antigas cargas emocionais dos velhos tempos, mas podemos também
retirarmos-nos para a luz, para a nossa descontracção, alegria e liberdade.
Percebamos como nós somos uma ponte
entre a escuridão e a luz.
Este é o verdadeiro sentido de ser
humano.
Sintamos a nossa grandiosidade no que nós
fazemos.
É isto que desejamos enfatizar.
Nós somos um professor deste novo tempo;
nós construímos a ponte.
Reconheçamos a nós mesmos!!!
Não nos escondamos atrás de falsa modéstia
ou humildade.
Mostremos a nossa grandeza!
Mostremos quem nós realmente somos.
Deixemos a luz da nossa alma irradiar
agora.
A cada respiração, nós nos soltamos e
tornamos-nos ainda mais abertos para a luz da nossa alma.
Sintamos esse sol irradiar.
E agora percebamos como tudo se torna
luminoso neste lugar porque todos nós estamos reunidos aqui.
Esta luz imperecível é o que nós somos.
É por isto que Jeshua nos saúda como
irmãos e irmãs; é por isto que acredita em nós como os pioneiros de um novo tempo
na Terra.
Gratidão,
Luís Barros