Naturalmente alguns de nós ficaram muito
decepcionados, pois vivenciamos a rejeição em nossas vidas na Terra.
Isto magoou muito os nossos corações.
Mas nós voltamos, vezes e vezes, e neste
momento da História, algo está acontecendo.
Cada um de nós pode senti-lo em si
mesmo, em seu próprio corpo.
Há um movimento em nossa alma; nossa
alma sente-se levada a expressar realmente toda a sua luz.
A consciência na Terra está pronta agora
para uma mudança e todos nós queremos expressar a nossa alma, nesta encarnação
na Terra.
Cada ser humano possui uma parte escura
e uma parte luminosa.
Na nossa parte escura, podemos nos sentir
impotentes, desencorajados, e desejarmos voltar ao Lar.
Mas dizemos: esta é a hora de mostrar
verdadeiramente ao mundo quem somos.
Não nos impressionemos tanto com o medo
e a agressividade deste mundo.
Nós somos necessários, neste momento!
Como podemos nos conectar com a nossa
alma e expressar a nossa luz?
Nós temos sentimentos, inspirações,
desejos: eles são a linguagem da nossa alma.
Quando criança nós podemos ter tido
sonhos e visões de um outro tipo de realidade.
Durante a nossa formação, podem-nos ter
dito que não deveríamos ser ingénuos, que deveríamos ser realistas,
desencorajando-nos de sermos diferentes, de seguirmos um caminho alternativo.
É por isto que agora é difícil confiarmos
nos sonhos e visões que vêm do nosso coração.
Entretanto, está na hora de nos conectarmos
novamente ao chamado do nosso coração.
A nossa alma está-nos enviando mensagens
a todo o momento.
Essas mensagens chegam a nós através das
nossas emoções e através do nosso corpo.
Na área de trabalho ou na área de
relacionamentos, por exemplo, muitas vezes nós temos uma sensação de que não
estamos conseguindo nos expressarmos verdadeiramente, ou que a nossa energia
não está sendo verdadeiramente apreciada.
Nós somos muito capazes de perceber, de
sentir se a nossa energia é bem recebida ou não.
Sejamos honestos sobre isto connosco
mesmo.
As emoções que sentimos, que podem até
ter-se transformado em problemas físicos, são mensagens da nossa alma indicando
que não estamos nos respeitando verdadeiramente, que temos medo de nos
desapegarmos do antigo, do familiar.
E muitas vezes a nossa alma quer guiar-nos
para além do que nos é familiar, para o novo.
Imaginemos que existe um espaço aberto
em nosso coração – podemos visualizá-lo como uma tigela ou um vaso – e que dentro
dele há água tranquila.
Imaginemos esse lugar em nosso coração e
vejamos como há flores caindo dentro desse vaso ou tigela, e olhemos para as
flores, sintamos a energia delas… esta é a energia da nossa alma.
Lembremos-mos como éramos quando criança
e sintamos-mos completamente livres, livres para sonhar e imaginar qualquer
futuro que queiramos.
Agora nos encantemos com a beleza dessa
flor… talvez recebamos uma mensagem dela, contando-nos para onde a nossa vida
deseja guiar-nos.
Deixemos essa flor falar connosco… não
precisa ser em palavras; nós podemos simplesmente sentir a energia dela.
Agora, uma coisa é sentir a energia da nossa
alma como acabamos de fazer, e outra é colocá-la no mundo.
Para fazer isto, precisamos receber a
energia da nossa alma, não apenas no nosso coração e mente, mas também nas
profundezas do nosso ser, na região do nosso estômago.
O que geralmente acontece é que sentimos
a inspiração no nosso coração e começamos a pensar e a nos preocuparmos com
ela: “Como vou colocar isto no mundo?”, ou “Como posso fazer disto um meio de
vida?”.
A nossa mente começa a correr, mas a
arte de receber as mensagens da nossa alma é recebê-la completamente, isto é,
deixá-la chegar ao nosso estômago.
Por que isto é importante?
Na região do estômago estão guardadas as
nossas emoções mais profundas.
Para ancorar a inspiração da nossa alma,
precisamos deixar que a luz dela brilhe sobre as emoções mais escuras que fazem
parte de nós.
A área do nosso estômago guarda os
nossos medos antigos, os remanescentes de tristezas e dores emocionais
profundas, e nós precisamos enfrentá-las para sermos capazes de expressar a
nossa luz.
Só quando a luz da nossa alma tem
permissão para brilhar nos cantos mais escuros do nosso ser, é que a
transformação interior e a libertação acontecem.
Este tipo de transformação interior é a
chave para atrair – no nível externo – o trabalho e os relacionamentos que
ressoam connosco.
Então, para expressarmos a luz da nossa
alma neste mundo, precisamos fundirmos-nos totalmente com ela, o que significa
permitir que a energia da alma desça até a região do nosso estômago.
Este é realmente um trabalho difícil!
Uma coisa é sentir a inspiração no nosso
coração, uma lembrança clara de unidade e luz, mas outra coisa é partir desse
lugar de unidade e alcançar as nossas partes que se sentem muito sós e
desencorajadas.
Quando isto acontece, nós chegamos à
consciência Crística, sentimos profunda paz dentro de nós.
A consciência Crística atinge tanto a
luz quanto a escuridão.
Ela entende a escuridão a partir de
dentro.
Da perspectiva da percepção Crística,
não há nenhum julgamento, nenhuma luta entre luz e escuridão; há profunda
aceitação da vida como ela é.
Para nos conectarmos à parte mais escura
do nosso ser, vejamos-la como uma criança que precisa de ajuda.
No nível da alma, nos somos o guia e os
pais dela, e é abraçando a nossa criança interior perdida que nos tornamos
inteiros.
É assim que a nossa alma se torna
totalmente ancorada e presente na Terra.
O caminho do Trabalhador da Luz não é
pregar sobre um mundo melhor; nem diz respeito a fazer alguma coisa de alguma
forma, mas tem a ver com voltarmos-mos para dentro de nós mesmos, em todos os
níveis, e amar e compreender verdadeiramente a nós mesmos.
Quando recebemos a dádiva do amor, nós
automaticamente a oferecemos aos outros.
Nós nos tornamos um Trabalhador da Luz
mesmo se não fizermos nada especificamente com isso.
Nós trazemos mudanças ao mundo,
simplesmente por sermos nós mesmos.
O convite é para fazermos uma conexão
entre a nossa parte mais luminosa e a nossa parte mais escura, mais
traumatizada.
Não pensemos nisso, apenas sintamos.
Vejamos-nos como um anjo, radiante de luz
e amor incondicional.
Este é quem realmente somos!
Agora vejamos uma criancinha se
aproximando desse anjo.
Ela se sente desolada e só.
Podemos recebê-la em nossos braços?
Essa criança faz parte de nós e quer
voltar para casa, para nós.
Este é o verdadeiro Trabalho de Luz.
Uma vez que façamos as pazes com essa
criança e abracemos-la, poderemos senti-la na região do nosso estômago: a criança
nos dará paixão e energia vital e nós nos tornaremos um anjo humano.
A luz da nossa alma se expressará com
facilidade no mundo exterior e, sem pensarmos demais, atrairemos o que ressoa connosco
na área de trabalho e relacionamentos.
Todas as coisas do nível externo se
encaixarão em seus devidos lugares.
O trabalho de expressar a luz da nossa
alma começa no nosso interior e, a partir desse trabalho interno, tudo o mais
seguirá sem esforço.
Gratidão,
Luís Barros