Jeshua, está aqui connosco, invisível
aos nossos olhos físicos, porque chega a partir de um espaço interno, directamente
do coração.
Sintamos a sua presença.
Jeshua saúda cada um de nós
individualmente.
Sintamos a sua energia, sintamos o seu
abraço, ao mesmo tempo em que lhe damos o nosso.
Nós somos amigos, somos como raízes da
mesma árvore.
Nosso objectivo em comum é nos
enraizarmos profundamente na Terra, de modo a criarmos uma árvore mais bonita e
forte que fornecerá abrigo e sombra para outros.
O facto de celebrarmos juntos este dia
enche os nossos corações de alegria.
Somos uma família, uma família
espiritual que transcende as eras, e que não depende de tempo nem de espaço.
Nós podemos entrar em contacto com a
nossa fonte em comum, nossas raízes em comum, sempre que precisamos, porque
sabemos e vemos que a vida na Terra pode ser solitária para nós.
Mas também somos corajosos e somos
amados por isto.
Jeshua está aqui como um amigo e irmão,
não como um professor.
Não quer mais ser esse professor, porque
agora é hora de nós nos levantarmos e sermos nós mesmos um professor.
Esta é a nossa missão nesta vida.
Sabemos que esta missão pode-nos trazer
dor e solidão às vezes, mas quando a realizarmos, quando nos tornarmos um
professor nesta nova era, isto nos dará uma profunda satisfação e fará com que a
nossa jornada na Terra esteja verdadeiramente completa.
Nós mesmos seremos como uma grande
árvore, enraizada na Terra e alcançando o Céu.
Talvez notemos que nesta imagem da
árvore nós estamos sozinhos.
Por ser uma árvore tão grande, precisamos
de bastante espaço.
Isto é algo que será preciso aprendermos
e aceitarmos nesta vida – que nós estamos na Terra para ajudar a trazer uma
nova energia e, por isto, muitas vezes caminharemos num ritmo e caminho
diferentes dos da sociedade.
Nós estamos criando novos caminhos,
então precisamos criar espaço para a nossa própria árvore crescer, e enfrentaremos
atritos e resistências no cumprimento da nossa missão.
Voltemos à nossa infância.
Sintamos novamente a beleza e a pureza
da nossa alma entrando nesta vida.
Nossa alma fundiu-se com um novo corpo.
Ela deu um salto no escuro e
desconhecido.
É preciso compreender que a nossa alma não
é um ser perfeito e acabado.
A cada salto para uma nova vida, ela
assume riscos.
Nossa alma é uma realidade aberta e
dinâmica; ela deseja explorar novos territórios em cada encarnação.
E o nascimento de uma nova criança é
esse milagre manifestando-se.
Falando em termos mais amplos, uma
criança sempre traz uma nova energia para a humanidade.
Não é só que a alma individual deseja
explorar um novo território, a alma também quer trazer a sua energia exclusiva
para a sociedade humana.
Mas como cada criança traz algo novo em
seu interior, ela não será plenamente compreendida por seus pais ou família
instintivamente; seus pais tentarão fazê-la se adaptar à visão que eles mesmos
têm do mundo.
Tornar-se pai ou mãe geralmente dá uma
sensação de responsabilidade misturada com medo e preocupação.
Quando uma pessoa tem filhos, seus
próprios mecanismos psicológicos de sobrevivência vêm à tona.
Num certo sentido, suas partes mais
sombrias – quer dizer, suas partes mais inconscientes – vêm à tona ao criar
seus filhos.
Isto não é feito de propósito, mas
inconscientemente.
Os pais geralmente forçam a criança a se
enquadrar numa estrutura que eles consideram correta e segura, e a criança pode
se sentir perdida dentro dessa estrutura.
No entanto, em algum nível, nas
profundezas do seu ser, a criança se lembra: “Isto não sou eu.”
Mas, até que ela consiga compreender o
pleno significado dessa lembrança, ela precisa desapegar-se da estrutura dos
pais, de modo a se libertar dela, e nesse processo, a criança vivencia emoções
profundas de alienação, solidão e desespero.
Num certo sentido, este é o destino de
todas as crianças humanas.
Portanto, respeitemos profundamente o
salto para a vida que a nossa alma deu.
Ela estava consciente do risco
envolvido, o risco de nos tornarmos emocionalmente perdidos e alheios à nossa
alma.
Quando olharmos para uma criança, nós
poderemos ver um ser inocente e brincalhão, mas estejamos cientes da jornada
profunda e muitas vezes difícil que ela está empreendendo.
Nós mesmos já fomos criança, então nos
conectemos agora com essa criança que ainda está viva dentro de nós.
Conectemos-mos connosco mesmo quando
tínhamos mais ou menos doze anos de idade, prestes a nos tornarmos adolescente
e um ser independente.
Simplesmente deixemos que uma imagem da nossa
criança interior nos venha à mente, não precisamos lembrarmos-nos exactamente o
que estava acontecendo naquela época.
A criança que estamos vendo e sentindo
agora não é mais nova e inocente.
Ela já absorveu as emoções e medos da
sua família, assim como suas ambições.
Tentemos não sentir nem ver como isto nos
afectou como criança.
Simbolicamente, nós podemos ver isso
como uma espécie de carga que essa criança carrega nas costas, então sintamos
o peso dessa carga.
Para nos libertarmos dessa carga, uma
das grandes dificuldades que a criança em crescimento enfrenta é que ela ama
seus pais e sente uma profunda lealdade por eles.
Toda criança deseja ajudar a curar seus
pais, e assim tenta carregar as cargas deles por eles.
Abracemos essa criança e digamos-lhe que
ela agora pode soltar esse fardo, essa carga.
Grande parte da energia pesada carregada
pela criança não é a sua própria energia; essa carga está cheia de medo,
ansiedade, preocupação e negatividade que vem da energia da família.
A coisa mais importante para essa
criança e para nós é compreender que, ao abandonar essa carga, nós nos tornamos
o verdadeiro professor e curador da nossa família e de nossos pais.
Ao fazermos isto, nós nos libertamos das
estruturas limitadoras que ainda nos dominam e, assim, os ensinamos, pelo
exemplo, como eles mesmos podem libertá-las.
Para isto, nós precisamos distinguir
entre lealdade verdadeira e falsa.
A falsa lealdade ocorre quando agimos a
partir da culpa, da vergonha, do medo.
É preciso lembrar que a nossa família
quer manter-nos dentro do nosso círculo de influência.
Existe uma necessidade inconsciente,
instintiva, de fazermos isto, porque os nossos pais precisam que sejamos “um
deles”.
Existe uma espécie de possessividade na
paternidade, muitas vezes nascida do medo, que gera um sentido falso de
lealdade por parte da criança.
Nós precisamos nos libertar deste tipo
de lealdade, e quando o fizermos, poderemos então desenvolver o sentido verdadeiro
de lealdade para com nossos pais e familiares, a partir do nível da nossa alma.
A verdadeira lealdade significa libertarmos-nos
das estruturas limitadoras da mentalidade da família.
Muitas vezes essas estruturas
limitadoras vêm de várias gerações e é preciso muita coragem e clareza de
espírito para se desconectar delas.
Por favor, observemos que nós não nos
desconectamos delas quando ficamos irritados e aborrecidos com a nossa família.
É normal ficarmos irritados e aborrecidos
temporariamente, mas é preciso compreender que, quando estamos nesse estado
emocional, nós ainda não estamos livres das energias da nossa família de
nascimento.
Nós só estaremos livres se formos capazes
de acolher a nós mesmos como um ser independente, e olharmos para a nossa
família a partir do nível da nossa alma.
Se conseguirmos nos elevar ao nível da nossa
alma e observarmos com um olhar de compaixão, libertaremos a raiva ou medo e
adquiriremos uma distância emocional da nossa família de nascimento.
Paradoxalmente, o espaço que então se
abre, permitirá que os amemos de uma forma muito mais independente e
verdadeiramente leal.
Enfatizemos que o amor da alma não é um
amor emocional.
Ao entrarmos em contacto com a nossa
família de origem a partir do nível da alma, podemos perceber que existe uma
distância entre nós que não pode ser transposta com facilidade.
Mas não mais nos aborrecemos com isso,
aceitemos esse facto porque estamos realmente nos desapegando.
Nós podemos honrar e respeitar os nossos
pais biológicos e, ao mesmo tempo, manter limites muito claros no que diz
respeito a eles.
Este é o caminho que muitos
Trabalhadores da Luz devem seguir.
Olhemos para a criança de doze anos no
seu interior, quando ela já se libertou da carga.
Agora que a carga se foi, como esse
jovem, que somos nós, se sente?
Sentimos alívio ou uma sensação de
alegria?
Estamos voltando para casa, para nós
mesmo!
Ainda como essa criança de doze anos, vemos
um guia vindo em nossa direcção.
O guia que se aproxima é mais velho do
que nós e está segurando a nossa mão.
Este guia representa um parente
espiritual para nós, e nossa energia é muito diferente da estrutura limitadora
da nossa família de origem.
Sintamos como esse guia nos dá as boas
vindas.
Esse guia reconhece a nova energia que
está no nosso interior e que desejamos trazer para a Terra.
Ele quer convidar-nos a expressar a
energia da nossa alma.
Sintamos a energia e o apoio desse guia,
que é uma parte da nossa família espiritual, nossa família de alma.
Este guia está encorajando-nos a fazer
algo específico com a nossa vida.
O que estamos desejando expressar e
ser vivenciado por nós neste momento?
A energia exclusiva da nossa alma é
necessária aqui na Terra.
Cada nova geração está destinada a
trazer um novo tipo de consciência.
Dizemos algumas palavras sobre a geração
mais nova que está agora na Terra.
Todos estão vendo, na Terra, uma nova
geração de crianças que já está com um pé na nova energia do coração.
Geralmente elas nascem de pais
conscientes e observadores, mas esses pais talvez ainda não saibam como lidar
com a nova energia e sensibilidade dessas crianças, que não se encaixam nos
remanescentes das velhas estruturas.
Nós somos um daqueles que se abriu e
derrubou as velhas estruturas, mas as novas crianças muitas vezes estão
totalmente fora dessas estruturas e isto cria problemas nas áreas tradicionais,
como escola e trabalho.
O conselho mais importante que Jeshua
nos oferece, aos pais nesta era, é que ouçamos a alma de nossos filhos.
Nós podemos notar que eles se comportam
de modo estranho ou não se adaptam bem a ambientes altamente estruturados; eles
geralmente são auto-conscientes e intuitivos e sabem o que querem, mesmo que
não consigam expressá-lo em palavras.
Olhemos através e além de seu
comportamento estranho ou “mau” e conectemos-nos com eles no nível de suas
almas, onde nós somos iguais, e onde eles podem ser nossos professores em vez
de nossos alunos.
Em suas mentes e corações, eles carregam
uma chama de luz, um novo tipo de energia, e precisam da nossa ajuda para serem
capazes de canalizar essa energia para a sociedade humana.
Eles precisam que os ajudemos a
expressar e manifestar a sua energia exclusiva na Terra, de maneiras novas e
flexíveis.
O verdadeiro significado da paternidade
é preservar da tradição o que é bom e sábio, e ao mesmo tempo, estarmos
plenamente abertos a algo totalmente novo, para nos abrirmos à sabedoria da
alma de nossos filhos, pois estes podem estar espiritualmente à nossa frente.
Gratidão,
Luís Barros