9 de junho de 2020

COMUNICANDO-NOS COM A NOSSA ALMA

A energia Crística não nos é estranha.
No nosso coração existe uma chama, uma inspiração, um desejo e, inclusive, um conhecimento de que esta é a vida e o momento nos quais nós queremos incorporar a nossa Luz Crística aqui na Terra.
Nós esperamos um longo tempo por esta oportunidade.
Nós vimos carregando esta pequenina centelha dentro de nós através de inúmeras vidas, e agora sentimos que uma nova oportunidade chegou.
Um dos motivos de termos desejado nascer na Terra nesta época foi a promessa de que a centelha se tornaria uma chama claramente visível para nós mesmos e para os outros.
O desejo que nos traz aqui é o de formar, de algum modo, um canal para que a energia divina da nossa alma possa se expressar nesta vida na Terra.
Nós desejamos ser transportados pelo canto da nossa alma; desejamos lembrar quem somos além daquilo que moldou a nossa vida na Terra a partir do exterior.
Nós, como todo ser humano, adquirimos opiniões e crenças sobre nós mesmos durante a nossa criação; absorvemos ideias e imagens dos nossos pais, familiares, colegas, escola, etc… E começamos a desempenhar determinados papéis sem questioná-los, e logo desenvolvemos algo chamado “personalidade”, um conjunto de hábitos, comportamentos e pensamentos.
Mas, em algum ponto no decorrer do nosso crescimento, alguma outra coisa nos desperta.
No começo não é nada além de um sussurro, uma lembrança que não conseguimos localizar; um conhecimento de que somos mais do que é determinado pelo mundo exterior a nós.
Existe algo mais profundo, uma camada que não pode ser contida e compreendida pelo intelecto humano.
Aí se encontra a nossa essência, aquilo que precede e sobrevive à esfera terrena – nossa alma.
Quando a nossa alma encarna na Terra, ela já adquiriu uma história.
A alma carrega em si todo tipo de impressões de outras vidas e experiências no Cosmos.
Ao nascer, nós não somos uma página em branco; nós já desenvolvemos sabedoria através de nossas experiências prévias; nós vimos a esta vida com algo para doar.
Ao nascer, nós já somos uma flor única.
E o propósito da vida é realmente tornar essa flor viável e visível; é levá-la ao desabrochar pleno e radiante.
Entretanto, devido às influências adquiridas durante a nossa juventude, nós podemos ser afastados desse progresso por muito tempo.
Nós tentamos nos ajustar ao que é exigido de nós, e essa adaptação geralmente traz dor porque com isso nós nos privamos do nosso desenvolvimento natural. 
Forças externas podem ser muito coercivas e decisivas para nós.
Todos que estamos lendo isto agora desejamos nos libertar dessas forças.
Pressões vindas do ambiente em que nós vivemos tentam influenciar-nos, definir-nos e manter-nos sob controlo, mas como uma borboleta emergindo do seu casulo, nós procuramos nos libertar dessas forças externas.
E o que nos leva a fazer isso?
Uma lembrança, um sussurro, uma sabedoria, que no começo são muito subtis e não conseguem encontrar realização no mundo visível, apenas nas profundezas do nosso ser.
Lá dentro, nós ainda ousamos sonhar; lá dentro, nós às vezes sabemos claramente quem somos.
Algumas vezes, nós literalmente viajamos para o Lar nos nossos sonhos durante a noite, para beber de uma fonte tão viva, tão familiar e tão pura.
Quando estamos lá, nós não podemos imaginar como podemos ter-nos esquecido… entretanto é assim que é.
Nós nos perdemos na nossa vida na Terra principalmente porque o medo, o julgamento e a negatividade ainda prevalecem no mundo.
Devido à nossa própria impotência, os pais e professores geralmente não ensinam as nossas crianças a ter confiança em si mesmas e nos seus recursos internos – perdoemos-los por isso.
Eles também foram presas dessas influências mundanas; eles sucumbiram, em parte, às ilusões que prevalecem na Terra.
Mas nós viemos aqui para destruir essas ilusões, e isto faz de nós um Trabalhador da Luz, um indivíduo que deseja ajudar a mudar a consciência na Terra, para que as pessoas possam voltar a acreditar em sua própria força exclusiva – a alma, que transcende a nossa personalidade terrena – e transformá-la numa canção. 
Nós somos corajosos!
Por um lado, nós fomos feridos pela perda do nosso caminho nesta realidade, e esta experiência dolorosa tornou-se parte do nosso caminho na vida.
Mas, por outro lado, nós também encontramos o caminho para o nosso interior, ao ouvirmos os sussurros da nossa alma.
Às vezes é difícil confiar realmente, porque somos influenciados pelos velhos pensamentos que nos fazem sentir pequenos; e pelos sentimentos de incerteza e dúvida.
De facto, quando criança, nós aprendemos que esses sentimentos eram correctos e verdadeiros: “mantenha-se pequeno; não se destaque; não aja de forma estranha; não pense além das normas; adapte-se; seja um bom cidadão; seja um bom parceiro e um bom pai ou mãe; seja responsável…”.
Todos esses valores, supostamente elevados, muitas vezes nos mantêm pequenos e exigem que escondamos a nossa originalidade.
Mas, uma vez que comecemos a dirigir-nos para o nosso próprio interior, nós não podemos mais voltar atrás, não conseguimos mais ignorar a nossa singularidade, nossa força, o facto de sermos diferentes, e isto nos inspira medo: “Se eu seguir a voz do meu coração, o grito da minha alma, não me tornarei um marginal? As pessoas não se afastarão de mim? Quem me amará, quem desejará aceitar-me então? Será que ainda serei bem acolhido?”
Reflictamos primeiro sobre quem somos: essa outra parte que deseja se mudar do caminho batido, que continua a querer voltar-se para dentro, que se lembra de algo, que sente uma saudade, um anseio… sintamos a energia desse “Eu”, dessa outra parte de nós.
Damos-lhe as boas-vindas à Terra e sintamos o poder e a sabedoria dessa nossa parte.
É a nossa alma que fala e que tem dado toques no nosso ombro durante toda a nossa vida, implorando por nossa atenção.
A alma nunca fala com coerção ou julgamento, com severidade ou ameaças, como falam as vozes das autoridades.
A alma sussurra, convida, fala com alegria: “Isto não seria bom? Não seria maravilhoso e inspirador fazer isto?”
Muitas vezes nós temos medo de ouvir essa voz: “Será que pode mesmo ser assim? Será então que eu posso simplesmente fazer e aproveitar o que eu realmente gosto?”
A alma fala uma linguagem totalmente diferente daquela com a qual nós estamos acostumados.
A alma não é nenhum poder externo fazendo exigências; a alma serve-nos.
Isto parece estranho aos nossos ouvidos, porque nós estamos acostumados a pensar: “Eu devo servir a minha alma, a minha parte mais elevada.”
Mas a nossa alma nos serve também; ela quer brilhar através de nós, elevar-nos, trazer-nos para o Lar, inspirar-nos a fazer o que realmente queremos para sermos feliz na Terra como ser humano.
Convidemos a energia alegre da nossa alma para nós.
Façamos isto agora.
Permitamos que ela nos envolva, sintamos a sua suavidade – nada de compulsão, nada de exigências – apenas o sentimento de ser acolhido de um modo muito profundo.
Permitamos-mos sermos recebidos pela nossa alma, e sintamos a presença dela no nosso corpo como uma capa de Luz radiante.
Então, perguntemos à nossa alma: “O que é importante que eu saiba agora? O que eu preciso saber de você neste momento?”
E sintamos sua resposta.
Não é preciso escutá-la com palavras.
Percebamos que tipo de sentimento, que tipo de humor a nossa alma deseja-nos transmitir.
Abandonemos todos os pensamentos sobre como uma alma deveria falar e nossas ideias sobre superior e inferior.
Nossa alma é a própria vida!
É a força vital natural, e sabe onde o equilíbrio é necessário… ou um ritmo diferente… e quer-nos oferecer isso de bom grado.
Se sentirmos essa energia da alma fluir ao nosso redor e através do nosso corpo, observemos também o que pode estar bloqueando esse fluxo em determinados pontos.
Existe algum lugar na nossa aura, ou no nosso corpo, onde a Luz não consegue fluir livre e completamente?
Então, vamos para o local que se sobressai como sendo o mais bloqueado.
Não façamos julgamentos sobre isso; sejamos como a alma, observemos-la simplesmente, levemente, com suavidade e abertura.
Vejamos a necessidade nesse ponto do nosso campo energético ou do nosso corpo, e saibamos que não é preciso falar sobre isso nem o explicar em palavras; simplesmente permitamos que o que for necessário flua para esse local.
Existe um desejo maior de estarmos no Lar – o lugar onde podemos sentir a realidade de quem somos – e trazer esse Lar para a Terra.
É para isto que estamos aqui!
Sintamos como é boa e verdadeira essa intenção!
Como vamos fazer isso e que forma ele terá exactamente é secundário.
Esse desejo é a voz da nossa alma.
Nossa alma deseja manifestar-se mais clara e plenamente na nossa vida.
Sintamos como a nossa alma nos é familiar – a leveza e a tranquilidade dela.
Essa é a voz do amor.
Os “deves”, o peso, a pressão, o dever, são as vozes do medo, as vozes que vêm de fora de nós mesmos.
A voz da nossa alma vem do nosso interior e, algumas vezes, fala tão baixinho e suavemente, que nós não a escutamos.
Ou sussurra gentil e serenamente: “É tão simples, não é?”
E é simples assim!
A essência da vida é descomplicada e leve.
Dizemos a cada um de nós: tenhamos respeito por nós mesmos, por nossa força, pela coragem que temos demonstrado até agora.
Não nos convém julgarmos a nós mesmos, fazermos-nos pequenos nem nos criticarmos, embora tenhamos aprendido que fazer essas coisas é bom ou sensato. 
Tentemos aprender a ter respeito por nós mesmos e a valorizar a nossa própria coragem e força.
Isto nos convém; isto abre o nosso canal para quem realmente somos.

Gratidão,
Luís Barros