28 de agosto de 2021

O LIVRO DA LUZ - REVELAÇÕES (6)

Eu sou um dos arquitectos dessa Terra (Ada) e minutos antes dela eu e meus irmãos já havíamos nascido.

Sou mais velho que o Sol que tu hoje observas.

Em mim moram as infinitas eras.

Eu Sou desde o princípio, tal qual meus irmãos.

Um dia, em novas eras que ainda estão por vir, minha história será tão reescrita e mudada que muito da verdade se perderá, não porque a verdade desaparecerá, mas porque os homens desejarão que ela seja escondida e velada.

Eu terei muitos nomes e muita confusão se criará.

O simples facto de alguns saberem a verdade sobre mim os condenará à morte, porém mesmo assim eu sempre estarei de volta à Terra.

Eu, Caim e Pandora somos os três primeiros da velha e da nova era.

Caim foi forjado de mim e Pandora.

Por ser diferente se tornou o pomo da discórdia.

Pandora seria a primeira Eva, eu o primeiro Adão na Génesis do Livro da Terra, mas como não renunciamos a nossas condições divinas ainda somos imortais.

Isso significa, meu caro Lot, que Pandora não está morta, mas anda pela Terra.

Como eu ela assumiu uma nova aparência para não se permitir ser reconhecida.

Nós, os Elohins, não podemos morrer, Lot.

Podemos apenas trocar nossa aparência, mas nossa energia permanece.

Por isso tu não acreditavas que eu tinha a alma de Prometeu.

- Mas, Senhor, eu sei que Caim dizia a verdade quando falava de um Deus que os deuses não conheciam.

Por acaso esse Deus é o Senhor?

- Sim e não, Lot.

Eu sou aquele que teve a ideia da criação da Terra (Ada) e juntamente com os meus irmãos tornamos essa ideia uma realidade, mas isso ainda é a aritmética da Merkabah, que vou te ensinar calmamente para que você possa compreender como tudo isso foi feito.

Como eu te dizia, eu sou o arquitecto desse projecto, porém existe um arquitecto superior a todos os arquitectos, pois foi Ele que gerou todos os seres, mas ninguém jamais o gerou.

Ele gerou-se a si mesmo.

Idealizou-se e projectou-se.

Ele é um ser jamais imaginado, pois a imaginação humana jamais o alcançou, entretanto eu afirmo que Ele se permite ter todas as faces, pois em tudo Ele habita.

Por isso quando Caim disse que tudo Ele vê e sabe estava realmente se referindo ao Supremo Arquitecto.

Eu sou apenas parte do seu imenso projecto e a Terra nada mais é que parte do meu projecto, que na verdade também é projecto d’Ele.

Assim como tu, Lot, és muito importante no projecto dessa Terra.

- Mas do que estais a falar, meu Senhor?

Por que credes que eu seria importante.

Sou apenas mais um dentre tantos mortais.

- Entenda, Lot, todos nós somos importantes no projecto divino, porém existem aqueles que têm consciência de seu trabalho e outros que ainda não precisam ter, pois de qualquer forma todos vão cumprir sua parte.

Lot, meu bom amigo, preciso que me acompanhes a um lugar de onde deves manter segredo até o dia da revelação.

Falando isso Melchizedek passou sua mão suavemente pela parede de pedra e, sem dizer uma palavra, ela pareceu se dissolver ao seu toque e surgiu uma porta de onde vinha uma luz azul imensamente forte.

Lot levou as mãos aos olhos tentando se proteger da luz, que aos poucos foi se tornando mais amena.

Adentrando o recinto luminoso ficou deslumbrado com a imensa energia que habitava aquele lugar.

Lot ficou tão leve que parecia flutuar.

Era tudo tão cheio de paz e calma, que quase se projectou para fora de seu corpo, mas Melchizedek o pegou pela mão, puxando-o de volta à realidade.

- Senhor, que lugar é esse?

- Aqui, Lot, é a sala do trono do Senhor da Terra, mas daquele que ainda está por vir.

- Como assim?

O Senhor não é o Senhor da Terra?

- Sim, eu sou, mas só até o momento.

Virá alguém ainda muito maior, que se sentará nesse trono.

Lot ficou visivelmente confuso.

Não entendia mais nada.

- Olhe Lot, tudo funciona de maneira bem simples.

Mesmo que hoje você ainda não compreenda eu tentarei te explicar.

Há muitas eras já passadas eu e outros Elohins construímos a Terra, mas tal qual a evolução do Pai a nossa foi semelhante e ousamos agir como Ele.

Os filhos não devem conhecer os pais para que aprendam a ter confiança em si mesmos e assim passem a descobrir seus sentimentos e a sabedoria que, ao passar do tempo, vão adquirindo.

Isso não significa que Deus jamais tenha se deixado ver por seus filhos, pelo contrário.

O Pai sempre esteve à mostra para aquele que desejou conhecê-Lo, afinal para encontrá-lo não é preciso ir muito longe.

Basta procurá-Lo dentro de si.

Mas como estava a te dizer, a Terra foi construída para ser uma escola e não um planeta natal, afinal todos os seres que viriam para aprender aqui já haviam nascido em outro planeta.

Especificando melhor, seu universo é como uma grande comunidade e dentro dela existe uma escola.

Essa é justamente a parte que cabe à Terra.

Para o cargo de professores nós designamos seres de doze comunidades diferentes.

Eles eram como dirigentes que haviam alcançado um nível de consciência melhor que os demais, no entanto eles teriam que provar para si mesmos se serviriam ou não para o cargo de responsáveis por seus próprios irmãos.

Após a construção da Terra os alunos dessas doze comunidades foram matriculados nessa escola e aqueles com um certo nível de consciência foram inscritos como professores.

A esses nós demos um pouco de sabedoria a mais e permitimos ter a memória de quem eram, porém aos alunos tivemos o cuidado de deixar que fossem se conhecendo mais calmamente para evitar um choque, afinal seria a primeira vez que eles se encontrariam.

Jamais haviam-se visto, tampouco imaginavam que existissem seres diferentes deles.

E foi assim que começaria a história dos deuses e dos mortais, da luxúria à devastação, da beleza às aberrações, criaturas metamorfoseadas oprimidas pela cegueira de deuses loucos por um ceptro de rei do Reino.

Apesar de tudo nós jamais deixamos a Terra.

De uma maneira ou de outra nós sempre tivemos participação.

Só não desejávamos interferir na evolução dos nossos filhos, pois tudo que devemos fazer é orientá-los, pois, como nós, eles são dotados de livre-arbítrio.

Essa é uma das leis mais poderosas do universo, porém da mesma maneira que eles nós também a possuímos e nos cabe avaliar a hora de utilizá-la em prol dos nossos filhos.

Tudo é feito de maneira que não venha a desfazer o equilíbrio das normas (amor, vida e liberdade).

Assim, meu caro Lot, eu dei o primeiro passo me revelando a você como senhor criador de algumas das criaturas que nessa escola habitam, mas eu não sou o único pai.

Existem outros e eles também vão descer aqui e se revelar a seus filhos, assim como eu, porém eu te digo que todos eles serão eu e eu hoje e sempre serei eles, pois juntos somos as pilastras dessa grande escola e se uma delas quebrar a casa cai.

Por isso nós, os anjos Elohins, formamos a Árvore do Conhecimento, a Kabalah ou Merkabah.

Cada um de nós trará um nível de conhecimento à Terra, mas no geral será sempre uma maneira evoluída de alcançar a sabedoria.

Vejamos a sabedoria ou o conhecimento que eu vim oferecer à Terra.

É o conhecimento de sua própria natureza.

Resumidamente eu vim oferecer à Terra a explicação de tê-la construído, porque ela serve de escola, vim dar à Terra a consciência de sua origem, como foi sua criação e até mesmo quem são aqueles que hoje a habitam.

Eu sou aquele que descortina as eras passadas e futuras, sou o Senhor que revela os mistérios do passado mais remoto e o futuro mais distante.

Sou o primeiro daqui e de mim nascerão outros como eu, que vão ensinar os dons da cura de todos os males, estejam eles na alma, no corpo ou na mente.

Vão ensinar o poder da palavra, o poder do crer para criar, o poder de destruir para reconstruir, o poder do conhecimento, do perdão, da abnegação e do amor.

Enfim, meu bom Lot, Elohins sempre estarão indo e vindo à Terra inferior.

Nós a chamamos de inferior por estar adormecida na ignorância ou falta de sabedoria.

Por isso nosso dever é elevar a escola do seu nível inferior a um nível médio.

Depois disso os homens estarão aptos a viver sem a nossa interferência.

Porém, para que o futuro venha a se realizar é preciso que o presente comece a construí-lo.

É aí que você se faz tão necessário.

Em primeiro lugar vou-te contar o que significa ser um Samiazy, um ser que renunciou à condição divina para viver como um mortal.

A partir do momento em que passei a criar os meus filhos eu renunciei à condição divina da inocência, só não tinha consciência disso.

Na verdade, meu amigo, só existem duas épocas extremamente distantes em que de facto os homens são livres.

A primeira é a época da inocência, aquela em que somos como crianças, não conhecemos a culpa, o certo e o errado.

Essa época chamamos de começo ou nascimento ou despertar do espírito.

A segunda é a época onde a renúncia termina por nos libertar.

É quando nossos filhos (criaturas geradas a partir de nossas acções) já estão desenvolvidos o suficiente para criarem e educarem seus próprios filhos.

Ao deixá-los não os estamos abandonando.

Estamos apenas abandonando o convívio para que eles tenham a privacidade e o livre-arbítrio de criar seus filhos como desejarem.

Assim nos libertamos da responsabilidade de educá-los, mas jamais do facto de amá-los.

Assim eles nos mostrarão se realmente aprenderam aquilo que nós lhes ensinamos.

A essa época nós chamamos de fim, mas é um fim relativo, pois a evolução é contínua e o caminho infinito para o aprendiz divino.

Eu hoje, meu caro Lot, me encontro no fim, pois sei o que fiz e estou fazendo minha parte para evoluir os frutos de minhas acções.

Na verdade, todos os Elohins construtores da Terra estão nessa época.

Alguns têm uns 3 mil anos pela frente, outros uns 6 ou 7 mil.

Isso para nós não é tanto tempo assim, afinal se eu fosse revelar minha idade temporal a você ela não caberia em números.

Posso fazer você sentir o caminho que percorri até aqui.

Isso te ajudará a compreender como foi meu início, porém não te dará um tempo preciso, pois o tempo não existia.

Tudo que existia era apenas espaço e ideias, que o Pai tentava preencher de qualquer maneira.

Não havia ordem, pois o Pai não a conhecia.

Em suma, o tudo e o nada andavam de mãos juntas, pois tudo estava ali, mas não era possível ver, tocar ou sentir.

Além disso eu ainda teria que contar as infinitas eras que já vivi em vários ou inúmeros planetas, mas agora eu tenho coisas mais importantes para lhe revelar e são elas que você deve guardar em sua memória, pois quando eu terminar de contar tudo estará consumado e eu deverei dar início ao meu próprio fim.

A você, Lot, darei sabedoria futura, pois sei que sua alma já possui o conhecimento necessário para receber tal responsabilidade e, além disso, foi escolhido pelo Pai para preservar a história da Terra.

Lot, Sara, Abraão e Hagar serão os portadores dos novos enviados.

Serão os pais dos seres chamados Elohins, que vão nascer com forma e aparência humanas, porém, eles não saberão que receberão tamanha graça, mas antes que isso aconteça Abraão terá a pior de suas provas.

Zeus o achará e trará de volta sua memória.

Ele se lembrará que foi Adão Cadmo e que era um aliado de Zeus.

Desta vez será muito difícil ajudar Abraão a recuperar a razão, pois ele lutará bravamente pelo ceptro, pelo trono e pelo reino dessa nova Terra.

Mas hoje existe algo a nosso favor: o conhecimento que foi dado a Abraão a respeito da verdade e de tudo que nela existe.

Isso haverá de nos ajudar muito.

Abraão travará uma batalha contra mim e contra tudo que já lhe ensinei.

O mais importante vem depois desta batalha.

Após ter um filho com Hagar Abraão a desprezará juntamente com seu filho.

Isso após descobrir que ela descende de Caim e, o que é o pior, mais uma vez tentará matar o Filho da Luz que voltará à Terra, só que dessa vez ele virá de Sara, pois eu a alimentarei com o cálice sagrado da divina sabedoria e darei a ela o pomo, o fruto do conhecimento que deverá se perpetuar aqui nessa Nova Terra.

[Eu serei sacrificado no lugar de Isaac] Ele trará o conhecimento, mas também trará muitas guerras.

Na época da batalha entre Abraão e eu surgirá alguém que você já conhece muito bem.

Pandora, minha amada portadora dos dons, será futuramente conhecida como Gabriel, o mensageiro ou portador das mensagens divinas, porém ela hoje não tem mais a aparência de um ser feminino.

Vive escondida dentro de um corpo masculino a que deu o nome de Golaha [Golias, Golaha = transmigrador ou aquele que transporta. Tanto Pandora quanto Melchizedek foram considerados os capitães da grande nave que transportou a humanidade na época do dilúvio].

Ela virá para ajudar a trazer Abraão à razão, que trocará seu nome para Samael e durante um período de insanidade ele criará o reino da carne livre, o Carnival.

Seu papel em tudo isso é ser escriba e proteger Sara e Hagar e mais tarde, junto com Golaha, você deve ajudar Abraão a reparar o mal que fez.

Ele então receberá as relíquias, a trípode de asas (Uma pira de 3 pernas onde Prometeu acendeu o fogo sagrado dos deuses e o deu para a humanidade. Esta relíquia permaneceu com os judeus por todas as eras e é citada na Bíblia diversas vezes. Até mesmo quando os profetas são levados ao cativeiro juntamente com o povo conseguem manter oculta essa relíquia, que nunca saiu das mãos deles).

Ele manterá o fogo divino sempre aceso, pois é a luz do primeiro Sol, aquele que alguns chamam de Hiperion (Na verdade essa pequena chama é o nosso Sol, que alguns cavaleiros do Graal chamam de Sol Pequeno. A pira é uma espécie de ornamento sagrado criado para homenagear o Anjo da Luz que a trouxe. Para a humanidade seu valor é inestimável por ter sido feita por um dos anjos caídos quando estiveram na Terra a ensinar a humanidade).

O velocino de ouro é a verdadeira Caixa de Pandora, como já expliquei antes.

Também a Arca de Noé, pois dentro dela não veio apenas o ser humano, mas também tudo que ele precisaria para viver nessa Nova Terra.

Falta explicar que essa também é a Arca da Aliança, que tem o cajado de Aarão, que sempre floresce (o ceptro ou lança de Zeus / Wotan), o pote sagrado onde é preservado o cálice da sabedoria, as pérolas indicando os anjos caídos que ainda devem vir à Terra e o olho-talismã.

Obs.: Não devemos esquecer que Melchizedek era chamado de Capelino por ter vindo aqui esclarecer os humanos.

Ele era um anjo caído.

Ele foi considerado o bode expiatório dos deuses.

Com amor e profunda gratidão,

Luís Barros