3 de agosto de 2021

O LIVRO DA LUZ - CATORZE

Tu és um iniciado nos mistérios que a ti foram revelados, mas que em parte ainda não foram sondados e nem praticados.

Tu terás uma vida inteira para reconhecer esses mistérios na íntegra, mas como havia-te prometido vou-te contar em poucas palavras o simbolismo da Kabalah, a Árvore da Vida.

- A primeira esfera (em hebraico chamada de sephirah), no alto da Kabalah, tem o nome de Kether.

Alguns a chamam de Coroa do Universo, Primeiros Movimentos, etc.

Esses dez caminhos da Árvore da Vida são a classificação de três planos: o divino, o universal e o planetário, o que significa o princípio de Deus, do universo e de cada planeta deste universo.

Em suma, Kether retracta a história do nascimento de Deus quando Ele era apenas o Nada e resolveu “ser”.

Isso eu já te expliquei como ocorreu.

Do Primeiro e Uno também veio o universo e assim também os planetas, isto é, um princípio que foi gerando outros princípios.

- A segunda esfera tem o nome de Hockmah, que no plano divino representa os Amorazins, a primeira acção divina, que também já te expliquei.

No plano universal significa o zodíaco, as doze eras do universo, a regência de cada zodíaco.

No plano planetário foi o primeiro dos planetas, aquele que foi se criando a partir das necessidades de Deus para controlar suas primeiras emoções e que é chamado de O Planeta do Princípio, onde tudo começou.

- A terceira esfera tem o nome de Binah.

No plano divino representa a parte feminina de Deus.

Foi quando Ele retirou um pedaço de seu coração e criou sua Eva.

No plano universal é a dualidade da sapiência, no planetário simboliza a criação de Saturno (a sabedoria e seus mistérios).

- A quarta esfera tem o nome de Chesed, que no plano divino significa o nascimento dos Evins.

No universal significa a criação dos dois pólos, bem e mal como caminhos ainda separados.

No planetário significa o nascimento de Júpiter, Senhor da Vida e da Morte e princípio do fim.

- A quinta esfera tem o nome de Geburah.

No plano divino representa a união de Deus e Eva e a primeira criação de Deus, que voltou a ser o Uno.

No universal é o símbolo do equilíbrio da sabedoria pelo amor.

No planetário existem muitas discordâncias.

Alguns seres atribuem esta esfera ao planeta Marte, outros a Vénus e eu fico com a segunda opção, afinal o planeta Vénus é o representante do amor e da criação.

- A sexta esfera se chama Tiphereth.

No plano divino representa a criação pelo Divino, após a evolução e união, dos Infinins.

No plano universal é o princípio do movimento interno, o início da caminhada da sabedoria para as primeiras criaturas.

No planetário é o Sol, o Senhor da Luz, da energia fecunda e o calor da vida física.

- A sétima esfera tem o nome de Netzah.

No plano divino representa as primeiras emoções da criação do Divino, que dessa forma iriam dar continuidade à criação.

No plano universal representa as criaturas e suas primeiras criações.

No planetário é a Lua, a Senhora da Magia Fecunda e a Mãe da Imaginação.

- A oitava esfera tem o nome de Hod.

No plano divino é considerada o Fogo da Justiça, que tudo equilibra.

No plano universal é a acção e a reacção que dá continuidade à criação e à evolução.

No planetário representa Marte, o Senhor da Guerra e das Armas, mas também Senhor das Conquistas.

- A nona esfera tem o nome de Yesod.

No plano divino são as emanações dirigidas ao universo, no universal são as inspirações transformadoras.

No planetário é Mercúrio, responsável pelas mensagens e pelas realizações, considerado o Mensageiro de Deus, aquele que leva aos homens os grandes acontecimentos.

- A décima esfera leva o nome de Malkuth.

No plano divino é chamada de A Dor, a Vida das Emoções.

No plano universal é a alma, o corpo criado para evoluir de acordo com as emoções.

No planetário significa a vida dos elementos criadores da vida física: água, terra, fogo e ar.

- Meu querido, sei que essa explicação rápida e quase incompreensível da Kabalah muito pouco te ajudaria se não fosse por tudo que já te expliquei dos 22 caminhos da evolução, que na verdade alguns sábios chamam de 32 caminhos, pois eles incluem os dez da Kabalah, mas devo dizer que as dez esferas da Kabalah já estão incluídas nos 22 caminhos, como aqui ficou bem claro.

Em suma, a Kabalah é tudo aquilo que te expliquei anteriormente, os segredos do universo revelados, mas não só isso.

Nela também existe uma fórmula que poucos seres conhecem.

Ela revela uma maneira de despertar a consciência para as portas do universo, uma maneira de obter a sabedoria.

Deixo claro que isso nem todos que tentam fazer alcançam.

No corpo humano existem várias aberturas conhecidas como canais invisíveis de energia ou chakras.

Esses canais recebem influência planetária e angélica.

É preciso alinhar os canais com os dias e horários dos planetas, além de saber qual o ser angélico que rege o canal.

Para isso vou usar um exemplo bem simples.

Como são muitos os canais vou explicar apenas os dez mais conhecidos e necessários.

Vamos começar pelo seu próprio corpo.

O primeiro canal ou chakra está nos seus pés.

Este é regido pelos elementos terra e água.

O segundo canal está nas suas mãos.

Ele é regido pelos elementos fogo e ar.

O anjo que rege esses dois canais geralmente é o mesmo.

Então o planeta que rege esses dois canais é a Terra e seus elementos vitais e o anjo que cuida desses canais é mestre universal.

O terceiro canal é localizado no cóccix (última vértebra da coluna) e seu planeta regente é Marte, que apesar de vermelho é um planeta frio, o que significa para os sábios matéria morta.

Este canal é o mais difícil de ser controlado, pois é o canal dos instintos animais.

Também é o canal da reprodução humana.

Por isso alguns sábios atribuem a ele o fogo de Marte, sabendo que é um fogo que não existe, que não passa de uma ilusão.

Este fogo é classificado dessa maneira porque a humanidade não consegue controlar seus desejos sexuais mesmo sabendo que todo aquele prazer é algo passageiro, que pertence apenas à carne, que um dia vai se acabar.

Por isso é atribuído a Marte, o planeta que, apesar de vermelho, é frio.

O anjo de Marte geralmente é o arcanjo Kamael, o senhor das revoluções humanas.

O quarto canal fica bem próximo do umbigo.

Seu planeta regente é Mercúrio, que atribui ao homem o dom da realização, pois o cordão umbilical é o fio da vida quando estamos no ventre de nossas mães e esta é uma realização que o homem pode realmente chamar de sua.

O anjo que rege este canal é Uriel, o anjo guardião da vida.

O quinto canal fica bem no centro do peito, naquilo que alguns chamam de ‘boca do estômago’.

Seu planeta regente é o Sol, a energia viva.

É normal que algumas pessoas, quando tomadas por emoções fortes, não consigam se alimentar direito, pois é como se o estômago não aceitasse nada.

Mas também é normal que aconteça o contrário.

O ser tomado por uma ansiedade desesperadora come demasiadamente, sem limites.

Esses dois aspectos mostram o quanto somos impacientes e imprudentes.

O Sol como energia viva e quente se apodera deste canal a fim de supri-lo de energia viva, porém aqueles que não conseguem obter o controlo desta energia terminam ficando muito irritados e até mesmo agressivos.

Os antigos sabiam dos efeitos do Sol e controlavam as horas que desejavam permanecer expostos a ele.

Dessa maneira controlavam até mesmo a fecundidade das mulheres.

O anjo regente deste canal é o Arcanjo Miguel, também chamado de O Fogo de Deus ou A Espada da Justiça.

O sexto canal é aquele que fica próximo do coração.

Seu planeta é Vénus, o planeta do amor.

Seu anjo pertence à hierarquia do príncipe dos querubins.

Seu nome é Haniel, Senhor do Amor Incondicional.

O sétimo canal fica naquela pequena cavidade que temos na garganta.

Este pequeno buraco por dentro é chamado de laringe.

Nesta cavidade é armazenada a energia que controla as emoções dos homens, já que alguns centímetros abaixo dela se esconde a glândula conhecida como a Senhora do Corpo, a tireóide.

Esta glândula é responsável pelo bem-estar do corpo.

Se ela se altera o ser humano pode começar a engordar muito ou emagrecer demais.

Ela também provoca um ritmo desgovernado no coração.

Na verdade, é o factor emocional que causa alterações nesta glândula e ela, por sua vez, altera o corpo e o humor dos seres humanos.

Resumidamente existem três glândulas no ser humano que têm o controlo da vida física e espiritual.

As duas principais estão no cérebro e são as glândulas pineal e pituitária.

Ambas são tão pequenas quanto um grão de ervilha.

A mesma que é responsável pela visão (a pineal) também é responsável pela 3ª visão.

A outra (pituitária) é responsável pelo pensamento e demais actos, mas também pelas informações espirituais, etc.

Mas voltando ao sétimo canal, também chamado de laringo, seu planeta regente é Júpiter, Senhor da Vida e da Morte.

Seu anjo é o arcanjo da vida, Rafael.

Este arcanjo é aquele que carrega nas mãos o bálsamo que cura todos os males.

Por isso é chamado de O Arcanjo da Vida, pois até mesmo na hora da morte ele traz o consolo.

O oitavo canal é aquele que fica entre as sobrancelhas, também chamada de Terceira Visão ou Pirâmide Sagrada.

Seu planeta é a Lua, a Senhora da Magia, das Sabedorias Secretas, Senhora da Luz Interior.

Seu anjo é o Arcanjo Gabriel, o mensageiro divino, inspirador de ideias futuristas e o Senhor das Premonições.

O nono canal fica no topo da cabeça.

Seu planeta regente é Saturno, Senhor da Sabedoria Universal.

Seu anjo é o sagrado arcanjo do trono divino.

Seu nome é Metatron.

Ele é o arcanjo dos arcanjos e na hierarquia cabalística está abaixo apenas de Cristo, mas também é do grupo dos Amorazins.

É ele que tem a responsabilidade de coordenar a evolução dos sábios que se encontram encarnados pelo universo.

O décimo canal é totalmente invisível, ao contrário dos outros.

Seu planeta regente é todo o zodíaco, seu anjo é o próprio Divino Pai.

Este canal é a consciência absoluta do Absoluto.

É o que você está aprendendo agora, meu querido.

Quando o ser humano descobre como alinhar as qualidades planetárias e angélicas aos canais de energia ele desperta esta consciência divina que na verdade também é chamada de Kundalini, a Grande Serpente da Sabedoria.

Sobre isso nós já conversamos.

É só juntar uma coisa com a outra que tudo ficará mais fácil, porém quero-lhe deixar claro que para tamanho feito é preciso estudar mais sobre as virtudes dos anjos e a influência dos planetas, pois tudo que falei sobre isso foi muito pouco e não é o suficiente.

- O mais importante é lembrar que nada existe entre o céu e a terra que a Kabalah não possa revelar, mas para isso é preciso estudá-la e conhecê-la na íntegra.

As dez esferas da Árvore da Vida é uma abreviação dos 22 caminhos, que na soma geral são os 32 caminhos da consciência, mas acredito que a ti revelei parcialmente esses 32 caminhos.

Os detalhes o teu livre-arbítrio deve suprir e a prática o resto te ensinará.

- Senhor Rabi, como o Grande Pai criou as 12 esferas da Kabalah e por que elas são 10 e não 12?

Isso tudo é muito confuso para minha cabeça.

- Meu pequeno, sei que tudo lhe parece muito surreal e de facto é um tanto estranho a numeração não bater, mas vou-lhe explicar.

A Kabalah não tem 12 nem 10 círculos, mas 11.

Em sua origem ela tinha 13 círculos, ou seja, ela escondia 2 círculos = planetas.

Esses planetas na verdade seriam a primeira Mãe e o primeiro Pai unificados em um só corpo celeste.

O filho seria o segundo corpo celeste, que teria surgido ou se soltado do primeiro corpo.

Conta a tradição que esses corpos explodiram e deles surgiu o Universo.

Assim os primeiros corpos de luz se apagaram transformando-se em planetas, estrelas, galáxias, etc., mas essas duas primeiras luzes teriam deixado o Sol como astro-rei do Universo.

Assim ele ganhou o título de pai, a Lua de mãe, a Terra de berço e o vento de alma, que anima não apenas o homem como todos os seres vivos desse planeta Terra.

Para que você compreenda isso melhor vou-lhe ensinar como está nas escrituras ou como está na Zohar.

Na Génesis bíblica Deus criou sua obra em 7 dias e tudo era bom.

Nem homem nem mulher tinham pecado e nem havia serpente, ou seja, um capítulo até Gn 2,4.

Tudo era bom e homem e mulher não eram feitos de barro, e o principal ou talvez o mais importante: Deus não os criou sozinho, pois Ele disse em Gn 1,26 a 28: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” e Deus criou o homem à sua imagem, a imagem de Deus o criou, homem e mulher o criaram.

Observe que Deus aqui fala no plural.

- Ele está falando com outra pessoa, Rabi?

- Isso mesmo, e são essas outras pessoas o mistério da criação.

A Kabalah explica que a essa altura da criação não era mais o Pai que estaria criando os seres à sua própria imagem, mas os primeiros filhos e isso está certo.

Essa criação é feita pelos filhos e alguns o chamam de Templo do Senhor ou de Salomão e é nessa história que vamos encontrar os melhores arquitectos da história bíblica.

Na verdade, eles são os magos de Deus.

O primeiro mago é o mago renegado Caim, que teve um filho chamado Enoch e construiu uma cidade para ele Gn 4,17 (O mago dos magos é a sabedoria de Deus, que construiu o Éden e deu para Adão e Eva).

O segundo mago é Tubal Caim, o terceiro mago é Noé, que constrói a arca, o quarto mago é Nimrod, o quinto mago Abraão, o sexto mago Jacó, o sétimo mago José, o oitavo mago Moisés (Bazilai), o nono mago Josué e o décimo mago Hiram Abif do rei Salomão (pulamos o mago de Davi, que se chama Bazilai, assim como o de Moisés).

Os dez magos do Templo do Senhor são como arquitectos das 10 sefiroths kabalísticas.

Um dado importante é que José, filho de Jacó, aqui também é o José carpinteiro, pai de Jesus.

Sei que isso não está explícito, mas vou tornar agora.

Primeiro vamos fazer os 10 caminhos explicando como cada mago em si é um planeta e juntos são um corpo, ou melhor, o corpo.

A Terra é a alma desse corpo, ou seja, dentro desse conjunto ela é a vida pelo facto de ser o planeta que tem vida e seres vivos.

Resumindo, a Terra é o umbigo desse pequeno universo de 10 magos visíveis e um invisível.

- Mas Senhor Rabi, esses magos de que o Senhor falou são tão pouco conhecidos.

Como eles são os grandes magos do Universo se a história não fala deles?

- Ora, meu pequeno, nem sempre tudo que brilha é ouro e nem sempre aquilo que é ouro precisa brilhar.

Digamos que por esses nomes realmente quase ninguém os conhece, mas posso-lhe afirmar que a história de suas existências preserva esses nomes na Bíblia e em outros livros, mas eles têm vários nomes, que vou revelando a você no decorrer da nossa conversa.

Tudo que as pessoas sabem sobre esses magos foi retirado do Livro de Ratziel (Haziel) ou Livro de Enoch, o sagrado livro da Génesis universal.

Esses seres são mistificados como primeiros homens ou o Adão Kadmo do planeta Terra, mas por trás desses nomes se escondem muito mais do que simples seres humanos.

Por trás deles se escondem os códigos do Universo, as portas para a liberdade da alma.

O primeiro mago de Deus é Metatron.

Eu diria que ele é a coroa de Deus.

Cabalisticamente falando ele resume em si três potências: o ser = Aïn; o ser forte = Aïn Soph e o ser com tempo = Aïn Soph Aur.

Omnisciência, Omnipresença, Omnipotência e Omnisciência.

Ele está acima do zodíaco porque ele é o movimento que deu origem aos outros movimentos planetários.

Ele é a explosão que criou no Nada o Tudo que hoje é.

Ele não tem face, imagem e como é o tudo dentro do nada que se preencheu sua imagem ou semelhança é o tudo e o nada, é um abismo infindável como um Universo criado.

É a sabedoria de Deus que equilibrou o Nada e o Tudo, do negro vazio ao branco tudo.

O branco é o resultado de todas as cores e o preto a ausência de todas elas.

Por isso Metatron é a medida que equilibra esses dois pólos.

Imagine um gigante de luz com os braços abertos e deixando à mostra apenas um lado da face.

Em seu braço esquerdo ele tem o zodíaco, que também é chamado de Hockmah, Mazaloth, Matsualem, Matusalém ou pão e água no aspecto invisível.

O zodíaco é pão e água universal, o corpo.

Raziel é o que chamamos de Jeovah, o senhor das esferas ou rodas do destino, habitante da esquerda do Senhor da Luz diamantina Mitatrom.

Raziel é o cristal que emana sua luz para o braço direito do gigante universal.

Esse braço direito é o Shabbathai, Saturno ou Binah, Marah, Jehovah Elohim, Tzaphkiel.

É essa sefirah que limita nossas origens apenas à Terra.

Eis o que chamamos de Trindade: Deus, a sabedoria de Deus e a criação.

Pelo facto dessa criação começar de Saturno ele ganha o título de mãe e pai, a casa de Jacó = Jacobet, lugar de onde viria o Messias bíblico.

Esse planeta também é chamado de caldeirão negro, é a pedra ônix da Gn 2,12 e a safira da Kabalah tradicional.

Entre Hockmah e Binah existe um grande abismo chamado Daath, que faz a ponte entre os dois lados.

É como a coluna vertebral do corpo desse gigante, que estabelece o equilíbrio do corpo.

No cérebro desse gigante está o signo de Áries, o Ser, ou o cordeiro de Deus coroado.

A coroa desse cordeiro tem 3 fachos, o Aïn (Ser), Soph (força), Aur (tempo, espaço) e é o Senhor do Absoluto coroado pelo Absoluto invisível.

No pescoço dele encontramos o signo de Touro, a força.

Os três princípios da coroa do cordeiro começam a se manifestar no cordeiro e nos demais signos.

Como tudo que está acima é igual ao que está em baixo o cordeiro é a cabeça do gigante.

O Touro é o pescoço e Gémeos é o Urim e Thummim, união do novo e o velho, do preto e do branco, justiça e misericórdia, positivo e negativo, o sim e o não, a eternidade e a morte, o fim e o começo.

Essas são as primeiras sephiroth chamados de Lei do Além-Mundo, mas na verdade também se encaixam nos 10 mandamentos bíblicos.

“Viva porque eu vivo (Aïn = o Ser), Ame porque eu amo (Aïn Soph = o Ser, força) e Seja livre porque eu sou livre (Aïn Soph Aur = o Ser, força, tempo e espaço) ”.

Ser (vida), amor (sentimento) e liberdade: são esses os mandamentos herdados geneticamente da divindade paterna para os filhos mortais.

“Amar a Deus sobre todas as coisas e a teu próximo como a ti mesmo” é o resumo dos dez mandamentos porque o homem que segue esses três princípios não precisa de outros.

Os 10 mandamentos de Moisés são as 10 sephiroth expressas como o planetário (os planetas) em forma de lei.

O Cristo abreviou os 10 mandamentos nas 3 primeiras sephiroth, ou seja, se tivermos consciência da trindade em cada um de nós tudo fica mais fácil.

O Livro de Jeremiah ou Jeremias deixa claro o mesmo que o Cristo.

Ambos dizem: “Entrega-te e sobreviverás.”

O profeta vê o templo destruído, saqueado e depois queimado.

O Cristo destrói a tábua da lei ou essa se parte ao meio, como Moisés a quebrou na primeira vez que desceu do Monte Sinai.

“Mas esse templo destruído será reconstruído” diz o profeta e o Cristo, “porém dessa vez deve ser construído também no coração dos homens. Preservai o teu coração, pois eis o reino de meu Pai”, diz o Cristo.

- Tudo bem, Senhor Rabi, mas e as outras sephiroth, pra que servem então?

- Elas terminam a constituição do cosmo e do microcosmo e, é claro, são tão importantes quanto as primeiras.

Eu não as desmereci e nem retirei o valor delas.

Apenas tentei-lhe mostrar que o homem pode resumir suas regras e aumentará o tempo em proveito da sabedoria, ou seja, o homem não precisa de tudo que acredita para viver e não precisa descobrir isso só aos 50 anos de idade, quando seu tempo físico já está no fim.

Vamos continuar o caminho para a Terra ou o corpo do gigante universal.

Nós já construímos a parte dourada ou a cabeça do cérebro universal.

- É por isso que falamos: “O silêncio e a sabedoria são de ouro”?

- Muito bem lembrado do provérbio, meu pequeno aprendiz.

Na verdade, esse gigante é a famosa estátua de Ezequiel bíblico, também chamada de Estátua de Daniel.

- Também já começamos a parte do peito de prata.

Agora vamos dar continuidade a esse nosso gigante.

A sephirah Daath corresponde ao signo de Câncer.

Como um escudo as vértebras e costelas se fecham para proteger o ‘precioso do Senhor’ (coração) e os pulmões.

Basta observar um caranguejo e verá o peito e as costas ao mesmo tempo.

A sephirah Daath em si não tem um planeta regente, mas ela ganha a quarta casa da Kabalah mesmo sendo invisível.

Ela representa o ar cabalístico, o pulmão do Universo.

Agora vamos terminar a parte de prata do nosso gigante, colocando a sephiroth Chesed, o El, Senhor, Cronos, tempo, começo, fim e recomeço eterno.

Tzadkiel, Júpiter da quinta sephiroth, o justo = José, Joaquim, Yaquim, Yacov, Yago, Tiago é a safira avioletada ou ametista, universalmente falando.

Júpiter seria a primeira luz ficando acima de Marte e do Sol.

Muita gente atribui essa sephirah ao rei de Salem, ou melhor, da Urusalimum, velha Jerusalém.

Melchizedek, o rei da paz e justiça, que repartiu com Abraão o pão e o vinho, ou seja, ajudou Abraão a fazer seus 12 trabalhos ofertando a parte primordial para constituição do Templo de Deus, no caso o corpo humano.

Nesse caso Melchizedek foi professor de Abraão e de Cristo (Gn14,18-20) e o Cristo era sacerdote supremo, pois aprendeu na Ordem de Melchizedek, afirmam seus apóstolos.

Vamos lembrar que o pai do Cristo se chamava Yosef = José, Tzadic = Tizedic = Tzadkiel e Abraão tem um escravo chamado Eliezer (auxílio de Deus) = El Yezer, Yosef (justo), ou seja, ambos tem o mesmo nome, mas na Bíblia esses nomes tomam rumos diferentes.

Um é escravo que Abraão torna seu herdeiro (Gn 15,2-4), sem esquecer que aqui vamos também jogar com os nomes de Ismael, filho da escrava Hagar e Itssachar = Isac = Isaac, o filho de Sara... Assim como João Batista, filho de Isabel ou Elisabet (casa de Eli), El, casa do Ser, Senhor (essas semelhanças vão ficar mais claras e óbvias no decorrer da história).

O outro é o carpinteiro que, já observamos, tem o ofício de arquitecto do templo.

- Abraão e Yaoshua unificados pelo mesmo mestre, afinal esse mestre tem o poder divino de possuir o tempo e assim dita as regras ao coração, avisando que esse deve pulsar como um relógio marcando as horas da vida.

A pureza desse órgão é guardado pela virgem e imaculada, que abre e fecha a boca do leão de Judá.

Aqui os signos Leão e Virgem ficam muito próximos.

Eu diria que além de pulmões e do coração o nosso gigante agora tem um estômago que é chamado de “forno de Vulcano”, o ferreiro dos deuses que não tem templo.

Vulcano ou Hefesto é considerado aquele que molda as mais belas armaduras dos deuses, pois só ele sabe o segredo de fundir os metais.

A princípio Vulcano se apaixona pela deusa Pallas Athena ou Minerva.

Essa paixão acontece quando Zeus, o soberano dos deuses, está procurando uma cura para sua dor de cabeça e pede a Vulcano que faça um machado potente que possa abrir sua cabeça.

A princípio Vulcano diz que não faria isso, pois teme que Zeus o castigue se algo não der certo, mas Zeus o convence de que é preciso e assim é feito.

Minerva já nasce armada de escudo, espada ou lança e capacete e faz um único pedido a Zeus: “Quero-me manter pura, invicta, intacta” e assim é, pois Zeus lhe atende o pedido.

Mas Vulcano enlouquece por ela e a quer para si.

Ela o recusa e foge dele.

É depois do nascimento de Minerva que Zeus, sem saber, termina colocando para fora todos os filhos que um dia ele engoliu.

Essa lenda também é atribuída a Júpiter (Cronos) antes dele ser derrotado por Saturno (Zeus) e os titãs.

Mais tarde alguns escritores a escreveram usando o nome de Zeus.

Na verdade, como se trata de pai e filho cada escritor dá a lenda a quem deseja.

Assim também é a história de José e Jesus, Júpiter e Melchizedek.

São os senhores da sabedoria.

- O estômago é o leão que devora o homem, o predador que digere o alimento como um forno de sucos gástricos e transfere para o corpo a parte boa dos alimentos, mas armazena a parte ruim na bílis, o irmão louco de Vulcano, o Marte (Ares), o deus da discórdia, da guerra e da violência.

Vulcano processa o que é bom e distribui isso no corpo, mas a bílis ou vesícula recebe apenas a parte venenosa.

Entramos então na sephiroth de Marte (Madim) = Geburah, Elohim Gibor, Kamael.

Marte está na direita do nosso gigante, na posição da vesícula biliar.

Ele é o rubi do corpo da divindade.

Ele é o que muitos chamam de justiça a qualquer preço.

- Assim se fecha a parte de prata do gigante para começar a parte de bronze, que vai se iniciar com 3 sephiroth que se localizam na cintura do ser cósmico.

É o cinturão de Horiuns, Hórus (Órion).

Trata-se também das 3 pirâmides na terra do Egipto: o pai, a mãe e o filho.

O pai é a sephirah de Hod = Miguel Arcanjo, chamado de Mercúrio (Kokab) divino, que revelou o segredo do mar de bronze de Hiram Abïf.

Essa sephirah é o rim direito, enquanto Netzah é o rim esquerdo e o filho desses é o Tiphereth, o organismo e aparelho reprodutor.

Na verdade, essas três sephiroth são responsáveis pelos órgãos fígado, baço, pâncreas e rins, ou seja, do estômago pra baixo até os órgãos genitais.

Netzah, Haniel, Vênus, Magdala, Nagah representam aqui a estrela portadora da maternidade do homem que hoje vive na Terra, mãe do Cupido divino.

O filho, que é Tiphereth, nesse caso é o Sol, Samesh, Simeão, Simão, Rafael, Simão Pedro, Sansão.

Essa sephirah é o signo de Balança, o equilíbrio entre os dois lados.

Como está um pouco acima dos pais fica no umbigo, enquanto os pais são unificados pelo Escorpião, que cobre a genitália do nosso gigante.

Tiphereth é o topázio amarelo.

Netzah é a esmeralda e Hod é a opala fígado de boi.

- Agora vamos sair do mar de bronze e fazer as pernas do homem universal.

Elas são feitas de ferro seguindo o esquema do profeta Ezequiel.

Sua sephirah é Yesod, Gabriel, a Lua-Mãe e alma do planeta Terra.

Esse foi o anjo que fez a anunciação a Maria.

Na lenda hindu ele não deu lírios, mas o colar de pérolas.

Por isso ela é a mãe dos mares, a eterna Diana pura e majestosa com seu arco e flecha na mão representando o signo de Sagitário.

É também o trabalho em que Hércules tem que caçar a corsa de Diana.

Como as lendas variam muito vou deixar por hora apenas uma, em que Hércules não mata a corsa, mas atira de forma a não feri-la gravemente, justamente para não ofender Diana, que era sua irmã e que dentre os irmãos era uma das que o protegia.

Essa sephirah contém também mais quatro signos.

O sagitário fica nas coxas, o Capricórnio fica nos joelhos, o Aquário fica nas pernas e o signo de Peixes são os pés, que alguns afirmam estar acima da sephirah Malkuth justamente pelo ritual do lava-pés do Cristo, mas isso será explicado melhor agora, que vamos entrar nos pés do gigante.

- Os pés são feitos de barro fundido ou pedra lavrada, como alguns falam, e isso significa que por mais forte que sejam os pés não irão sustentar o peso do gigante de metal.

Essa imagem também nos leva a Maria, que pisa na Lua ou na serpente, o São Jorge ou São Miguel pisando no dragão.

Os pés devem ficar acima da terra (Malkuth, a última sephirah), porque a terra é uma esfera elemental onde habitam as almas de fogo Hashim, Abel e Caim unificados, Jacó e Saul.

Esse é o reino de Sandalphon ou Apolonion, Adnai Melekh.

Aqui o rei é de barro, forjado pelos quatro elementos e o Ki da divindade universal.

Malkuth é a realização da obra de Deus, é o 7º dia da criação, onde Deus descansa no tempo que Ele construiu.

O descanso de Deus é o despertar do homem em Pangéia.

Segundo os cientistas o peixe surgiu na Terra na época em que havia um continente único, a Pangéia, e esse peixe com coluna vertebral seria o príncipe dos seres vertebrados, incluindo o ser humano, que de microorganismo evoluiu para uma cadeia revolucionária de espécies até chegar à aparência actual.

O reino de Malkuth é a prisão para onde o Cristo será levado.

Na verdade, esse nome Malkuth, Geene, Gomorra, Sodoma significa castigo, punição.

Por isso muito seres têm a ideia de que a Terra é uma prisão para os anjos caídos de Enoch, onde o Pai os condenou para todo o sempre, mas é só uma escola tão temporária quanto os demais planetas, mas com uma diferença.

A Terra está nos pés do gigante e é feita de barro.

Na estátua de Ezequiel um meteoro vem em direcção dos pés do gigante e a derruba porque quebra seus pés, dando à Terra o título de Maya (= ilusão, passagem).

Como a Terra é considerada a alma desse Universo de 10 sephiroth se ela se acabar a vida se acaba nesse Universo ou nesse corpo.

O gigante morre, mas o detalhe é que essa alma deve renascer em um outro nível de evolução, não mais visível aos olhos humanos.

Assim os 12 planetas surgem no plano invisível e fecham a pirâmide evolutiva.

Os outros planetas de onde vieram os seres que hoje habitam a Terra já passaram para o estágio invisível e como eram planetas-berçário tinham apenas sua própria espécie.

A Terra é a mistura das espécies planetárias e por isso não é um berçário, mas uma escola, muitas vezes chamada de exílio ou prisão.

Aqui é o lugar onde o ser passa do microcosmo e vai evoluindo para outros estados até chegar ao estado final do homem hoje, mas ainda terá que evoluir como homem de sabedoria, compreensão e consciência.

Existem vários gigantes cabalísticos no Universo.

Alguns o homem já sabe que existem, mas nem sempre tem coragem de divulgar.

Grande parte dessa evolução está em espaços invisíveis ou simplesmente inalcançáveis.

E assim terminamos o rascunho do gigante universal.

- Anda bem, Senhor Rabi, eu já não estava mais entendendo nada.

O Senhor fez um gigante cheio de planetas e ainda o encheu de bichos.

Eu não sabia mais se ele era planetas ou bichos.

O Senhor Rabi soltou uma gostosa gargalhada e com calma disse:

- Meu bom menino, eu vou-lhe explicar a Kabalah em detalhes e qualquer dúvida eu prometo responder da maneira mais simples possível, o que você acha?

- Se o Senhor está dizendo que será mais fácil, tudo bem. Eu vou tentar compreender prestando atenção.

- Meu menino, esse pequeno gigante foi só um pequeno esboço daquele que vamos fazer com a ajuda da Bíblia, da Torah e do Talmud e as cartas que compõe os 72 caminhos de Hermes.

- Nossa Rabi, mas isso não vai ficar difícil demais para compreender?

- Não, muito pelo contrário, vai se tornar mais fácil.

Nós vamos fazer o corpo do nosso gigante de histórias, dividindo-as em eras de transformação planetária e terrena.

Para as pessoas que tem pouco tempo para ler esses livros todo esse aprendizado será o melhor dos benefícios, afinal não é todos os dias que se encontra resumida ou compactada a sabedoria de tantos escritores em um só livro.

- O Senhor está dizendo que um dia isso que me está ensinando vai virar livro?

- Sim, um dia será um livro que você escreverá e depois muitos outros o copiarão.

Assim no futuro, quando eu passar pela Terra, encontrarei nossa história e me lembrarei do dia em que espalhamos as primeiras centelhas de sabedoria na Terra.

Mas agora vamos voltar ao nosso estudo cabalístico universal?

- Vamos!

Com amor e profunda gratidão,

Luís Barros