27 de agosto de 2021

O LIVRO DA LUZ - REVELAÇÕES (5)

A primeira (encarnação) foi num período da Era Diluviana.

Nessa era ficamos conhecidos como as “três graças divinas”.

Mais claramente foi a época bíblica de Eva e Adão.

Quero lembrar que toda a destruição da Terra da época dos deuses já havia acontecido e agora era um novo tempo, porém ainda havia gigantes, semi-deuses e magos remanescentes de Atlântida, Shangrillá e Lemúria.

Para que a sabedoria e a comunicação com o Divino não se apagasse da Terra criou-se um clã de três tribos bem diferentes.

Essa é a parte mais difícil da História desmistificar, tudo que até hoje foi velado por ser perigoso.

Primeiro vamos contar a história de Prometeu e Pandora, depois a de Eva e Adão, etc.

Em primeiro lugar no Carmelo ou Jardim das Delícias ainda não habitavam seres humanos.

Era um lugar sagrado ao qual somente os Eloins tinham acesso.

Ao redor desse jardim a Arda/Ada/Erde/Edda foi constituída.

Na verdade, esse jardim preservava o registo de tudo que já havia acontecido na Terra, do que estava acontecendo e do que ainda ia acontecer.

Ali se mantinha o livro de registos de Haziel, sempre aberto encima de um púlpito protegido por uma imensa luz que devorava aqueles que ousavam tocá-lo.

Os Elohins não precisavam temer o livro, pois Haziel também era um deles.

Vamos agora voltar aos filhos de Prometeu.

Prometeu era um ser celestial que tinha um conhecimento superior aos 12 deuses dirigentes das tribos, mas eles não sabiam disso, pois acreditavam que ele era mais um ser como eles.

Por ver tanta destruição Prometeu preferiu manter seus escolhidos escondidos e bem longe dos olhos dos deuses, mesmo sabendo que isso prejudicaria a evolução deles, porém eles não demoraram para descobrir o segredo de Prometeu e assim decidiram que aqueles seres teriam que

passar por transformações ainda mais drásticas do que todos os que já habitavam a Terra.

Era a única maneira de alcançar a evolução suficiente para o convívio com os demais.

Prometeu nada podia fazer.

Ele sabia que a Lei da Evolução tinha que se cumprir, porém as tarefas aplicadas a esses seres eram demasiadamente severas e ao invés de fazê-los evoluir eles pareciam regredir, não alcançando a evolução necessária para viver entre os demais.

Os deuses julgaram que aquelas criaturas não podiam viver na Arda e os condenaram a viver na Morada das Sombras até que tivessem consciência para se misturarem com os demais.

Nesse lugar também viviam outros seres que os deuses não julgavam dignos de andar na luz.

Longo foi o tempo que os protegidos de Prometeu viveram ali como rejeito da obra divina, porém devemos dizer que nem todos os deuses eram iguais.

Havia entre eles seres bons ou de bom senso e justiça.

Estou me referindo a Diana, Minerva e Vénus, que por vezes visitavam a Morada das Sombras para instruir as criaturas que ali viviam.

Com a ajuda delas Prometeu viu seus protegidos começarem a evoluir e a partir de então não desejavam mais viver nas sombras escondidas, porém o conselho ainda não autorizava a saída deles para uma vida nova.

Prometeu decidiu não mais aceitar as ordens daqueles que eram inferiores a ele, afinal os deuses não sabiam, mas também eram filhos de Samiazy, daquele que renunciou.

Primeiro Prometeu trouxe da luz o fogo para aquecer e iluminar a Terra das Sombras e com a ajuda das três deusas, Diana, Minerva e Vénus, ele trouxe à Terra mais um ser celestial como ele.

Ela era conhecida como a portadora dos dons e das dores.

Pandora (Pan Coran, Pomo de Ouro, Petis Sophia), que mitologicamente afirma-se ter uma caixa cheia de pragas e desgraças.

Pandora foi descoberta antes mesmo de ser levada a Prometeu, pois foi delatada por uma deusa chamada Eres ou Discórdia.

Essa deusa apresentou Pandora aos deuses e também apontou quais foram as três deusas que a ajudaram a nascer.

Os outros deuses se sentiram traídos pelas três deusas mais poderosas do Olimpo, mas elas já estavam preparadas para o julgamento dos deuses e também já haviam escolhido o próprio destino, mas mantiveram essa atitude em segredo.

Como era de praxe o julgamento dos deuses se baseava em uma competição entre Zeus (Júpiter) e o réu, porém as três deusas levaram Pandora para representá-las diante do supremo deus.

Começou a competição.

Pandora respondera a todas as perguntas de Zeus, o que o deixou furioso, mas agora viria a vez do deus e ele tinha que responder às perguntas de Pandora, que poderiam ser apenas três contra mil do deus.

A primeira pergunta foi: “Quem sou eu?”

Zeus, irado pela insignificância da pergunta, respondeu aos berros: “És um ser forjado por três deusas traidoras”.

A segunda pergunta foi: “Quem é maior que tu?”

Mais uma vez Zeus se irou e disse: “Nada passa diante de mim para ser maior do que eu”.

Terceira e última pergunta: “Quem é aquele que nasceu de si próprio?”

Zeus se calou e só então percebeu que havia caído em uma armadilha que ele próprio havia criado.

Pandora deu as respostas: “Eu sou teu pai, tua mãe, aquele que te gerou e tu não me conheces, pois assim deveria ser. Eu sou o teu início e o fim para onde tu retornarás. Por isso hoje e sempre serei maior do que tu, porém maior do que eu e tu é aquele que nasceu de si próprio, aquele que não tem começo ou fim, aquele que não tem idade ou tempo, mas que habita todos os lugares e todos os tempos”.

Zeus havia sido vencido por um ser celestial cuja existência ele ignorava.

Assim as três deusas deram seu veredicto final.

Aproximaram-se do púlpito e disseram: Pandora não é nossa criação e sim nós criação dela.

Nós apenas colaboramos para sua materialização neste mundo, mas agora é nosso dever nos unirmos a ela para todo o sempre e assim se fundiram com Pandora.

Dessa união surgiu a forma mais bela de ser jamais vista, com luz, sabedoria, força, beleza, doçura, encanto e harmonia.

Era um ser perfeito.

A perda das três deusas causou um desequilíbrio no Olimpo.

Apolo, deus das artes; Baco, deus da alegria, da colheita, do vinho; Hermes, o deus mensageiro, senhor dos ares, resolveram ficar ao lado de Prometeu, deixando assim o Conselho dos Deuses cada vez menor.

Esses três deuses também receberam a revelação de que eram filhos do gigante Sentinela, que na verdade era também um ser celestial.

Também se uniram a ele tal qual as três deusas.

Zeus, enfurecido, mergulhou a Terra no caos, destruindo-a e matando tudo que nela tivesse vida.

Foi então que os nove seres celestiais adentraram na Terra (isso já contando com Prometeu e Pandora), que para salvar a raça humana da fúria de Zeus e seus aliados abnegaram do Olimpo.

Mas nem tudo terminaria aí.

Após essa transformação a Terra ficaria parcialmente livre dos deuses.

Os seres celestiais mudaram a aparência de alguns seres que haviam sido cobaias dos deuses, além daqueles que hoje chamamos de dinossauros, mas a destruição havia sido grande e a Terra mais uma vez tinha que contar com a ajuda dos seres celestiais para se reestruturar.

Como Prometeu Samiazy ainda não havia renunciado à sua condição divina.

Vamos deixar bem claro que o mito relatado na Ilíada diz que ele foi condenado por Zeus por ter dado o fogo divino à humanidade.

Isso significa, apenas alegoricamente, que ele levou a luz da sabedoria para um povo cego pela ignorância.

A Caixa de Pandora representa apenas todos os nossos erros, toda nossa incompreensão.

Em suma, o simples facto de recebermos um conhecimento sem jamais tê-lo praticado.

Assim como tudo na vida somente sentindo na própria pele é que vamos ter a consciência do que é certo ou errado.

A sabedoria que Prometeu deu aos homens é o tesouro dos Nibelungen, que atrai a cobiça do mais fraco levando-o à loucura.

Na lenda a Caixa de Pandora libertou os males dessa sabedoria mal utilizada, porém antes que todos os dons saiam da caixa ela a fecha, deixando presa lá dentro a Yonah, a pomba da paz e da esperança.

Isso significa que uma nova oportunidade seria dada à humanidade e que um novo Portador da Luz viria à Terra para ajudá-la no seu estágio de evolução.

Mas como isso poderia acontecer se Prometeu estava condenado a viver aprisionado pelo resto de sua eternidade para expiar os seus crimes?

Ele fora condenado por ter roubado o fogo sagrado e tê-lo utilizado de maneira incorrecta, criando assim o caos e a destruição de seus próprios filhos, além de desprezar a pobre Pandora, que enlouquecera após saber do conteúdo da caixa e todo o mal que ela causou.

Ela foi viver na Caverna do Sono, onde encontrou Morpheu, que a condenou a um sono profundo de muitas

eras, enquanto Prometeu teria seu fígado comido diariamente por uma águia, que Zeus enviara para se alimentar de seu inimigo, porém a salvação de Prometeu estava naquela pomba, que não havia saído da Caixa de Pandora e muitas eras mais tarde ela teria o nome de Hércules ou Cristo.

Aqui as três deusas foram unificadas a um ser criado por elas.

Isso não foi apenas para dar a entender que elas eram um só ser, mas para afirmar que elas são as várias faces de um ser celestial chamado Ayrimael.

O mesmo foi feito com os três deuses, que somando deram o mesmo resultado, sem esquecer um pequeno detalhe.

Marte e Vulcano (ou Hefesto) são dualidades de um só ser, portanto nunca existiram separados.

Apenas a mitologia os separou.

Basta observar que Vulcano se apaixona por Minerva logo que ela sai da cabeça de seu pai, porém para decepção dele ela pede ao pai que sua virtude seja sempre

preservada.

Sendo assim Zeus nada pode fazer para ajudar Vulcano.

A outra face de Minerva é Diana, outra deusa também casta, deusa da Lua, das gestantes, dos animais, etc. e que é irmã de Apolo (ou Febo), deus do Sol.

Vênus ou Afrodite é a deusa da beleza, dos mares cobiçados por todos, mas que termina se casando com Vulcano, o ferreiro real, aquele que cortejou Minerva, que se transforma em Marte ou Áres, o deus da guerra, das transformações, um verdadeiro leão que só é domado pela bela Vénus, que termina desarmando-o.

Por isso ela se casa com Vulcano.

Ele era um ser rejeitado e vivia o tempo todo nas profundezas dos vulcões, onde forjava as armas para a guerra.

As lendas separaram esses seres com estórias diferentes apenas para florear e aumentar suas proezas, mas terminaram por confundir a mente de alguns jovens estudiosos que buscam um pouco de conhecimento nesses relatos.

Agora vamos continuar a avançar no tempo e retirar os véus que ainda encobrem a nossa história.

Saímos da mitologia grega para entrar na nórdica.

Brunhilde era uma valquíria, filha de Wotan (ou Odin), o equivalente a Zeus.

Por desobedecer uma ordem do pai ela termina sendo castigada a dormir um sono de eras, sem época para acabar.

Foi salva por Siegfried, o herói que trava inúmeras lutas e acaba vencendo Wotan.

Só depois da mitologia nórdica e grega é que podemos adentrar na história de Eva e Adão.

Aqui também se encontra a mitologia egípcia, afinal os israelitas ocupavam o território egípcio quando a Génese começou a ser escrita.

O livro escrito por Moisés é uma réplica da história de Ísis.

Por isso chama-se Génesis, a genética ou gene de Ísis.

Moisés contou apenas o que aconteceu após a última transformação.

Isso quer dizer que ele relatou apenas o que aconteceu quando os anjos caíram ou renunciaram a suas condições divinas.

Moisés conta que Eva comeu o fruto proibido iludida pela serpente que era Lúcifer, já banido por Deus.

Ora, mas se Lúcifer foi banido por Deus o que estaria fazendo no paraíso?

Eu explico.

Nunca houve um paraíso, mas sim um monte chamado Jardim das Delícias ou Monte Carmelo ou para os templários Camelot e ninguém jamais foi banido.

O que houve foi apenas a perda da inocência para o alcance da sabedoria, onde entra novamente o fogo de Prometeu.

Após a última transformação da Era dos Deuses os humanos foram massacrados e agora tudo ia recomeçar.

Os 9 seres celestiais agora sabiam o que era dar responsabilidade e poder a seres ainda não preparados.

Uma observação muito importante a se fazer nessa história é o facto de Prometeu ter planejado salvar a sabedoria através de Pandora.

O que ficou, mitologicamente falando, dentro da Caixa de Pandora foi uma pomba, a Pomba da Esperança.

Essa pomba era Eva ou Ísis, a mãe de toda a humanidade, porém há um segredo em tudo isso.

Nós falamos aqui das várias eras e destruições da Terra, inclusive o dilúvio que levou os deuses, os dinossauros e muito da raça humana.

Então nos resta dizer que o Adão Cadmo, aquele que recebeu o título de Senhor da Terra, jamais existiu.

Vejam o nome de ÍSIS e de SARA.

Agora é só inverter o nome da primeira: SISI.

Assim em egípcio seu nome significa “luz criadora” ou “mãe”.

O nome SARA também significa “luz” ou “grande luz”. Ambas são criadoras, mães, ambas são a mesma pessoa, a Eva mitológica.

O nome YAWE, que quer dizer “Deus” ou “Senhor” é a união de Eva e Adão, homem e mulher, dois pólos, duas energias.

Melchizedek, o arcanjo Metatron ou Enoch e Prometeu era o Senhor da Coroa.

Aquele que preside a Terra também é o nosso anjo caído Lúcifer.

A Arca de Noé que salvou alguns exemplares das espécies vivas da Terra também é só uma alegoria à Caixa de Pandora.

Veja que Noé solta primeiro um corvo para ver se as águas tinham baixado e só depois ele solta uma pomba, que retorna para dentro da arca trazendo no bico um ramo verde, a esperança que se renova mais uma vez.

Na Caixa de Pandora o corvo representa a morte e a destruição, que não tem volta.

A pomba branca é a esperança do que virá.

Noé é o nosso Prometeu ou o nosso Auriga, o nosso Chariot, o cocheiro dos deuses, que trouxe no velocino de ouro a nossa origem genética, ou melhor, os exilados de Capela.

Melchizedek, Enoch ou Noé trouxe para um lugar seguro e distante dos olhos dos semi-deuses ou de sábios mal-intencionados as seis graças divinas.

Eram no total sete com ele.

Ele viveu por muitos anos dentro de uma caverna, que foi baptizada com o seu nome pelos seus “filhos”.

Agora vai ficar mais fácil para vocês compreender o que estou tentando explicar.

Sei que parece muito complicado e confuso, mas acreditem que não posso deixar passar os detalhes, justamente para que mais tarde tudo fique mais claro.

A nossa Eva, Ísis ou Sara era um ser muito especial.

Ela era uma semi-deusa, assim como seu irmão Adão, Osíris ou Abraão.

Esses eram os seres que Auriga / Noé trouxe no velocino de ouro para salvá-los da fúria de Zeus, porém esses não eram os únicos seres vivos na Terra após o dilúvio.

Melchizedek deu a eles um paraíso como moradia, pois a caverna que eles foram habitar era protegida por uma vasta área verde chamada Zoar ou Esplendor (lembrem-se que Sara era fruto das 3 graças, deusas, e ela mesmo tinha o dom das três graças e Abraão tinha o mesmo dos deuses. Noé tinha 3 filhos e 3 noras. É uma forma alegórica de se referir às três graças masculinas e femininas).

Abraão e Sara eram totalidades de um só ser.

Isso significa que ela era só o feminino e ele só o masculino, pois ambos eram a herança dos deuses sem mistura.

Eles deveriam aprender a verdadeira sabedoria e assim passá-la para o próximo, pois a Terra agora precisaria muito dela.

Os anos passaram e Melchisedek construiu no centro daquele paraíso a primeira escola.

Chamou-a de Salem ou Calem.

Isso aconteceu na transição da era de Sagitário para Escorpião.

A era de Áries, o carneiro do zodíaco, é também conhecida como a era dos exilados de Capela.

Capela significa cabra = aqueles que sobreviveram à era de Aquário.

Ao criar essa escola Melchizedek buscou mais seres que sobreviveram à destruição e procurou atraí-los para a escola a fim de ajudá-los a evoluir.

Dentre eles ele encontrou raros exemplares da raça humana: dois eram semi-deuses, Sara e Abraão.

Outra era Hagar, uma elfa de rara beleza, que já tinha um bom nível de conhecimento.

Sua memória não havia sido afectada pela mudança do eixo da Terra.

O outro era Lot, um sábio que também manteve sua memória.

Lot era casado e tinha uma bela esposa, mas essa ainda tinha muito que evoluir.

Hagar era a primeira filha de Lot, porém ele revelou a Melchizedek que a mãe de Hagar havia morrido na destruição e que ele na verdade era seu pai apenas de criação, pois a recebeu ainda muito pequena e a criou como filha.

Mais tarde Lot se casou e teve duas filhas com sua nova esposa, porém seu cuidado maior era com Hagar, que era muito rejeitada pelas outras mulheres da casa.

Entre as filhas e a esposa de Lot havia muito ciúme da sabedoria e beleza de Hagar.

Melchizedek pediu a Lot a guarda de Hagar, garantindo que ali ela estaria segura e teria um aprendizado mais aprofundado, desenvolvendo todo seu conhecimento.

Lot preferiu primeiro falar com Hagar.

Se ela aceitasse viver em Salem tudo seria feito de acordo com a vontade de Melchizedek.

Hagar gostou muito de Sara e Abraão.

Viu neles um igual a ela e sentia que Melchizedek jamais lhe faria mal algum.

E assim foi.

Alguns anos se passaram e a escola de Salem cresceu.

Muitos sobreviventes vinham para conhecer o Rei da Paz e da Sabedoria e por ali terminavam ficando.

Abraão e Hagar pareciam atraídos um pelo outro, o que muito agradava Melchizedek, porém Sara só tinha olhos para seu muito amado Melchizedek, que por ela também nutria verdadeiro amor.

Entretanto ele já conhecia o destino e sabia que ainda era um ser celestial e mesmo Sara, também sendo, já não se lembrava mais disso.

Obs.: Sara era a nossa Pandora, que junto com Prometeu causou a queda dos deuses (queda significa torná-los mortais, destruindo a imortalidade. Isso só aconteceu porque a humanidade recebeu a consciência de que esses seres não eram assim tão imortais e tinham pontos fracos. Essa consciência foi a sabedoria presenteada por Prometeu e Pandora, que revelou os segredos dos deuses aos seres humanos).

Era para o próprio bem de Sara e Abraão que eles não soubessem de sua origem celeste, pois podiam chegar a se lembrar de toda a corrupção dos deuses e podiam vir a prejudicar a evolução dessa nova raça.

Melchizedek mantinha o ceptro, o trono de safira, a carruagem sagrada, as pérolas e o vaso com um líquido da divindade, tudo em um altar que seria do Rei da Terra.

A carruagem foi o transporte que ele usou para fugir com as duas crianças.

O ceptro do poder era o mesmo que pertenceu a Zeus.

Era a Lança das Eras.

Tudo que acontecia nesse planeta era registado nesta lança.

Não era exactamente na lança, mas em um pergaminho sagrado que só podia ser lido por aquele que possuísse a lança, pois nela estava contido o “código da lei universal”.

Era gravado em um idioma que só os seres celestiais sabiam ler (Zeus perdeu a lança para Pandora no dia em que ela o venceu na disputa de perguntas. Não contente com a situação Zeus mandou dois lobos gigantes perseguirem Pandora, mas ela se defendeu com a própria lança matando os lobos de Zeus. Aí ele pediu que os ciclopes acorrentassem Prometeu a uma rocha e o resto da história vocês já sabem).

Mas voltando à verdadeira história, Melchizedek nomeou aquela lança de “A Lança do Destino dos Humanos Mortais”, afinal não havia mais deuses, apenas semi-deuses e mesmo assim eles nem sempre sabiam quem realmente eram.

Melchizedek olhava para Salem e via nela a bela escola dos filhos dos anjos caídos renunciados e agora também dos deuses caídos.

Muitas vezes ele olhava para o trono azul de safira e se perguntava: “Quem será o mais nobre dentre esses mortais a se sentar neste assento de espinhos? Quem será o sagrado de meu Pai que beberá do cálice amargo desse vaso divino? Quem será o Escolhido que resistirá à tormenta desse líquido que contém a sabedoria de todas as eras, que já foram e ainda virão?”.

O Pai não demorou muito para responder a suas perguntas.

Em um sonho Melchizedek viu um ser que com ele conversava, revelando-lhe o futuro e mostrando-lhe uma cruz cheia de sangue.

O tempo viria e ajudaria Melchizedek a colocar tudo no seu devido lugar.

Vendo que Lot era bom e tinha humildade em aprender Melchizedek o tornou sacerdote da escola de Salem.

Agora ele podia também ensinar a outros o conhecimento e a sabedoria sagrada dos sagrados, porém advertiu que não se ensinasse nem revelasse a Abraão o mistério de sua origem, pois somente sua alma, no tempo certo, se encarregaria disso.

Abraão era a essência de três seres de muito poder e agora, naquele corpo, ele ainda não saberia controlar sua fúria caso ela viesse à tona.

Lot sabia do que Melchizedek estava falando, pois em sua mente ele ainda guardava as lembranças mais difíceis e dolorosas do passado.

Melchizedek sabia que mais cedo ou mais tarde Abraão despertaria e, é claro, todo seu lado bom e seu lado letal se confrontariam numa eterna briga em busca de compreensão.

Hagar e Abraão se uniram para a felicidade daqueles que os amavam.

Pareciam estar sempre felizes, como se a vida fosse realmente um paraíso.

Sara se dedicava ao aprendizado.

Sempre que podia procurava aprender mais com Melchizedek e com Lot, aquele por quem ela tinha imensa consideração.

Lot, já sendo bem idoso, tinha Sara como uma filha ou sobrinha.

Este título foi dado porque Lot foi chamado de irmão do senhor, ou seja, irmão de Melchizedek. Por vezes Lot conversava com Sara a respeito dos seus sentimentos por Melchizedek e dizia a ela que tivesse paciência e sabedoria, pois todas as coisas têm o seu tempo.

Sara dizia a Lot que amava Melchizedek, mas que seu amor não era da carne.

Por isso sentia-se feliz apenas de estar ao seu lado e que não precisava de mais nada além disso.

Um dia Melchizedek chamou Lot para uma conversa muito particular.

Quando Lot chegou Melchizedek lhe disse:

- Hoje, meu amigo, vou contar-te uma história que a mais ninguém tu deverás revelar.

- Mas, meu senhor, por que me julgas digno de tão grande graça?

- Ora meu amigo Lot, há muito te conheço, muitas eras já passaram.

Sei que tu és de Ishtara e que me conheces desde que fui o Prometeu.

- Perdoe-me Senhor, eu apenas sinto vossa presença ou, explicando-me melhor, sinto a presença do fogo sagrado em vós.

- Então chegue mais perto, meu amigo, e procure não se assustar com o que irás ver.

Melchizedek tirou o manto que cobria seu corpo e deixou à mostra o seu peito.

Ao lado de sua costela direita havia uma ferida aberta que não sangrava mais, porém parecia jamais sarar.

- Como podes ver, meu amigo, essa marca eu carregarei até o dia do julgamento dos celestinos.

Admirado e ao mesmo tempo compadecido disse:

- O senhor de facto é o Filho da Luz.

Me lembro de sua história, de seu martírio para libertar o conhecimento para os humanos.

- Eu sou um imortal, Lot.

Por pouco tempo, mas ainda sou.

Os seres celestiais são os únicos que são imortais e por isso essa dor me persegue já há tanto tempo que terminei me acostumando com ela, mas o que tenho para te contar é ainda mais importante, porém primeiro gostaria que me respondesse algo:

Tu conseguiste encontrar em tuas caminhadas pela Terra algum descendente dos três primeiros filhos.

Lot ficou visivelmente surpreso com a pergunta de Melchizedek e perguntou:

- Estais a falar dos filhos teus?

- Sabes que eu não tive três filhos com Pandora.

Tive apenas um. Os outros são filhos de Cadmo (aquele que chamam de Adão) e Eva.

- Meu senhor, sei que os filhos do ferreiro foram protegidos por Vulcano durante esse período, porém após a última transformação eles passaram a viver ainda mais escondidos, pois sempre foram rejeitados pelos deuses e por Cadmo e como não era possível encontrá-los não mais os procurei.

- Quando soube que o senhor e Pandora haviam cada um recebido as três graças logo pensei que transformariam a Terra e destronariam Zeus, como realmente aconteceu.

- Ora meu caro Lot, tu sabes que seres celestiais não podem ter filhos entre si.

Depois da batalha eu voltei a ser apenas Prometeu.

Zeus me furou com a Lança das Eras e para evitar tamanho sofrimento àqueles que se uniram a mim eu os separei do meu corpo.

Eles então criaram um ser ainda não animado, feito apenas do lado masculino com as suas essências e me deram para levar a um lugar onde tudo recomeçaria.

- Mas senhor, Pandora não havia tirado de Zeus a lança?

- Sim, mas ele se utilizou de chantagem, ameaçando matar os meus protegidos, e por isso me entreguei aos gigantes Ciclopes.

Eu não podia colocar em risco minha real imagem, nem podia mexer no ritmo da Terra sem a presença dos outros seres celestiais.

Tive que ceder.

Pandora, vendo o ocorrido, devolveu a Lança do Destino a Zeus.

Ele a amaldiçoou com o canto de Hipnos, que só Morpheu sabia.

Assim, para não prejudicar as três graças que a ajudaram, Pandora as libertou de seu corpo.

Elas lhe deram um ser criado por suas essências, mas ainda não animado.

Novamente éramos apenas dois seres celestiais.

Mais tarde as três deusas e os três deuses resolveram animar os seres e os chamaram de Cadmo e Harmonia, ou biblicamente Adão e Eva.

Eles os uniram e desejaram que deles uma linhagem de seres fortes viesse ao mundo, mas para garantir isso esses deuses deram a Harmonia o Cálice da Sabedoria, feito com um pouco da minha essência e com a essência de Pandora.

Harmonia concebeu dois filhos gémeos.

Um de pele rosada e cabelos claros ao qual foi dado o nome de mel, Abel.

“Filho” em outro idioma também é abelha.

O outro filho era um elfo como Abel, porém não era um elfo de pele clara, mas um de pele mais escura, cabelos negros e brilhantes.

Mais tarde veio outro filho, muito parecido com Abel na aparência.

Cadmo não gostava de seu filho de pele escura.

Não sabia porque ele era tão diferente até que a desconfiança venceu e ele perguntou a Zeus porque aquele filho não era igual aos outros.

Zeus disse simplesmente que aquele filho não era dele, mas de um ser rebelde que tentara destruir toda a Terra.

Adão Cadmo revoltou-se com Harmonia pela traição e a acusou de ter um filho da discórdia dentro de sua própria casa.

Nossa Eva / Harmonia, defendeu-se falando toda a verdade sobre a batalha recente dos deuses trazendo um pouco de luz à mente de Adão Cadmo.

Adão se convenceu com a história da mulher, porém, todavia nunca gostou daquele que chamou de Caim, o “Forjado.”

Caim era um ser “celestial” em um corpo mortal.

Ele tinha uma elevada sabedoria, possuía carácter passivo e equilibrado e seus irmãos também não eram de muita briga, mas Cadmo os incitava sempre a lutar com a desculpa de que um dia teriam que fazer isso.

Naquela época era comum os seres humanos ofertarem sacrifícios aos deuses e para ver a coragem dos seus filhos.

Cadmo os fazia caçar animais perigosos para os sacrifícios, mas Caim se recusava a fazer isso, pois se dava muito bem com os animais e toda a natureza.

Ele tinha uma integração com tudo que vivia.

Para não desagradar seu pai ele ofertava o que colhia da lavoura.

Adão Cadmo não gostava e nem se agradava das oferendas de Caim e deixava isso bem claro para todos saberem.

Os irmãos tentavam animar Caim pedindo a ele que um dia fizesse um único sacrifício, assim o Senhor Adonai Adão Cadmo ficaria satisfeito e talvez parasse de rejeitá-lo, mas Caim rebatia dizendo:

- Não vejo motivo algum para tirar a vida de seres inocentes somente para agradar meu pai.

Que mal essas criaturas me fizeram para que eu as sangre?

Ora, meus irmãos, creio que meu pai jamais se agradará da minha pessoa e temo, e sei, que algo muito além do meu conhecimento venha a acontecer.

- Do que estás a falar – pergunta Seth.

- Ainda não sei, meu irmão, mas quero deixar bem claro que preciso dar a você algo que aprendi sobre a natureza, as estrelas e os animais.

- Estás a brincar, Caim.

Como vais nos ensinar isso? – disse Abel.

- Não é difícil, vocês aprenderão com muita facilidade.

A partir daquele dia Caim passou a ensinar os segredos da natureza a seus irmãos.

Adão não gostava de vê-los tão unidos.

Após alguns anos Abel já era casado.

Caim não desejava casar, pois temia pelo futuro que já pressentia.

Seth também já tinha o seu Deus maior em tudo e ele não se agradava do cheiro de sangue.

Zeus e Cadmo ficaram irados com Caim e planejaram seu fim e de sua esposa.

Adão os chamou e aos dois filhos já casados deu presentes.

Para Abel ele deu um anel forjado pelos ciclopes de Vulcano e a Seth deu outro anel semelhante.

Um tinha uma pedra azul (para Seth) e o outro tinha uma pedra vermelha (para Abel).

Caim nada recebera de seu pai, o que muito desagradou Eva/Harmonia, que já andava muito entristecida com aquela situação.

Caim abraçou sua mãe e disse:

- Não te preocupes, minha querida mãe, eu não desejo ter um anel daqueles e mesmo que tivesse ganhado um eu não poderia usá-lo, pois são presentes cheios de armadilhas dos deuses, que os ofertaram a meu pai com algum intento obscuro.

Pobres dos meus irmãos, pois eles perderão a razão logo que perceberem o poder que tem naqueles anéis.

Após ouvir isso Eva / Harmonia foi até Adão Cadmo e o investigou até que ele contasse a verdade.

Ele revelou que os anéis foram um presente dos deuses para seus filhos e não disse mais nada.

Depois disso Adão Cadmo foi até Caim e ao se aproximar dele foi logo insultando-o: “Tu és um maldito! Como ousas pôr tua mãe contra mim. Eu te renego e na minha presença não desejo ver-te nunca mais. Tu és um verme covarde, que não tem coragem nem de matar um animal menor que tu e como um covarde tu morrerás bem longe de mim.”

Caim ouviu as injúrias de seu pai, mas antes que ele saísse da sua frente ele disse:

“Existe um Deus maior que o senhor e os seus e tenho certeza que Ele não se agrada do cheiro do sangue que o senhor oferta aos seus deuses. E isso não é tudo. Ele também ouve e vê tudo que o senhor e seus deuses fazem, mas vocês são tão cegos que jamais O verão”.

Adão virou-se contra Caim, mas temendo que suas palavras fossem verdade foi até Zeus e o questionou sobre esse Deus de que Caim havia falado.

Zeus disse:

- Acaso tu duvidas do meu poder, ó Cadmo.

Não percebes que além de mim não há outro?

Eu vou destruir este teu rejeito lançando-o longe das minhas vistas como fiz com Ares / Vulcano.

Esse deus maldito me deu muito trabalho.

Vivia lançando a cólera entre os deuses.

Consumia a todos com o seu rancor e sua ira incontrolável.

Terminou sendo o ser mais detestado do Olimpo.

Então o lancei nas profundezas da terra, de onde ele lançava chamas de fogo tentando consumir a Terra.

Essa foi a era mais difícil para todos os deuses.

Para aplacar a sua ira lhe oferecemos uma das deusas em casamento, porém ele escolheu justamente a filha que ninguém jamais ousaria pedir: minha mui amada Minerva, a sagrada espada da justiça do Olimpo.

Ela não seria de homem algum, pois para ser justa tinha que ser livre e por ninguém se apaixonar.

Era casta, pura por vontade própria, não se corrompia nem se permitia corromper.

Afrodite, sua irmã e melhor amiga assumiu seu lugar para preservar a integridade da irmã tão querida.

Senhora de encantadora beleza e hipnotizante fala, Afrodite aplacou a ira de Marte / Ares / Hefesto / Vulcano (dualidades de um só ser).

Assim ele passou a servir os outros deuses, mas se manteve longe do Olimpo, preferindo as profundezas da terra, às quais já estava habituado.

Hoje já não é mais nosso inimigo, porém não sabemos até quando a beleza de Afrodite o manterá calmo.

Acredito que esse teu filho, Cadmo, poderá me trazer os mesmos problemas que Hefesto, mas de uma maneira um tanto diferente.

Ele pode persuadir deuses e elfos a acreditarem em outro deus, o mesmo Deus que o maldito Prometeu pregou e assim conseguiu um desequilíbrio entre os dirigentes desse mundo, mas minha sabedoria venceu a dele e até hoje eu o mantenho sob meu domínio e nada pode fazer.

Ele ousou dar o conhecimento a seres inferiores e sem estrutura.

Eles foram banidos para longe de meus olhos e vivem no Érebro até que se humilhem o bastante pela afronta que me fizeram.

- Mas e agora Senhor, o que faremos com Caim?, perguntou Cadmo.

- Os anéis que dei a teus dois filhos os farão se afastar de Caim.

Então tu verás a discórdia surgir entre eles e logo Caim será morto por um dos irmãos, mas tu deves levar essa lança, pois Caim não é um ser qualquer.

Se for filho daquela serpente que me roubou o Fogo do Conhecimento só poderá ser morto por essa lança, que deve atravessar o seu peito.

Assim Adão Cadmo voltou para sua casa planejando sua vingança contra Caim, mas o que ele não contava era que as três graças (Diana, Afrodite e Minerva) tecessem o destino de maneira bem diferente de seu plano.

O anel dado a Abel o deixou desorientado.

Ele passou a desejar um animal sagrado que se escondia no Vale dos Espinhos, lugar que ninguém habitava.

Ele se embrenhou atrás do bicho e na sede de poder tê-lo nem percebeu que estava todo arranhado pelos espinhos.

Ao abaixar-se para pegar o animal terminou perfurando os dois olhos, ficando cego.

Caim que, preocupado com a demora do irmão resolveu procurá-lo, achou-o e o levou para casa.

A mãe tratou do filho e, percebendo a maldade que o anel havia lhe causado, retirou-o de seu dedo enquanto ele dormia.

Para não despertar a ira de Adão Cadmo ela pediu a Vulcano que forjasse outro igual, mas sem a influência maléfica de Zeus.

Vulcano, que não morria de amores por Zeus, assim o fez.

Abel acordou todo cheio de dores e sem enxergar.

Caim, com seu conhecimento de ervas, amenizou o sofrimento do irmão e recuperou apenas 30% de sua visão, o que fez Abel ficar muito agradecido ao irmão, que salvara sua vida e ainda podia dar-lhe um pouco da visão, porém Abel não conseguia distinguir pessoas ou coisas a mais de 100 metros.

Só quando se aproximava mais.

A sua esposa deu-lhe grande felicidade ao ter filhos gémeos, assim como ele e Caim eram gémeos.

Ele, para homenagear o irmão, chamou o menino de Jubal-Caim e a menina de Naema.

Seth também teve filhos com Zitra, a irmã de Mirni.

Duas lindas elfas, uma casada com Seth e a outra casada com Abel.

Mirni, a esposa de Abel, era arqueira como ele e, temendo que um dia o marido viesse a cometer um erro grave resolveu ela mesma caçar em seu lugar, o que terminou por frustrar o plano de Adão Cadmo, que via nas caçadas do filho a oportunidade de acabar com Caim.

Seth não era caçador e andava mais ocupado em erguer um templo para sua própria adoração (efeito do anel).

Um dia, estando Caim sentado às margens do rio, Adão Cadmo chamou Abel e, sabendo que ele não conseguia distinguir nada à distância, preparou seu arco e tornou a lança como uma flecha e a entregou nas mãos do filho dizendo: “Eu venho aplacar tua tristeza. Vejo que há muito tu não caças animal algum por causa da tua pouca visão, mas agora garanto-lhe que almoçarás um saboroso javali. Vês o vulto lá à beira do rio? É um animal que se encontra a beber água. Sei que mesmo com pouca visão tua mira continua certeira”.

Abel, que de facto estava nostálgico, alegrou-se do convite do pai e, sem notar maldade alguma, lançou a flecha certeira, que atingiu Caim bem no alto de sua costela direita.

Caído e sangrando muito pelo ferimento Caim ficou enfraquecido, mal podia se mexer.

Abel se aproximou e logo viu que cometera um erro fatal.

Desesperado ele gritava o nome de Caim, pedindo-lhe perdão, pois não sabia que era ele o seu alvo.

Seus gritos chamaram a atenção de Eva / Harmonia, que, desesperada, corria na direcção deles, mas ainda estava longe e iria presenciar o pior dia de sua vida.

O medo de Abel chegar a revelar seu plano tomou conta de Adão Cadmo.

Ele pegou uma pedra bem grande e acertou a cabeça do próprio filho Abel.

Eva viu a cena toda, mas nada podia fazer.

Sua voz não saía da garganta e além disso ela ainda não estava tão próxima a ponto de poder impedir o acto criminoso de Adão Cadmo.

Quando chegou perto e viu seus dois filhos banhados de sangue ela perguntou a Adão como pudera cometer tamanho crime, falando claramente que vira o que havia acontecido com Abel.

Nesse instante, para salvação de Eva, a esposa de Abel também se aproximava, já de arco em punho.

Eva lhe disse: “Mira teu sogro para que possamos sair daqui vivas ou ele nos matará também.”

Eva observou que Caim ainda respirava, porém Abel não mais.

Ela removeu das costas de Caim a lança e enterrou Abel ali mesmo.

Disse a Mirni: “Pega teus filhos, pois precisamos partir ainda hoje. O teu sogro atentará contra nossas vidas e não nos deixará viver, creias nisso.”

Mirni, que era extremamente forte e boa de pontaria, ganhou tempo amarrando Adão a uma árvore até que ela e sua sogra preparassem a fuga e assim elas fugiram levando Caim e os filhos de Abel.

Desceram para as terras escuras e passaram a viver em cavernas, pois Adão, ao ser libertado, logo disse a todos que Caim havia matado seu irmão com uma pedrada na cabeça.

Sua mãe, para tentar protegê-lo, fugira com ele e raptara Mirni e seus filhos.

Seth se irou ao saber que Caim havia cometido tamanha maldade e perguntou a seu pai se sabia o motivo.

Adão disse que Caim resolvera oferecer o seu irmão como um sacrifício aos deuses e já que Abel era aquilo que ele mais amava obviamente os deuses se agradariam do sacrifício.

Seth achou estranho, pois Caim não era dado a sacrifícios.

Foi então procurar Zeus, que confirmou a estória de Adão.

Zeus disse a Seth que jamais deveria deixar sua descendência se misturar com a descendência de Caim, pois agora ele era um ser condenado e errante e seria também amaldiçoado pelos deuses.

Temendo a maldição Seth prometeu jamais permitir a tal mistura, embora acreditasse que Caim jamais fosse ter filhos, pois não desejava se casar ou se unir a alguém.

Ali mesmo, na caverna que Caim e sua família resolveram habitar, havia várias galerias e um dia, já recuperado da flechada, ele resolveu explorá-las e qual não foi sua surpresa ao encontrar uma bela mulher adormecida em sono profundo.

Ele carregava em sua cintura a flecha que o havia ferido, sem saber que essa era a lança de Zeus.

O simples facto de estar perto da lança acordou Pandora que, logo que abriu os olhos, pôde ler na mente de Caim tudo que havia acontecido durante o tempo em que permanecera sob os efeitos hipnóticos de Morpheu.

Sem dizer nem uma palavra ela também reconheceu em Caim seu gene e o dela.

Tirou dele a lança e, usando seus dons celestiais, apagou da memória de Caim sua imagem.

Fez isso para preservá-lo de vir a saber que era um celestino, o que poderia causar grandes problemas.

De posse da lança ela o libertou.

Ela disse: “Liberta nossos protegidos do Érebro e volta para enfrentar Zeus”.

Acontece que houve aquela transformação, meu caro Lot.

Eu sei que Adão Cadmo e Eva/Harmonia não sobreviveram a ela, pois as três graças femininas e masculinas os fizeram reencarnar nesses seres que hoje você conhece como Abraão e Sara e me incumbiram de mantê-los longe dos olhos dos semi-deuses, afinal qualquer deus podia reencarnar como um semi-deus e podia até mesmo manter a memória do passado e, reconhecendo os dois podia trazer de volta suas lembranças e isso seria um prejuízo ainda maior do que aquele passado.

Não sabemos qual a aparência que Zeus tem agora, mas sei que tinha habilidade suficiente para se reprogramar para uma vida com lembranças.

Ele pode ter perdido seu ceptro e o seu reino, mas não perdeu sua sede de vingança.

- Dar-te-ei duas boas notícias, meu senhor Melchizedek.

A primeira é que Hagar, a princesa élfica, é da linhagem direta de Caim com Mirni.

Por isso tem tão elevada sabedoria e pele tão semelhante à dele.

A outra é que alguns filhos de Seth também sobreviveram e têm também dois filhos, que eram filhos de Jubal-Caim, o filho de Abel.

Esse é o neto chamado de Tubal-Caim.

Foi criado por Caim, que tudo lhe ensinou.

Dizem que é um ferreiro que incorporou os poderes de Hefesto, pois sabe usar a forja como o próprio.

Do outro filho não sei o nome.

Barsilai é filho de Caim e o chamam de O Homem de Ferro, pois recebeu de seu pai o segredo de como misturar os minerais, assim como Tubal-Caim.

- Mas isso não são apenas boas notícias, meu bom Lot, são verdadeiros milagres.

É muito bom saber que a raça dos três filhos de Cadmo ainda existe, pois isso mostra que o equilíbrio não foi quebrado.

Você sabe porque digo isso.

Cada filho de Cadmo representa seis lados das virtudes, com excepção de Caim, que tinha a maior de todas, a sabedoria e a consciência, mas Caim não é válido.

Ele era um ser celestino forjado inconsciente dessa condição, porém Abel e Seth possuíam as virtudes dos seis deuses que forjaram Cadmo e Harmonia.

Por isso tinham as virtudes e seus opostos.

De facto essa foi uma boa notícia, mas lembro-me que Cadmo amaldiçoou os filhos de Caim pedindo a Seth que jamais permitisse a mistura dos seus filhos com os de Caim e isso ainda deverá durar muitas eras.

- Mas agora, meu caro Lot, o que tenho para te contar é de suma importância.

Caim e Abel voltaram a nascer nos mesmos pais que tiveram na primeira vida.

- Não pode ser – disse Lot com seu semblante visivelmente preocupado.

Meu senhor, por que eles fizeram tal escolha?

Isso não os coloca novamente diante do erro do passado?

- As escolhas foram feitas por eles mesmos e nada podemos mudar, Lot.

Apenas temos que lapidar Sara e Abraão na vida actual para que o erro não seja assim tão grave.

- Mas então o senhor está afirmando que a história vai se repetir mais uma vez?

- Lot, atenta para o que eu vou-te dizer.

Tal qual a primeira vez nossa Sara passará muitas encarnações fugindo de seu esposo para proteger seus filhos.

- Por que isso, meu senhor?

- Porque dela sempre nascerão aqueles que se oporão à lei de seu pai e criarão suas próprias leis.

Eu devo partir, Lot, e confiarei a ti e a Sara o Segredo dos Elohins (anjos caídos), os construtores divinos.

Aqui nesse planeta deverá ter sempre sete Eloins intercalando encarnações, mas o mais importante que você precisa saber é que três sempre nascerão na mesma época e sempre se encontrarão, mesmo que seja por um curto encontro.

Dar-te-ei um exemplo disso: As encarnações de Caim e Abel nessa Nova Era.

Isso não significa que os dois serão seres celestiais (Elohins).

Você bem sabe que o único era Caim, mas posso garantir a ti que já existe um Elohim vivendo na Terra.

Mais um vindo ficará faltando apenas mais um.

- Perdoe-me a indiscrição, mas esse que já está na Terra sois vós?

- Essa é uma pergunta que eu não posso te responder, pois tu deverás sentir a resposta em teu próprio coração.

- Senhor, me lembro que os Elohins são forjados, pois não têm um nascimento normal como os demais seres.

- Isso é verdade, Lot.

Todos sempre nascem forjados.

- Perdoe-me Senhor, mas agora me deixaste confuso, pois se o Senhor é um ser celestial (Elohim) quem o forjou, ou melhor, como trocou a aparência de Prometeu para Melchizedek?

Rindo da expressão confusa de Lot Melchizedek disse:

- Acalma-te homem, isso eu posso te explicar.

Com amor e profunda gratidão,

Luís Barros