SEBENTA – 70
UM MANUAL
PARA A ASCENSÃO
PRIMEIRA
PARTE
CAPÍTULO VI
TRÊS GRANDES
MITOS: AMOR, VERDADE, PODER
Uma das
limitações causadas pelo facto de negarmos a nossa essência espiritual é
perdermos os benefícios de possuir o ponto de vista mais amplo proporcionado
por essa verdade.
Como
resultado, temos de lidar com imensas distorções nos assuntos do quotidiano.
Há milhares
de anos que é assim e, como seria de esperar dada tamanha experiência, é claro
que estamos perfeitamente habilitados para interpretar erradamente alguns dos
aspectos chaves da nossa vida.
Viver na
ignorância foi algo apropriado no passado, porque, se tivéssemos sabido mais,
teríamos frustrado o jogo e invalidado parte da experiência que tínhamos
decidido fazer neste planeta.
Chegou,
porém, o momento de abrir o saco e propor a resolução de três grandes mitos: o
amor, a verdade e o poder.
VI.1 - O
MITO DO AMOR
O grande
mito do amor consiste em que estamos convencidos de que podemos amar alguém,
alguma coisa, ou pelo menos, a nós mesmos.
Ninguém pode
amar outro; nós não podemos amarmos-mos a nós mesmo, nem amar outras pessoas!
Sabemos
porquê?
- Porque o
amor não é um «fazer» mas um «permitir ser»!
A energia a
partir da qual o Universo está construído possui, em si mesma, uma qualidade:
um deleite de ser.
Trata-se da
aceitação do direito de todas as coisas serem o que são, da alegria da
expressão de todas as coisas, à medida que desfrutamos do nosso direito de ser.
Todos os
seres provêm da Fonte
e, por isso, têm o direito divino de expressar a sua divindade, tal como todos
os seres têm o direito de desfrutar das expressões dos demais.
Assim é
porque, na verdade, todos são um só… ainda que engenhosamente
disfarçados para darem a sensação de estarem separados.
Aceitarmos
esta satisfação de nos exprimirmos, assim como o deleite de ver os outros a
fazerem o mesmo, é uma experiência maravilhosa, e que constitui aquilo a que
chamamos «amor».
No entanto,
não se pode «fazer» satisfação ou deleite; só se pode permitir que assim seja e
deixar que isso inunde o ser completamente, como qualquer outra emoção.
E, de facto,
esta emoção não está condicionada por aquilo que o outro ser possa fazer;
baseia-se em conhecer e experimentar a divindade que há nele.
Se alguém
que conhecemos está, por exemplo, irritado e agressivo, ainda assim, ele está a
expressar a sua divindade… ainda que tal forma de expressão possa não nos
cativar muito!
Portanto, o
amor não é algo que se possa «fazer»; é, sim, a resposta, vinda de dentro, a
uma frequência particular de energia que flui para dentro de nós, que vibra
através de nós e ressoa à nossa volta, constantemente.
Porém,
muitas coisas podem fazer com que nos contraiamos perante o amor.
O medo,
evidentemente, impedirá que o sintamos e distorcerá aquele pouco que ainda
sejamos capazes de sentir.
O medo não é
o oposto do amor; é o guardião vigilante do portão que, muito simplesmente,
impede que sintamos, nos nossos campos, altas frequências de energia.
O medo
encontra-se enraizado nos sistemas de crenças ou nas opiniões acerca da
realidade, embora não tenham qualquer relação com a realidade em si mesma.
O amor
consiste em nos permitirmos sentir esta energia em relação a nós mesmos, em
relação aos outros e ao Universo em geral.
O amor
começa com a aceitação do direito de ser, pessoal e alheio, uma aceitação
que vai crescendo até se converter num apreço por nós mesmos e pelos outros,
pelas suas qualidades, dons e bondade básica.
E continua a
crescer até se transformar numa alegria e numa fascinação que envolve tudo e
todos.
Muito bem.
Mas então, o
que fazer para que isto te aconteça?
Antes do
mais, livramo-nos do medo de estaremos separados do ESPÍRITO, de sermos
incapazes de manejar a nossa vida, de sermos melhor ou pior do que os outros.
Quando
formos capazes de nos ver a nós, e aos outros, como seres imensos e
multidimensionais «embutidos» em insignificantes corpos, esses medos
desvanecer-se-ão.
Isto não é
nada fácil porque em todos os momentos estamos mergulhados, nadamos, numa
espessa sopa de medo, denominada realidade de consenso.
Mas, tal
como veremos adiante, isso não passa da opinião generalizada das pessoas acerca
do que é a realidade… o que não tem qualquer semelhança com a verdade.
Mas também é
verdade que essa realidade de consenso fomos nós todos que a construímos ao
longo de milhares de anos… o que foi de extrema utilidade para o jogo da
separação!
Devido aos
medos profundamente enraizados que a maioria das pessoas transporta nos seus
campos, tornam-se incapazes de distinguir entre o amor e o medo.
Por
conseguinte, aquilo a que essas pessoas chamam amor, na verdade, não passa de
um intercâmbio manipulador de atenção e afectos.
A pessoa que
não se ama a si mesma, ou que não pode fazê-lo (quer dizer, que não pode ver ou
não dá permissão à sua própria divindade), irá desesperadamente em busca de
alguém que a faça sentir segura.
E, quando vê
esta segurança ameaçada, volta a cair na chantagem e no controlo emocionais
através da retenção do afecto… em nome do amor!
Quando se
ouve alguém dizer a outra pessoa: «Amo-te», o que, frequentemente, quer dizer
é: «Tenho medo e preciso de ti para seres o meu escudo de protecção».
Conseguir
levar a separação até este ponto requisitou a nossa máxima engenhosidade… a
qual se transformou num êxito inaudito!
O amor é
relaxarmos-mos dentro da nossa própria natureza.
De facto,
não podemos sair prejudicados por nos abrirmos a esta energia.
Evidentemente,
uma pessoa que ainda esteja a operar a partir do medo, poderá fazer com que
passemos um mau bocado; todavia, encaremos esse comportamento como uma réplica
baseada no medo, uma resposta que não nos é dirigida especificamente, mas sim
ao que nós representamos para ela.
É por essa
razão que ela age a partir dos seus próprios medos.
Assim sendo,
o comportamento dessa pessoa não tem nada a ver connosco!
Este ponto
de vista é essencial para que possamos tornarmos-mos «impessoais»..., mas isso
é um outro tema.
Desta forma,
sentimos-mos infinitamente amados pelas nossas dimensões mais elevadas,
especialmente pelo eu-espírito.
Descartamo-nos
do medo de estarmos sozinhos.
Não estamos
sós, nem nunca poderemos vir a estar.
Tratemos de
aceitar e apreciar a nossa natureza; se nos deleitarmos com quem
verdadeiramente somos começaremos a sentir o amor do ESPÍRITO a fluir dentro de
nós.
E
lembramos-mos: o amor não precisa de ser dirigido para ninguém em particular; o
amor não é mais do que a Fonte amando-se a si mesma.
Desde que
nos permitamos sentir o fluxo desta energia, perceberemos que ela cresce nos
nossos campos e, desde aí, inevitavelmente, projecta-se na direcção dos outros.
Um dia,
quando a represa se romper, veremos os nossos campos inundados de uma aceitação
incondicional em relação a tudo e todos.
Tudo é feito
de uma «coisa boa»; portanto, quem não está submetido ao amor?
«Espera aí!
– poderemos dizer – todos os dias estamos rodeados de pessoas com espíritos
malévolos. Como poderemos amá-los?»
É muito
simples: não ofereçamos resistência às suas caprichosas personalidades ou elas,
simplesmente, assanhar-se-ão ainda mais.
Limitamos-mos
a abrir o chakra do coração e sentir a energia do amor nos nossos campos; se
abrirmos o nosso chakra cardíaco, essas pessoas terão que se esforçar bastante
para manter os delas fechados.
E agradecemos-lhes
por nos terem dado a oportunidade para praticarmos este simples estratagema!
O ódio, os
ciúmes, etc., são os sinais de uma personalidade baseada no medo, que não pode
sentir a energia do amor no interior dos seus campos.
Então,
canalizamos amor para ela projectando sobre ela uma golfada energética de
iniciação.
Se o medo
for demasiado grande, talvez a coisa não funcione, mas, pelo menos, esse fluxo
de amor projectado impedirá que o medo dela contamine os nossos campos.
Livre da
necessidade de sermos condescendentes, sejamos amorosamente compassivos.
Jamais nos
esqueçamos disto: estar exilado do ESPÍRITO significa morar onde domina o medo.
Nunca antes,
na história deste planeta, as energias favoreceram tanto a abertura a esta
vibração.
Por isso,
permitamos-mos ressoar com ela à medida em que se for apropriando dos nossos
campos; permitimos que impregne todas as nossas relações, indistintamente.
Nós,
Trabalhadores da Luz, estamos no princípio da fila, à frente do resto da
população; além disto - permitamos que nos recordemos - concordamos em dar
início a esta brincadeira!
Portanto,
quando sentirmos a ressonância do amor, ganharemos a segurança suficiente para
permitirmos que as amizades alcancem novos níveis de intimidade.
Ter medo da
intimidade significa, muito simplesmente, ter medo de perder a identidade.
Podemos
garantir, no entanto, que, aderindo a tal abertura do coração, sairemos a
ganhar, não a perder.
Quando as
pessoas se permitem vibrar com a energia do amor, sem se verem obrigadas a
ceder ante a imposição de condições ou expectativas futuras, começam a operar
de espírito para espírito.
Nesta
expressão plena de quem são, torna-se fácil e natural compartilhar, mental,
emocional e fisicamente.
O sexo,
portanto, converte-se na união do espírito com a carne, em vez de ser uma
mercadoria passível de ser transaccionada por um pouco de segurança.
O nosso
corpo físico é uma gloriosa expressão do Espírito; compartilhar
esta expressão de forma livre, aberta e satisfatória com outras pessoas, é,
apenas, mais um aspecto da nossa divindade.
Bom, lembremos-mos
de que decidimos participar no jogo tendo em vista os objectivos a que nos
propusemos.
Talvez tenha
sido, por exemplo, para desbaratar o velho padrão de insistir em olhar para
fora em busca de aprovação, ou para assimilar novos dados acerca da natureza do
amor, ou para nos deslocarmos para um estado transpessoal.
Não importa
a razão; observemos o quadro completo e vejamos se nos serve.
Se calhar
sentiremos necessidade de ficar sozinhos para ultrapassar certas mudanças… ou
para nos libertarmos e começar uma nova relação… ou para viver noutro lugar.
Nós somos
Trabalhadores da Luz, estamos aqui com uma missão e propusemo-nos certas
experiências para pudermos melhorar o desempenho.
Este não é
um Universo ao acaso; nada ocorre sem que exista um propósito superior.
Portanto,
tentemos ver o quadro completo.
Mas, acima
de tudo, tratemos de não pensar que alguém nos pregou uma rasteira.
Não faz mal
sentir um pouco da energia de «vítima» para, depois, a retirar dos campos.
Porém, não
serve para nada permitir que a instrução «ser vítima» se converta em parte da
identidade.
Além disso,
por negar a maestria, acaba por se transformar num obstáculo.
Finalmente,
lembremo-nos de que a «Anedota Cósmica» está escondida algures, à espera de que
sejamos capazes de nos lembrar, dela com.… engenho e arte!
VI.2 - O
MITO DA VERDADE
Outro grande
mito do plano físico é que existe algo denominado «A Verdade»!
Este mito,
em particular, tem causado mais guerras e conflitos que todos os outros mitos
juntos.
A noção de
que é possível expressar conceitos multidimensionais em inglês, alemão, ou
qualquer outro idioma, é ultrajante (embora o hebreu seja o que mais se presta
a isso!).
Não, amigos,
no plano físico, tudo o que ouvimos não passa de opiniões, frequentemente
baseadas em outras opiniões recebidas de terceiros, e com as quais acabamos por
contactar em algum ponto do nosso caminho.
Portanto,
procuremos tratar o que ouvimos, vemos ou lemos como uma opinião… incluindo
as ideias aqui retractadas.
Só existe
uma forma capaz de julgar o que é verdadeiro para nós: nós mesmos!
Se cremos
que o mundo é um lugar inóspito, regido por um deus iracundo e vingativo, assim
será.
Queremos
dizer, assim será… para nós!
Mas se
acreditamos que o Universo é benévolo e que o Espírito nos guia a cada passo,
será isso o que experimentaremos.
A realidade
é infinitamente complexa e maleável, porque está concebida para ser assim.
O Universo
não é um mecanismo estático dentro do qual cada um tem de encontrar o seu
caminho.
O Universo
foi criado para apoiar especificamente todos os seres através de uma infinita
variedade de expressões emanadas da Fonte.
Esta
criatividade é a forma que a Fonte dispõe para se autoconhecer e criar, na qual
está incluído o apoio aos «conceitos» que cada um acredita serem os
verdadeiros.
«O Universo reformula-se a si mesmo de acordo com a imagem
que cada um tem da realidade».
Na verdade,
o Universo é um parque de diversões tendo em vista a criação da realidade.
Portanto,
aquilo em que acreditamos - consciente ou inconscientemente – depende do que
cremos ser real, por exemplo... os nossos próprios conceitos pessoais acerca do
que é a realidade!
Ora, nós
armazenamos e guardamos esses «conceitos de realidade» (o que pensamos
sobre nós mesmos e sobre tudo o resto: o Espírito, as outras pessoas, a
profissão, a parceria, o Universo em geral) nos nossos próprios campos.
De facto, os
acontecimentos da vida quotidiana são fabricados, digamos assim, na moldura
holográfica de uma dimensão mais elevada.
É como uma
fábrica de realidades; e nós, juntamente com todos os outros com quem trabalhamos,
nos divertimos ou, simplesmente, nos encontramos de vez em quando, reunimo-nos
nesta fábrica não-física de realidades para criar as circunstâncias e os
acontecimentos das respectivas vidas no plano físico.
Talvez
venhamos a dar-nos conta de que fazemos isso, por exemplo, enquanto estamos a
dormir.
Dois
factores principais determinam o tipo de acontecimentos que atraímos para o
plano físico:
1) O plano
do ESPÍRITO.
Este é
sempre positivo e benéfico para o nosso crescimento, instante a instante, ainda
que, à primeira vista, nos possa parecer que não é assim.
Analisamos
isto detidamente e veremos porque é que batemos com o carro ou nos roubaram a
carteira!
À medida em
que nos aproximamos da ascensão, aperceber-nos-emos de que as experiências se
vão intensificando.
O ritmo de
vida acelera–se como resultado do nosso envolvimento com o processo de
desagregação da casca dos antigos «conceitos de realidade», para que possam ser
substituídos por outros novos.
Cada vez
mais rapidamente!
2) Os nossos
próprios «conceitos de realidade».
Os que estão
baseados na limitação e no medo dificultam que o eu-espírito nos cure
plenamente e nos traga encontros amorosos, quer connosco mesmo, quer com os
demais.
Vivendo no
medo impedimos o eu-espírito de nos proporcionar experiências amorosas.
Isto
significa, evidentemente, que até o amor pode ser interpretado com os olhos do
medo e, assim, ser distorcido.
Por
conseguinte, se não existe uma só «verdade galáctica», isso quer dizer que
podemos reunir qualquer conjunto de verdades que nos agrade e, com elas,
construir os nossos próprios «conceitos de realidade».
Portanto,
faz sentido que escolhamos aquelas que nos tragam alegria e permitam estar
feliz.
Mas, por
favor, não pensemos que vamos passar a viver num paraíso de idiotas; de facto
iremos viver num paraíso de pessoas sensatas.
Mas, mesmo
assim, sempre disporemos de alternativas.
Por exemplo,
podemos dedicarmo-nos a trabalhar diligentemente no sentido de averiguar o que
devemos acreditar que é verdadeiro.
A humanidade
inteira tem trabalhado muito neste sentido desde o primeiro momento da
separação; portanto, estamos em muito boa companhia!
Porém,
sempre que seleccionarmos algo que acreditamos ser verdade, automaticamente
deixamos de procurar e excluímos tudo o resto que poderia ser verdade.
Por exemplo:
limitar a Fonte à definição cristã de «Deus» exclui todas as qualidades de Alá,
de Yahweh, do Grande Espírito e das inumeráveis outras deidades, descritas
através dos tempos.
Por que não
escolhemos a saída mais fácil e perguntamos, a nós mesmos, enquanto ESPÍRITO,
qual é a verdade?
Obteríamos
todas as respostas pretendidas… pelo menos para o resto do tempo que
permanecêssemos nesse plano físico!
Conseguir o
autocontacto, enquanto ESPÍRITO, nunca foi tão fácil como agora.
Algumas
pessoas passam a vida a saltitar, freneticamente, de um «canal» para outro,
numa procura desesperada da «Verdade»; e não falta, também, quem esteja
desejoso de se converter numa autoridade máxima sobre a matéria.
No entanto,
cada um tem todas as respostas no seu próprio interior.
Assim sendo,
paremos, relaxemos, escutemos e confiemos.
De início,
talvez tenhamos alguma dificuldade em distinguir entre a «voz» do Espírito e a
de um corpo mental hiperactivo que deseja controlar a experiência.
Nesse caso,
limitamos-mos a agradecer-lhe e pedir-lhe que saia do caminho para que, também
ele… possa conhecer a outra «voz» mais aprazível!
Isto,
geralmente, resulta!
Portanto, não
há só uma «realidade», assim como não há uma «verdade» única; o que há são os
nossos «conceitos de realidade» herdados dos pais, professores, parcerias, etc.
Mas também
existe o ponto de vista do eu-espírito (desde que ele consiga fluir através dos
nossos campos!), o qual, normalmente, está distorcido pelos tais «conceitos»
que limitam a realidade.
Devido a
tais distorções, um contacto com o eu-espírito é frequentemente interpretado
como um encontro alienígena, com o demónio, com um deus projectado para fora do
«eu» ou, simplesmente, como «um produto da imaginação».
Porém, tal
como nunca aconteceu antes, nós, enquanto ESPÍRITO, estamos a abandonar
progressivamente os «conceitos de realidade» do eu-ego e a tentar discernir
aqueles que o nosso eu-espírito sustenta.
A ascensão
é, de facto, um conceito tão imenso que devemos descartarmos-mos desses
pequenos «conceitos de realidade» do eu-ego... isto se quisermos aprender,
pelo menos, uma fracção do seu significado total.
Por
conseguinte, desfazemo-nos de todas as opiniões acerca de quem somos, acerca do
que os outros são e acerca do que o ESPÍRITO é.
Mantemos os
sistemas de crenças plenamente abertos à mudança, e o discernimento vivo e são.
Como a
crença mata o entendimento, poderemos perguntar: «Então, o que é que sobra?»
A crença
parte do desejo de que algo seja verdade; é construída sobre ideias
preconcebidas e julgamentos; a crença permite que a mente se abra somente ao
que «encaixa» no seu modelo.
A fé, por
outro lado, é um mergulho no desconhecido, com a mente aberta, sabendo que a
atitude correcta é deixar-se ir.
A fé sabe
que pode não ser seguro, nem cómodo, mas, mesmo assim, sabe que está certo.
A crença prende;
a fé liberta.
A verdade
jamais poderá ser encontrada através da crença, mas sim, unicamente, através da
simplicidade da fé.
A fé é o
ponto de partida;
muitos buscadores, porém, abandonam-na ao longo do caminho, em troca da adesão
férrea a uma ou outra crença.
Mas é
impossível desvendar o mistério somente através das crenças, porque só se pode
crer naquilo que já se conhece.
A verdade,
vai mais além da imaginação.
Nada do que
possamos imaginar será capaz de captar a enormidade e a glória do que está
prestes a acontecer.
Concluindo:
o único caminho é a fé, uma mente aberta e um coração igualmente aberto.
VI.3 - O
MITO DO PODER
Quando
observamos o mundo actual, vemos exemplos de grupos e de nações que usam a
força para invadir e atacar outros grupos e nações.
Umas vezes,
fazem-no para se apoderarem de recursos naturais, tais como terras ou petróleo,
outras vezes para destruir uma cultura, um sistema de crenças ou,
simplesmente… porque o ADN concedeu uma aparência física distinta a um
determinado grupo humano!
No próprio
coração do mito do poder existe uma confusão fortemente enraizada entre o que é
o «poder sobre…» e o «poder com.…»
VI.3.1 - O
PODER SOBRE
Quando o
mundo refere um homem ou uma mulher, poderosos, a que tipo de poder se está a
referir concretamente?
Se
definirmos o mundo somente através dos cinco sentidos físicos, então o poder
fica definido por aquilo que somos capazes de ver, tocar, sentir, escutar e
provar.
Vemos o
poder como dominação ou como «poder sobre» os outros, sobre o meio ambiente ou,
inclusive, sobre nós mesmos.
E, face à
forma como as sociedades definem o poder e o concentram em uns poucos
indivíduos, torna-se fundamental estabelecer organizações para prevenir o mau
uso dele.
Por isso, é
necessário ter vigilantes que averigúem aqueles que detêm o poder.
Assim,
quando uma sociedade ou um grupo define o poder em termos da habilidade para
administrar o uso de recursos tais como dinheiro, vidas humanas, exércitos,
armamento, alimentos e matérias-primas, o medo fundamental reside na
possibilidade de que esse poder venha a cair nas mãos de outra pessoa ou de
outro grupo.
Este «poder
sobre» os demais evidentemente, reforça e aprofunda a separação, dado que é
impossível exercer o «poder sobre» as pessoas sem as converter em «os outros»,
quer seja baseando-se na sua religião ou ideologia, quer seja na cor de pele ou
no género.
Quando a
personalidade procura o poder fora de si mesma, centra-se nas coisas materiais
e nas outras personalidades, uma atitude que está contaminada pelo conceito de
que algo é «mais poderoso do que eu» ou «menos poderoso do que eu».
Mas há uma
alternativa para este falso tipo de poder.
Quando nos
voltamos para o ESPÍRITO revela-se um poder baseado na criatividade, na
cooperação amorosa, na reverência, na harmonia e na colaboração heróica.
VI.3.2 - O
PODER COM...
Este poder
alternativo está baseado no «poder com» o ESPÍRITO e com os demais seres
humanos; ironicamente, porém, o primeiro passo para chegar ao «poder com.…» é a
rendição.
Mas a
rendição perante o ESPÍRITO poderá parecer a submissão ante algo que é «mais
poderoso do que eu», tal como no caso do «poder sobre…»
Ora, não
será isto o mesmo cão com uma coleira diferente?
Bom, o
«poder sobre…» requer, de facto, a submissão de um perante outro porque ambos
se sentem separados.
Portanto, só
se verifica quando esse sentimento de separação existe.
Enquanto nos
sentirmos separados do ESPÍRITO veremos na rendição uma sujeição ante uma força
superior, como se fossemos uma cidade sitiada que, finalmente, abre as portas
ao saque e à violação por parte do exército conquistador.
Mas se, pelo
contrário, sentimos uma união perfeita com o ESPÍRITO, a rendição converte-se
na ampliação dos nossos insignificantes planos, cuja existência está limitada
pelo medo; a rendição irá substituí-los por outros grandiosos, de ascensão
planetária e pessoal, nos quais o individualismo do «tenho de fazer tudo sozinho»
é trocado pelo alinhamento com as forças inimaginavelmente poderosas que, hoje,
concentram o seu trabalho sobre o planeta.
O nosso
problema, enquanto alguém que usa o poder baseado na personalidade, isto é,
separado do ESPÍRITO, é que podemos vir a perdê-lo: outros podem roubar os
nossos recursos, a idade pode roubar-nos o vigor, a doença pode roubar-nos a
saúde.
Mas se
basearmos o poder naquilo que somos, nada, nem ninguém nos poderá roubar.
O facto de
nos vermos a nós mesmos como um ser multidimensional que está a passar por uma
experiência humana, em vez de um humano que está a viver uma experiência
espiritual, põe-nos em contacto com o verdadeiro poder, com a sua ilimitada
criatividade e potencial.
Ironicamente,
porém, a coisa mais poderosa que fizemos foi termos desenvolvido a habilidade
para nos transformarmos num ser humano!
Conseguimos
fazer com que os nossos corpos crescessem dentro de uma matriz feminina e/ou
masculina; conseguimos que, no momento do nascimento, ou pouco antes, uma parte
da nossa identidade fosse incorporada nesse pequenino corpo; conseguimos que o
«pano» descesse sobre a consciência para que nos fosse possível esquecer o que
tínhamos feito; por fim, conseguimos esquecermo-nos do nosso verdadeiro poder e
identidade… só para que a brincadeira fosse mais convincente!
Este é um
dos actos mais poderosos jamais realizados em qualquer ponto de qualquer
Universo!
Cada um de
nós disse: «Sou suficientemente forte e imenso para
cumprir esta vida. Posso vendar os meus próprios olhos perante o meu ser
colossal e triunfar entre os biliões de outros que fizeram a mesma coisa.
Talvez nos combatamos, talvez haja disputas; mas conseguiremos transcendê-las e
conseguiremos recordar a nossa verdadeira natureza.»
E, de facto,
quando não estamos conscientes do verdadeiro poder que detemos, tratamos de nos
guerrear para açambarcar o mais possível, antes que outro o faça.
Cada acção
não amável ou daninha que este planeta viu ocorrer, sempre foi cometida por
alguém que, de alguma forma, se sentia impotente; e quanto mais forte for o
sentimento de impotência, maior será a falta de amabilidade ou o dano da acção.
Só podemos
exercer «poder sobre» os outros se os nossos «conceitos de realidade» nos
informarem que «eles» estão separados de nós…, mas também alterar estes
«conceitos de realidade» no que toca à «separação»!
No entanto,
o que dificulta o acesso ao nosso verdadeiro poder e natureza é o facto de, na
espécie humana, a pedra angular da separação estar edificada no nível celular.
Realmente,
raros são aqueles que sentem uma verdadeira unicidade num nível físico
profundo; a maioria sente algo muito diferente, algo que está armazenado a
nível celular: a vergonha.
VI.3.3 - A
VERGONHA
A
personalidade, inicialmente, serviu como os «olhos e os ouvidos» do ESPÍRITO
sobre este planeta.
Mas, há
muitíssimo tempo, quando decidiram brincar ao jogo da separação, a
personalidade assumiu uma identidade separada do ESPÍRITO.
Então, nós
moldamos um ego externo que assumisse o papel do ESPÍRITO e determinasse o que
era real, e o que fazer tendo por base essa percepção de «real».
Então, para
que o eu-ego se mantivesse inconsciente da separação do ESPÍRITO (a chamada
«queda do homem»), resolvemos depositar uma energia muito especial na estrutura
genética da espécie humana.
Trata-se da
vibração da vergonha, a qual opera de forma diferente em cada pessoa: uns
sentem-se como «anjos caídos», outros como se tivessem sido apanhados a cometer
uma terrível ofensa, outros, ainda, como se estivessem sujos e enlameados.
Porém, todos
fazem grandes esforços para evitar este sentimento de não serem merecedoras.
Tentemos
observar alguns acontecimentos da nossa vida desde este ponto de vista e perceberemos
o que queremos dizer?
A
compensação por sentir esta vergonha também é demonstrada de maneiras
diferentes: elitismo, competência, etc.
Por exemplo,
quando alguém se sente separado dos outros e nem sequer está seguro da
existência de algo chamado ESPÍRITO, é inevitável que o eu-ego procure a
segurança comparando-se com os demais e tratando de instalar o mais alto
possível na escala social.
A razão pela
qual as notícias de TV se centram em mortes e acidentes é para permitir que
sintamos que outra pessoa está em pior situação do que nós; assim, pelo menos
temporariamente, sentimos-mos um pouco mais protegidos apenas porque, hoje, não
nos tocou a nós!
Sentindo-se
exilada do ESPÍRITO, a personalidade vê a vida quase como um castigo, em vez de
como uma dádiva ou de como uma oportunidade para se expressar.
Daí que a
expressão «prisão perpétua» passe a ter todo o significado.
O que
interessa saber sobre esta vergonha, é que ela é uma herança dos nossos genes,
pois faz parte do programa de vivência no Planeta Terra; está, no entanto, tão
enraizada no nosso corpo físico que nunca a examinamos como aquilo que é: uma
condição inerente ao facto de estarmos encarnados.
Por isso,
cada vez que ouvimos alguém dizer algo como: «Deverias era ter vergonha de ti
mesmo!», a faca remexe-se na ferida.
É que, num
nível muito profundo, concordamos com tais palavras!
É claro que
todos colaboraram para que o jogo da separação fosse assim.
Não era
possível que nos limitássemos a simular que estávamos separados do ESPÍRITO; a
coisa tinha de ser feita com muito realismo para que o jogo funcionasse.
E não há
dúvida que, como facilmente se pode verificar, funciona perfeitamente!
Portanto, a
vergonha reside no centro de cada célula do corpo físico.
Normalmente,
ao desencarnar deixamos essa vergonha «celular» para trás; todavia, se queremos
ascender com o corpo, temos de a libertar das nossas células.
VI.3.4 - A
LIBERTAÇÃO CELULAR
Muitos
Trabalhadores da Luz estão a iluminar um caminho para que outros irmãos o
possam vir a percorrer.
Em fases
extremas deste processo, alguns poderão sentir-se repentinamente forçados a uma
posição de impotência, o que pode causar uma rápida e maciça libertação da
vergonha das células para os seus campos de energia, de onde, então, poderá ser
removida.
É claro nem
todos os Trabalhadores da Luz tomarão a decisão de seguir este procedimento;
muitos preferirão uma libertação mais suave e a mais longo prazo.
De qualquer
forma, quando sentirmos qualquer tipo de vergonha, ficamos sabendo que não se
trata de algo nosso, mas sim de outra energia que devemos retirar do nosso
campo energético.
Portanto,
não consideremos a vergonha como parte da nossa identidade, e não nos sintamos
culpados de sermos quem somos.
A verdade é
que, enquanto Trabalhadores da Luz, nós estamos a transformar a vergonha
inerente à espécie humana, em uma expressão mais elevada de unicidade e de
serviço com o ESPÍRITO.
Assim, a
energia da vergonha, tendo o ESPÍRITO por guia, está a ser removida das nossas
células para os campos energéticos - uma experiência que, muito
frequentemente, é encarada como preocupante, em vez de como uma condição
inerente ao ser humano.
A melhor
forma de lidar com esta situação é passar através dela.
Pretender
evitar ou tentar suprimir o sentimento de vergonha equivale a reconhecer a sua
realidade e a nossa impotência para resolver a questão.
Por
conseguinte, muito simplesmente, encaramo-la como uma herança celular, algo
impresso pela cultura terrena, e não como uma parte da nossa identidade divina.
E, uma vez
que iremos sentir os efeitos da «cremação» da vergonha retirada das nossas
células, permitimos-mos reconhecer que tal operação não concerne à nossa
essência, mas que é algo com que viemos lidar a este planeta.
Se, acaso,
nos sentirmos desamparados e impotentes, procuremos outros Trabalhadores da
Luz, alguns dos quais, certamente, estarão a passar pela mesma experiência.
E não nos
inibimos em aceitar ajuda deles; o tempo do individualismo já passou.
A Humanidade
tem vindo a deslocar-se para uma era de co-criação, pelo que se torna
importante permitir a interajuda.
Os
Trabalhadores da Luz têm estado a cumprir a sua missão neste planeta, mas, até
ao presente e em muitos casos, isso tem ocorrido solitariamente.
Agora,
porém, estão a ser chamados para que trabalhem com outros Trabalhadores da Luz
na co-criação do seguinte nível de evolução da espécie humana, à medida que os
antigos padrões, baseados na separação, vão sendo extraídos da herança genética
da espécie.
Todavia, os
Trabalhadores da Luz não podem fazer isto sozinhos!
Outro
recurso que podemos utilizar sempre que a vergonha aflorar, é sentirmos o nosso
verdadeiro poder.
Neste
sentido:
pedimos
ao ESPÍRITO «uma capacidade cada vez maior para fazer o que seja
necessário»;
invocamos
os anjos da Força Destruidora para que centrifuguem essa energia para fora dos
nossos campos energéticos;
pedimos
a Saint Germain que aplique a Chama Violeta nos nossos campos.
Após
uns poucos segundos, ou minutos, sentir-nos-emos mais calmos e subtilmente mais
poderosos.
Permitimos
que este novo sentimento de poder flua nos nossos corpos e visualizemos como
ele enche e inunda o espaço deixado vazio pela vergonha que foi removida das
células.
VI.3.5 -
CONTROLO
Outra parte
do mito do poder é a ilusão do controlo.
Qualquer
controlo que julgamos ter sobre nós mesmo pertence ao ESPÍRITO.
Quando as
coisas correm bem na nossa vida, significa que o nosso eu-espírito está a
trabalhar através dos nossos campos de energia; quando correm mal, continua a
ser o trabalho do eu-espírito só que, neste caso, ele tenta chamar a atenção
consciente da personalidade ou procura pô-la ao corrente de algo importante.
Portanto, se
as coisas não estão a decorrer de feição, procuremos sinais de limitação ou de
controlo nos nossos «conceitos de realidade».
Pretender
controlar ou manipular os acontecimentos, de acordo com as ideias da
personalidade e com a forma como as coisas deveriam ser, é uma actividade
escusada que pode gerar desilusão, frustração e raiva.
Assim sendo
que podemos fazer?
Quando nos
alinharmos com a intenção do ESPÍRITO no que concerne às nossas funções,
converter-nos-emos numa força que não pode ser detida porque, a partir desse
momento, seguimos o fluxo do Universo.
E, com isto,
voltamos à velha pergunta: Como se sabe qual é a intenção do ESPÍRITO?
Uma resposta
possível é: Qualquer coisa que faça cantar o nosso coração!
Ariel
oferece-nos um teste triplo para decidir neste sentido:
Dá-nos
satisfação?
É divertido?
Serve aos
propósitos da Luz?
Se as três respostas
forem afirmativas estaremos a seguir os propósitos do ESPÍRITO; se uma ou duas
forem negativas é provável que o curso da acção não esteja alinhado com esses
propósitos.
Se fizermos
estas três perguntas em relação, por exemplo, ao nosso trabalho ou profissão, e
se obtivermos um «não» para todas as três perguntas, é melhor começarmos a
pensar seriamente em mudar de trabalho ou até mesmo de carreira, pois não
estamos em sintonia com o nosso verdadeiro poder.
Ir «contra a
corrente» dá imenso trabalho, ao passo que «fluir com a corrente» não pede
grande esforço… e é muito mais divertido!
Fluir com a
corrente ajuda as coisas a crescer em vez de a desmoronarem-se, e as pessoas
que vão surgindo ajudam, em vez de estorvar.
Assim, o
controlo é uma ilusão; o fluir com o ESPÍRITO é uma realidade.
Tudo o que
somos e tudo o que possuímos é o resultado da forma como o nosso eu-espírito
dispõe as coisas.
O que
podemos fazer, ao nível da personalidade, é estar conscientes destas
informações e adicioná-las à «linha de produção».
Garantimos
que seremos ouvidos!
VI.3.6 - O
VERDADEIRO PODER
À primeira
vista, a vergonha e o abandono do controlo parecem ter pouca relação com o
poder.
Estão,
porém, ligados, porque exercer o controlo e o poder sobre os outros é uma reposta
directa à vergonha, a nível celular, e uma tentativa de a suprimir.
Nós
colocamos a vergonha nas células para impedir que pudessem sentir o verdadeiro
poder!
Portanto, o
verdadeiro poder é, simultaneamente, a arma para lidar com a vergonha e o
resultado obtido depois dela ser removida das células.
O verdadeiro
poder é um «estado de ser», não um «estado de fazer».
«Fazer» o
poder é o método antigo; «ser» o poder é expressar o ESPÍRITO.
Isto não
quer dizer, todavia, que devamos sentarmo-nos numa almofada e passarmos o resto
da vida a irradiar energia.
Podemos
actuar…, mas com uma diferença: agora, as acções provêem desse lugar interno
calmo e sereno, que sabe ser uma força imensa e ilimitada trabalhando
harmoniosamente com Tudo O Que É.
O verdadeiro
poder é forte e humilde ao mesmo tempo, porque conhece a sua força.
A força
significa caminhar sem medo, uma vez que temer seja o que for nega a
habilidade individual de alguém criar a sua própria realidade.
Caminhamos
envoltos em segurança porque já não há estranhos, porque estamos em harmonia
com a Natureza e com todas as suas criaturas.
Amemos
livremente através do verdadeiro poder, porque já não receamos nem a
rejeição, nem a dor.
Demos a
partir de nós mesmos,
sabendo que a rejeição é um sinal de que os outros são incapazes de receber o
que somos!
Deixemos de
competir com demais,
porque a competição implica vergonha e nega a maestria de uns e outros; reconhecemos
que, em última instância, estamos a competir contra nós mesmos.
O verdadeiro
poder coopera sem egoísmo, reconhecendo que ninguém o pode explorar.
Perdoemos
incondicionalmente
sabendo que fluímos através da vida reconhecendo que comparticipamos na criação
de cada acontecimento das nossas vidas.
Não atiremos
a culpa para cima de ninguém, nem sequer de nós mesmos, porque
vivemos permanentemente na esteira do ESPÍRITO.
Não
julguemos nada nem ninguém, pois o julgamento está ancorado na vergonha;
ao invés, consideremos o ESPÍRITO para saber o que é verdadeiro em cada
momento.
A partir
desta perspectiva passamos a ver tudo com os olhos do ESPÍRITO que se
expressa e passa a trabalhar através da nossa personalidade.
Talvez não
vejamos a perfeição na resposta dos outros; saberemos, contudo, que não somos o
seu juiz e que lhes damos o espaço de que necessitam, sem nos enredarmos nas
situações em que estão envolvidos.
E, se o
sofrimento nos visitar, não o evitemos; experimentamo-lo e honremos a nossa
criatividade por o termos manifestado.
A marca mais
grandiosa da pessoa verdadeiramente poderosa é a sua habilidade de se
compartilhar a si mesma com os outros, permitindo que o amor do ESPÍRITO
lhes chegue, sem restrição.
Tal como já
vimos, o amor não é algo que se «faça», mas sim algo que se permite que seja.
O amor é
algo que só ocorre quando alguém se permite vivenciar o seu próprio poder.
Vemos muitos
Trabalhadores da Luz escondendo-se sob uma falsa humildade ou modéstia,
enquanto tratam de se manipular a si mesmos para parecerem que são
«primorosamente primorosos».
Por favor,
não nos mentalizemos no sentido de rechaçar o nosso poder.
Muita gente
julga que o preço de pertencer à chamada Nova Era é o abandono de todos os
tipos de poder, inclusivamente o nosso verdadeiro poder.
Não podem
estar mais enganados!
A partir do
primeiro empurrão agressivo associado ao nosso nascimento no mundo do plano
físico, estamos aqui para servir o planeta e a sua população autóctone.
Não podemos
cumprir isso choramingando, escondidos no quarto.
Nós somos o
ESPÍRITO encarnado e chegamos aqui com uma missão.
Por
conseguinte permitamos-mos assumir o nosso verdadeiro poder e trata de ser quem,
de facto, somos.
Qualquer
acção que nos apeteça empreender a partir destas premissas estará baseada no
verdadeiro poder, no «estado de ser» da nossa imensa magnificência.
Isto não
significa que abandonemos a docilidade e a gentileza… ainda que, de vez em
quando, isso possa acontecer; significa, sim, que actuamos a partir do amor e
da compaixão, desse estado onde não há medo, fazendo o que sentimos ser
correcto para esse momento.
Algumas
vezes agiremos sozinhos; outras vezes, dentro da aura de poder de outros
professores.
Portanto,
dado que estamos a entrar – todos! - num tempo de gloriosa expressividade, cada
uma das nossas facetas é merecedora de tal expressividade.
Concertados
com outros Trabalhadores da Luz, podemos co-criar milagres.
Com
amor e profunda gratidão,
Luís Barros