UM MANUAL PARA A ASCENSÃO
PRIMEIRA
PARTE
CAPÍTULO V
A EXPRESSÃO
DIVINA
V.1 - O
CAMPO DO ESPÍRITO
No capítulo
anterior falámos da forma como todos nós chegamos onde estamos; agora,
examinaremos este assunto com mais detalhe.
Tudo é energia
organizada;
o ESPÍRITO não é uma excepção.
A Fonte é
energia organizada e consciente, numa escala inimaginável.
No seu
contínuo empenho de se autoconhecer, fragmentou-se.
Acerca
destas partículas em que se fragmentou diremos que são pensamentos imensos (ou
planos de realidade) que interagem entre si; não têm nomes, nem formas que
possamos reconhecer; no entanto, estão conscientes quer de si mesmas, quer de
que fazem parte da Fonte.
Imaginemos
muitos baldes de água suspensos sobre a água, sendo que toda essa água é
auto-consciente.
A água de um
dos baldes sabe que interage continuamente com a água externa ao balde que a
contém e que essa não é diferente de si mesma; todavia, por estar contida, a
sua autoconsciência também lhe diz que é diferente da água que está fora.
Neste
exemplo, os baldes, embora imaginários evidentemente, são análogos aos campos
que suportam a energia e a água é análoga a essa energia que os enche.
Alguns
campos são gigantescos, como os campos planetários ou solares; outros, comparativamente,
são diminutos, como o campo de um átomo.
Mas todos
eles contêm, e se alimentam, da energia da Fonte.
Para além da
sua interacção com os campos, esta energia consciente também se fracciona de
acordo com a característica da frequência.
Imaginemos o
teclado de um piano: nele, todas as notas, individualmente, são feitas da mesma
coisa básica: as vibrações das cordas.
Mas cada
nota, por sua vez, contém todas as harmónicas e sub-harmónicas, quer dizer, as
notas na mesma posição relativa nas outras oitavas, superiores e inferiores.
A Fonte
fracciona-se a si mesma através de formas impossíveis de descrever,
subdivide-se em estados de energia que reconhecem a sua singularidade e
que, ao mesmo tempo, são conscientes dos outros estados da energia que
conformam o Todo.
Cada estado
de energia cria sub-harmónicas de si mesmo, cada uma das quais, por sua
vez, está consciente das sub-harmónicas dos outros estados de energia.
Assim, pois,
o ESPÍRITO de todas as frequências autoconhece-se como energia da Fonte… pura, brincalhona e criadora!
Em virtude
de ser o que é, o ESPÍRITO expressa a natureza da Fonte em todos os campos
que gera e através da energia que irradia para dentro deles.
Tomemos,
como exemplo, o caso de Ariel, uma energia que alguns de nós conhecemos como
arcanjo: Ariel é o responsável pela projecção do campo necessário à sustentação
do plano físico, ou seja, o campo que conduz a energia necessária para apoiar
aquela que, através dele, penetra para o interior do plano físico.
Em certos
pontos deste campo, quando a condutividade se amplifica, o processo torna-se
mais eficiente proporcionando o surgimento da matéria física, ou seja, daquelas
unidades de energia que se agregam e coagulam; nas partes onde a condutividade
é mais baixa, isto, simplesmente, não ocorre.
E tudo se
passa assim, mediante um acordo consciente.
É como se o
espaço (plano físico) fosse uma forma de pensamento colectivo que todos nós
mantemos;
todavia, tal manutenção é somente uma das nossas múltiplas funções.
Além disso,
em qualquer momento do tempo, a energia que realiza esta função é diferente da
que existia no momento anterior.
Sim, a
energia mudou enquanto lemos este parágrafo!
Por
consequência, o ESPÍRITO pode ser visto de duas maneiras distintas:
1ª: Energia
pura e organizada, consciente de si mesma e da sua unicidade.
De acordo
com esta capacidade, não faz nada; simplesmente é.
2ª: Energia
que realiza certas funções.
De acordo
com esta capacidade, está em constante mudança.
Diferentes
níveis do ESPÍRITO realizam os vários níveis desta função no quadro de uma
operação muito bem coordenada.
Diga-se de
passagem, que não existe um director de orquestra para esta coordenação de
níveis.
As unidades
de consciência que estão ao serviço do ESPÍRITO sabem o que está a passar-se e
misturam-se com o nível apropriado para, literalmente, emprestar a sua energia.
Agora:
porque é que isto se passa assim?
A resposta
faz-nos regressar ao título deste capítulo – A Expressão Divina.
O ESPÍRITO
possui um inexorável impulso para criar, manter, destruir e voltar a criar; e não
perde nenhuma oportunidade para o fazer.
Alguns
níveis do ESPÍRITO têm a tendência para, digamos, a criatividade intelectual,
enquanto outros preferem limpar velhos sistemas de crenças a fim de abrir campo
para o novo.
A
destruição, sob todos os aspectos, é tão criativa como a própria criatividade; trata-se,
somente, de uma questão de ponto de vista.
O ESPÍRITO
procura expressar-se, a Fonte conhece-se a si mesma através da sua criatividade
e o nosso eu-espírito interior procura expressar-se através do eu-ego exterior.
Nós criamos
os três campos de energia mais densa dos corpos e da personalidade para
dispormos dos meios para podermos expressar-nos.
Injectamos
energia nestes campos… e continuamos a injectar, permanentemente!
Colocamos o
nosso eu-ego em situações cuidadosamente concebidas, que envolvem pais, escola,
amigos, etc., os quais, desde muito cedo, o foram formatando com os seus
sistemas de crenças.
Ou seja,
seleccionamos o complexo energético que percorre os nossos campos e permitimos,
até certo ponto, que o nosso eu-ego interaja com ele.
Tudo isto,
no entanto, não quer dizer que o eu-ego e o eu-espírito estejam separados.
Nós somos o
nosso eu-espírito tal como somos qualquer outra coisa;
expressamos isto através de cada pensamento, palavra ou acção: quando actuamos
a partir do amor (demonstrando atenção, amabilidade, doçura, etc.), somos o
nosso eu-espírito fluindo através de nós sem qualquer impedimento; quando
actuamos a partir do medo (demonstrando ódio, ciúmes, avareza, etc.), estamos a
bloquear o fluxo do amor proveniente do ESPÍRITO.
A única
barreira entre o eu-ego e o ESPÍRITO é o medo.
O medo
separa-os, mas, à medida em que o eu-ego for aprendendo, cada vez mais, sobre a
sua verdadeira natureza, esse conhecimento começará a corroer o medo; e ao
passo que esse medo for desaparecendo tornar-nos-emos mais conscientes,
emocional e intelectualmente, o que favorece a entrada do amor.
Neste
universo, a divisa máxima é a emoção do amor.
Ele
encontrará forma de entrar, seja lá como for; e, quanto mais amor fluir
para dentro, mais medo se desfaz, o que vai permitir que ainda mais amor flua
para dentro… e assim sucessivamente.
Portanto, o
eu-espírito pessoal expressa, através do eu-ego, o «eu» que, conscientemente,
se conhece a si mesmo.
O nosso
eu-ego é a ponta da lança do campo físico do nosso imenso eu-espírito; é os
nossos olhos, os nossos ouvidos, as nossas mãos.
O eu-ego tem
a ver com os acontecimentos que nos rodeiam, decifrando o que deve ser feito
com respeito a cada um deles; mas é enquanto eu-ego e
eu-espírito, simultaneamente, que decidimos que acontecimentos iremos enfrentar
no futuro.
Mas,
perguntamos nós: como saber o que podemos esperar?
O que nos
trará a próxima hora?
Aquele que
for capaz de conhecer as respostas a estas perguntas, terá os seus focos tão
abertos que incluirão o próprio eu-espírito!
Não
defendemos que removamos completamente a nossa focagem no plano físico porque,
com isso, negaríamos a razão pela qual encarnamos na Terra; o que propomos é que
fiquemos plenamente conscientes dos conteúdos de cada um dos três corpos mais
densos.
Isto é o
prelúdio para podermos vir a nos identificarmos com o ESPÍRITO e para O
incorporarmos nos nossos campos mais densos.
Por
conseguinte, o campo do ESPÍRITO é mais um campo que está sobre, e acima, dos
três campos de que já falámos.
Nós vivemos
dentro dele, mas, devido ao facto de o ESPÍRITO não estar limitado nem pelo
tempo, nem pelo espaço, está «à nossa volta» (tal como os campos mais densos),
mas também «em toda a parte».
O ESPÍRITO
atribui poder a todos os outros campos e expressa-se através deles.
Nós,
portanto, não somos somente a nossa personalidade, nem o estado de consciência
do nosso eu-ego externo.
Nós somos
mais, muito mais!
Com
amor e profunda gratidão,
Luís
Barros