17 de maio de 2021

SEBENTA – 68

UM MANUAL PARA A ASCENSÃO

PRIMEIRA PARTE

CAPÍTULO IV

ORIGEM DAS ESPÉCIES

Já tínhamos dito antes - e esta é, provavelmente, a declaração mais importante que fazemos - que o ESPÍRITO é a nossa verdadeira natureza.

Aquilo que cremos ser é, apenas, um dos muitos «eu» projectados ao longo do tempo e em vários lugares deste e de outros planetas, em universos que nós ainda não descobrimos.

No entanto, nada disto minimiza aquilo que percebemos como «Eu»; pelo contrário, nós somos um ser imenso, multidimensional, uma magnífica expressão da Fonte, a qual, brilhante e amorosamente, trabalhamos, juntamente com outros, para que realizasse a função do ESPÍRITO.

Em nenhum outro lugar, em nenhum planeta de qualquer universo, existiu uma criação como a nossa!

O simples facto de sabermos que somos parte integrante dessa façanha tão grandiosa deveria incrementar, incomensuravelmente, o significado da nossa vida.

Na nossa qualidade deste verdadeiro e surpreendente ser, decidimos que, devido a um propósito muito especial, encarnaríamos neste planeta e neste emocionante momento da história.

O resultado de tal decisão é, evidentemente, o «Eu» do qual estamos conscientes.

Porém, não dêmos muita credibilidade a esse maravilhoso ponto singular de consciência, focalizado no aqui e agora que é este «Eu».

Se tivéssemos a mais simples noção do processo através do qual existimos, ficaríamos assombrados do poder que detemos.

Portanto, tratemos de nos vermos a nós mesmos como o ESPÍRITO gozando de uma experiência humana, e não o contrário.

Mas, então, poderíamos perguntar:

- Se, realmente, somos este imenso ser, por que não sabemos que o somos, nem o sentimos seja de que forma for?

Bom, deixemos de ler por um momento e tratemos de sentir o nosso ser maior como uma força suprema e imparável que a si mesma se infiltrou dentro da realidade da 3ª dimensão como uma gigantesca cunha de energia, da qual, cada ser humano, é a própria ponta dela.

Aqui, exactamente onde nos encontramos sentados neste momento, procuremos sentir a intensa força energética que está por atrás de nós – uma coisa algo confusa para a nossa mente, é certo, mas que está cristalizada, com nitidez, no conjunto corpo, emoção e mente.

Se formos incapazes de a sentir, imaginemo-la; o nosso eu-espírito completará essa imaginação com esquemas, sentimentos ou, somente, com o simples saber que assim é.… tal como faz a cada momento, aliás!

E, por favor, se cremos nisto, não nos fiquemos por aqui.

A crença é a morte súbita da nossa pesquisa da verdade: a partir do momento em que cremos, deixamos de procurar.

Se não cremos não há problema!

Mantemo-nos na procura por outros caminhos até nos encontrarmos com o nosso verdadeiro ser.

Nó estamos lá, à nossa espera!

Mas retomemos a pergunta: Por que não conhecemos o eu-espírito que se supõe que sejamos?

Isto requer que façamos um pouco de História.

Há muitíssimo tempo, antes da existência da História tal como a entendemos agora, um certo número de seres não-físicos - cada um dos quais é uma entidade imensa por natureza própria - decidiu colonizar um planeta para realizar uma investigação em nome da Fonte.

Um deles concordou em oferecer-se como voluntário para representar a consciência do planeta e alguns outros ajudaram-no a densificar a sua energia por forma a que fosse descendo através das dimensões.

Entretanto, outros seres desse grupo dedicaram-se a conceber as matrizes das prováveis formas distintas de vida que povoariam o planeta – as matrizes que permaneceriam codificadas, quimicamente, naquilo a que chamamos ADN.

E, mediante sucessivos abaixamentos de frequência, durante milhões de milhões de anos, a consciência planetária foi progressivamente irrompendo através da barreira de energia, na forma sólida que se chama agora Planeta Terra.

Ao longo de enormes períodos do nosso tempo linear, estes seres criaram projecções de si mesmos com energia de baixa frequência, ainda que nessa altura em nada se parecessem com algo físico.

Gradualmente experimentaram formas de frequência cada vez mais baixa, até produzirem o que aqueles que possuem visão psíquica denominam formas astrais da 5º e da 4ª, dimensões.

Milhões de anos se passaram e nós, na qualidade de um desses seres, levamos ainda mais longe as experiências com o ADN, fazendo com que a energia se tornasse ainda mais densa dentro de ondas estacionárias de energia, até conformar corpos quase-visíveis.

Por fim, num extraordinário acto de criatividade, irrompemos através da barreira dimensional e criamos estruturas físicas de partículas subatómicas, os átomos e as moléculas, cobertas pelas ondas estacionárias que também tínhamos concebido.

Nessa altura, ainda podíamos dissolver essas formas livremente, bem como criar outras novas.

Assim nos divertimos durante períodos incomensuráveis, sem que em qualquer momento nos identificássemos com essas projecções físicas, cujo número ia aumentando.

Nós sabíamos que esses corpos etéricos eram os campos de energia que tínhamos criado e para dentro dos quais irradiávamos energia... somente para nos divertirmos!

À medida que pretendíamos ir mais longe, estas formas projectadas tornaram-se mais visíveis (no sentido que hoje daríamos a este termo), mas ainda não havia consenso sobre a nossa forma definitiva.

Uma pausa para apreciar convenientemente a natureza brincalhona da Fonte, tratando sempre de ser mais criativa e, assim, autoconhecer-se através do que pode fazer!

A fim de desenvolver a experiência, decidimos então dar um passo muito atrevido: projectamos as consciências para dentro dessas formas!

Isto proporcionou as condições para que pudéssemos interagir connosco mesmo de uma forma totalmente nova - uma forma impossível de alcançar dentro das frequências mais elevadas donde provínhamos e nas quais nos reconhecíamos como sendo parte da Unidade.

De seguida, permitimos que as consciências não só se projectassem, mas também passassem a residir dentro dessas formas físicas, as quais cada vez se tornavam mais densas, durante lapsos de tempo cada vez maiores.

A consciência, agora, gozava de duas vantagens: a da 5ª dimensão (donde provinha) e a da 3ª dimensão, a do físico.

Embora tivéssemos a capacidade de vibrar em cada uma destas formas, nós mantínhamo-nos totalmente ao corrente da nossa origem, pelo que não existia qualquer percepção de superactividade entre elas.

Esta grandiosa festa de auto-exploração era muito divertida!

E novos campos de energia foram tentados.

Por exemplo: nós estabelecemos campos distintos para explorar separadamente os pensamentos das emoções.

E, – mais importante ainda - proporcionamos às nossas projecções uma autonomia quase total, demos-lhes a liberdade para serem entidades por si mesmas, por direito próprio.

Esta divisão em dois «planos» proveitosos e simultâneos converteu-se num ponto crucial da História - o que equivale a cerca de uns cem mil anos.

O estado de consciência de cada uma destas formas autónomas ainda tinha conhecimento da sua natureza espiritual e a separatividade não era, sequer, uma forma de pensamento conceptível.

Tal construção mental não existia nesse tempo, (o planeta era, então, o bíblico Jardim do Éden), nem sequer era possível porque se nos aborrecíamos de estar em determinada forma física na 3ª dimensão, limitávamo-nos a desmantelá-la, fazíamos regressar as nossas consciências à 5ª dimensão e projectávamos outra forma nova!

Então, em determinado momento da experiência, trocamos a projecção de energia pelo processo do nascimento físico e determinamos uma forma básica do corpo para a espécie... a qual estava a densificar rapidamente rumo à sua forma física.

As nossas lendas estão repletas de memórias antigas de algumas das variedades de formas que precederam esta estandardização.

Durante milhares de anos, nós, como ESPÍRITO, gradualmente fomos ficando cada vez mais fascinados com a intensidade das sensações possíveis nestas formas físicas, pelo que os campos emocionais e mentais se foram centrando progressivamente nos planos mais baixos, em vez de no plano do espírito!

A intensidade e a riqueza da experiência emocional foram totalmente avassaladoras.

E as sensações, que derivavam do facto de estarmos numa forma densa, passaram a ser extremamente sedutoras.

A partir daqui - nós já conhecemos a história: o nascimento do ego!

Inicialmente, ainda tentamos que o eu-ego exterior actuasse como uma interface colectora de informação entre o plano físico e o plano dos eu-espírito... os quais continuariam a tomar as decisões sobre o que era real e do que tinha de ser feito a cada momento.

Mas, à medida que a experiência foi prosseguindo ao longo dos milhares de anos, o eu-ego, orientado para fora, começou a ter as suas próprias ideias acerca da realidade e a recorrer cada vez menos cada vez menos ao eu-espírito, orientado para o interior.

O eu-ego exterior foi-se fortalecendo e a sua identidade começou a mudar desde os estados interiores do ser para os estados exteriores.

Como resultado desta mudança, o eu-ego começou a «colorir» o que ia apercebendo e a julgá-lo como bom ou mau, de acordo com a sensação física.

E foi assim que o eu-espírito, orientado para o interior, começou a ser alimentado com informação «pré-digerida» pelo eu-ego!

A sensibilidade emocional e mental do eu-ego, dirigida para o campo do eu-espírito, começou a murchar à medida que a energia do campo físico se convertia, cada vez mais, no ponto focal.

Aqueles dois «pontos de vantagem» de estarmos simultaneamente na 5ª e na 3ª, dimensões, converteram-se em pontos separados de consciência e o «ponto de vantagem» da frequência mais baixa, orientado para o físico, perdeu de vista o «ponto de vantagem» espiritual.

Durante alguns milhares de anos, esta brecha de percepção foi-se ampliando até que a forma do plano mais baixo começou a duvidar da existência do plano mais elevado, ou a projectá-lo como se estivesse fora de si mesmo, como se fosse um ser externo.

Ou seja, nós fraccionamos a percepção acerca de quem eramos e, em decorrência, surgiu o conceito de deuses, uma vez que os seres que agora compunham a humanidade se haviam tornado incapazes de se relacionarem com os imensos e multidimensionais seres que eram eles mesmos na dimensão superior!

De facto, continuávamos a receber mensagens e a sentir amor a partir do eu-espírito internos, mas interpretávamo-las como se isso viesse dos deuses externos!

Por fim, para cravar de vez a cunha da separação entre o Espírito e a personalidade, concebemos um brilhante véu: a vergonha.

Construímos as vibrações da vergonha dentro das células dos nossos corpos e assim, finalmente, conseguimos o total sentimento de separação!

O ESPÍRITO que sabíamos ser converteu-se, pois, numa memória fantasma, facilmente apagada pela luz rude das novas realidades.

Então, passamos a reconhecermo-nos como uma personalidade, sem nos apercebermos que nos tínhamos «amputado» do ESPÍRITO por termos perdido a consciência que fazíamos parte Dele.

Assim, pegamos nessa parte heróica e grandiosa de nós mesmos e, através das deidades fabricadas, convertermo-la em algo externo.

E a vergonha tratou de assegurar que, aos olhos dessa deidade fabricada, todos víssemos a nós mesmos como seres «não merecedores».

E, assim, ao longo do tempo, convertemo-nos em algo separado, exilados num invólucro de pele, procurando externamente por um Universo que não podíamos entender, presos no tempo e no espaço, e com uma só saída: a morte.

Toda a ajuda de que podíamos dispor para resolver a questão limitava-se a um conjunto de respostas aprendidas, denominado «personalidade»!

Por favor, lembremos-mos de que planeamos tudo isto desde o início!

Nós, sendo um dos grupos de seres que empreendemos esta experiência, tínhamos decidido ver quão longe poderíamos chegar na capacidade de separar as percepções da nossa natureza, do ESPÍRITO puro.

Foi precisa uma enorme engenhosidade para conceber e criar os véus que haveriam de separar as duas dimensões, de tal maneira que encarnaríamos sem qualquer memória de quem éramos.

Um destes véus surgiu quando o nosso espírito colectivo tomou uma decisão que haveríamos de afectar cada uma das encarnações ao longo dos seguintes duzentos mil anos, e que alterou completamente a natureza, o propósito e o conteúdo da vida humana neste planeta: nós inventamos o karma!

IV.1 - O KARMA

O impulso natural da Fonte é descobrir cada vez mais acerca de Si Mesma.

É por isso que tudo existe em todo o lado!

A Fonte sabe que a sua natureza é estar em harmonia plena em Si Mesma.

Por outras palavras, a Fonte ama-se a Si Mesma.

Para explorar este amor, todavia, precisa de uma posição fora de Si Mesma; precisa de ser capaz de se sentir separada e, então, voltar a olhar para Si Mesma e experimentar esse amor por Si Mesma.

A máxima eficiência é conseguida quando a parte que está a observar tem a sensação de estar separada da Fonte, mas, apesar disso, ama a Fonte como se não estivesse separada.

Assim, nós concluímos que o cúmulo da satisfação viria quando uma parte de nós mesmos - aquela que a si mesma se percebia como separada - chegasse a amar a Fonte a partir da sua própria vontade.

Portanto, decidimos continuar a fazermo-nos encarnar neste planeta, aceitando o risco potencial que isso significava para a espécie.

Como entidade grupal tentamos, então, uma experiência surpreendente, algo muito atrevido e único no Universo: decidimos apagar, das nossas projecções que já se tinham tornado autónomas, qualquer conhecimento e qualquer sentimento da unicidade essencial com a Fonte.

Decidimos que, no momento do nascimento, se levantaria um véu entre a consciência e o ESPÍRITO, de tal forma que o recém-nascido esqueceria a sua verdadeira natureza.

Nós, que estamos agora a ler estas palavras, aceitamos voluntariamente essa amnésia, ao nascer!

E, assim, apagamos toda, ou grande parte, da memória acerca da natureza dos nossos espíritos, nos eu-ego encarnados.

Seriam essas projecções de nós mesmos – que, entretanto, se tinham autonomizado e surgiam no planeta como seres humanos – seriam elas capazes de se aperceber das suas verdadeiras naturezas, durante as passagens pelo plano físico?

Ou desencarnariam na ignorância para se sentirem surpreendidos quando se reunissem com o eu-espírito?

E como tratariam os outros que estavam no mesmo plano, nas mesmas condições?

Reverenciariam respeitosamente a evidência do espírito neles e no planeta ou, pelo contrário, sentir-se-iam tão separados das suas próprias naturezas que negariam essa evidência?

Se assim fosse, acabariam por vê-los como uma ameaça e decidiriam combatê-los?

Certas regras foram inventadas para servir de guia a estas interacções dentro do jogo.

Assim, qualquer intercâmbio entre dois seres encarnados – com base na amabilidade ou na crueldade - deveria acabar sempre equilibrado, quer entre eles mesmos, quer entre os outros seres do mesmo eu-espírito que estejam encarnados.

Este equilíbrio é aquilo a que chamamos a Lei do Karma.

Recordemos, por favor, que a Fonte não nos impôs esta Lei que diz que toda a gente tem de saldar as suas contas; fomos nós, e os outros co-criadores da experiência, que acrescentamos esta pequena variação ao jogo!

O karma acabou por ganhar uma péssima reputação devido a este mal-entendido.

A lei que defende que um acto de crueldade deve ser compensado por outro do mesmo tipo, não passa de uma limitada interpretação do karma da 3ª dimensão.

A verdade é que um acto de crueldade pode ser facilmente compensado através de subsequentes actos de amabilidade ou de perdão por parte da «vítima» dessa crueldade.

No entanto, nós esperávamos que, através destas pistas, os nossos eu-ego encarnados, acabariam por se aperceber, ao longo das encarnações, do que estava a acontecer, sairiam da amnésia... e passariam a aceitar incondicionalmente aqueles que ainda estavam sob o efeito da tal amnésia!

Um detalhe: como os eu-espírito operam no tempo simultâneo, uma situação cármica entre X e Y, durante uma determinada vida, poderia já ter sido equilibrada entre X e Y naquilo que percebem como uma vida passada.

Portanto, o verdadeiro objectivo de termos adoptado um sistema baseado no karma, foi criar situações intensamente emocionais só para vermos como é que os eu-ego do plano físico seriam capazes de responder.

Assassinariam? Roubariam? Lutariam devido ao medo?

Ou, pelo contrário, actuariam a partir do amor para se ajudarem, para se perdoarem e reconhecer o ESPÍRITO nos outros?

Para que isto resultasse, a amnésia tinha de ser, evidentemente, total na maioria dos seres encarnados... embora cada vida específica que experimentássemos detivesse o potencial de reconhecimento da nossa verdadeira natureza.

A compreensão não forçada desta natureza e a onda de amor incondicional que automaticamente se lhe segue, permite que nós – os jogadores deste «jogo das escondidas» cósmico – de repente, encontremos aquele que se «escondeu» e nos apercebamos de que, afinal, sempre fomos nós mesmos!

IV.2 - A LEI DA GRAÇA

O que acabamos de descrever é a forma como a brincadeira tem decorrido até agora.

Todavia, através de um consenso, os eu-espírito decidiram que a aprendizagem através do karma terminou.

O planeta já entrou na via rápida da ascensão e nós devemos fazer com que essa viagem acabe rapidamente.

Não se podem criar mais desequilíbrios cármicos; e, em relação às «dívidas» que sobram, nós somos livres de escolher entre apagá-las ou saldá-las até ao fim.

É possível que, ao longo dos próximos anos, venhamos a testemunhar um notável aumento da violência, como consequência do trabalho de «limpeza» dos desequilíbrios remanescentes.

Temos a esperança de que, agora, já possamos reconhecer as razões pelas quais os eu-espírito mantiveram os eu-ego na escuridão: isso foi feito deliberadamente para se proporcionar a oportunidade de, a partir de todas as pistas disponíveis, reconhecermos as nossas verdadeiras naturezas, assim como a dos outros, e sermos capazes de ver a Fonte em todas as coisas.

Para ajudar a acelerar este processo, nós e a consciência planetária, conjuntamente, solicitamos aos Elohim que derramassem a sua Graça sobre a Terra - uma energia que permite sacudir a velha energia dos campos energéticos e romper com todos os laços cármicos que ainda se mantenham com outras encarnações e com outros eu-espírito.

A energia da Graça apaga todos os tipos de karma!

E, no meio disto tudo, onde fica Darwin?

De facto, muito do que este capítulo contém passa por cima da Teoria da Evolução, que explica como é que o homem, e outros seres, evoluiriam a partir da matéria primogénita.

Bom, isso foi há pouco mais de 100 anos!

De qualquer forma, não passou de uma hipótese baseada em evidências muito débeis.

Os paleontólogos trataram de imaginar o quadro completo do quebra-cabeças da Criação a partir de uns quantos bocados de osso.

A história da origem das espécies não é uma progressão linear, de baixo para cima, mas sim uma densificação não linear de cima para baixo.

Os nossos eu-espírito tinham coisas mais interessantes para fazer do que se porem a supervisionar coisas saindo do mar, desenvolvendo pulmões, braços, pernas e, finalmente, consciência suficiente para poderem relacionar-se com os seus criadores.

E se, como alguns acreditam, este desdobramento das espécies é que acabou por «dar origem» ao eu-espiritual.… porque é que nós pretendemos reencontrar algo que, através dessa lógica, não existia antes?

Se a evolução das espécies é que tivesse «dado origem» ao eu-espiritual.… não haveria nada para reencontrar!

Resumindo: perguntemos-mos se parece plausível que algo pudesse ter-se arrastado para fora do oceano e desenvolver uma consciência brilhante, capaz de se auto-introspecção e explorar a sua própria origem e natureza

Não, meus amigos, foi a consciência que desenvolveu a humanidade, não o contrário!

Nós somos ESPÍRITO feito carne; não saímos do lodo, descemos do ESPÍRITO; tornámo-nos densos até ao ponto de nos parecer que nos tínhamos desligado, e passamos os últimos milhares de anos à procura de recuperar essa «ligação».

O ESPÍRITO nunca desapareceu; o caminho de retorno sempre esteve aí; só que, agora dispomos de um elevador de alta velocidade!

Sintamos a verdade do que se segue dentro de nós mesmos e vejamos o que nos parece mais verdadeiro:

1) Somos algo que evoluiu a partir de uma sopa de proteínas e que, ao longo do caminho, foi adquirindo os estados de consciência que, agora, nos permitem reconhecer que a vida não se pode resumir a sermos um descendente dos protozoários?

2) Somos algo que partiu do ESPÍRITO, que participou de uma experiência de densificação da energia e abaixamento de frequência, sabendo que, para que essa experiência resultasse, havíamos de esquecer a nossa verdadeira natureza como ESPÍRITO?

Imaginemos que eramos imensamente ricos, vivendo numa mansão grande e bela; imaginemos que, em dado momento, nos passava pela cabeça saber o que se sente, por exemplo, quando se vive como um índio amazónico.

É claro que podemos limitarmo-nos a participar numa viagem de campo e viver uns tempos com uma tribo, permanecendo sempre consciente de que estávamos apenas a experimentar ser um índio amazónico.

Todavia, se optássemos por nos submetermos à hipnose e trocássemos as nossas memórias com as de um membro da tribo, poderíamos viver um realismo completo: deixando de estarmos conscientes de nós mesmos, passaríamos a viver, exclusivamente, de acordo com o padrão de vibração desse índio.

Imaginemos agora que optamos por esta segunda opção e, anos depois, uma equipa de sociólogos resgata-nos da Amazónia, devolve-nos a nossa memória original e reenvia-nos para a nossa bela mansão

Foi apenas uma experiência, mas, agora, sabemos o que é viver na selva!

Comemos, bebemos, casamos e vivemos com a tribo.

Talvez até tenhamos procriado criando réplicas da nossa forma física.

Enquanto estávamos na selva, talvez tenhamos tido memórias indefinidas de estarmos «vivendo numa mansão grande e bela», de um estilo de vida onde arranjar comida não implica matar ou ser morto, enfim, memórias indefinidas de uma forma de viver um pouco mais civilizada onde a sobrevivência física já tivesse sido transcendida

Assim, graças ao nosso eu-ego externo, nós, enquanto eu-espírito, já sabemos – realmente! - o que se sente quando se vive no plano físico!

A brincadeira, porém, deixou de fazer sentido!

Se estamos a receber memórias indefinidas acerca de outro modo de viver ou se, simplesmente, temos o pressentimento de que a vida é mais do que «isso»; se sentimos que estamos a perder esse «outro modo de viver» (embora não percebamos muito bem do que se trata!), então, é porque estamos a despertar para o facto de que, ao longo de todos estes anos, temos estado no plano físico da «selva», hipnotizados pelo cenário surpreendentemente realista e por tudo o que nele ocorre.

 

Com amor e profunda gratidão,

Luís Barros