UM MANUAL PARA A ASCENSÃO
PRIMEIRA
PARTE
CAPÍTULO II
A NATUREZA
DA MATÉRIA
Até agora
abordamos a diferença entre o plano físico e as dimensões mais elevadas,
embora, na verdade, não haja diferença nenhuma porque todas as dimensões são
feitas da mesma «coisa», tal como as sete oitavas de um piano são todas
som: a única diferença é de tom e frequência.
Num piano,
como cada oitava (sequência das sete notas: dó, ré, mi.…etc.) é reproduzida
sete vezes, as notas individuais de qualquer oitava são harmónicas mais altas
das que estão nas oitavas mais baixas.
Todavia,
existe um «senão»: supomos que temos um defeito de audição que só nos deixa
ouvir a oitava mais baixa.
Neste caso,
as notas graves vão soar muito reais; porém, quando as mãos do pianista se
deslocam para a direita do teclado em direcção às notas mais agudas, veremos o
movimento dos seus dedos, mas não ouviremos nada.
Sentir-nos-emos
confundidos, é claro, se as pessoas se referirem aos sons que não ouvimos.
Talvez até
nos enfureçamos e as acusemos de inventarem essa coisa das «vibrações mais
altas».
Concluiremos
que não estão boas da cabeça e afastamos-mos encolhendo os ombros.
Todavia,
talvez sintamos carência e desapontamento quando ouvirmos referências à beleza
da Sonata ao Luar!
Porém, como
reagiríamos se alguém nos dissesse que, com um pouco de prática, poderíamos
passar a ouvir as notas mais altas?
Esta
analogia do piano é muito útil, porque a intenção dos cinco sentidos físicos
é detectar, somente, algumas das oitavas do universo que nos rodeia.
Os sentidos
podem detectar as oitavas mais baixas…, mas não se apercebem das mais
elevadas do Universo.
Mas nós
possuímos outros sentidos cuja função é detectá-las.
Esses
sentidos, porém, permanecem latentes na maior parte dos seres humanos.
Tais
sentidos trabalham e interagem, permanentemente, com a energia das frequências
mais elevadas, só que o cérebro filtra e elimina esses sinais.
É algo
propositado e conveniente, uma vez que os humanos não poderiam manter-se
concentrados no plano físico se fossem bombardeados por toda a informação
adicional disponível num determinado momento.
Imaginemos
que estamos a ler isto e, simultaneamente, vamos tomando conhecimento de todas
as consequências possíveis do facto de lermos estas linhas, tanto para nós como
para os nossos familiares e amigos; além disto, imaginemos que também tínhamos
consciência dos pensamentos e das emoções de todos os que nos rodeiam e da
forma como eles ressoam com o resto das suas encarnações.
O mais
engraçado é que, quando qualquer tipo de informação extra-sensorial se
intromete na nossa consciência e nos vemos forçados a reconhecer esse facto, a
cultura a que pertencemos leva-nos a encontrar uma outra explicação.
Aquilo que
vemos como matéria física, não passa de energia pertencente a uma das oitavas
mais baixas,
vibrando dentro de um campo especialmente criado para esse efeito.
Há muitas
oitavas de energia acima desta nas quais outros níveis do nosso ser –
funcionando plenamente, vivos e alerta - realizam todo o tipo de coisas.
Contactar
conscientemente com esses outros níveis do nosso ser é algo muito fácil de
conseguir; aliás, é isso que ocorre quando, por exemplo, cremos ter uma ideia
ou nos sentimos felizes sem razão aparente; e os sonhos são, é claro,
estes outros níveis do nosso ser em acção, trabalhando ou divertindo-se.
Todavia, não
nos referimos aos poucos e dispersos símbolos caóticos que giram na nossa
cabeça quando acordamos; falamos da criação e da manipulação da realidade,
em grande escala, que todas as noites realizamos através dos outros níveis do
nosso ser.
Aquilo que
pensamos que é sonhar, é como ficarmos a olhar para uma casa desarrumada
perguntando se a festa foi agradável: perdemos o lado divertido e ficamos só
com a desarrumação!
Mas, então,
como é que surge a matéria física a partir desta oitava de energia mais baixa?
Os seres
que, de vez em quando, criam coisas físicas (e os outros para quem essa é a sua
função exclusiva) organizam as unidades de energia consciente em padrões
específicos, dentro de uma banda de frequência particular, concebida
especialmente para tal propósito.
São estes
padrões que constituem cada uma das coisas, aparentemente sólidas, que
conhecemos.
E, agora,
aproximemo-nos do verdadeiro milagre do plano físico:
- Estas
unidades de energia consciente oriundas do plano mais elevado, surgem
fisicamente como o corpo das unidades electromagnéticas básicas conhecidas como
partículas subatómicas - esses tijolos básicos de construção chamados
electrões, protões e neutrões!
Os
cientistas terrenos estão prestes a detectar este processo; alguns, possuidores
de uma imaginação muito fértil, já o conhecem intuitivamente.
Por sua vez,
estes blocos de construção de energia consciente (electrões, protões e
neutrões), colaboram na formação dos átomos de um elemento em particular, tal
como o carbono, o hidrogénio, o oxigénio, o azoto, etc.
Um átomo
pode parecer uma construção muito simples - electrões que giram em volta de um
núcleo central – e, em certo sentido, assim é.
Mas, por
outro lado, trata-se da coisa mais complexa que existe no plano físico.
A geometria
e a álgebra envolvidas na concepção dos átomos que conformam o plano físico,
manteria ocupados, durante anos, a maioria dos nossos mais potentes
computadores!
A matéria
não ocorreu espontaneamente; foi cuidadosamente planeada, e fez-se
questão de saber como ela se comportaria em todas as circunstâncias, antes de
se continuar com o desenvolvimento da sua criação.
Não
pensemos, nem por um instante, que o estado de consciência que «encarna» o
electrão é diminuto.
O electrão
não é uma partícula diminuta, mas sim um «campo de possibilidades»; é uma parte
do espaço no qual existe esse estado de consciência, embora de uma forma tão
subtil que os cientistas não podem ter a certeza.
Por isso,
afirmam que o electrão «provavelmente» existe.
Acrescente-se
que este estado de consciência que «encarna» o electrão no plano físico, pode
colaborar em inúmeros outros planos e em inúmeros universos simultaneamente.
Os átomos
podem permanecer livres ou ligarem-se para formar moléculas.
Estas, por
sua vez, unem-se para constituir uma forma, a qual é determinada conjuntamente
pelas unidades de energia em si mesmas e pela entidade organizadora.
E estas
entidades organizadoras assumem a responsabilidade de dirigir a energia sob a
forma de átomos ou moléculas, de acordo com as matrizes concebidas, por
exemplo, para um cristal, uma pedra, uma célula da semente de uma planta, uma
árvore, etc.
A lista não
tem fim, evidentemente.
Estas
matrizes
assemelham-se muito aos computadores pessoais: além de serem, simultaneamente,
programas vivos e base de dados, também podem armazenar vastas quantidades
de informação.
A estrutura
do ADN, que existe no coração de cada uma das nossas células, é uma base de
dados que contém a nossa história actual, a história de todas as nossas
encarnações e, adicionalmente, a de toda a espécie humana!
Por exemplo,
uma árvore cresce sob a orientação de um ser de energia (chamamos-lhe «espírito
das árvores» se quisermos), que é quem concebe a matriz da árvore e organiza as
unidades de energia de acordo com esse padrão.
Uma vez
organizadas, as unidades de energia «recordam-se» da sua função e continuamente
mantém as partículas subatómicas combinadas em padrões cada vez mais extensos.
Quando
olhamos para uma árvore, o que estamos a ver realmente é energia pura
organizada por um ser consciente e alerta de acordo com a matriz previamente
concebida.
O nosso
cérebro, então, através do hábito, descodifica esse padrão de energia visual e
reconhece-o como sendo uma árvore.
Quando
agarramos um tronco de uma árvore, as nossas mãos e a árvore são dois campos de
energia que entram em contacto; então, o nosso sistema nervoso agrega toda essa
informação e descodifica o contacto como estimulação táctil.
Finalmente,
o cérebro usa essa informação para fabricar a imagem daquilo que reconhecemos
como uma árvore.
Se um
carpinteiro chega, corta a árvore e usa a madeira para construir uma cadeira,
ele altera a forma que responde à matriz principal.
Aí, as
unidades de energia conscientes que constituem a madeira «lembram-se» do seu
novo padrão e mantêm-no fielmente até que haja outra alteração.
Por exemplo,
se a cadeira arder, a energia consciente das moléculas de celulose
reorganizam-se sob um novo padrão, digamos: átomos livres de carbono, oxigénio
e nitrogénio.
Só para
ficarmos com uma ideia de tamanho, o espaço existente dentro e entre esses
átomos é imenso: se o núcleo do átomo fosse do tamanho de uma bola de futebol,
o átomo em si teria as dimensões do campo de futebol; a primeira fila de
electrões estaria aproximadamente colocada onde se encontra a primeira fila de
assentos… e o átomo mais próximo estaria como que à distância da cidade
vizinha!
Portanto, quando
falamos de matéria «sólida», ela está, de facto, longe de ser sólida!
Estes
electrões, que pensamos serem partículas diminutas, não pesam nada, em
absoluto.
Muito
simplesmente são pacotes de energia zumbindo à volta do núcleo a uma velocidade
enorme.
É essa
velocidade que lhes dá a sua evidente substância, ou os deixa no estado de quase
substância»,
da mesma forma que uma bala disparada contra um alvo produz maior impacto do
que uma bala simplesmente atirada contra esse alvo.
Nem sequer o
núcleo é sólido;
também ele é feito de partículas mais pequenas (neutrões e protões), os quais,
quando examinados de perto, mostram que também são formados por partículas
ainda mais pequenas.
Neste nível,
aproximamo-nos do ponto em que a energia pura se manifesta como aquilo que
nós cremos ser matéria, assim como dos lapsos de tempo infinitesimalmente
curtos que isso demora.
Também
estamos perto dos limites dos instrumentos físicos.
Estes
instrumentos podem detectar a súbita aparição de uma partícula subatómica…,
mas não a sua real transformação a partir da energia pura, porque a unidade de
energia que a criou não é física; não sendo física... não pode ser registada
por instrumentos físicos!
Os físicos
concluíram que a única vez que as partículas subatómicas são verdadeiramente
partículas é quando as podem observar; fora disso são ondas de energia.
Desta forma,
jamais chegarão a conhecer a condição de um electrão não observado, pelo que
não existe uma forma de determinar a estrutura básica do plano físico ou de
explicar como funciona.
Num nível
mais profundo, estamos a falar de irrupções de energia consciente para dentro
do plano físico.
Esta
energia, ao deslocar-se a velocidades incríveis, aparenta solidez… da mesma
forma que as pás de um ventilador eléctrico em movimento rápido dão a sensação
de serem um disco sólido!
Assim sendo,
o mundo material não passa de uma ilusão?
Sim.
Todo ele é
feito de hologramas e de ondas estacionárias.
A base de
qualquer tipo de organização da energia em matéria é a onda estacionária.
Esta ideia é
vital para podermos entender o que somos e como nos manifestamos.
O que se
segue pode parecer física, mas, de facto, é a essência da metafísica.
II.1 -
HOLOGRAMAS
Se
estivermos familiarizados com o fenómeno conhecido como holograma, sabemos que
a imagem de um objecto pode ser capturada numa película especial, combinando
dois raios de luz laser, um deles reflectido a partir do objecto, mas o outro
não.
Estes dois
raios interagem entre si para criar uma imagem especial sobre a película;
quando o raio laser volta a passar através dela, uma imagem tridimensional do
objecto aparece «flutuando» no nada.
No entanto,
ao contrário das fotografias, a imagem da película holográfica não se assemelha
com a do objecto original; surge como um conjunto de círculos concêntricos, denominados
padrões de interferência.
Se o raio
laser é projectado sobre qualquer fragmento da película, a imagem volta a
surgir, ainda que um pouco menos nítida, uma vez que a imagem ocupa a película
completa.
Portanto, há
aqui dois aspectos distintos a considerar:
1 - A
matriz, ou seja, a imagem do objecto impressa na película (o padrão implícito).
2 - A imagem
projectada (o padrão explícito).
A analogia
do holograma oferece algumas pistas importantes sobre a natureza da realidade e
acerca de como podemos trabalhar com ela.
Assim,
também aqui há dois aspectos distintos a considerar:
1 - A
realidade quotidiana das nossas experiências (a imagem projectada - o padrão
explícito);
2 - A matriz
dessa realidade (ou o padrão implícito) que permanece oculto para nós.
Aqui temos a
razão pela qual uma partícula subatómica pode estar em toda a parte ao mesmo
tempo: a sua matriz está dispersa ao longo de todo o padrão implícito!
Isto
contradiz, claramente, a física clássica que descreve o mundo físico como um
conjunto de coisas discretas e locais, todas elas interactuando de muitas
formas limitadas.
Finalmente,
estamos em condições de chegar a uma conclusão importante:
Imaginemos
que a matéria, tal como a conhecemos, é feita de ondas subatómicas e está
organizada de forma a formar padrões de ondas tridimensionais (o padrão
implícito).
Então, esse
milagroso órgão chamado cérebro humano detecta esses padrões projectados e
constrói, a partir deles, o que aparenta ser uma realidade objectiva (a imagem
projectada - o padrão explícito).
Esta
realidade parece-nos sólida e real porque… o nosso corpo físico também é
uma imagem tridimensional projectada!
A realidade
não é, por conseguinte, algo objectivo que existe «lá fora», mas sim algo
subjectivo «aqui dentro»; além disso, é distinta para cada ser humano.
Logo, tudo isto
faz com que sejamos o quê?
Seremos nós
um ‘padrão implícito’ de carne e osso ancorado num mundo sólido?
Ou somos a
imagem difusa de um ‘padrão implícito’ de um holograma, desdobrando-se no meio
de um imenso remoinho de padrões maiores?
E qual é o
papel da consciência em tudo isto?
Será ela a
luz que brilha através dos padrões ocultos na película fotográfica?
Ou será o
próprio padrão?
Bom, pois é
ambas as coisas!
A
consciência dá forma tanto às matrizes ocultas (o padrão
implícito) a partir de outras ainda mais remotas, como à luz que brilha
através dessas matrizes para que seja projectado o que os nossos sentidos
captam.
Todavia,
estamos a falar de funções distintas da consciência.
A
consciência subatómica cria os blocos de construção da matéria, ao passo que
outras partes da dela os organiza em padrões ainda mais complexos: as células,
os órgãos físicos, as emoções, os pensamentos.
E todos
estes componentes do nosso ser terreno se mantêm conscientes, cada qual à
sua maneira.
Mais: a
nossa consciência pessoal interage com todas as outras consciências,
pertençam elas aos seres vivos ou aos chamados seres «inanimados».
Sabemos que
tudo isto é suficiente para fazer saltar os fusíveis do corpo mental de
qualquer pessoa; mas é importante sabermos quão fluida é a realidade, para que
sejamos capazes de a manejar.
Se
acreditássemos que a nossa composição é inalterável, decerto não nos
autorizaríamos a mudar.
Por exemplo,
nós sabemos que imensos padrões de comportamento antiquíssimos estão
armazenados nas células do nosso corpo físico; ora, se as células fossem
inalteráveis e a energia desses velhos padrões de comportamento ficasse ali
aprisionada, como poderíamos livrarmo-nos de tal coisa?
E, dado
que as células são a projecção de uma matriz oculta (o padrão implícito), o que
aconteceria se fossemos capazes de reformular essa matriz ou a forma como ela foi
projectada?
Ora, nós
possuímos a ferramenta necessária para fazer isto: a consciência.
Tal como
veremos mais à frente, a espécie humana está envolvida na busca da criação de
uma realidade, mas tornou-se tão eficiente a criar realidades... que já não se
apercebe desse envolvimento!
Cada coisa
que experimentamos é, não só o resultado directo dos nossos esforços para criar
uma realidade, mas também da projecção fiel das nossas matrizes internas.
Se não nos
apercebemos de «que experimentamos o resultado directo dos nossos esforços para
criar uma realidade» ou de que somos «capazes de reformular essa matriz ou a
forma como ela foi projectada», continuaremos a criar a mesma antiquíssima
realidade… o que não é nada divertido!
As coisas,
porém, são muito mais maleáveis e plásticas do que imaginamos.
Mais adiante
isso provará ser de grande importância.
As nossas
emoções e pensamentos provêm da nossa matriz interior (o padrão implícito), e o
nosso quotidiano é a imagem projectada (o padrão explícito).
Por conseguinte,
as nossas emoções e pensamentos pessoais interagem com as emoções e
pensamentos alheios, tal como nós, ao vivermos a nossa vida, interagimos
com a vida das outras pessoas.
No entanto, o
que cada um pensa e sente desempenha um papel fundamental naquilo que lhes
acontece.
A realidade, tal como a
conhecemos, é projectada a partir de uma gama de matrizes parecidas com
hologramas.
Embora as
matrizes estejam em níveis distintos para poderem ser «removidas» da realidade
ordinária, as imagens que elas projectam estão sobrepostas.
E se é
verdade que as imagens das frequências mais baixas dessas matrizes parecem
ser sólidas (desde o ponto de vista do nosso corpo sólido!), também é certo
que aquilo a que chamamos «espaço» está repleto de imagens das frequências
mais elevadas, evidentemente não «sólidas».
E todas
coexistem umas com as outras.
Nós mesmos
somos formados por muitas projecções – a física, a emocional, a mental e a
espiritual
– a partir de matrizes preparadas por nós mesmos enquanto ESPÍRITO, as
quais são, por sua vez, projecções de outras matrizes provenientes de
frequências mais elevadas.
O mais
importante
de tudo isto é que nós podemos conceber e alterar matrizes através da
visualização!
A criação da
realidade funciona nos dois sentidos:
Se desejamos
atrair para nós uma determinada situação agradável, podemos
conceber a matriz dela e, depois, verificar como se projecta no plano físico
sob a forma de acontecimentos que podemos experimentar; se desejamos
livrarmo-nos de uma situação desagradável... e lhe resistimos em vez de
visualizarmos um «quadro» diferente, estamos a cometer um erro triplo:
reforçamos a matriz, fortalecemos o mecanismo de projecção e perpetuamos a
situação indesejada.
Bom, e se a
coisa chegar à doença, também podemos usar a visualização para «reparar» a
matriz do órgão afectado e recuperar a saúde!
Assim, a
consciência – que está profundamente ancorada na tela da realidade - é o padrão
por detrás da realidade objectiva (o padrão implícito), e de cada
ocorrência na história do Planeta Terra (o padrão explícito).
A série
televisiva «O Caminho das Estrelas: A Geração Seguinte» é um excelente exemplo
de criação da realidade: a plataforma de hologramas da nave Enterprise é capaz
de criar imagens de objectos e de pessoas que operam dentro dos parâmetros
concebidos pelos programadores da «realidade».
Qualquer
alteração subtil no programa poderá alterar, digamos, o nível de agressividade
de um carácter holográfico ou desactivar uma situação ameaçadora.
No entanto,
ao contrário do que acontece nas aventuras da Enterprise, os hologramas da
actualidade (uma bala holográfica, por exemplo!), podem matar-nos; até um
monstro holográfico nos pode devorar... a menos que possamos dispor da matriz
que o gera!
A série da
TV decorre no século XXIV mas a tecnologia para esculpir a energia desta forma
estará disponível muito antes disso.
Tudo isto
nos conduz à questão de como é que o plano físico se formou.
Uma imagem
holográfica é, de facto, formada por luz contida dentro de um invólucro com uma
forma específica daquilo que quer representar.
Mas é apenas
uma imagem que representa a matriz original.
Toda a
informação necessária para gerar esta imagem está codificada na película.
E o
invólucro, na realidade, é uma espécie de onda estacionária.
II.2 - ONDAS
ESTACIONÁRIAS
Quando eramos
mais novos, se calhar, numa das nossas brincadeiras com um amigo, experimentamos
esticar uma corda que pusemos a vibrar aplicando-lhe uma pequena pancada.
Com essa
acção, fizemos com que uma pequena onda deslizasse pela corda, atingisse a mão
do nosso amigo e regressasse a nós.
O que se
moveu ao longo da corda foi energia.
A corda
deslocou-se para baixo e para cima, mas não ao longo do seu comprimento.
Se os dois
tivessem feito vibrar a corda ao mesmo tempo, duas coisas poderiam ter
ocorrido:
se ambos
tivessem pulsado a corda da mesma maneira (por exemplo, de cima para baixo),
conseguiriam uma onda com o dobro do tamanho, a meio da corda, ou
se um
tivesse puxado a corda para cima e o outro para baixo, as ondas interfeririam
uma com a outra e anulavam-se.
No primeiro
caso, a interferência entre as ondas foi positiva; no segundo, foi destrutiva.
Imaginemos
agora uma corda mais curta, sob tensão como a de uma guitarra, que produzirá um
som característico.
Se a
percutirmos, introduzimos-lhe energia bruta, a qual, naturalmente, adopta
certos padrões.
O padrão
mais forte é uma onda cujo comprimento é igual ao da corda, digamos: um metro.
Mas outras
ondas se formarão com comprimentos equivalentes a 1/2, 1/3, 1/4, etc. do
tamanho total da corda, ou seja, 50 cm, 33 cm e 25 cm, respectivamente.
Estas são as
chamadas ondas estacionárias que formam uma família com base no comprimento de
onda natural da corda.
A combinação
particular de ondas estacionárias é o que confere a um instrumento o seu timbre
individual ou a sua «assinatura» tonal.
O importante
acerca destas cordas vibratórias é que duas cordas idênticas, sob condições
idênticas, geram sempre a mesma onda natural e respectivas harmónicas.
Se duas
cordas idênticas forem colocadas uma junto da outra, e se uma delas for
percutida, gerará um campo de energia sonora que a outra captará.
Se esta
segunda corda estiver afinada no mesmo comprimento de onda da primeira,
ressoará por simpatia.
Esta ressonância
é supremamente importante quando se lida com corpos de energia humanos… acerca da qual temos muito mais a dizer.
E, agora,
tornemo-nos malabaristas: imaginemos que somos o Chefe de Sobremesas de uma
nave espacial e que, indo para a cozinha, somos capazes de fazer gelatina… sob gravidade zero.
Nessas
condições a gelatina mantêm-se perfeitamente firme, sem necessidade de qualquer
contentor que lhe dê forma!
Mas
imaginemos que fazemos dois tipos de gelatina, uma vermelha, outra amarela.
Então, no
momento exacto que antecede a solidificação, usamos a nossa arte para as juntar
de tal forma que se misturem só parcialmente, formando gelatina cor-de-laranja
na zona de separação.
Agora, se
fizermos vibrar a gelatina vermelha (que está por fora) dando-lhe uma pequena
pancada, essa vibração irá atingir a gelatina amarela.
Se percutirmos
a gelatina vermelha com regularidade, formar-se-á uma onda estacionária, e a
gelatina amarela – por ter a mesma composição – ressoará com a mesma
frequência.
Imaginemos agora
o que se passará se formos suficientemente hábeis para colocar a gelatina
amarela dentro da gelatina vermelha.
Como é que a
gelatina amarela reagirá?
Como acabamos
de descobrir uma qualidade inata dos campos, assim como o fenómeno da
ressonância das ondas estacionárias entre dois campos, é fácil responder: se
um campo está afinado com a energia de uma frequência em particular
(gelatina amarela, que está por dentro), absorverá a energia de uma onda
estacionária de outro campo (gelatina vermelha, que está por fora)… e
começará a vibrar a sua própria onda estacionária!
De facto, qualquer
campo ressoa, desapaixonada e automaticamente, com a energia de um campo
similar que esteja por perto.
Isto produz
uma ressonância por simpatia… que poderá ser-lhe prejudicial
se o campo emissor vibrar de uma forma desequilibrada.
Perfeito.
Agora, o que
nos falta fazer é aprendermos a comer gelatina num ambiente sob gravidade zero!
Como
veremos, a ressonância afecta-nos de incontáveis formas, quer o saibamos, quer
não.
Mas, de
agora em diante, seremos capazes de, conscientemente, usar estes conhecimentos
como uma ferramenta para a ascensão.
II.3 -
CAMPOS DE ENERGIA
A nossa
personalidade é composta por três campos de energia e pelos seus respectivos
conteúdos.
E a
combinação entre um campo e a sua energia é aquilo a que chamamos «corpo».
Assim, o nosso
eu-espírito organiza a sua própria energia em ondas estacionárias para gerar
três corpos energéticos dentro dos seus invólucros respectivos - o físico, o
emocional e o mental - que depois projecta ou, se quisermos, manifesta.
O quarto
corpo – o espiritual – constitui-se como uma ponte entre estes três corpos
inferiores e o ESPÍRITO.
Como veremos
mais adiante, é extremamente importante o facto de estes quatro corpos, cujas
naturezas são tão distintas, se projectarem ou se quisermos, se manifestarem a
partir de mesma «coisa».
Vejamos,
primeiro, o corpo físico.
Muitos
factores determinam a forma como ele se manifesta.
Há muito
tempo que a espécie humana optou por um processo de nascimento físico em vez
de, simplesmente, projectar o corpo para dentro de um campo criado pelo
ESPÍRITO
(mais tarde veremos a razão por que é assim).
Além disto, a
concepção foi projectada para diversificar o conjunto de genes e, assim,
permitir uma infinita variedade de matrizes genéticas físicas.
No momento
da concepção, as matrizes completas de ADN dos progenitores fundem-se para
formar uma terceira matriz; depois, à medida que o ovo se vai subdividindo e
que as células se vão formando, as unidades de energia consciente colaboram na
formação das partículas subatómicas, depois dos átomos e, seguidamente, das
moléculas.
Este
processo é supervisionado pela matriz do corpo físico, a qual está contida nos
padrões gerais do próprio ADN.
Enquanto
ESPÍRITO, cada um de nós seleccionou, previamente, os seus futuros pais em
função da sua genética, das condicionantes e das circunstâncias familiares
necessárias à sua encarnação, prestes a ocorrer; depois, «manipulou»
cuidadosamente o seu ADN a partir do dos progenitores escolhidos.
Seguidamente,
os três, em conjunto e em colaboração com os seus eus-espírito respectivos,
decidiram o momento da concepção, baseando-se em factores imensamente
complexos.
Os
astrólogos ainda só vislumbraram uma pequeníssima parte de toda esta
complexidade; os cientistas, por seu lado, descodificaram somente uma fracção
dos milhões de informações armazenadas no ADN.
Para além
das nossas características físicas, o nosso ADN também contém a história de todas
as nossas encarnações através do tempo, assim como a história de cada uma das
espécies que alguma vez tenham existido ou venham a existir.
O ADN pode
ser entendido como uma série de moléculas, mas, tal como o holograma, deve ser
lido na sua totalidade para se obter o máximo resultado.
Durante os
primeiros meses de gestação, a energia consciente encarregada de construir as
células, lê o ADN e descodifica-o para saber que tipo de célula deve construir.
As células
em crescimento, através do seu próprio tipo de consciência, afinam-se
simultaneamente com o molde do corpo físico e com o «futuro» para se orientarem
em relação a como devem crescer e desenvolver-se.
Organizam-se
a si mesmas e captam unidades de energia maiores para se poderem transformar,
não só nos tipos de átomos necessários, mas também para se multiplicarem
respeitando o modelo especificado pelo ADN para a sua função particular.
Por exemplo,
a consciência de uma célula que vai integrar o fígado, capta energia e
subdivide-se para formar outras células do fígado.
Então, o
crescimento, que é muito rápido no início, vai abrandando à medida que se
conclui o período de gestação; continua após o nascimento, durante vários anos,
até que, finalmente, se estabiliza, passando a efectuar só as «reparações» que
se tornem necessárias.
É assim que
o corpo físico que se prepara para nascer vai sendo construído por ondas
estacionárias (dentro de ondas estacionárias, dentro de outras ondas
estacionárias), à medida que a sua consciência forma átomos, moléculas e órgãos.
Isto decorre
sob a direcção do eu-espírito da entidade que vai encarnar e de algo que poderá
ser considerado como uma versão «futura» do corpo, e que serviu de matriz.
Uma vez
concebido, criado, nascido e desenvolvido até ao seu tamanho normal, nós não
abandonamos o nosso corpo físico até que se lhe tenha acabado a corda, como se
fosse um relógio!
Resta dizer
que a energia que anima as partículas desse nosso corpo se renova vários
milhões de vezes por segundo.
De facto, ele
recria-se constantemente segundo o desenho do ADN que escolhemos e das
formas-pensamento acerca do nosso corpo físico… que guardamos na matriz do nosso
corpo mental!
Os corpos
físicos dos seres humanos são entidades milagrosas, com consciência própria,
que se auto-regulam de uma forma extraordinária.
E nós passamos
a vida arquitectando a consciência de acordo com as opiniões, nossas e alheias,
acerca do nosso corpo físico.
De facto, através
da ressonância, os pensamentos e as emoções que mantemos acerca de nós mesmo
possuem um enorme impacto sobre a consciência do nosso corpo: o medo da
doença ou da morte pode, literalmente, programá-lo para que adoeça.
Estes
processos são responsáveis pela corrupção do ADN (o que, com frequência, gera o
cancro) e das condições normalmente atribuídas ao envelhecimento.
Escusado
será dizer que, ao invés, pensamentos de saúde e de bem-estar programam o
corpo físico para que desencadeie os seus próprios mecanismos de cura.
Estas
explicações só muito ao de leve afloram a complexidade do que realmente se
passa; se explicássemos como procedemos para assegurar o crescimento do nosso
corpo, ficaríamos totalmente assombrados!
Mas trata-se
apenas de informações básicas, à guisa de curso, cuja intenção é mostrar que o
corpo físico é, na realidade, energia ordenada de ondas estacionárias… apesar
de parecer um contínuo sólido de partículas subatómicas, átomos, moléculas e
órgãos que se vão organizando até formarem o corpo completo.
Neste
processo, cada unidade de energia está plenamente consciente do seu papel e
colabora gostosamente na estrutura daquilo que, de acordo com a nossa noção de
realidade, conhecemos como corpo físico.
Talvez fiquemos
surpreendidos por termos aprendido que os corpos físicos são conscientes;
não nos referimos, todavia, àquilo que costumamos entender por consciência.
O corpo
sabe, por exemplo, o que deve fazer para que o coração bata, para que a
digestão seja feita, para que se possa curar a si mesmo; também
conhece os ciclos da lua, dos planetas e das estrelas, e constantemente se
serve e se adapta a eles.
Todavia,
como é composto da energia consciente que foi «colhida» do imenso campo
planetário... convém dizer que o planeta e o ESPÍRITO desempenharam um
papel muito mais preponderante no nosso nascimento do que os nossos pais
biológicos!
O que
consideramos ser a nossa consciência é, realmente, uma mistura de vários tipos
distintos de consciência, o que não impede que formem a unidade
subjacente à nossa existência:
a
consciência subatómica, que conhece os imensos campos cósmicos e nos quais
interage com as outras consciências subatómicas;
a
consciência celular, baseada na matriz do ADN, que contém a gravação das
experiências da nossa vida, dos nossos pensamentos e das nossas emoções;
a
consciência do corpo, isto é, a consciência celular relacionada com algumas
ideias próprias, apesar de o corpo físico depender bastante das crenças que o
corpo mental tem em relação à sua própria imagem;
a
consciência das emoções que fluem em cada momento, sobrepostas às emoções do
passado… às quais nos aferramos em vez de as deixares partir;
a
consciência dos pensamentos e das crenças com estruturas a realidade;
consciencializamos-mos, porém, de que uma crença não passa de uma opinião
acerca da realidade;
a
consciência espiritual, intuição ou conhecimento directo.
Este
tipo de consciência está relacionado com o que tem sido denominado
frequentemente como Mente Universal, mas, na verdade, pertence a uma matriz
oculta a partir da qual a realidade flui.
É
este tipo de consciência que contém, entre outras coisas, os arquétipos da nossa
espécie – os aspectos heróicos da humanidade.
Através
desta «interface» com a realidade física, nós podemos aceder a outros tempos,
outros lugares e outras dimensões.
A maior
parte da energia que entra na composição do nosso corpo físico provém da
assimilação dos alimentos que ingerimos; este processo, porém, está a ser
gradualmente abandonado porque a energia está a deixar de ser «assimilada»
para passar a ser, progressivamente, «projectada».
Vejamos como
isto funciona: em vez da energia das proteínas, dos amidos e dos outros componentes
da comida ingerida, os níveis do ESPÍRITO do nosso ser já começaram a
projectar unidades de energia conscientes para dentro do nosso campo físico,
cuja missão é fabricar e reparar as estruturas celulares, ou seja, fazer o que,
até aqui, era a função da energia «assimilada».
Na verdade, o
eu-espírito de cada um de nós está a «reformatar», sistematicamente, as células
do corpo físico para que passem a ser alimentadas pela energia «projectada»,
em vez de pela «assimilada».
Resta
acrescentar que esta energia «projectada» provém da que está por detrás da
radiação conhecida como luz solar.
Portanto… nós
já começamos a formar aquilo que é conhecido como Corpo de Luz!
Cada vez
mais o corpo físico se alimentará de energia, em vez dos nutrientes
físicos, contidos no invólucro celular.
Uma das
consequências desta alteração é que a frequência das células, e do corpo em
geral, está a elevar-se.
Com o tempo,
o corpo vai começar a brilhar suavemente; aí, estaremos num Corpo de Luz!
Há várias
formas distintas de desencadear esta mudança, mas, normalmente, torna-se
necessária uma certa forma de consentimento consciente da parte de cada um de nós.
A intenção
deste trabalho é oferecer-nos uma espécie de «mapa de estradas», um plano do terreno
que temos pela frente, para que possamos envolvermo-nos neste processo com
conhecimento e entendimento.
Cada um dos
diferentes campos (físico, emocional, mental e espiritual) vibra de acordo com
a sua frequência característica.
Numas
pessoas vibram rapidamente; noutras, lentamente, todavia, nós fazemos vibrar os
nossos campos numa proporção específica em relação aos outros campos – 11, 22,
33 e assim sucessivamente.
Se a taxa de
vibração de um campo muda a e relação varia, sentir-nos-emos «deslocados» ou
enjoados.
Para
encerrar este capítulo: diz-se com frequência que a ciência e a religião são
como dois comboios movimentando-se na mesma direcção, sobre carris paralelos,
num processo onde a religião se empenha na exploração do Pensador e a ciência
na exploração do Pensamento.
Não tarda,
porém, ambas se encontrarão num ponto onde os carris passam a ser um só.
O que
acontecerá então?
Bom, poderá
ocorrer um choque tremendo ou, pelo contrário, pode ser que, finalmente,
compreendam que Pensador e Pensamento são uma e a mesma coisa!
O princípio
organizador do Universo e a energia que compõe o universo, físico e não físico,
são a mesma coisa:
um contínuo de energia consciente, vibrando em todas as frequências concebíveis
e inconcebíveis, organizadas com uma beleza tal que a respiração se suspende.
E esta
energia deleita-se no regozijo da sua criatividade.
Com
amor e profunda gratidão,
Luís Barros