15 de maio de 2021

SEBENTA – 66

UM MANUAL PARA A ASCENSÃO

PRIMEIRA PARTE

CAPÍTULO II

A NATUREZA DA MATÉRIA

Até agora abordamos a diferença entre o plano físico e as dimensões mais elevadas, embora, na verdade, não haja diferença nenhuma porque todas as dimensões são feitas da mesma «coisa», tal como as sete oitavas de um piano são todas som: a única diferença é de tom e frequência.

Num piano, como cada oitava (sequência das sete notas: dó, ré, mi.…etc.) é reproduzida sete vezes, as notas individuais de qualquer oitava são harmónicas mais altas das que estão nas oitavas mais baixas.

Todavia, existe um «senão»: supomos que temos um defeito de audição que só nos deixa ouvir a oitava mais baixa.

Neste caso, as notas graves vão soar muito reais; porém, quando as mãos do pianista se deslocam para a direita do teclado em direcção às notas mais agudas, veremos o movimento dos seus dedos, mas não ouviremos nada.

Sentir-nos-emos confundidos, é claro, se as pessoas se referirem aos sons que não ouvimos.

Talvez até nos enfureçamos e as acusemos de inventarem essa coisa das «vibrações mais altas».

Concluiremos que não estão boas da cabeça e afastamos-mos encolhendo os ombros.

Todavia, talvez sintamos carência e desapontamento quando ouvirmos referências à beleza da Sonata ao Luar!

Porém, como reagiríamos se alguém nos dissesse que, com um pouco de prática, poderíamos passar a ouvir as notas mais altas?

Esta analogia do piano é muito útil, porque a intenção dos cinco sentidos físicos é detectar, somente, algumas das oitavas do universo que nos rodeia.

Os sentidos podem detectar as oitavas mais baixas, mas não se apercebem das mais elevadas do Universo.

Mas nós possuímos outros sentidos cuja função é detectá-las.

Esses sentidos, porém, permanecem latentes na maior parte dos seres humanos.

Tais sentidos trabalham e interagem, permanentemente, com a energia das frequências mais elevadas, só que o cérebro filtra e elimina esses sinais.

É algo propositado e conveniente, uma vez que os humanos não poderiam manter-se concentrados no plano físico se fossem bombardeados por toda a informação adicional disponível num determinado momento.

Imaginemos que estamos a ler isto e, simultaneamente, vamos tomando conhecimento de todas as consequências possíveis do facto de lermos estas linhas, tanto para nós como para os nossos familiares e amigos; além disto, imaginemos que também tínhamos consciência dos pensamentos e das emoções de todos os que nos rodeiam e da forma como eles ressoam com o resto das suas encarnações.

O mais engraçado é que, quando qualquer tipo de informação extra-sensorial se intromete na nossa consciência e nos vemos forçados a reconhecer esse facto, a cultura a que pertencemos leva-nos a encontrar uma outra explicação.

Aquilo que vemos como matéria física, não passa de energia pertencente a uma das oitavas mais baixas, vibrando dentro de um campo especialmente criado para esse efeito.

Há muitas oitavas de energia acima desta nas quais outros níveis do nosso ser – funcionando plenamente, vivos e alerta - realizam todo o tipo de coisas.

Contactar conscientemente com esses outros níveis do nosso ser é algo muito fácil de conseguir; aliás, é isso que ocorre quando, por exemplo, cremos ter uma ideia ou nos sentimos felizes sem razão aparente; e os sonhos são, é claro, estes outros níveis do nosso ser em acção, trabalhando ou divertindo-se.

Todavia, não nos referimos aos poucos e dispersos símbolos caóticos que giram na nossa cabeça quando acordamos; falamos da criação e da manipulação da realidade, em grande escala, que todas as noites realizamos através dos outros níveis do nosso ser.

Aquilo que pensamos que é sonhar, é como ficarmos a olhar para uma casa desarrumada perguntando se a festa foi agradável: perdemos o lado divertido e ficamos só com a desarrumação!

Mas, então, como é que surge a matéria física a partir desta oitava de energia mais baixa?

Os seres que, de vez em quando, criam coisas físicas (e os outros para quem essa é a sua função exclusiva) organizam as unidades de energia consciente em padrões específicos, dentro de uma banda de frequência particular, concebida especialmente para tal propósito.

São estes padrões que constituem cada uma das coisas, aparentemente sólidas, que conhecemos.

E, agora, aproximemo-nos do verdadeiro milagre do plano físico:

- Estas unidades de energia consciente oriundas do plano mais elevado, surgem fisicamente como o corpo das unidades electromagnéticas básicas conhecidas como partículas subatómicas - esses tijolos básicos de construção chamados electrões, protões e neutrões!

Os cientistas terrenos estão prestes a detectar este processo; alguns, possuidores de uma imaginação muito fértil, já o conhecem intuitivamente.

Por sua vez, estes blocos de construção de energia consciente (electrões, protões e neutrões), colaboram na formação dos átomos de um elemento em particular, tal como o carbono, o hidrogénio, o oxigénio, o azoto, etc.

Um átomo pode parecer uma construção muito simples - electrões que giram em volta de um núcleo central – e, em certo sentido, assim é.

Mas, por outro lado, trata-se da coisa mais complexa que existe no plano físico.

A geometria e a álgebra envolvidas na concepção dos átomos que conformam o plano físico, manteria ocupados, durante anos, a maioria dos nossos mais potentes computadores!

A matéria não ocorreu espontaneamente; foi cuidadosamente planeada, e fez-se questão de saber como ela se comportaria em todas as circunstâncias, antes de se continuar com o desenvolvimento da sua criação.

Não pensemos, nem por um instante, que o estado de consciência que «encarna» o electrão é diminuto.

O electrão não é uma partícula diminuta, mas sim um «campo de possibilidades»; é uma parte do espaço no qual existe esse estado de consciência, embora de uma forma tão subtil que os cientistas não podem ter a certeza.

Por isso, afirmam que o electrão «provavelmente» existe.

Acrescente-se que este estado de consciência que «encarna» o electrão no plano físico, pode colaborar em inúmeros outros planos e em inúmeros universos simultaneamente.

Os átomos podem permanecer livres ou ligarem-se para formar moléculas.

Estas, por sua vez, unem-se para constituir uma forma, a qual é determinada conjuntamente pelas unidades de energia em si mesmas e pela entidade organizadora.

E estas entidades organizadoras assumem a responsabilidade de dirigir a energia sob a forma de átomos ou moléculas, de acordo com as matrizes concebidas, por exemplo, para um cristal, uma pedra, uma célula da semente de uma planta, uma árvore, etc.

A lista não tem fim, evidentemente.

Estas matrizes assemelham-se muito aos computadores pessoais: além de serem, simultaneamente, programas vivos e base de dados, também podem armazenar vastas quantidades de informação.

A estrutura do ADN, que existe no coração de cada uma das nossas células, é uma base de dados que contém a nossa história actual, a história de todas as nossas encarnações e, adicionalmente, a de toda a espécie humana!

Por exemplo, uma árvore cresce sob a orientação de um ser de energia (chamamos-lhe «espírito das árvores» se quisermos), que é quem concebe a matriz da árvore e organiza as unidades de energia de acordo com esse padrão.

Uma vez organizadas, as unidades de energia «recordam-se» da sua função e continuamente mantém as partículas subatómicas combinadas em padrões cada vez mais extensos.

Quando olhamos para uma árvore, o que estamos a ver realmente é energia pura organizada por um ser consciente e alerta de acordo com a matriz previamente concebida.

O nosso cérebro, então, através do hábito, descodifica esse padrão de energia visual e reconhece-o como sendo uma árvore.

Quando agarramos um tronco de uma árvore, as nossas mãos e a árvore são dois campos de energia que entram em contacto; então, o nosso sistema nervoso agrega toda essa informação e descodifica o contacto como estimulação táctil.

Finalmente, o cérebro usa essa informação para fabricar a imagem daquilo que reconhecemos como uma árvore.

Se um carpinteiro chega, corta a árvore e usa a madeira para construir uma cadeira, ele altera a forma que responde à matriz principal.

Aí, as unidades de energia conscientes que constituem a madeira «lembram-se» do seu novo padrão e mantêm-no fielmente até que haja outra alteração.

Por exemplo, se a cadeira arder, a energia consciente das moléculas de celulose reorganizam-se sob um novo padrão, digamos: átomos livres de carbono, oxigénio e nitrogénio.

Só para ficarmos com uma ideia de tamanho, o espaço existente dentro e entre esses átomos é imenso: se o núcleo do átomo fosse do tamanho de uma bola de futebol, o átomo em si teria as dimensões do campo de futebol; a primeira fila de electrões estaria aproximadamente colocada onde se encontra a primeira fila de assentos e o átomo mais próximo estaria como que à distância da cidade vizinha!

Portanto, quando falamos de matéria «sólida», ela está, de facto, longe de ser sólida!

Estes electrões, que pensamos serem partículas diminutas, não pesam nada, em absoluto.

Muito simplesmente são pacotes de energia zumbindo à volta do núcleo a uma velocidade enorme.

É essa velocidade que lhes dá a sua evidente substância, ou os deixa no estado de quase substância», da mesma forma que uma bala disparada contra um alvo produz maior impacto do que uma bala simplesmente atirada contra esse alvo.

Nem sequer o núcleo é sólido; também ele é feito de partículas mais pequenas (neutrões e protões), os quais, quando examinados de perto, mostram que também são formados por partículas ainda mais pequenas.

Neste nível, aproximamo-nos do ponto em que a energia pura se manifesta como aquilo que nós cremos ser matéria, assim como dos lapsos de tempo infinitesimalmente curtos que isso demora.

Também estamos perto dos limites dos instrumentos físicos.

Estes instrumentos podem detectar a súbita aparição de uma partícula subatómica, mas não a sua real transformação a partir da energia pura, porque a unidade de energia que a criou não é física; não sendo física... não pode ser registada por instrumentos físicos!

Os físicos concluíram que a única vez que as partículas subatómicas são verdadeiramente partículas é quando as podem observar; fora disso são ondas de energia.

Desta forma, jamais chegarão a conhecer a condição de um electrão não observado, pelo que não existe uma forma de determinar a estrutura básica do plano físico ou de explicar como funciona.

Num nível mais profundo, estamos a falar de irrupções de energia consciente para dentro do plano físico.

Esta energia, ao deslocar-se a velocidades incríveis, aparenta solidez da mesma forma que as pás de um ventilador eléctrico em movimento rápido dão a sensação de serem um disco sólido!

Assim sendo, o mundo material não passa de uma ilusão?

Sim.

Todo ele é feito de hologramas e de ondas estacionárias.

A base de qualquer tipo de organização da energia em matéria é a onda estacionária.

Esta ideia é vital para podermos entender o que somos e como nos manifestamos.

O que se segue pode parecer física, mas, de facto, é a essência da metafísica.

II.1 - HOLOGRAMAS

Se estivermos familiarizados com o fenómeno conhecido como holograma, sabemos que a imagem de um objecto pode ser capturada numa película especial, combinando dois raios de luz laser, um deles reflectido a partir do objecto, mas o outro não.

Estes dois raios interagem entre si para criar uma imagem especial sobre a película; quando o raio laser volta a passar através dela, uma imagem tridimensional do objecto aparece «flutuando» no nada.

No entanto, ao contrário das fotografias, a imagem da película holográfica não se assemelha com a do objecto original; surge como um conjunto de círculos concêntricos, denominados padrões de interferência.

Se o raio laser é projectado sobre qualquer fragmento da película, a imagem volta a surgir, ainda que um pouco menos nítida, uma vez que a imagem ocupa a película completa.

Portanto, há aqui dois aspectos distintos a considerar:

1 - A matriz, ou seja, a imagem do objecto impressa na película (o padrão implícito).

2 - A imagem projectada (o padrão explícito).

A analogia do holograma oferece algumas pistas importantes sobre a natureza da realidade e acerca de como podemos trabalhar com ela.

Assim, também aqui há dois aspectos distintos a considerar:

1 - A realidade quotidiana das nossas experiências (a imagem projectada - o padrão explícito);

2 - A matriz dessa realidade (ou o padrão implícito) que permanece oculto para nós.

Aqui temos a razão pela qual uma partícula subatómica pode estar em toda a parte ao mesmo tempo: a sua matriz está dispersa ao longo de todo o padrão implícito!

Isto contradiz, claramente, a física clássica que descreve o mundo físico como um conjunto de coisas discretas e locais, todas elas interactuando de muitas formas limitadas.

Finalmente, estamos em condições de chegar a uma conclusão importante:

Imaginemos que a matéria, tal como a conhecemos, é feita de ondas subatómicas e está organizada de forma a formar padrões de ondas tridimensionais (o padrão implícito).

Então, esse milagroso órgão chamado cérebro humano detecta esses padrões projectados e constrói, a partir deles, o que aparenta ser uma realidade objectiva (a imagem projectada - o padrão explícito).

Esta realidade parece-nos sólida e real porque o nosso corpo físico também é uma imagem tridimensional projectada!

A realidade não é, por conseguinte, algo objectivo que existe «lá fora», mas sim algo subjectivo «aqui dentro»; além disso, é distinta para cada ser humano.

Logo, tudo isto faz com que sejamos o quê?

Seremos nós um ‘padrão implícito’ de carne e osso ancorado num mundo sólido?

Ou somos a imagem difusa de um ‘padrão implícito’ de um holograma, desdobrando-se no meio de um imenso remoinho de padrões maiores?

E qual é o papel da consciência em tudo isto?

Será ela a luz que brilha através dos padrões ocultos na película fotográfica?

Ou será o próprio padrão?

Bom, pois é ambas as coisas!

A consciência dá forma tanto às matrizes ocultas (o padrão implícito) a partir de outras ainda mais remotas, como à luz que brilha através dessas matrizes para que seja projectado o que os nossos sentidos captam.

Todavia, estamos a falar de funções distintas da consciência.

A consciência subatómica cria os blocos de construção da matéria, ao passo que outras partes da dela os organiza em padrões ainda mais complexos: as células, os órgãos físicos, as emoções, os pensamentos.

E todos estes componentes do nosso ser terreno se mantêm conscientes, cada qual à sua maneira.

Mais: a nossa consciência pessoal interage com todas as outras consciências, pertençam elas aos seres vivos ou aos chamados seres «inanimados».

Sabemos que tudo isto é suficiente para fazer saltar os fusíveis do corpo mental de qualquer pessoa; mas é importante sabermos quão fluida é a realidade, para que sejamos capazes de a manejar.

Se acreditássemos que a nossa composição é inalterável, decerto não nos autorizaríamos a mudar.

Por exemplo, nós sabemos que imensos padrões de comportamento antiquíssimos estão armazenados nas células do nosso corpo físico; ora, se as células fossem inalteráveis e a energia desses velhos padrões de comportamento ficasse ali aprisionada, como poderíamos livrarmo-nos de tal coisa?

E, dado que as células são a projecção de uma matriz oculta (o padrão implícito), o que aconteceria se fossemos capazes de reformular essa matriz ou a forma como ela foi projectada?

Ora, nós possuímos a ferramenta necessária para fazer isto: a consciência.

Tal como veremos mais à frente, a espécie humana está envolvida na busca da criação de uma realidade, mas tornou-se tão eficiente a criar realidades... que já não se apercebe desse envolvimento!

Cada coisa que experimentamos é, não só o resultado directo dos nossos esforços para criar uma realidade, mas também da projecção fiel das nossas matrizes internas.

Se não nos apercebemos de «que experimentamos o resultado directo dos nossos esforços para criar uma realidade» ou de que somos «capazes de reformular essa matriz ou a forma como ela foi projectada», continuaremos a criar a mesma antiquíssima realidade o que não é nada divertido!

As coisas, porém, são muito mais maleáveis e plásticas do que imaginamos.

Mais adiante isso provará ser de grande importância.

As nossas emoções e pensamentos provêm da nossa matriz interior (o padrão implícito), e o nosso quotidiano é a imagem projectada (o padrão explícito).

Por conseguinte, as nossas emoções e pensamentos pessoais interagem com as emoções e pensamentos alheios, tal como nós, ao vivermos a nossa vida, interagimos com a vida das outras pessoas.

No entanto, o que cada um pensa e sente desempenha um papel fundamental naquilo que lhes acontece.

A realidade, tal como a conhecemos, é projectada a partir de uma gama de matrizes parecidas com hologramas.

Embora as matrizes estejam em níveis distintos para poderem ser «removidas» da realidade ordinária, as imagens que elas projectam estão sobrepostas.

E se é verdade que as imagens das frequências mais baixas dessas matrizes parecem ser sólidas (desde o ponto de vista do nosso corpo sólido!), também é certo que aquilo a que chamamos «espaço» está repleto de imagens das frequências mais elevadas, evidentemente não «sólidas».

E todas coexistem umas com as outras.

Nós mesmos somos formados por muitas projecções – a física, a emocional, a mental e a espirituala partir de matrizes preparadas por nós mesmos enquanto ESPÍRITO, as quais são, por sua vez, projecções de outras matrizes provenientes de frequências mais elevadas.

O mais importante de tudo isto é que nós podemos conceber e alterar matrizes através da visualização!

A criação da realidade funciona nos dois sentidos:

Se desejamos atrair para nós uma determinada situação agradável, podemos conceber a matriz dela e, depois, verificar como se projecta no plano físico sob a forma de acontecimentos que podemos experimentar; se desejamos livrarmo-nos de uma situação desagradável... e lhe resistimos em vez de visualizarmos um «quadro» diferente, estamos a cometer um erro triplo: reforçamos a matriz, fortalecemos o mecanismo de projecção e perpetuamos a situação indesejada.

Bom, e se a coisa chegar à doença, também podemos usar a visualização para «reparar» a matriz do órgão afectado e recuperar a saúde!

Assim, a consciência – que está profundamente ancorada na tela da realidade - é o padrão por detrás da realidade objectiva (o padrão implícito), e de cada ocorrência na história do Planeta Terra (o padrão explícito).

A série televisiva «O Caminho das Estrelas: A Geração Seguinte» é um excelente exemplo de criação da realidade: a plataforma de hologramas da nave Enterprise é capaz de criar imagens de objectos e de pessoas que operam dentro dos parâmetros concebidos pelos programadores da «realidade».

Qualquer alteração subtil no programa poderá alterar, digamos, o nível de agressividade de um carácter holográfico ou desactivar uma situação ameaçadora.

No entanto, ao contrário do que acontece nas aventuras da Enterprise, os hologramas da actualidade (uma bala holográfica, por exemplo!), podem matar-nos; até um monstro holográfico nos pode devorar... a menos que possamos dispor da matriz que o gera!

A série da TV decorre no século XXIV mas a tecnologia para esculpir a energia desta forma estará disponível muito antes disso.

Tudo isto nos conduz à questão de como é que o plano físico se formou.

Uma imagem holográfica é, de facto, formada por luz contida dentro de um invólucro com uma forma específica daquilo que quer representar.

Mas é apenas uma imagem que representa a matriz original.

Toda a informação necessária para gerar esta imagem está codificada na película.

E o invólucro, na realidade, é uma espécie de onda estacionária.

II.2 - ONDAS ESTACIONÁRIAS

Quando eramos mais novos, se calhar, numa das nossas brincadeiras com um amigo, experimentamos esticar uma corda que pusemos a vibrar aplicando-lhe uma pequena pancada.

Com essa acção, fizemos com que uma pequena onda deslizasse pela corda, atingisse a mão do nosso amigo e regressasse a nós.

O que se moveu ao longo da corda foi energia.

A corda deslocou-se para baixo e para cima, mas não ao longo do seu comprimento.

Se os dois tivessem feito vibrar a corda ao mesmo tempo, duas coisas poderiam ter ocorrido:

se ambos tivessem pulsado a corda da mesma maneira (por exemplo, de cima para baixo), conseguiriam uma onda com o dobro do tamanho, a meio da corda, ou

se um tivesse puxado a corda para cima e o outro para baixo, as ondas interfeririam uma com a outra e anulavam-se.

No primeiro caso, a interferência entre as ondas foi positiva; no segundo, foi destrutiva.

Imaginemos agora uma corda mais curta, sob tensão como a de uma guitarra, que produzirá um som característico.

Se a percutirmos, introduzimos-lhe energia bruta, a qual, naturalmente, adopta certos padrões.

O padrão mais forte é uma onda cujo comprimento é igual ao da corda, digamos: um metro.

Mas outras ondas se formarão com comprimentos equivalentes a 1/2, 1/3, 1/4, etc. do tamanho total da corda, ou seja, 50 cm, 33 cm e 25 cm, respectivamente.

Estas são as chamadas ondas estacionárias que formam uma família com base no comprimento de onda natural da corda.

A combinação particular de ondas estacionárias é o que confere a um instrumento o seu timbre individual ou a sua «assinatura» tonal.

O importante acerca destas cordas vibratórias é que duas cordas idênticas, sob condições idênticas, geram sempre a mesma onda natural e respectivas harmónicas.

Se duas cordas idênticas forem colocadas uma junto da outra, e se uma delas for percutida, gerará um campo de energia sonora que a outra captará.

Se esta segunda corda estiver afinada no mesmo comprimento de onda da primeira, ressoará por simpatia.

Esta ressonância é supremamente importante quando se lida com corpos de energia humanos acerca da qual temos muito mais a dizer.

E, agora, tornemo-nos malabaristas: imaginemos que somos o Chefe de Sobremesas de uma nave espacial e que, indo para a cozinha, somos capazes de fazer gelatina sob gravidade zero.

Nessas condições a gelatina mantêm-se perfeitamente firme, sem necessidade de qualquer contentor que lhe dê forma!

Mas imaginemos que fazemos dois tipos de gelatina, uma vermelha, outra amarela.

Então, no momento exacto que antecede a solidificação, usamos a nossa arte para as juntar de tal forma que se misturem só parcialmente, formando gelatina cor-de-laranja na zona de separação.

Agora, se fizermos vibrar a gelatina vermelha (que está por fora) dando-lhe uma pequena pancada, essa vibração irá atingir a gelatina amarela.

Se percutirmos a gelatina vermelha com regularidade, formar-se-á uma onda estacionária, e a gelatina amarela – por ter a mesma composição – ressoará com a mesma frequência.

Imaginemos agora o que se passará se formos suficientemente hábeis para colocar a gelatina amarela dentro da gelatina vermelha.

Como é que a gelatina amarela reagirá?

Como acabamos de descobrir uma qualidade inata dos campos, assim como o fenómeno da ressonância das ondas estacionárias entre dois campos, é fácil responder: se um campo está afinado com a energia de uma frequência em particular (gelatina amarela, que está por dentro), absorverá a energia de uma onda estacionária de outro campo (gelatina vermelha, que está por fora) e começará a vibrar a sua própria onda estacionária!

De facto, qualquer campo ressoa, desapaixonada e automaticamente, com a energia de um campo similar que esteja por perto.

Isto produz uma ressonância por simpatia que poderá ser-lhe prejudicial se o campo emissor vibrar de uma forma desequilibrada.

Perfeito.

Agora, o que nos falta fazer é aprendermos a comer gelatina num ambiente sob gravidade zero!

Como veremos, a ressonância afecta-nos de incontáveis formas, quer o saibamos, quer não.

Mas, de agora em diante, seremos capazes de, conscientemente, usar estes conhecimentos como uma ferramenta para a ascensão.

II.3 - CAMPOS DE ENERGIA

A nossa personalidade é composta por três campos de energia e pelos seus respectivos conteúdos.

E a combinação entre um campo e a sua energia é aquilo a que chamamos «corpo».

Assim, o nosso eu-espírito organiza a sua própria energia em ondas estacionárias para gerar três corpos energéticos dentro dos seus invólucros respectivos - o físico, o emocional e o mental - que depois projecta ou, se quisermos, manifesta.

O quarto corpo – o espiritual – constitui-se como uma ponte entre estes três corpos inferiores e o ESPÍRITO.

Como veremos mais adiante, é extremamente importante o facto de estes quatro corpos, cujas naturezas são tão distintas, se projectarem ou se quisermos, se manifestarem a partir de mesma «coisa».

Vejamos, primeiro, o corpo físico.

Muitos factores determinam a forma como ele se manifesta.

Há muito tempo que a espécie humana optou por um processo de nascimento físico em vez de, simplesmente, projectar o corpo para dentro de um campo criado pelo ESPÍRITO (mais tarde veremos a razão por que é assim).

Além disto, a concepção foi projectada para diversificar o conjunto de genes e, assim, permitir uma infinita variedade de matrizes genéticas físicas.

No momento da concepção, as matrizes completas de ADN dos progenitores fundem-se para formar uma terceira matriz; depois, à medida que o ovo se vai subdividindo e que as células se vão formando, as unidades de energia consciente colaboram na formação das partículas subatómicas, depois dos átomos e, seguidamente, das moléculas.

Este processo é supervisionado pela matriz do corpo físico, a qual está contida nos padrões gerais do próprio ADN.

Enquanto ESPÍRITO, cada um de nós seleccionou, previamente, os seus futuros pais em função da sua genética, das condicionantes e das circunstâncias familiares necessárias à sua encarnação, prestes a ocorrer; depois, «manipulou» cuidadosamente o seu ADN a partir do dos progenitores escolhidos.

Seguidamente, os três, em conjunto e em colaboração com os seus eus-espírito respectivos, decidiram o momento da concepção, baseando-se em factores imensamente complexos.

Os astrólogos ainda só vislumbraram uma pequeníssima parte de toda esta complexidade; os cientistas, por seu lado, descodificaram somente uma fracção dos milhões de informações armazenadas no ADN.

Para além das nossas características físicas, o nosso ADN também contém a história de todas as nossas encarnações através do tempo, assim como a história de cada uma das espécies que alguma vez tenham existido ou venham a existir.

O ADN pode ser entendido como uma série de moléculas, mas, tal como o holograma, deve ser lido na sua totalidade para se obter o máximo resultado.

Durante os primeiros meses de gestação, a energia consciente encarregada de construir as células, lê o ADN e descodifica-o para saber que tipo de célula deve construir.

As células em crescimento, através do seu próprio tipo de consciência, afinam-se simultaneamente com o molde do corpo físico e com o «futuro» para se orientarem em relação a como devem crescer e desenvolver-se.

Organizam-se a si mesmas e captam unidades de energia maiores para se poderem transformar, não só nos tipos de átomos necessários, mas também para se multiplicarem respeitando o modelo especificado pelo ADN para a sua função particular.

Por exemplo, a consciência de uma célula que vai integrar o fígado, capta energia e subdivide-se para formar outras células do fígado.

Então, o crescimento, que é muito rápido no início, vai abrandando à medida que se conclui o período de gestação; continua após o nascimento, durante vários anos, até que, finalmente, se estabiliza, passando a efectuar só as «reparações» que se tornem necessárias.

É assim que o corpo físico que se prepara para nascer vai sendo construído por ondas estacionárias (dentro de ondas estacionárias, dentro de outras ondas estacionárias), à medida que a sua consciência forma átomos, moléculas e órgãos.

Isto decorre sob a direcção do eu-espírito da entidade que vai encarnar e de algo que poderá ser considerado como uma versão «futura» do corpo, e que serviu de matriz.

Uma vez concebido, criado, nascido e desenvolvido até ao seu tamanho normal, nós não abandonamos o nosso corpo físico até que se lhe tenha acabado a corda, como se fosse um relógio!

Resta dizer que a energia que anima as partículas desse nosso corpo se renova vários milhões de vezes por segundo.

De facto, ele recria-se constantemente segundo o desenho do ADN que escolhemos e das formas-pensamento acerca do nosso corpo físico que guardamos na matriz do nosso corpo mental!

Os corpos físicos dos seres humanos são entidades milagrosas, com consciência própria, que se auto-regulam de uma forma extraordinária.

E nós passamos a vida arquitectando a consciência de acordo com as opiniões, nossas e alheias, acerca do nosso corpo físico.

De facto, através da ressonância, os pensamentos e as emoções que mantemos acerca de nós mesmo possuem um enorme impacto sobre a consciência do nosso corpo: o medo da doença ou da morte pode, literalmente, programá-lo para que adoeça.

Estes processos são responsáveis pela corrupção do ADN (o que, com frequência, gera o cancro) e das condições normalmente atribuídas ao envelhecimento.

Escusado será dizer que, ao invés, pensamentos de saúde e de bem-estar programam o corpo físico para que desencadeie os seus próprios mecanismos de cura.

Estas explicações só muito ao de leve afloram a complexidade do que realmente se passa; se explicássemos como procedemos para assegurar o crescimento do nosso corpo, ficaríamos totalmente assombrados!

Mas trata-se apenas de informações básicas, à guisa de curso, cuja intenção é mostrar que o corpo físico é, na realidade, energia ordenada de ondas estacionárias apesar de parecer um contínuo sólido de partículas subatómicas, átomos, moléculas e órgãos que se vão organizando até formarem o corpo completo.

Neste processo, cada unidade de energia está plenamente consciente do seu papel e colabora gostosamente na estrutura daquilo que, de acordo com a nossa noção de realidade, conhecemos como corpo físico.

Talvez fiquemos surpreendidos por termos aprendido que os corpos físicos são conscientes; não nos referimos, todavia, àquilo que costumamos entender por consciência.

O corpo sabe, por exemplo, o que deve fazer para que o coração bata, para que a digestão seja feita, para que se possa curar a si mesmo; também conhece os ciclos da lua, dos planetas e das estrelas, e constantemente se serve e se adapta a eles.

Todavia, como é composto da energia consciente que foi «colhida» do imenso campo planetário... convém dizer que o planeta e o ESPÍRITO desempenharam um papel muito mais preponderante no nosso nascimento do que os nossos pais biológicos!

O que consideramos ser a nossa consciência é, realmente, uma mistura de vários tipos distintos de consciência, o que não impede que formem a unidade subjacente à nossa existência:

a consciência subatómica, que conhece os imensos campos cósmicos e nos quais interage com as outras consciências subatómicas;

a consciência celular, baseada na matriz do ADN, que contém a gravação das experiências da nossa vida, dos nossos pensamentos e das nossas emoções;

a consciência do corpo, isto é, a consciência celular relacionada com algumas ideias próprias, apesar de o corpo físico depender bastante das crenças que o corpo mental tem em relação à sua própria imagem;

a consciência das emoções que fluem em cada momento, sobrepostas às emoções do passado às quais nos aferramos em vez de as deixares partir;

a consciência dos pensamentos e das crenças com estruturas a realidade; consciencializamos-mos, porém, de que uma crença não passa de uma opinião acerca da realidade;

a consciência espiritual, intuição ou conhecimento directo.

Este tipo de consciência está relacionado com o que tem sido denominado frequentemente como Mente Universal, mas, na verdade, pertence a uma matriz oculta a partir da qual a realidade flui.

É este tipo de consciência que contém, entre outras coisas, os arquétipos da nossa espécie – os aspectos heróicos da humanidade.

Através desta «interface» com a realidade física, nós podemos aceder a outros tempos, outros lugares e outras dimensões.

A maior parte da energia que entra na composição do nosso corpo físico provém da assimilação dos alimentos que ingerimos; este processo, porém, está a ser gradualmente abandonado porque a energia está a deixar de ser «assimilada» para passar a ser, progressivamente, «projectada».

Vejamos como isto funciona: em vez da energia das proteínas, dos amidos e dos outros componentes da comida ingerida, os níveis do ESPÍRITO do nosso ser já começaram a projectar unidades de energia conscientes para dentro do nosso campo físico, cuja missão é fabricar e reparar as estruturas celulares, ou seja, fazer o que, até aqui, era a função da energia «assimilada».

Na verdade, o eu-espírito de cada um de nós está a «reformatar», sistematicamente, as células do corpo físico para que passem a ser alimentadas pela energia «projectada», em vez de pela «assimilada».

Resta acrescentar que esta energia «projectada» provém da que está por detrás da radiação conhecida como luz solar.

Portanto nós já começamos a formar aquilo que é conhecido como Corpo de Luz!

Cada vez mais o corpo físico se alimentará de energia, em vez dos nutrientes físicos, contidos no invólucro celular.

Uma das consequências desta alteração é que a frequência das células, e do corpo em geral, está a elevar-se.

Com o tempo, o corpo vai começar a brilhar suavemente; aí, estaremos num Corpo de Luz!

Há várias formas distintas de desencadear esta mudança, mas, normalmente, torna-se necessária uma certa forma de consentimento consciente da parte de cada um de nós.

A intenção deste trabalho é oferecer-nos uma espécie de «mapa de estradas», um plano do terreno que temos pela frente, para que possamos envolvermo-nos neste processo com conhecimento e entendimento.

Cada um dos diferentes campos (físico, emocional, mental e espiritual) vibra de acordo com a sua frequência característica.

Numas pessoas vibram rapidamente; noutras, lentamente, todavia, nós fazemos vibrar os nossos campos numa proporção específica em relação aos outros campos – 11, 22, 33 e assim sucessivamente.

Se a taxa de vibração de um campo muda a e relação varia, sentir-nos-emos «deslocados» ou enjoados.

Para encerrar este capítulo: diz-se com frequência que a ciência e a religião são como dois comboios movimentando-se na mesma direcção, sobre carris paralelos, num processo onde a religião se empenha na exploração do Pensador e a ciência na exploração do Pensamento.

Não tarda, porém, ambas se encontrarão num ponto onde os carris passam a ser um só.

O que acontecerá então?

Bom, poderá ocorrer um choque tremendo ou, pelo contrário, pode ser que, finalmente, compreendam que Pensador e Pensamento são uma e a mesma coisa!

O princípio organizador do Universo e a energia que compõe o universo, físico e não físico, são a mesma coisa: um contínuo de energia consciente, vibrando em todas as frequências concebíveis e inconcebíveis, organizadas com uma beleza tal que a respiração se suspende.

E esta energia deleita-se no regozijo da sua criatividade.

 

Com amor e profunda gratidão,

Luís Barros