14 de maio de 2021

SEBENTA – 65

UM MANUAL PARA A ASCENSÃO

PRIMEIRA PARTE

CAPÍTULO I

O QUE É A ENERGIA?

Nós possuímos um determinado número de corpos.

Estamos familiarizados com um deles, o corpo físico, embora já não se passe o mesmo com o corpo emocional, o corpo mental e o corpo espiritual.

Todos estes corpos são compostos de energia.

Esta energia, porém, não pertence ao espectro electromagnético que integra a luz, as ondas de rádio e os raios X, etc., que se mede por comprimentos de onda e que nós bem conhecemos.

Esta energia de que falamos encontra-se por detrás dessa outra, por detrás daquilo a que chamamos matéria.

Trata-se de uma energia que não pode ser detectada pelos instrumentos dos cientistas, porque esses aparelhos também são feitos de matéria... e nenhum artefacto pode detectar frequências mais elevadas do que aquelas de que é feito!

Esta energia de frequência mais elevada é a energia da Fonte, a partir da qual derivam as diferentes frequências da energia dessa 3ª dimensão onde estamos, uma das quais, por exemplo, conhecemos como luz.

Embora a energia seja um contínuo, podemos pensar nela, no que diz respeito ao nosso tema, como uma quantidade infinita de «unidades», onde cada uma delas dispõe de um tipo particular de consciência.

Estas unidades de energia concordam em integrar esquemas de consciência de ordem muita elevada, tais como as células do nosso corpo.

Esta energia é, portanto, o que nós somos; é dela que somos feitos.

E o estado de alerta por ela alcançado constitui, por sua vez, a base da consciência que temos acerca de nós mesmos.

Como resposta, o nosso sentido de ser organiza essas unidades de energia e fornece-lhes uma estrutura psicológica, mediante a qual elas podem expressar-se a si mesmas.

O Universo está organizado para permitir que alguns estados de ser da energia, tais como nós mesmos, possamos desempenhar uma função.

Através desta explicação facilmente poderemos deduzir que a energia está dividida em oitavas: a Fonte ocupa a oitava mais elevada e o plano físico representa a mais baixa.

Os Mestres e outros níveis do seu ser existem e desempenham as suas funções nesse leque de oitavas.

Não é somente o nosso ser que está composto de energia.

Qualquer coisa que concebamos manifestar-se-á através da ulterior organização das unidades de energia: quando pretendemos criar algo, seja um átomo ou uma galáxia, começamos por projectar um campo receptivo, análogo ao espaço, e logo irradiamos unidades de energia para o seu interior, organizadas de acordo com a nossa intenção ou com as nossas formas de pensamento.

A única maneira de criar algo é organizando este fornecimento ilimitado de unidades de energia, de acordo com a intenção.

Assim, não só o ser que conhecemos como nós mesmos, mas também tudo aquilo que criamos ou destruímos, é composto de energia.

Repetimos: esta energia não é nem o calor nem a luz que conhecemos, mas sim uma energia muito mais subtil... mais parecida com energia de um dos nossos pensamentos.

Isto suscita muitas perguntas interessantes acerca das dimensões da energia, tal como, por exemplo a natureza do espaço e do tempo.

I.1 - O ESPAÇO

Dissemos, acima, que quando pretendemos criar algo, começamos por projectar um campo receptivo, análogo ao espaço, em cujo interior irradiamos unidades de energia de acordo com a nossa intenção.

Esta ordem de espaço é, porém, muito mais elevada do que a do espaço físico onde estamos; desde o ponto de vista terreno, não seria preciso nenhum espaço em absoluto.

No entanto, ele é tão detalhadamente real para nós, tal como as dimensões de um quarto o são.

Projectamos, ou imaginamos, este espaço... tal como outros estão projectando o espaço tridimensional no qual vivemos!

Já poderemos ter ouvido dizer que o espaço físico nada mais é do que uma forma de pensamento ou a construção de uma ideia.

Ora, isto levanta a seguinte pergunta:

- Quem é que tem esse pensamento?

Tranquilizemos-mos!

Há entidades imensas «pensando», mui diligentemente, o nosso espaço tridimensional, mantendo-o com uma claridade e uma concentração que não podem ser descritas.

Muitos seres humanos participam nisso através dos seus níveis superiores!

O espaço por nós concebido é o mais adequado à energia, tal como uma estrada asfaltada é mais «adequada» aos veículos do que o terreno que está por baixo dela; ou tal como um fio metálico conduz melhor a electricidade do que o ar que se respira.

O espaço, portanto, é um campo criado para conduzir a energia!

Nas dimensões superiores nós criamos o nosso próprio espaço; porém, na 3ª dimensão onde estamos, os nossos níveis mais altos – aqueles que vibram nas dimensões superiores - criam o espaço físico... para que os seus próprios níveis mais baixos possam viver no plano físico!

Este espaço é, simultaneamente, um campo unificador e um campo separador: unificador, porque permite que aquilo que irradiamos para dentro dele possa interagir; separador, porque está organizado para que as radiações não se sobreponham.

Imaginamos o contacto entre dois objectos, por exemplo um livro e o apoio que, na prateleira, o mantém de pé.

O livro e o apoio não se interpenetram porque o tipo de energia que projectamos mantém os seus campos separados.

I.2 - O TEMPO

Desde a perspectiva dos níveis superiores do nosso próprio ser - o tempo, tal como o conhecemos, muito simplesmente, não existe!

Os níveis superiores do nosso próprio ser, participam plenamente no presente, passado e futuro deste planeta, simultaneamente.

Os nossos níveis superiores são conscientes, com uma certeza semelhante à que temos em relação à nossa actual encarnação, de que algumas fracções da sua energia estão encarnadas em muitos sítios da história da Terra.

Deve-se isto a que não estão constrangidos por um cérebro linear, mas utilizam o conhecimento directo.

Esta é a grande diferença entre nós.

O cérebro humano opera de forma sequencial, com um tempo finito, necessário para processar qualquer informação sensorial.

Sem desdenhar da sua assombrosa estrutura, o cérebro e o sistema nervoso são lentos.

Quando queimamos um dedo, tiramo-lo do lume ou sacudimos a brasa; entre o contacto inicial e o acto de soltar a brasa pode decorrer até um segundo; outros projectos mais complexos, porém, tal como desenhar uma casa ou um sistema por computador, podem ocuparmos por meses, ou anos, devido ao tempo necessário para processar os pensamentos no cérebro.

Alguns projectos são tão extensos que não podem ser concluídos no lapso de uma só vida do participante; assim foi criado o conceito da história!

Alguém que nasça hoje deve ser informado do que ocorreu no planeta até à data, ou, pelo menos, de algumas partes seleccionadas do que se passou.

Algumas pessoas passam toda uma vida registando as ocorrências e contando-as aos outros; tudo isto porque as ligações do cérebro demoram uns quantos milissegundos a ocorrer.

Os níveis não físicos do nosso ser não possuem esta limitação.

Através do conhecimento directo da energia que compõe os acontecimentos, a esses níveis não lhes custa nada fazer a conexão com qualquer ponto do passado ou do futuro do nosso planeta.

Tentemos visualizar como se sente isto: imaginamos que vibramos na frequência mais elevada do nosso próprio estado de consciência e que estamos a olhar para baixo.

Então vemos várias pessoas, cada uma das quais está num momento distinto da história.

Então, através da simples intenção, podemos misturarmo-nos com qualquer delas ou com todas, simultaneamente.

Dado que nós somos elas, podemos convertermos-mos nelas e conhecer cada faceta do que estão a pensar e a sentir!

Um exemplo: imaginemos que somos, simultaneamente, um especialista em cristais da Atlântida, um soldado romano, um camponês medieval e, claro, o «Eu» desta encarnação.

Tentamos sentir como cada uma dessas funções percebe o tempo, como o percebemos nós desde o momento em que estamos, e como interagem todos, entre si.

Mas, atenção: tudo foi cuidadosamente planeado, desde o início, para que assim fosse!

Todavia, não tinha que ser, exclusivamente, desta maneira; com outras espécies, em outros sistemas de realidade isto é feito de forma muito diferente.

A nossa espécie, em particular – a um alto nível do ESPÍRITO – tomou a decisão colectiva de criar a sensação da passagem do tempo e, assim, beneficiar de várias ferramentas de aprendizagem!

Uma delas - o karma ou a Lei do Equilíbrio – baseia-se no conceito de que se a pessoa X afecta, de alguma forma, a vida da pessoa Y, então, como efeito disso, deve haver uma reciprocidade.

Logo, Y deverá afectar a vida de X da mesma forma, ou forma similar e, assim, criar um equilíbrio energético.

Bom, simplifiquemos bastante, pois existem muitas excepções a esta reciprocidade.

Seja como for, desde a perspectiva de X e de Y, no plano físico, X tem de actuar primeiro e só depois actuará Y.

Vejamos: De facto, era necessário ter algum marco de referência para que as coisas não ocorressem ao mesmo tempo.

Se não fosse assim, X e Y seriam incapazes de destrinçar qual deles era a causa e qual deles era o efeito.

Para resolver este problema, nós concebemos a percepção do tempo linear para funcionar como marco de referência.

Bom, de facto, não tivemos que criar nada de novo; limitamos-mos a perder a capacidade de experimentar o tempo simultâneo!

E a matriz do cérebro, que a espécie escolheu para o corpo do ser humano, respeita perfeitamente essa característica.

É claro que, desde uma perspectiva mais elevada, as acções de X e de Y ocorrem simultaneamente, pelo que o intercâmbio energético de ajuste depende, somente, da coreografia dos níveis não físicos de X e de Y.

Alongamo-nos na explicação do ponto do tempo simultâneo porque isto explica a razão pela qual a energia disponível para criar é ilimitada: a mesma unidade de energia pode estar facilmente em inumeráveis pontos da linha do tempo físico, mediante a simples declaração da nossa intenção.

A mesma unidade de energia pode conformar, simultaneamente o gorro do cortador de cristais da Atlântida, a espada do romano e o cavalo do camponês.

Considerando a natureza brincalhona da energia, essa unidade de energia vai divertir-se imenso com a ironia envolvida no processo!

Estamos a falar da nossa percepção em relação ao tempo, não na sua divisão arbitrária em unidades, tais como horas, minutos e segundos.

Este tipo de divisão resulta, apenas, do tamanho da vara de medição.

Agora: o tempo do relógio parece-nos muito real porque está baseado, aparentemente, no movimento do planeta à volta do sol.

Ora, não existe nenhuma razão real para organizarmos as nossas actividades de acordo com a luz e a obscuridade.

Muito simplesmente, isso é conveniente... tal como é conveniente ter o planeta a girar à volta do sol, equilibrando as forças centrípetas e centrífugas.

Por «percepção em relação ao tempo» queremos dizer que nós somos capazes de perceber a «duração» de um acontecimento, queremos dizer que percebemos uma ocorrência, depois outra, depois outra ainda.

Mas, se pudéssemos experimentar todos os acontecimentos de uma só vez, o tempo não seria uma obstrução sensorial ou uma limitação.

Imaginemos um enorme tapete feito de fios verticais e horizontais: cada fio vertical é um ponto percebido do «agora»; os fios horizontais representam o espaço.

Os fios diagonais coloridos que formam o desenho do tapete, são os acontecimentos da nossa vida, ocorrendo no tempo (vertical) e no espaço (horizontal).

Agora, imaginemos um pequeno insecto deslocando-se sobre o tapete:

- Se ele se deslocar ao longo de um fio horizontal (espaço), terá de passar por cima de imensos fios verticais, ou seja, experimentará pontos do «agora» sucessivamente... mas fica preso num único sítio físico, porque os fios horizontais representam o espaço.

Ocasionalmente, ao tropeçar com um fio colorido, experimenta um pedacinho da nossa vida;

- Se subir ao longo de um fio vertical (tempo), terá de passar por cima de imensos fios horizontais, ou seja, experimentará pontos sucessivos do espaço... mas fica preso num único momento do tempo, no ponto do «agora».

Por outras palavras, experimentará tudo o que sucede através do espaço... num único momento.

Assim, como está num determinado ponto do tempo, verá «fotografias» do que sucedeu em muitos pontos do planeta nesse determinado instante... incluindo o que se passou na nossa vida.

Obviamente, se o nosso insecto se tornasse inteligente e decidisse seguir ao longo de um dos milhões de fios diagonais coloridos... experimentaria a vida inteira de uma pessoa.

Ora, desde o vantajoso ponto de vista «exterior» nós podemos ver o tapete completo: o tempo, o espaço e a tessitura das vidas das pessoas; e, se assim o desejarmos, podemos deixarmos-mos cair sobre qualquer ponto da trama e experimentar as nossas vidas com elas.

Ficaríamos, no entanto, muito ocupados, porque rapidamente nos daríamos conta de que existem milhões de tapetes pendurados ao lado deste, prolongando-se até ao infinito... além de que os fios coloridos passam de um tapete para outro, entretecendo-se em três dimensões – os tais universos paralelos de que já ouvimos falar!

Mas a coisa não fica por aqui: se quisermos, ainda podemos ver, embora indistintamente, uns «tapetes etéricos» resplandecendo perto das suas versões físicas, isto é, os tapetes que correspondem aos planos superiores!

Será que existe alguém nos observando, tal como nós observamos o insecto à medida que ele se movia no tapete, com a cabecinha olhando para baixo, seguindo diligentemente um pequeno fio?

I.3 - O MOVIMENTO

Estes dois componentes – o espaço e o tempo – conduzem a um terceiro: o movimento.

Para algo se mover entre dois pontos no plano físico é preciso tempo.

Mas o plano físico tem um limite teórico: o da velocidade da luz.

O movimento, todavia, é um fenómeno específico do plano físico.

Não ocorre da mesma forma nos planos mais elevados porque o espaço é um plano criado: na realidade, os pontos que o compõem não estão separados por nada e tudo se interpenetra.

Os cientistas terrenos estão surpreendidos por verificarem que dois electrões, em sítios diferentes, parecem ser capazes de se comunicar instantaneamente.

Isto acontece porque a energia consciente, que se manifesta como partículas subatómicas, não está no «espaço».

A energia consciente existe no ponto brilhante do Uno, na mente de Tudo O Que É, e desde aí projecta imagens que parecem ser partículas subatómicas, electrões, por exemplo.

Ora, uma vez que todos os electrões são projectados do mesmo ponto Uno, não surpreende que cada um deles saiba o que outro está a fazer!

O tempo é, somente, a duração percebida que é necessária para que algo se mova entre dois pontos; fora do plano físico o tempo é zero, dado que todos os pontos existem simultaneamente.

Assim sendo, se fossemos um electrão (o ESPÍRITO funcionando como electrão), poderíamos projectarmos-mos para o ponto A e para o ponto B ao mesmo tempo, pelo que a ideia de movimento entre A e B deixaria de ter significado!

Esperamos ter transmitido o sentido dos fundamentos do plano físico: espaço, tempo e movimento.

De facto, são leis locais, arbitrárias, aplicáveis ao plano físico e às frequências da Terra, e são os nossos sentidos que criam a percepção delas.

Sentir o espaço e o tempo são funções do intelecto, as quais foram edificadas no cérebro para apoiar a espécie humana sobre este planeta.

Elas são ferramentas de ensino comum, tal como, nas escolas, os estudantes concordam (normalmente!) em se encontrarem numa sala, a uma determinada hora, para assistir a uma aula sobre um tema previamente combinado.

Da mesma forma no nível físico, todos os membros de uma espécie devem pôr-se de acordo no que toca a certas coisas para que a visita de campo ao planeta Terra seja significativa.

Usamos a expressão «visita de campo ao planeta Terra» propositadamente, pois é importante que ampliemos a nossa percepção até termos consciência de nós mesmos como um imenso ser que está de visita a este recanto do Universo; um ser capaz de fazer certas «habilidades» com a energia a fim de poder desfrutar de «pequenas escapadelas» ao plano físico, chamadas encarnações... embora cada vez que isso acontece seja preciso «engendrar» um corpo físico e uma personalidade diferentes.

E, assim, tudo se torna muitíssimo interessante.

Estas «escapadelas», porém, poderão ser agradáveis... ou desagradáveis, se nos esquecermos de quem somos.

Seja como for, o que interessa é que aprendamos o máximo em cada uma delas!

No capítulo seguinte, entraremos mais profundamente na natureza da matéria física, enquanto onda permanente da oitava mais baixa da energia, e demonstraremos quão fluido é aquilo que acreditamos que é «sólido».

 

Com amor e profunda gratidão,

Luís Barros