- A lâmina nº 13 (A Morte) representa a grande transformação, a evolução de um nível de sabedoria para outro.
Esta lâmina tem uma imagem de um crânio e uma flor que germina do alto dele.
Isto significa que é na morte que encontramos a verdadeira vida, pois somente na morte terrena é que encontramos a imortalidade.
Também representa um recomeço a partir de um final.
Em suma, esta lâmina representa um círculo de eterno fim e recomeço e transformações, sempre de forma brusca ou irreversível.
No aspecto planetário e universal esta lâmina representa uma transformação obrigatória, sendo aplicada pela própria Lei da Natureza.
Foi esta lâmina que surgiu para mudar o destino da humanidade terrena na época em que o Cristo morreu.
Ela surgiu como um fogo devastador que queimou muitas crenças e credos deixando o caminho aberto para a Verdade.
É uma pena que esta Verdade reinou por um curto período e logo depois passou a haver muitas distorções, mas esta Verdade retornará e tomará conta da Terra, pois é assim que está escrito nos livros sagrados Talmud e Kabalah.
O Cristo foi o Crucificado, o Enforcado (lâmina nº 12), mas também foi a espada devastadora da Verdade, que calou a boca dos grandes sábios (lâmina nº 13).
- Agora vou-lhe explicar a última lâmina que tem um aspecto dos génios.
- Por que aspecto dos génios, Rabi?
- Porque as oito primeiras lâminas (0 a 7) têm o aspecto divinal.
Isso quer dizer que elas dizem respeito ao Pai e sua criação.
As outras 7 lâminas (8 a 14) dizem respeito aos génios.
Esta é a parte mais difícil de explicar, pois os génios, além de serem os sete planetas que regem a Terra diariamente, também são os espíritos de todos os seres humanos do universo.
Isto quer dizer que essas lâminas juntas são um grande livro sobre a evolução das criaturas de Deus.
As últimas sete lâminas (15 a 21) representam a evolução das criaturas criadas pelas criaturas de Deus.
Na verdade, essas últimas sete lâminas representam as condições de evolução da humanidade.
Elas representam também os obstáculos colocados nas escolas universais (planetas) para dar continuidade à evolução das criaturas.
Quando eu começar a explicá-los vai ficar muito mais fácil para você compreender o que estou tentando explicar agora.
Vamos primeiro dar continuidade às explicações com a lâmina nº 14 (A Temperança).
Nela se vê o desenho de uma criança com dois pequenos vasos, um em cada mão.
Um está com azeite e o outro com água.
Essas duas substâncias normalmente não se misturam, pois, a água repele o azeite fazendo-o subir e o azeite repele a água proibindo que ela ultrapasse sua barreira, porém neste desenho é possível ver a criança misturar essas duas substâncias, que na verdade são alma (azeite), corpo (água) e espírito (criança).
O espírito, que é a divina sabedoria, emana para a alma tudo que ela vai precisar em uma encarnação e a alma, por sua vez, tem que passar as informações necessárias para o corpo, que tem de enfrentar as condições terrenas para viver.
A água representa o corpo porque este é mortal e a água é um fluido que nasce da terra, mas a própria terra o absorve, o que significa que o corpo que neste mundo habita nele se acabará.
A alma aqui é o azeite porque este não morre simplesmente na terra.
Se nela for jogado por muito tempo ali permanecerá, proibindo que venha a nascer matéria viva neste lugar, pois a alma precisa ter um corpo para animar.
Seu corpo natural são os frutos das oliveiras.
Este mesmo azeite também dá vida longa ao fogo, pois ele é a luz do homem e quando o azeite da alma é esgotado pelo fogo da matéria o corpo do homem perde sua energia vital.
O espírito, que com facilidade mistura o azeite e a água, é a evolução da sabedoria.
Isto significa que uma simbiose entre corpo e alma começa a acontecer quando a matéria passa a compreender as vontades e necessidades da alma, quando o corpo começa a compreender a sabedoria divina e passa a ver sua vida como um círculo constante de evolução que não tem fim.
A maioria dessas lâminas já tem explicações maiores em tudo que já lhe relatei.
Por isso não me estou demorando em explicá-las para não ser repetitivo demais.
Vamos agora à explicação da lâmina nº 15, conhecida como O Destino ou O Diabo.
Esta lâmina também é conhecida como a serpente que expulsou Eva e Adão do Paraíso, para o povo que acredita nesta história, é claro.
A verdade é que esta lâmina marca os primeiros passos que o homem encarnado deve dar para sua evolução.
Para que você me compreenda bem vou-lhe explicar esta lâmina usando como base a história de Adão e Eva e a serpente que os levou ao pecado.
Na estória da Bíblia a Génese conta que Deus criou Adão e o paraíso e somente mais tarde criou a mulher, mas a verdadeira história eu já contei.
Vamos apenas recapitular.
Deus, como o homem, criou num processo de evolução os seus primogénitos de suas próprias emoções.
Tanto os primeiros filhos como o próprio Pai não tinham uma aparência definitiva.
Isso só aconteceu quando Deus tirou de seu próprio coração um pedaço, momento em que nasceu seu lado feminino (Eva), sua chama gémea e somente depois da evolução dela é que nasceram os filhos.
Da lâmina nº 15 foram encontradas diferentes imagens.
Uma lâmina tinha apenas uma face de homem e outra de uma mulher, ambos sendo engolidos por uma gigantesca serpente, mas uma outra lâmina encontrada dentro da esfinge do touro no Egipto retracta com fidelidade a verdadeira história.
Mostra o desenho simbólico de uma mulher nua em pé de um lado do riacho e um homem nu do outro lado desse mesmo riacho.
Eles estão separados, mas existe uma corda fina que amarra o homem pelo pescoço ao ventre da mulher.
No fundo pode-se ver a imagem de uma quimera, uma mistura de cabra e homem hermafrodita.
Para não te assustar vou tentar descrever esta imagem, que durante muitos anos aterrorizou as pessoas e, por incrível que pareça, ainda continuará a aterrorizar por mais alguns milhares de anos.
Esta quimera tem as pernas de uma cabra, sua região genital está desnuda e deixa à mostra um pénis erecto e é possível ver duas serpentes entrelaçadas no órgão.
Da cintura para cima este ser tem seios femininos fartos.
Sua face é a de uma cabra ou bode com chifres grandes, porém no alto de sua cabeça existe uma tocha acesa.
Seu braço direito aponta para o céu e o esquerdo para a terra.
Em suas costas as asas vermelhas estão abertas e o trono deste ser é um círculo dourado representando o sol.
Biblicamente falando esta é a imagem do pecado que Eva levou Adão a cometer e condenou assim toda a humanidade, mas não houve uma Eva ou um Adão culpado.
Esta quimera é o agente da evolução humana na Terra.
Ela mostra tudo que o homem tem que passar para chegar à evolução, a começar pelo facto de estar sentado encima do Sol.
Isto significa que o homem, enquanto permanecer ignorante, não poderá enxergar a verdade ou a verdadeira luz.
O facto de ter uma face de cabra demonstra a face do pecado.
Alguns seres sacrificam carneiros e cabras para sanar suas dívidas com Deus, pois ao fazerem isso acreditam estar se libertando de seus pecados.
Esse é um costume muito antigo e para algumas seitas ou religiões a oferenda a Deus de um belo animal dessa espécie é uma boa maneira de ser perdoado por algum erro.
Outras crenças acreditam que esse ser é o “agente do mal” e o cultuam como criador das luxúrias.
Os seios femininos e o órgão sexual masculino mostram a união das duas polaridades como sendo um só, unidos pelos pecados e pelo desejo carnal.
O órgão masculino entre tocado por duas serpentes representa a briga eterna do bem e do mal pelos prazeres da vida e da carne.
O órgão sexual masculino são os prazeres e as duas serpentes são o bem e o mal.
A tocha que está no alto da cabeça da quimera é a consciência que está acima de tudo e que vive em todo ser vivo, mas aguarda a hora certa para despertar.
As asas nas costas é a maneira que esse agente encontrou de dizer que o ser humano é livre.
Ele tem liberdade ou livre-arbítrio para ter escolhido provas da Árvore da Sabedoria e arcar com as consequências de não ter evolução bastante.
O ser é livre para errar e acertar.
Somente o pecado pode evoluir o homem dando a ele sabedoria o bastante para que compreenda seu próprio destino e tudo que nele existe.
O facto do ser apontar com uma mão para o céu e com a outra para a terra tem vários significados.
Dentre eles um diz que é preciso conhecer o inferno para chegar ao paraíso.
Outro explica que é preciso viver as dores da ignorância para conhecer o alívio da consciência.
O que você faz aqui em baixo está sendo visto lá encima, o que está em cima é o mesmo que está em baixo.
É preciso nascer para morrer e morrer para renascer.
Ignorância é o caminho para aprender e aprender é o caminho para o saber, etc.
Analisemos o homem e a mulher separados por um riacho, porém unidos por uma fina corda.
Esta fina corda é a mão do destino, que significa que para ser vida o homem precisa nascer.
Por isso sua sabedoria, força e soberania não podem existir se ele antes não habitar o ventre feminino, pois essa é a terra fértil onde o homem pode plantar suas futuras encarnações.
A mulher é a senhora da germinação e o homem é o dono da semente, mas somente juntos podem tornar possível o acto da criação.
Outra explicação bem clara é o facto de que hoje aquele que é homem um dia será mulher, pois o riacho que os separa é a alma, que não tem sexo, cor ou credo.
O destino atrai o homem pela razão, guiado somente pelo que vê e sabe.
O homem serve os conceitos sociais que determinam sua posição como ser superior, que em tudo manda e em tudo deve ser obedecido.
A mulher tem o ponto fraco no seu ventre, pois é mais fácil matar uma mãe através de um filho do que simplesmente matá-la através da dor.
Não há dor maior para uma mulher do que ter um filho morto ou doente.
Repousa sobre as mulheres a sabedoria que os homens desconhecem.
Quando é preciso são mais fortes que milhares de homens em fé, porém da mesma maneira são devastadoras como fogo.
Para sentir o que uma mulher é em sua essência é preciso encarnar como uma.
Para sentir o que um homem tem em sua essência é preciso encarnar como um.
Por isso homem e mulher tem que ser um complemento do outro, pois ambos carregam sabedoria oculta dentro de si, que só se revela quando se completam.
O sentido bíblico do homem e da mulher unidos significa que o homem teria que se reproduzir como semente, a mulher seria o alimento da semente e a terra a desabrochar e juntos teriam que ser os jardineiros cuidadosos a zelar pelo jardim pessoal.
Essa parte é vista como um castigo por muitas pessoas que não compreendem a Bíblia.
O riacho que separa o homem da mulher não é apenas a alma, mas também são as diferenças que existem entre esses dois seres, porém não posso me esquecer que no Talmud há passagens belíssimas que igualam o homem à mulher como um só ser.
No livro sagrado do Talmud a mulher, ao contrário da Bíblia, não é vista como a costela do homem, mas como o coração dele, tal qual Deus e sua chama gémea.
São como corpo e alma, um não pode viver sem o outro.
O Talmud ainda preserva alguns dos mais belos poemas de Enoch.
O rei Salomão as reescreveu milhares de anos mais tarde e o povo atribuiu a autoria deles ao rei, talvez por não saber que o verdadeiro autor de tão belas obras fosse Enoch, mas isso não vem ao caso.
O importante é relatar que a lâmina nº 15 para a Bíblia mal compreendida é o princípio da humanidade, e a Eva e o Adão, pais criadores dos homens e da humanidade e a quimera que está por trás deles é o Lúcifer, o pecado que condenou todos os seres vivos a serem expulsos do paraíso, porém para os livros que formaram a Bíblia esta lâmina nada mais é que o destino trilhando o caminho da evolução de todos.
Relata apenas a nossa transferência de uma escola (planeta) para outra em busca de evolução.
Mais tarde, quando eu contar sobre os planetas primários, talvez fique mais fácil compreender porque alguns seres acreditam que deixamos um paraíso para viver num inferno.
Só então a verdade vai sair das sombras.
- Senhor Rabi, então quer dizer que tudo que está escrito na Bíblia não é verdade?
- Não é bem assim, meu pequeno aprendiz.
A Bíblia foi escrita a primeira vez numa escrita desenhada.
Tudo era feito por imagens e estas eram fiéis à Verdade.
Também nesta época os sábios da Kabalah passaram para este novo livro uma boa parte dos ensinamentos que existiam nos velhos.
Na verdade, eles queriam tornar acessível as bases do conhecimento que tinham, só que para isso tinham que reduzir ou resumir esse conhecimento passado para este novo livro que hoje é chamado de Bíblia.
Moisés, quando começou a escrever o primeiro capítulo já era mais que um aprendiz, porém ao aceder os pergaminhos sagrados do grande Livro de Enoch percebeu que tudo que Enoch escreveu foi numa época em que a humanidade estava rumando para sua primeira destruição e já não se compreendia mais.
Moisés foi fiel aos desenhos do Livro da Criação de Enoch, porém mais tarde algumas pessoas convenceram Moisés que aquela história não fazia mais parte da verdade e era muito fácil prová-lo, pois na época de Enoch a humanidade falava o idioma universal e na época de Moisés já existiam muitas línguas.
Como ter certeza de que a escrita-desenho de Enoch retractava a verdade que Moisés acreditava ser o princípio da criação?
Moisés se negou a retirar todos os desenhos, mas aconselhado por outros grandes homens de sua época tirou partes que seriam essenciais para a compreensão dos enigmas bíblicos.
Com o passar dos anos este livro foi traduzido para outras escritas e línguas e foi ficando cada vez menor.
Em suma isso não é ruim, afinal tudo está revelado em apenas 22 lâminas ou em 22 letras, o que na verdade é tão pouco para compreender um universo tão grande, porém aquele que sabe o significado dessas lâminas e das letras já pode se considerar um sábio.
A Bíblia também revela esta Verdade, mas é preciso estar apto para compreendê-la.
- Mas agora vamos dar continuidade à explicação das lâminas.
A lâmina nº 16 é conhecida como O Reino de Deus, A Casa de Deus ou simplesmente A Torre.
No aspecto bíblico ela se refere à Torre de Babel, que os homens construíram para chegar ao céu e terminaram por não compreender uns aos outros, pois tiveram os idiomas trocados com a finalidade de não se compreenderem e assim desistiriam de construir a torre gigantesca, mas o que esta lâmina relata de verdade é a época do dilúvio, onde a Terra estava tomada pela luxúria e pela loucura.
Esta era uma época em que homens e deuses cometiam erros em nome da própria ambição, época das grandes quimeras, seres fabricados pelos excessos da magia de soberanos sem razão.
O nome A Casa de Deus foi dado porque esta torre tinha o objectivo de conduzir o homem ao céu, ou seja, à casa de Deus.
Na verdade, esta lâmina significa toda a destruição das três cidades do princípio da Terra: Atlântida, Lemúria e Shangrillá.
Para que você me compreenda melhor vou descrever as imagens desenhadas nesta lâmina.
Nela pode-se ver o desenho de uma construção muito grande edificada como uma torre.
Do lado de fora dela é possível ver raios derrubando homens e mulheres que tentam escalar esta torre, porém há 3 mil anos esta lâmina tinha outro desenho muito conhecido, que por motivos religiosos foi trocado ou ocultado para sempre.
Este outro desenho era semelhante a uma grande Arca de Noé.
Eis os dois lados desta lâmina.
O primeiro lado é a visão bíblica do ser humano que, não estando contente com sua vida terrena, tenta voltar ao paraíso.
Muitos seres que foram instruídos segundo os relatos da Génesis acreditavam e ainda acreditam que são filhos de uma Eva e um Adão pecadores e segundo a Bíblia esses seres construíram uma torre para fugir das dores físicas, uma torre que os levasse ao céu e deram a ela o nome de A Casa de Deus.
Outros a chamavam de Torre de Babel (Babel significa Babilónia).
O outro lado desta lâmina, que diz respeito à Arca de Noé, era apenas mais uma parte do imenso quebra-cabeça, pois mostrava o desenho da arca protegida e do lado de fora uma multidão de seres humanos suplicando perdão, tentando agarrar-se à arca, enquanto as águas os engoliam.
A lâmina nº 16 não era uma arca e nem mesmo uma torre. Esses desenhos serviram apenas para a humanidade perceber a grandiosidade de seus erros e sua ignorância.
Esta lâmina marca a primeira grande destruição da Terra, aquela a que todos dão o nome de dilúvio.
Ela marca uma época em que o equilíbrio material foi desfeito e a Terra teve que ser destruída parcialmente.
Toda a sabedoria mágica que facilitava a vida dos homens foi consumida pelo fogo, pela água e pela própria terra.
Muitas catástrofes naturais se abateram sobre o nosso planeta numa só época, porém é imprescindível dizer que Deus nada fez para causar esta destruição, como alguns acreditam.
Esta destruição foi obra do próprio homem e daqueles que eram chamados de deuses, seres com conhecimento de magia, mas sem sabedoria para utilizá-la de maneira correcta.
Naquela época era muito fácil usar a magia da natureza e seus elementais (seres da natureza), assim como era muito fácil descobrir e saber como utilizar o poder dos astros, mas toda essa facilidade gerou aquilo que alguns chamam de aberrações e outros chamam de dinossauros.
Particularmente eu prefiro chamá-los de quimeras.
O mais incrível de tudo isso é que houve uma época em que os seres humanos conseguiram viver em harmonia com esses seres, mas como tudo que é bom dura pouco a natureza entrou em desequilíbrio pela destruição causada pelo grande número de quimeras e as constantes guerras entre eles e os humanos.
Em resumo, o homem teve que perder tudo que acreditava ter para mais tarde, numa outra vida, recomeçar.
A lâmina nº 15 é a aceitação da evolução e a busca da sabedoria pelos caminhos das encarnações.
A lâmina nº 16 é a aceitação do esquecimento da magia para o aprendizado da verdadeira sabedoria.
A lâmina nº 17 (A Estrela) é a marca do recomeço.
O desenho desta lâmina retracta as condições e até mesmo o período necessário para uma nova etapa terrena.
Nesta lâmina é possível ver a imagem de uma mulher nua (representando a Terra e o espírito do homem).
Seu corpo todo é luminoso.
Ela pisa em uma grama verde, tem em cada uma das mãos um recipiente vazio e acima de sua cabeça oito estrelas brilhantes formam o símbolo do universo (¥).
Ela representa a Terra como uma virgem pura, pronta para ser semeada, e o espírito do ser humano como a consciência carregando o corpo e a alma, que são receptáculos vazios, prontos para serem preenchidos.
Porém existe uma imagem que representa a lâmina nº 17 em sua total perfeição.
É um desenho muito antigo, feito na época dos primeiros faraós.
É o desenho de uma bela flor de lótus totalmente branca, que surge das águas turvas de um rio.
Acima dessa flor de lótus aberta senta-se harmoniosamente a Ísis e no alto de sua cabeça um conjunto de oito estrelas fazem o símbolo do universo (¥).
A flor de lótus pura e branca, que nasce de águas profundas e turvas simboliza o renascimento da vida e da natureza após a destruição.
A Ísis é o símbolo da sabedoria universal, que tudo equilibra.
Resumindo, essa lâmina representa o renascer do homem e da natureza após o período de destruição, biblicamente falando após a queda da Torre de Babel e a briga de Jacó com o demónio.
- A lâmina nº 18 (A Lua) marca o princípio de uma rivalidade muito grande.
A princípio os desenhos desta lâmina mostram uma batalha entre dois irmãos.
Explicando melhor vê-se o desenho de um cão negro de um lado e um cão branco do outro.
No céu a Lua está de um lado e o Sol do outro.
Os dois cães estão separados por um rio e no outro lado do rio surge um escorpião que avança em direcção aos dois.
Em alguns desenhos o escorpião é substituído por um escaravelho.
- Os dois cães representam também os herdeiros de um grande faraó.
Um é filho legítimo e o outro é adoptivo, salvo da morte quando ainda era bebé.
A esposa do faraó o salvou justamente numa época em que todos os filhos (meninos) das escravas estavam sendo mortos pela tirania alucinada de um faraó louco, que descobriu o verdadeiro poder que se escondia por trás de um povo.
Este faraó temia a reencarnação do faraó Akhenaton, o faraó mais evoluído de todos os tempos, aquele que por curtos 17 anos mostrou a seu povo a verdade sobre o legítimo e único Deus.
Mas não era só a volta de Akhenaton que o faraó louco temia.
Ele também temia a vinda de um Messias, que ele acreditava que nasceria naquela época, porém o que ele não sabia era que o Messias só havia proclamado sua vinda e pouquíssimos seres sabiam com certeza a época de seu nascimento.
Em resumo, o faraó acreditou ter dado fim aos seus pesadelos quando mandou matar tantos seres inocentes dando-os aos crocodilos, leões e hipopótamos, além de oferecê-los como sacrifício aos seus deuses.
O sangue inocente mudou o Egipto e a balança divina tratou de equilibrar as coisas no universo.
Além de fazer esses sacrifícios com crianças alguns faraós acreditavam que tomar banho ou beber o sangue de bebés ou crianças de até 7 anos os manteria jovens e fortes.
Isso era uma verdadeira aberração diante do divino Pai, mas apesar de todo seu esforço para impedir o nascimento do Messias o faraó não evitou o nascimento de um grande profeta salvador (Moisés) e sem saber quem era o próprio faraó o criou e o instruiu nos aprendizados sagrados dos antigos.
Seu filho legítimo não se interessou muito por este aprendizado, facto com que o faraó não se importou, pois acreditava que ambos governariam juntos e assim um teria o apoio do outro.
O relato bíblico todos conhecem.
O filho legítimo assumiu o trono e o filho adoptivo descobriu os crimes que seu avô e pai cometeram.
Foi então que a guerra entre o filho da Lua e o filho do Sol começou.
O filho do Sol era considerado o filho da verdade e o filho da Lua o filho da falsa sabedoria (magia), aquele que tem o poder, mas não o conhece realmente.
Na verdade, essa lenda representa a luta entre o bem e o mal.
O escorpião ou escaravelho no meio dos dois cães é a morte, a fatalidade, as inúmeras mortes que iriam acontecer nesta guerra de irmãos.
A lâmina nº 18 representa uma época muito difícil.
Muitos anos de luta árdua entre a luz e a escuridão.
Esta lâmina foi criada para marcar este período de grande importância para a raça humana.
Foi criada para fazer-nos lembrar que as verdadeiras sabedorias dos livros sagrados chegaram a pertencer a seres que tinham apenas o desejo de poder, porém mesmo tendo os livros sagrados e o poder que esses revelavam faltava o principal, a compreensão do poder, algo que faz de um leitor de oráculo o próprio oráculo, do profeta o próprio Pai.
Quando digo que um profeta pode ser Deus não estou dizendo que um ser humano seja Deus de facto, porque Deus é único, porém o único que tudo é e tudo habita.
Quando o homem tem a consciência de que de tudo faz parte e que o Todo faz parte dele ele sente o infinito dentro de si e lembra-se que Deus deu a ele os mesmos direitos que deu a si próprio e somente a grande verdade pode destruir as ilusões de poder.
A verdade não está em ter o poder, mas em ser o poder.
Só pode sê-lo aquele que tem consciência profunda de estar unido ao Uno.
- A lâmina nº 19 (O Sol) explica com clareza essa união.
Ela traz o desenho de um Sol muito brilhante que repousa nas costas de dois seres inocentes, o ser humano completo de mãos dadas com sua consciência.
Na verdade, esta lâmina é uma demonstração alegórica para alguns, porém muito real para outros.
Ela demonstra Deus encarnado na Terra no mesmo instante em que está no céu.
Os dois seres de mãos dadas são Deus e Cristo caminhando pela Terra.
O Sol brilhante no céu é Deus com todo seu poder e Verdade.
Esta lâmina afirma o poder que Cristo tinha ao falar em nome de Deus.
Representa o Pai no filho e o filho no Pai, o duplo como o Uno.
Representa a Verdade que desceria sobre a Terra e se manifestaria em meio aos homens através de um homem.
Esta lâmina representa a vinda da Verdade, do verdadeiro poder.
O Sol é o fogo que queima para revelar o que existia por trás das sombras.
Este foi o verdadeiro poder que Cristo veio revelar à humanidade e que desagradou a muitos já conhecedores dessa Verdade (digo apenas conhecedores, mas não aplicadores dela).
Em suma, esta lâmina representa a vinda do Messias.
É a verdade de mais um capítulo na história da humanidade.
É também a prova de que toda a história já está escrita há muito tempo, mas algumas pessoas só poderão compreendê-la quando já tiver acontecido tudo.
A lâmina, O Sol representa a Verdade reveladora, pois a luz do dia revela o que a escuridão da noite esconde.
Por essa razão vários seres temem a noite, justamente por ela velar, esconder as más intenções dos seres humanos e também por ela revelar o medo e a insegurança dos mesmos.
Na verdade, a noite é tão reveladora quanto o dia, pois a noite é o momento em que nos damos conta de que temos receios, temores, insegurança, más intenções, emoções perturbadoras e até mesmo incontroláveis.
Obviamente que não somos todos iguais e é claro que alguns já têm controlo desse lado desconhecido, mas uma grande maioria ainda o teme.
Como já disse, a lâmina nº 19 (O Sol) é a lâmina da vinda do Cristo e de toda a sabedoria que Ele traria à Terra.
- A lâmina nº 20 é a lâmina d’O Julgamento, da grande transformação.
Ela marca as acções do homem sendo julgadas pela Lei da Natureza.
Mostra um desenho alquímico do ser humano dentro de um túmulo que aos poucos vai se decompondo e se transforma numa árvore.
Isso significa que deste mundo o homem nada levará senão aquilo que ele aprendeu e sentiu, pois, seu corpo perecível morrerá na forma visível, mas continuará a dar vida à natureza.
Na verdade, é como se o corpo do homem se transformasse numa pequena semente ou simplesmente fosse o adubo para ela.
Na natureza nada se perde, tudo se transforma, pois, a Mãe Natureza não rejeita nada que dela veio, mas rejeita o que do homem pode vir.
Por isso devemos ter o cuidado de preservar a Mãe Natureza da nossa ignorância e intolerância, pois a nossa mão devastadora pode até ser forte, pode até dizimar espécies e destruir nosso próprio habitat natural, mas a mão da Mãe Natureza com certeza é muito superior à nossa e quando não tiver mais saída ela vai julgar quantos de nós devem permanecer nesta linda escola, mas isso é uma história já escrita e cujo final muitos já sabem.
A primeira etapa de seres humanos deve partir e seguir seu aprendizado em outras escolas.
Deve permanecer aqui apenas uma pequena quantidade de seres humanos para repovoar a Terra e reconstruí-la sem destruí-la, preservando-a para um futuro ainda muito distante, quando enfim ela receberá novos alunos para um novo estágio em que ela será uma escola já transformada.
Porém não é apenas este o significado da lâmina nº 20.
Ela também retracta a evolução do homem pelas suas encarnações, sua sabedoria e seu nível e há quanto tempo ele vem se transformando.
É esta lâmina que basicamente certifica que o homem está apto a deixar a Terra como escola, pois deve buscar aprendizado diferente em outros planetas (escolas).
- Agora vou adentrar numa polémica entre sábios e magos.
Meu pequeno aprendiz, você se lembra que eu comecei esta explicação a partir da lâmina número zero (0)?
- Sim, senhor Rabi, eu me lembro.
- Meu bom menino, alguns sábios e magos dão a essa lâmina o número 21 (O Louco), pois preferem começar a contagem dessas lâminas pelo nº 1, porém há um segredo que poucos magos e sábios sabem ou concordam com ele.
A lâmina nº 0 também é a lâmina 21.
Como já expliquei, ela representa o vazio, o caos, o nada onde o princípio resolveu se fazer verbo, porém isso apenas para o aspecto divino.
Para o aspecto humano ela é a lâmina nº 21 e não a nº 0.
Ela é o nº 0 quando queremos compreender o princípio do Uno, mas para compreendermos a parte que cabe à humanidade ela é a lâmina nº 21, que representa o caos, o tudo, o exagero material, a desordem, a loucura, a perda da razão e do controle.
Portanto como lâmina nº 21 ela afirma que o homem vai chegar ao limite de seu egoísmo, de sua cobiça, de sua ira, de sua intolerância e de sua loucura.
O homem vai se achar Deus, vai crer que é possível ser dono de tudo e que tudo pode construir e destruir também. Desta verdade que estou-lhe ensinando apenas 10% da humanidade ainda se lembra e, mesmo assim, não na íntegra.
Os 4% que a conheceram na sua totalidade não tiveram força para transmiti-la e outros simplesmente tiveram medo, mas dentre tantos seres humanos surgiram algumas pequenas formiguinhas que se transformaram em mártires desta Verdade.
Esses serão os poucos escolhidos para salvar o pouco da humanidade que deverá ficar na Terra quando a primeira etapa partir, mas posso afirmar seguramente que os salvadores não salvarão a si mesmos.
- Mas por que, senhor Rabi?
- Eles compreendem que é sua última missão.
Salvar a humanidade não significa tornar-se responsável por ela.
Além disso ela tem o livre-arbítrio de recomeçar a vida com a sua própria visão e vontade, aprendendo cada um com suas próprias experiências.
Tudo isso acontecerá para que uma só verdade prevaleça na Terra, para que a mulher vestida de sol reine absoluta diante das falsas verdades criadas pelo homem.
- O senhor está-me dizendo que a Terra será destruída para destruir as mentiras que existem nela?
- Infelizmente, meu pequeno aprendiz, é quase isso que vai acontecer.
Em primeiro lugar a Terra não será destruída inteiramente, apenas um pouco mais que a metade.
Na verdade, a humanidade vai se transformar em um caos total por ter tantas falsas verdades denominando-se ‘verdade divina’ e essas estarão lutando entre si pelo poder de ter o controlo geral.
Será uma época difícil, onde as pessoas estarão confusas e alguns seres se aproveitarão disso para transtornar ainda mais as mentes humanas.
A Terra estará tomada pela violência e pela injustiça, pela ignorância, intolerância e descrédito.
Os bens materiais serão como templos de adoração e todos acreditarão estar com a razão.
Mas tudo isso ainda é muito pouco diante da realidade total da lâmina nº 21.
Para o Divino ela é o vazio que o princípio gerou e para o homem ela é o Tudo que precisa ter fim.
- A lâmina chamada de O Mundo é também a última de todas e é o nº 22 para quem conta a partir da lâmina nº 1.
Para quem conta a partir da lâmina nº 0 O Mundo é a lâmina nº 21.
Ela traz a imagem de uma bela jovem nua.
Seu corpo é suavemente coberto pela luz do Sol, que parece nascer de seu ventre (por isso a chamo de ‘A mulher vestida de Sol’).
Uma grande serpente (Oroborus) faz um grande círculo, ficando a mulher no centro.
Esta serpente fecha o círculo mordendo a própria cauda.
Três animais e um querubim estão em volta desta mulher. Uma águia representando o ar e a sabedoria, um touro representando a terra e a força, um leão representando o fogo e os instintos e o querubim representando a água e o homem.
Agora, juntando cada parte deste desenho vamos encontrar a evolução do homem em sua totalidade.
A mulher nua ao centro de tudo representa a Verdade divina.
Seu ventre iluminado por raios solares significa que ela, além de ser portadora da Verdade, também dará a luz a essa Verdade.
Ela é como a consciência que aos poucos vai desabrochando no ser humano.
A lâmina nº 22 representa a única Verdade que irá sobreviver.
Em alguns aspectos ela representa a religião única que deveria existir na Terra.
Esta religião resistiria a todos os pecados capitais e a todas as outras religiões que dizem ter nascido da Verdade.
- Na Bíblia (Apocalipse 12;1-12) fala-se de uma grávida que, com dores de parto, vai para o deserto tentando fugir do dragão de 7 cabeças (sete pecados capitais) e dez cornos (desobediência às leis de Deus, os 10 mandamentos).
Mesmo assim o mal ataca a mulher devido a sua fraqueza, porém ela é pura, santa, porque vai ser mãe.
Ela dá à luz a uma criança do sexo masculino, que será rei de todos os povos (a crença do mundo novo que luta contra a crença antiga).
O dragão cospe um rio para devorar o filho da mulher (esse rio é a sociedade e as falsas doutrinas nascidas da imaginação desregrada e que tendem a controlar tudo e a todos), mas a terra absorve o rio (o que nasce da terra a ela retorna) e por cima dela só a Verdade é eterna e só ela não pode ser devorada.
Na verdade, essa mulher é a Verdade que Cristo deixou na Terra e que os anos e as muitas religiões foram distorcendo, transformando esta Verdade em outras falsas verdades, usadas para controlar o povo e mantê-lo sob um regime de submissão voluntária.
O filho da mulher é a vitória de uma crença única em um só Deus.
É a transformação de todas as crenças em uma só, uma crença sem nome, guiada pelo amor incondicional, sem preconceitos de raça, cor, credo ou posição social.
Uma crença feita, ou melhor, nascida da Verdade resumida nos dois mandamentos de que Cristo falou a seus apóstolos: Amar a Deus sobre todas as coisas (inclusive a religião) e a teu próximo como a ti mesmo.
A lâmina nº 22 revela esta Verdade e muitas outras, como os três animais e o querubim, que simbolizam a Terra e seus elementos, o homem e seus aspectos de evolução.
O touro é o homem submisso à terra, usando a força para construir seu caminho.
O leão é o homem usando seu poder irracional, a força bruta que devora e destrói.
A águia é o homem buscando a sabedoria através daquilo que não pode alcançar.
Tudo que o homem não pode possuir é superior a ele até que este compreenda que faz parte daquilo.
Unindo o homem (querubim), o touro, o leão e a águia temos um ser sábio, mas não necessariamente evoluído para ter a consciência dessa Verdade que a lâmina nº 22 explica tão claramente.
É preciso compreender os círculos de reencarnações (representado pela serpente em volta da mulher) planetárias e estagiárias. Planetárias são as vidas que vivemos passando de um planeta para outro. Estagiárias são as vidas que passamos numa escola (planeta).
Enfim, a lâmina nº 22 é o grande arcano da Verdade, é o símbolo que representa um futuro inevitável.
O caminho que todos terminam um dia alcançando, a Verdade absoluta que liberta o homem das correntes preconceituosas da ignorância.
- Bem, meu pequeno aprendiz, como havia-lhe prometido, aí está o segredo da vida revelado, mas tu não deves esquecer que te revelei apenas o princípio desses segredos.
O restante cabe a cada um descobrir dentro de si mesmo, afinal o conhecimento é apenas a margem.
A evolução e a compreensão são um oceano infinito.
Com amor e profunda gratidão,
Luís Barros