Desde que Deus se gerou e alcançou sua evolução Ele separou essa evolução em 22 etapas ou estágios e desta forma seus filhos e os planetas por eles habitados passam também por esses 22 estágios de evolução.
- Rabi, Cristo também ensinou isso aos seus escolhidos?
- Sim, meu querido, mas para sua surpresa Cristo não foi o primeiro a ensinar o segredo dos 22 estágios.
Lá no princípio da criação da Terra havia vários sábios que conheciam este segredo, mas um deles recebeu a revelação de maneira muito especial.
Seu nome era Enoch.
Ele foi o primeiro escolhido para escrever esta Verdade em sua totalidade.
Para isso ele foi levado da Terra por anjos, que lhe deram todas as revelações desde o princípio da Terra até seus últimos dias.
Ele também recebeu os segredos dos anjos da vida, da morte e da evolução e muitos outros segredos, mas o nosso irmão Enoch não foi uma só vez ao Reino dos Mistérios.
Foram muitas as vezes que os anjos o levaram.
Até que ele pudesse compreender tudo muito tempo se passou, porém no fim desse aprendizado divino o primeiro Livro da Luz se tornou realidade na Terra, só que havia um, porém.
Este livro foi escrito em símbolos (desenhos), pois não havia uma escrita exacta naquela época.
Fazia pouco tempo que as doze tribos que habitavam a Terra haviam entrado num atrito muito grande, que chegou a causar a primeira grande destruição.
O facto é que na época de Enoch quase todos os seres se comunicavam pela escrita de símbolos.
Eram desenhos que hoje raramente são compreendidos, porém aqueles que os compreendem não os revelam a outros e assim mais inacessíveis ficam os segredos do Livro da Luz.
Hoje, na nossa época, este livro ainda existe e é guardado como um verdadeiro tesouro.
O original encontra-se numa velha ruína de templo talmud, protegido por uma passagem secreta, onde o faraó Akhenaton o deixou guardado para Jesus Cristo.
Este, por sua vez, o manteve no mesmo lugar, vendo que este lugar secreto mantém o livro invisível para os demais seres.
- Senhor Rabi, e se um dia um ser penetrar nesta passagem secreta e achar o livro?
- Não se preocupe, os únicos seres que podem aceder este livro são os seres que têm o nome escrito nele.
Isso quer dizer que é o livro que determina quem vai achá-lo e ler o que nele está escrito.
Além disso o poder deste livro é tão grande que ninguém ousaria tocá-lo, pois ele vive dentro de uma chama de fogo que aumenta com a aproximação da presença humana a cerca de um quilómetro, fazendo com que um calor muito forte espante os seres que ousam se aproximar do lugar onde ele se encontra.
- Este livro atrai para si somente os seres que estão inscritos para conhecer sua Verdade.
Em resumo ele é um livro mágico, que não corre o risco de ser achado, afinal ele determina quem pode achá-lo e só o acha quem pode compreendê-lo.
- Na verdade, meu pequeno, sem que você soubesse eu já lhe contei os 22 caminhos enquanto narrava a história do início de tudo.
Eu contei os segredos da criação sem especificar a sequência dos caminhos.
Agora basta apenas fazer isso para você entender melhor como alguns seres escolhidos tiveram o privilégio de conhecer tão grande sabedoria.
No Livro de Enoch tudo eram símbolos, como já lhe disse, e poucos foram os que conseguiram compreender o significado desses símbolos, porém um dos primeiros a traduzir abertamente esses símbolos foi o faraó Akhenaton, porém ele teve sua história apagada e coberta pelos outros faraós.
Outro grande sábio, Hermes Trismegistos, teve mais sucesso que o faraó, porém tal qual Akhenaton pouco se sabe sobre sua vida, pois ela também foi apagada e até mesmo fraudada por alguns seres, mas isso não importa.
O principal é que seu maior feito não foi apagado e se mantém preservado de uma maneira para muitos incompreensível.
- Hermes fez cópias dos símbolos do Livro de Enoch e traduziu (explicou) os significados dos símbolos para um grupo de seres seleccionados, que passaram este conhecimento adiante para outras pessoas também consideradas escolhidas ou aptas para adquirir tal conhecimento.
O faraó também fez isso, porém podemos dizer que ele forçou um pouco a situação ou tentou impor de uma maneira até suave este ensinamento, mas na época dos deuses um só Deus não interessava aos sacerdotes sedentos de poder.
Hermes passou este ensinamento de uma maneira mais secreta e velada aos olhos dos sacerdotes.
Hermes transformou os desenhos de Enoch em 22 lâminas de prata e cada uma continha uma letra do alfabeto hebraico que traduzia e dava nome à lâmina.
A primeira lâmina era completamente branca, vazia.
Não tinha desenho algum, apenas a primeira letra do alfabeto, que representava o início de tudo, o abismo sem fim ou o vazio sem consciência, mas o sábio Hermes foi muito além.
Ele criou mais de três maneiras de interpretar essas lâminas.
Vou relatar aqui as três principais.
A primeira interpretação referia-se ao princípio do universo, Deus como o vazio que se gerou e se fez vida.
Esta é a história que já lhe contei.
A segunda interpretação desta lâmina referia-se à evolução do planeta em que vivemos, um planeta novo em fase de adaptação.
A terceira interpretação referia-se aos seres humanos recomeçando do zero uma nova etapa de evolução em um novo planeta.
- Explicando melhor, digamos que uma pessoa resolva consultar essas lâminas como um oráculo e resolva fazer uma pergunta pessoal, uma pergunta a nível universal e outra espiritual e por um acaso essa pessoa retire a mesma lâmina para as três perguntas.
Se isso acontecer não quer dizer que a resposta da lâmina seja a mesma para as três perguntas, pois o seu significado muda.
Para que fique bem claro como isto ocorre eu farei o papel da pessoa que fará essas perguntas.
Minha primeira pergunta é: “Como posso resolver a situação em que me encontro no momento?”
Ao consultar as lâminas sagradas de Hermes eu tiro a lâmina em branco, a que não tem número, e por isso foi numerada mais tarde com o zero.
Esta lâmina significa que eu estou perdido sem rumo.
Estou à beira de um abismo, mas não o enxergo.
Por isso no mundo físico esta lâmina significa O Louco, aquele que anda sem rumo nem direcção, aquele que por falta de sabedoria ou compreensão não ouve os conselhos dos sábios ao seu redor, etc.
Agora digamos que eu deseje saber como está o estado de evolução do planeta em que vivo (Terra) e ocasionalmente retiro esta mesma lâmina.
Isso significa que o meu planeta está no primeiro estágio de aprendizado e ainda é muito novo, totalmente inocente.
Agora vou fazer minha terceira pergunta.
Nela eu questiono a origem divina e ao tirar esta carta eu vejo revelado o segredo de como tudo começou, o início de tudo, o vazio que se preencheu sozinho, o Verbo que se deu vida, Aquele que é, foi e sempre o será.
O poder dessas lâminas é tão forte e revelador que Hermes disse que aquele que as compreendesse encontraria a rota da evolução divina nelas.
Outros sábios árabes deram-lhe o nome de Torah.
Mais tarde alguns nómades boémios vulgarizaram as interpretações correctas deste segredo hermético.
O nome dessas lâminas foi trocado diversas vezes até que terminou ficando com um pelo qual se tornou muito conhecido, o Tarot (ou Tarô), que na verdade era seu verdadeiro nome.
A combinação das letras da palavra tarô também forma outras palavras reveladoras como a rota.
Muito antes essas lâminas eram conhecidas como A boca da Torah, leitura sagrada dos judeus.
- Portanto, meu pequeno aprendiz, desde que a Terra foi criada o homem que nela habita recebeu também o manual que o instruiria no caminho da evolução, só que sozinho o homem não compreenderia esse manual.
Por isso Deus treinou vários professores.
O primeiro foi Enoch, que recebeu o nível mais alto de conhecimento para sua época, porém quando tentou ensinar o que sabia foi considerado louco e profano.
Enoch, como todos os outros seres que tiveram acesso a essa sabedoria logo descobriram o preço que esta lhes custaria: a solidão, o descrédito e a eterna incompreensão dos que viviam ao seu redor.
A Verdade deu a Enoch a liberdade, retirou de seus olhos o véu dos mistérios.
Mostrou-lhe o infinito, mas o expulsou da Terra, pois a ignorância aqui era grande, como ainda o é.
O profeta Elias foi um dos primeiros a traduzir e compreender o Livro de Enoch, pois também recebeu a revelação divina e esta o transformou em peregrino.
Por essa Verdade Elias quase morreu apedrejado, mas esta mesma Verdade o salvava.
Elias teve o mesmo destino de Enoch, do faraó Akhenaton, de Hermes e Cristo.
Nenhum desses seres tiveram seus corpos achados e jamais o terão.
O faraó Akhenaton mandou colocar em seu sarcófago um homem simples, que se passaria por ele no futuro, quando resolvessem abrir seu sarcófago.
Tempos depois dele as pessoas acreditavam que ele era meio homem meio mulher.
- Eu não entendi isso direito, senhor Rabi.
Como isso é possível?
- Até os dias de hoje e até no futuro, meu pequeno, muitos acreditarão que o faraó era uma anomalia ou uma aberração da natureza, porém nada disso foi verdade.
As poucas imagens de Akhenaton que o faraó Ramsés não destruiu reflectiam apenas a verdade que ele tentava deixar escrita para o futuro.
Ele pediu a seus artistas para retractá-lo com dorso de homem e quadris femininos para mostrar que Deus era a luz absoluta da Verdade e sendo Ele a luz e o princípio de tudo fatalmente seria o feminino e o masculino em um só.
Nas várias imagens de Akhenaton é possível vê-lo com peito de homem e quadris femininos reverenciando o Sol, a grande luz.
Isso significa que Deus, sendo o masculino e o feminino, sabedoria e compreensão, alcançaria assim o Magma Supremo, a Grande Luz Reveladora.
Deus, sendo dois, seria o Um Absoluto.
- Então quer dizer que Deus é o Sol, senhor Rabi?
- Não, Deus não é o Sol, pois o Sol é apenas uma pequena molécula da sombra da imensa luz de Deus.
Akhenaton tentou explicar isso usando o Sol como exemplo, afinal esta é a maior luz que alcança o nosso planeta.
Na verdade, o faraó Akhenaton não tinha um corpo deficiente como muitos imaginam.
Ele apenas se fez retractar daquela maneira para explicar a evolução divina dos seres humanos e para explicar o que era o verdadeiro Deus, porém sua história foi distorcida e adulterada durante muitos anos por outros faraós e sacerdotes ambiciosos, que não respeitavam a Verdade.
Akhenaton preparou tudo para sua morte.
Seu médico era seu melhor amigo e sabia tudo sobre a vida do sábio faraó.
Cumpriu-lhe seu último desejo.
Akhenaton pediu ao médico e a outro amigo que não o mumificassem, mas que o levassem para um lugar por ele previamente escolhido no deserto.
Era um lugar sagrado para o faraó, pois ali seu corpo jamais seria encontrado.
Há, no entanto, uma observação a ser feita nessa história.
Algumas dezenas de anos mais tarde Akhenaton reencarnou e foi ao lugar onde seu corpo havia sido enterrado e de um velho caixote retirou um cajado sagrado, que foi dado a outro grande homem para que cumprisse a missão de preservar a sabedoria na Terra.
Mas voltando ao faraó, quando ele percebeu que estavam se aproximando os dias finais de sua existência ele conversou com seu médico, que trabalhava na Casa da Cura e da Morte, e pediu a ele que não permitisse a entrada de ninguém em seus aposentos no dia de sua morte e que esta só fosse anunciada após a troca de seu corpo e somente quando o corpo já estivesse preparado para a extirpação, sendo então levado ao banho de mirra, lá permanecendo por 60 dias.
Assim já não seria reconhecido quando fosse velado.
Antes disso ele mandou sua esposa e filhas para outro palácio e providenciou um corpo da Casa da Cura e da Morte de um pobre tão magro quanto ele, pois era a única semelhança necessária, algo que não era muito difícil encontrar naquela época.
Assim o faraó Akhenaton fez seu corpo desaparecer da história, afinal ele tinha sabedoria suficiente para não aceitar os rituais de mumificação feitos com os seres da sua época.
Enfim, os grandes sábios que tentaram revelar os segredos das 22 lâminas foram apagados pelos seus sucessores.
As vidas deles desapareceram dos pergaminhos e da boca das pessoas, mas o tempo que tudo encobre também descobre.
Sendo assim tudo o que um dia foi velado voltará a ser revelado, afinal essas vidas foram escondidas, mas jamais esquecidas.
- Senhor Rabi, continue a me contar a história dessas lâminas sagradas.
- A lâmina em branco também carrega um número muito especial, que tem semelhança com seu aspecto vazio.
O número zero no alto da lâmina define um círculo vazio.
A lâmina também é vazia, nada tem senão o número zero.
Essa lâmina é considerada a primeira por muitos sábios, porém há outros que dão a ela o número 22, preferindo começar a numeração do Tarô pela lâmina nº 1, O Mago.
Nenhum deles está errado, afinal a lâmina número zero, que muitos chamam de O Louco, tem uma particularidade.
Ela inicia a leitura da evolução do Homem, do Pai e do Universo e somente para Deus ela não se repete mais, mas para o homem e o universo vive se repetindo.
Para que você me entenda melhor vou exemplificar essa reprise.
Quando um ser termina um estágio em um planeta é porque ele chegou ao caminho 21, O Mundo.
Só que ao partir para outro planeta um novo estágio planetário começa, obviamente mais avançado, mas tudo é novo e o ser tem que recomeçar sua adaptação, afinal ele pode até ter sabedoria, mas ainda não conhece a sua prática naquele novo planeta.
Isso só para de acontecer quando o espírito daquele ser atinge o nível 21 de prática e sabedoria.
Em outras palavras somente quando o espírito já pôs em prática todas as suas emoções, somente quando já sentiu todas elas.
Somente assim ele estará pronto para representar Deus em sabedoria e poder.
- As sete primeiras lâminas representam a Divindade e toda a sua história.
As outras sete representam os sete génios da divindade e as sete últimas lâminas representam as virtudes e pecados do homem, decadência e ascensão, nascimento e morte, involução e evolução, mas vamos deixar claro que elas também explicam a evolução do universo e dos planetas.
Na verdade, elas são um manual do universo e de tudo que há nele.
- Rabi, 22 lâminas não é muito pouco para explicar tantas coisas?
- Não pequeno, não é.
Para olhos sábios, que saibam captar a sabedoria que elas contêm, elas são como muitos livros reveladores dentro de uma única imagem.
Muitos homens já enlouqueceram ao descobrir os segredos dessas 22 lâminas e muitos ainda vão enlouquecer, pois a verdade que elas revelam são como espada, pois o véu do destino mostra ao homem uma verdade que ele jamais imaginara conhecer.
Com amor e profunda gratidão,
Luís Barros