- Como já lhe expliquei a lâmina nº 0 agora vou-lhe explicar a lâmina nº 1.
Esta tem um significado muito belo, pois representa Deus como o Verbo (o Éter, o Ar), aquele que deu vida ao vazio.
Como o vazio não pode ser destruído deve ser preenchido e O Mago ou a lâmina nº 1 representa o princípio desse preenchimento.
O mago na verdade é um aprendiz, aquele que se depara com suas primeiras experiências, as primeiras emoções.
Esta lâmina representa que o universo germinou e deu vida e que a partir dessa vida muitas outras nascerão.
Esta lâmina representa Deus como aprendiz e os Amorazins como experiência.
Para entender melhor esta lâmina basta você se lembrar do princípio da evolução divina, que já lhe contei, e assim você compreenderá tudo com muita facilidade.
Já quanto ao ser humano ele tem que reviver todas as lâminas, como já lhe disse, afinal cada planeta é uma nova escola, mas para o espírito do ser humano isso é muito diferente na medida que somente o corpo e a alma têm que encarnar e nascer para dar ao espírito a prática.
Ele avança uma lâmina ou “um caminho” a cada escola (planeta) onde a alma encarna.
Já tendo a sabedoria basta apenas ao espírito praticá-la para obter a evolução.
No universo acontece a mesma coisa.
Cada planeta passa pelos 22 estágios e acredite, meu pequeno, ainda existem planetas vivendo no caos do número zero.
- Senhor Rabi, esses planetas são como aqueles espíritos de que o senhor falou que já existem, mas ainda não sabem ou não despertaram?
- Sim, esses planetas são lugares vazios esperando para serem habitados.
Alguns já têm habitantes, que estão começando a dar vida a esses lugares.
- Alguns sábios acrescentaram à lâmina nº 1 (O Mago) mais um segredo revelado.
Eles dizem que ela representa o Homem, a primeira criação de Deus, afinal sendo o Pai o nº zero o homem seria o número 1, pois o homem não pode ser o zero já que teve um princípio, um criador.
Deus é o único a ser o número zero, pois só Ele é o princípio de tudo e tudo é Ele.
Há um enigma antigo que faz jus a essa crença.
Na Índia existe um templo sagrado e que hoje é muito bem escondido.
É conhecido como Templo do Elefante Dourado.
Conta-se que o templo fica do outro lado de um rio onde a água é tão quente que derrete até metal, porém existe uma maneira de atravessar este rio.
Uma pedra mágica surge na margem do rio.
Sobre ela vem sempre escrito um enigma.
Aquele que desvendar o enigma fará surgir um caminho de pedras que, apesar de estarem em água quente, não queimam aquele que pisar sobre elas.
Um dos enigmas mais curiosos que surgiu foi desvendado por uma única pessoa, que sabia falar várias línguas e por isso conseguiu desafiá-lo.
- E que enigma era esse, senhor Rabi?
- Onde morre o começo e o princípio do início e onde se acaba o tempo que nunca tem fim?
- Isso é muito fácil, Rabi.
O começo morre no fim e o tempo se acaba quando a gente morre.
- Meu pequeno, tu me fazes rir com tuas brincadeiras.
Não é tão simples assim, meu menino.
Você tem que analisar melhor as palavras.
Este enigma foi escrito em um idioma para ser respondido em outro e assim ele demorou 100 anos para ser decifrado.
Durante 100 anos ninguém atravessou o rio, pois enquanto um enigma não fosse decifrado não surgia outro.
Um homem vindo de terras distantes leu o enigma em sânscrito e o respondeu no seu idioma e assim foi decifrado o enigma, que permaneceu secreto por 100 anos.
Onde morre o começo e o princípio do início e onde se acaba o tempo que nunca tem fim nada mais é do que a letra O, a última letra das palavras princípio, começo, início e tempo, que terminam em O.
Deus é o alfa, mas também o ómega.
Essas palavras são princípios da definição divina.
Alfa é um estado elevado de meditação onde o homem consegue transcender a matéria.
O ómega é transcender a própria transcendência, é ser sem limites, estar acima de tudo e ser o Tudo, mas vamos deixar os enigmas para trás e continuar nas lâminas sagradas.
- Agora vou-lhe contar o significado da lâmina nº 2.
Ela significa a sabedoria (a Ísis velada, a Terra).
Para Deus ela representa a parte em que Ele começou a sentir, a ter emoções, a dar vida a seus Amorazins.
Para o homem ela representa o princípio da sabedoria, os primeiros passos do aprendizado da vida e tem o mesmo significado para o universo.
Ela representa a descoberta dos valores terrenos.
A lâmina nº 3 (os Sonhos, a Água) representa a germinação.
Para Deus ela foi a necessidade da criação.
Depois de começar a sentir e dar vida a suas emoções Deus começou a criar formas diferentes para controlar ou organizar o caos de seus primogénitos.
Para o homem esta lâmina também representa a germinação de seus planos, de suas ideias e é assim também para o universo.
A lâmina nº 4 (a Força que germina, o Fogo) representa o lado oposto da lâmina nº 3.
A nº 3 representa a germinação e também a compaixão buscando alternativas, enquanto a nº 4 representa a ordem pela força, o comando.
Até esta lâmina Deus já havia criado, obviamente ainda sem controlo, os quatro elementos primários: terra, água, fogo e ar, mas Ele ainda não sabia como dosar tudo isso e, desgovernados, esses elementos descontrolavam o que já era incontrolável, os primogénitos de Deus, ou seja, as emoções do Pai.
Para o homem esta lâmina representa o princípio de suas conquistas, de sua força e para o universo também.
A 5ª lâmina mostra que Deus descobriu sua própria dualidade, os dois génios superiores que O habitavam.
O génio da fúria, da morte, da ira, do descontrole, da ansiedade, etc. e o génio da paz, da harmonia, da insegurança, das incertezas, da caridade e do medo.
Um rio se fez na mente de Deus dividindo duas grandes árvores: a Árvore da Vida e a Árvore da Morte.
Na Kabalah e no Talmud existem duas explicações muito belas sobre os dois lados de Deus.
Vou tentar uni-las e resumi-las, pois se eu for tentar explicar com exactidão essa passagem duraria pelo menos 20 dias para narrá-las e alguns anos para você compreendê-las, meu pequeno aprendiz.
- Por que é tão difícil esta passagem, senhor Rabi?
- Porque é nela que se esconde a grande verdade humana, divina e universal.
Todas as lâminas anteriores perderiam o significado se ela não fosse bem explicada, assim como as próximas lâminas também não seriam bem compreendidas e então a história de Deus, do universo e do homem ficaria cheia de interrogações.
- Em primeiro lugar tente entender que as duas árvores de que vou falar trata-se apenas de dois grandes poderes que habitavam Deus.
Esses dois grandes poderes nasceram dentro do Pai no momento em que Ele começou a ter suas primeiras emoções, porém cada emoção que o Pai sentia era uma página ainda pequena da primeira história de um universo que acabara de nascer.
As emoções de dor ou amor, tristeza ou alegria foram alimentando lentamente os dois lados de Deus e gradativamente foram crescendo até se transformarem em duas potências de poderes iguais.
Foi quando o descontrole invadiu o Pai e Ele absorveu para dentro de si mesmo tudo que havia criado.
Assim Ele meditou e avaliou de novo todas as sensações que havia criado até descobrir o que estava faltando.
Em seu longo meditar Deus descobriu que sua vida era o primeiro dos elementos, o ar.
Deus havia saído do invisível vazio e era o éter que começava a preencher o vazio.
Eis aí a revelação da primeira lâmina, O Mago.
As primeiras acções de Deus geraram seres vivos, os Amorazins.
Surge então a segunda lâmina (A Papisa), que aqui representa a terra.
Depois vieram as polaridades que trariam ordem ao caos: a lâmina nº 3 (A Imperatriz), que representa a água passiva e a lâmina nº 4 (O Imperador), que representa o fogo que aquece e germina as sementes, mas pode ser devastador.
Os quatro elementos estavam criados, mas faltava o que os tornaria imortais e isso Deus tinha que descobrir sozinho.
Em seu período de meditação Deus observou detalhadamente tudo que havia construído desde o princípio de sua existência e percebeu que faltava algo que traria compreensão a toda a desordem que O habitava.
Tudo que Ele precisava era permitir que suas duas forças se compreendessem e para isso Deus tinha que compreendê-las e aceitá-las como elas se apresentavam dentro d’Ele.
Em suma, Deus tinha que se aceitar, se compreender, pois só assim encontraria a resposta que tanto buscava.
Deus tinha que aceitar que seus dois lados opostos eram uma soma de toda sua verdade, porém Deus sabia que não deveria escolher um deles, pois um não iria progredir sem o outro.
Ele então compreendeu a verdadeira função dos seus lados opostos e os uniu, transformando-os em um só.
Foi então que Deus alcançou a quinta-essência (quintessência).
Ela que, como o ar, é invisível, mas que dá a vida a todas as criaturas.
Deus descobriu a quinta-essência lembrando-se do vazio que era antes de ser o Verbo, Pai de todos os Verbos.
Deus lembrou-se que antes de existir lutava para destruir o vazio.
O vazio, consumido no nada, nada fazia, nada deixava acontecer.
O Tudo se resumia no Nada.
Não existia cor, nem céu, nem terra, nem luz.
Cansado de tentar destruir o vazio, que na verdade era Ele mesmo, Deus se preencheu, do Nada brotou e procriou.
Ao lembrar disso Deus entendeu que o Vazio jamais havia sido vazio.
Ele era apenas invisível e inimaginado, mas a vida real estava nele.
Então ele só podia ser a parte de Deus que Deus ainda não conhecia e de facto era ele o espírito de Deus cheio de teorias, mas sem prática nenhuma; cheio de sabedoria, mas sem evolução.
Foi então que Deus separou seus lados dando-lhes vida.
Eles mais tarde voltaram a se unir a Deus, que havia se tornado consciência pura e de três voltou a ser o Um, o primeiro que O gerou, o Espírito.
Deus agora era mais que o Verbo criador.
Era o Tudo em si mesmo.
Muitos conhecem a lâmina nº 5 como O Papa ou O Hierofante, nomes dados para esconder seu verdadeiro significado.
Na verdade, um dia se chamou A Quinta-essência, mas por alguns milhares de anos seu significado foi se distorcendo e o lado divino desta lâmina foi se apagando da memória do povo, restando apenas o significado do controle sobre o bem e o mal.
O significado divino eu já expliquei.
Agora resta o significado humano e universal, que na verdade é muito semelhante ao de Deus.
Significa a aceitação do bem e do mal como professores, como caminhos obrigatórios que conduzem à evolução.
Dando continuidade a esta explicação adentramos a lâmina nº 6, que também tem um significado muito misterioso.
Alguns seres a chamam de O Namorado ou O Enamorado.
Algumas têm a imagem de um homem, uma mulher e um jovem entre os dois e acima deles um querubim apontando uma flecha para o jovem e este ainda tem que escolher o caminho certo.
O jovem tem sua perna direita amarrada à perna da mulher e sua perna esquerda amarrada à perna do homem.
O homem está apontando para um caminho e a mulher aponta para outro.
O primeiro significado é talvez o mais reservado.
Poucos seres o conhecem ou o compreendem.
Significa Deus e sua chama gémea, que unidos pelo poder absoluto do amor infinito (o querubim) deram a própria alma para criar os espíritos que povoam o universo.
O facto do jovem estar com as pernas atadas à mulher e ao homem significa que, não importa o que lhe aconteça, ele sempre terá o elo com seu criador.
Em resumo o aspecto divino dessa lâmina revela Deus como homem (princípio masculino) e mulher (princípio feminino) sendo o Criador e o jovem que aparece na cena é a alma de Deus, que explode em inúmeros átomos, criando assim a infinidade de espíritos.
No aspecto humano essa lâmina representa o homem atado entre o bem e o mal, tendo-os como caminho único para a evolução.
O querubim que aponta sua cabeça com uma flecha é o único guia que conduz o homem pelo caminho correcto.
Na verdade, o querubim é o sentimento que consegue ser mais forte que o bem (feminino) e o mal (masculino).
Não posso esquecer de revelar que o querubim dessa lâmina tem uma venda nos olhos para justificar que o amor não é visto com os olhos dos mortais, mas com o coração.
A venda é um respeito ao sentimento puro, que não vê preconceitos de raça, cor, credo ou de ordem financeira.
Em suma, o amor é o cego que tudo vê e nada no universo tem mais poder do que este poderoso cego.
No aspecto humano os homens vão trilhando suas vidas, uns pelo caminho do bem e outros pelo caminho do mal, mas nunca deixarão de lado o caminho da verdade que, não importa quanto tempo leve, eles encontrarão.
No aspecto universal o significado desta lâmina é praticamente igual ao do homem, não tendo o que acrescentar.
Vamos agora para a sétima lâmina, fazendo você compreender inteiramente o motivo pelo qual as pessoas dizem que Deus descansou no 7º dia.
Observe como as pessoas distorcem a verdade.
A lâmina nº 6 representa de facto a criação dos espíritos. Para que não ficasse tão fácil de compreender a verdade inventaram que no 6º dia Deus havia criado o homem de barro, pois assim seria mais fácil para a humanidade compreendê-la.
Se fosse revelada a verdade a pouca sabedoria pioraria a situação dos seres que vivem na Terra e muito provavelmente comprometeria a evolução deles.
A lâmina nº 7 (O Carro) representa a obra criada, o espírito e a forma.
Essa lâmina revela que Deus, além de dar a vida também deu o habitat, porém as condições de vida deveriam vir dos donos do planeta. É justamente aí que se encaixam os primogénitos de Deus, os Amorazins, e também os Evins que, sendo filhos já sábios precisavam apenas praticar a sabedoria nos Infinins, ajudando-os a evoluir.
A partir daí Deus encarregou os seres de suas próprias vidas.
Por isso dizem que depois de ter criado tudo o Pai descansou, mas isso não é bem verdade.
Como pai Deus jamais abandonou seus filhos, porém deu a eles o livre-arbítrio, deu-lhes o direito de escolher como desejariam evoluir.
- A partir desta lâmina se acaba para muitos sábios a explicação da evolução do Divino Pai e se inicia a evolução do homem.
A lâmina nº 8 (A Justiça) tem como desenho o símbolo universal que O Mago (carta nº 1) carrega acima de sua cabeça [ ∞ ].
Este símbolo significa que tudo que os seres fizerem de bom ou de ruim, não importa onde ou como, vai retornar para eles.
Daí se dá o princípio da justiça.
Para que essa justiça seja perfeita o que é julgado na balança universal é o coração do homem e sua sabedoria, seu sentimento e suas acções.
Isto significa que o homem sempre será o responsável por seus erros e suas acções, seja ele consciente ou inconsciente.
- Senhor Rabi, eu não entendi direito esta explicação.
Na verdade, quer dizer que uma pessoa pode matar e roubar e só porque ela acha que não está fazendo mal isso quer dizer que ela não tem consciência?
- Não é bem assim, meu pequeno.
Há milhares de anos a humanidade terrena vive em conflitos, guerras e mata seus semelhantes sem ter sentimento algum.
Não há nem uma fagulha de emoção em muitos crimes de guerra ou disputas territoriais, mas isso não significa que o assassino não tenha que pagar pelo seu crime.
O que na verdade acontece é que os crimes cometidos sem dor ou consciência serão julgados no decorrer das encarnações, serão pagos sem que o corpo humano tenha consciência.
Houve muitas épocas em que a humanidade usava apenas seu instinto de sobrevivência e outro ser humano era tratado como intruso.
Então ele era morto e muitas vezes até comido como alimento comum.
Esse é um crime muito cruel aos olhos de muitos seres humanos, porém para alguns é tão comum quanto pescar um peixe.
Os níveis de evolução são desiguais, ou melhor, os seres estão em níveis diferentes de evolução e sabedoria, afinal a raça que habita esse planeta descende de 12 raças primárias, seres que nunca se haviam encontrado ou convivido com algum tipo diferente.
Portanto é muito natural que ao se encontrarem nesta escola chamada Terra venham a ter divergências.
- Senhor Rabi, o que vem a ser exactamente um planeta primário?
- Logo que terminar a explicação sobre as lâminas vou-lhe contar com todos os detalhes o que é um planeta primário e suas variações.
- Acho que você compreendeu a lâmina nº 8, a lâmina da justiça, que tanto para o homem quanto para o universo tem o mesmo significado: toda acção tem uma reacção.
Consciente ou não o homem sempre colherá o que plantou.
Esta é a lâmina que mantém o equilíbrio do universo e tudo que nele vive.
Agora vamos à lâmina nº 9 (O Ermitão), que significa a medida da sabedoria, a prudência ao misturar seres de planetas tão diferentes.
No aspecto universal seu significado quer dizer que quando tantos planetas primários atingem um nível semelhante de sabedoria e evolução estão consideravelmente prontos para se unirem e é nessa hora que entra a lâmina nº 9, que além de representar a prudência também representa muitos sacrifícios em nome dessa união, pois é o momento de deixar os velhos conceitos de lado sem abandonar a sabedoria deles para adquirir novos.
Esta lâmina é representada por um velho sábio, que não mostra a face e carrega na mão uma vela acesa.
A face oculta significa que a sabedoria se adquire com o passar dos anos (tempos), como indica o corpo curvado do velho, mas sua face não é determinada pelo tempo, pois o tempo, que tudo lhe ensinou, muitas faces também lhe deu.
O corpo velho e curvado representa o tempo de aprendizado.
A face oculta representa o aprendizado absorvido pela alma, afinal o verdadeiro conhecimento aloja-se no espírito e na alma, mas somente o sinal de velhice do corpo pode demonstrar a sabedoria terrena.
A vela que o velho carrega na mão simboliza sua consciência.
É então que se encaixa a palavra ‘prudência’.
A sabedoria obtida ao longo dos tempos não precisa ter face, mas tem consciência.
Isso quer dizer que o homem já tem a medida dos actos e das acções e por isso pode ser submetido a outros aprendizados, afinal ele já tem consciência de que o aprendizado nunca termina.
Agora vou-lhe explicar a lâmina nº 10, A Roda do Destino, como os sábios Talmud a chamam, ou A Roda da Fortuna.
Essa lâmina traz em si o desenho de um círculo e dentro dele dois triângulos entrelaçados formam uma estrela de seis pontas.
No alto pode-se ver uma esfinge alada, com corpo de leão e cabeça de homem.
Abaixo do círculo duas serpentes entrelaçam-se na pilastra que sustenta o círculo.
Esta lâmina talvez seja a mais complexa para muitas pessoas que tentam compreender seus mistérios.
Na verdade, esta lâmina resume toda a história, como ocorre com o nº 10.
Representa o nº 1 e ao mesmo tempo o nº 0 e é justamente isso que revela a verdade por trás desta lâmina.
O nº 0 é o caos, o vazio, a cegueira.
O nº 1 o início, o começo.
Esta lâmina esconde essa dualidade.
Ao mesmo tempo que ela pode elevar um ser também pode derrubá-lo.
Mas vamos ao seu significado.
O círculo significa o vazio e ao mesmo tempo o andar de todos os acontecimentos, o tempo sempre em movimento.
Um grande rei sábio chamado Salomão usou como assinatura o símbolo desta lâmina e até explicou o seu significado para muitos de seu povo.
O simples círculo com os triângulos entrelaçados é um talismã de poderes inestimáveis.
O triângulo de cabeça para baixo tem vários significados, mas vamos falar apenas de dois.
Um é o Deus velado, o Deus que a humanidade não conhece nem pode conhecer até o tempo certo chegar.
Este Deus velado eu já revelei.
Tirei o véu que o escondia, é tudo que já contei sobre Deus.
Este triângulo também representa o medo do desconhecido, o preconceito sobre aquilo que não se conhece na íntegra e a classificação disso como sendo o mal e todas as formas de energia negativa existentes.
As pessoas olham para essa parte da estrela como o mal ou o lado mal das coisas.
O triângulo com a ponta para cima é a luz, o bem ou o lado bom das coisas.
Também representa o Deus que todos conhecem e amam, porém eu lhe digo que essa parte da estrela é nada mais que a sombra de Deus, pois o verdadeiro Deus é aquela parte do triângulo que todos negam por não saberem compreender ou não estarem aptos para isso.
O círculo e a estrela simbolizam a consciência da necessidade dos dois lados como caminho único para a evolução.
A pilastra envolvida pelas duas serpentes representa Ida, Pingala e Sushumna, três grandes energias que se escondem dentro de todo ser humano, mas que um dia se unem e despertam o homem para a consciência do Divino.
Após um nível de sabedoria considerado suficiente para a transformação essas três energias despertam no ser humano.
Isso acontece quando o ser já tem um alto nível de consciência e o despertar da energia é chamado de “o acordar da grande serpente de fogo” ou Kundalini.
Isso acontece quando a alma entra em harmonia profunda com o espírito.
É quando o corpo já tem consciência de sua alma como parte do espírito, necessária para a evolução do mesmo.
O corpo também se compreende como roupa viva usada pela alma para expandir a consciência do espírito.
Em resumo esta pilastra entrelaçada por duas serpentes simboliza o corpo, a alma e o espírito unidos em perfeita harmonia, aptos a aceder a verdade que se esconde no círculo que rodeia a estrela de seis pontas.
Na verdade, este círculo manifesta-se como a consciência dos três corpos já unidos.
A esfinge alada que está acima do círculo significa que o homem dominou seus medos e sua ira.
As asas da esfinge são as asas que libertam o homem, que agora sabe o que realmente tem e o que nunca teve, mas acreditou um dia possuir.
Essas asas são o que o liberta desse mundo de ilusões e o conduz ao mundo verdadeiro.
É essa consciência que não permite ao homem cometer erros, mas nem todos os homens chegaram a este nível de sabedoria de maneira natural.
Muitos usaram fórmulas mágicas, outros forçaram o despertar das energias da Kundalini, que foi o caso do nosso sábio rei Salomão.
O despertar forçado termina sendo desastroso, pois os três corpos humanos ainda não vivenciaram nem aprenderam tudo que deveriam vivenciar ou aprender para chegar à harmonia necessária.
Muitas dessas interferências forçadas fizeram a lâmina nº 10, A Roda do Destino, ser vista como uma lâmina de medo.
Por esta razão também foi preservado por alguns sábios o significado que lhe contei, que quer dizer apenas o seguinte:
- O homem consciente é livre e eterno, pois sua consciência está acima da morte física.
Chegar a este nível significa ter que lutar muito para se manter ou avançar, pois, os obstáculos não serão pequenos nem conhecidos.
Um mundo novo começa a se revelar e o homem tem que lutar para não enlouquecer.
Afinal ele viverá entre dois mundos e muitas vezes essas duas realidades vão se chocar e poderão trazer grande confusão à cabeça do homem.
É esta lâmina que prepara o homem para a lâmina nº 11, conhecida como A Forca.
Ela tem a imagem de uma bela mulher abrindo a boca de um leão, delicadamente e sem esforço algum.
No alto de sua cabeça ela tem o símbolo do universo, que significa que ela tem o conhecimento divino e todo o seu poder e força vem deste conhecimento.
Ela tem o poder da Verdade que tudo amansa, acalma e domina.
Esta é considerada a força indestrutível e inabalável, pois está além da imaginação.
Reúne em si as três formas de força e poder: a força divina, a força moral e a força humana.
É a força do querer, do poder e da realização.
O homem tem agora a consciência e o poder que esta lhe concede, tudo em perfeita harmonia, mas o seu grande teste se esconde na lâmina nº 12, que muitos chamam de O Sacrificado, O Escolhido ou O Enforcado.
Após atingir um nível tão alto de sabedoria o homem deve passá-la aos seus irmãos, deve tentar ensinar o que aprendeu e geralmente isso vai-lhe custar um preço muito caro como a descrença e as humilhações.
Esta foi a lâmina que Cristo carregou nas costas quando desceu à Terra para passar a verdadeira sabedoria à humanidade.
Esta lâmina representa um sacrifício em prol da verdadeira sabedoria, mas esses sacrifícios grandiosos como o de Cristo são apenas para níveis de evolução como o dele.
Muitos seres temem esta lâmina por conhecerem seu significado, que geralmente implica em sacrificar ou perder algo ou até mesmo abnegar de alguma coisa.
Somente no aspecto divino esta lâmina representa o sacrifício do Cristo, que na verdade foi um grande sacrifício para uma grande realização.
Com amor e profunda gratidão,
Luís Barros