VIVER SEM TENSÃO
A fé e a crença em Deus dentro de nós
A prova da nossa
fé e confiança em Deus é o modo como reagimos na adversidade,
catástrofe, tragédia ou a morte do ente amado.
Quando tudo
vai mal, quando aparece a doença, como reagimos?
É este o
momento em que devemos aplicar o conhecimento das leis de nossa mente, mantendo
à vista a meta, sobre o que desejamos.
Cremos que é
nosso agora porque o sentimos em nosso coração.
O nosso
desejo é tão real quanto a nossa mão, aceitemo-lo, e o veremos aparecer na tela
do espaço.
No campo do
desporto, se cairmos, temos que nos levantar sorrindo porque sabemos que da
próxima vez que jogarmos, a vitória será nossa.
Quando as
coisas estão correndo bem e o homem está prosperando, tende a descontrair-se, a
levar as coisas na flauta e deixar de rezar.
No entanto,
quando aparece uma dificuldade, ele começa a fazer uma porção de perguntas,
como “Por que isso foi acontecer comigo?”, “Fiz caridade”, “Vou sempre à
Igreja”, etc.
O que o
homem precisa é de uma compreensão clara da lei do seu próprio ser, que é
conforme ele crê lhe será feito.
A crença é
um pensamento da mente.
O homem pode
ser frequentador e comungante assíduo em sua igreja, pode observar todos os
regulamentos, ritos, rituais e cerimónias, e ainda assim sofrer de doenças,
tragédias e todo o tipo de desgraças aparentes.
O que
importa é a maneira do homem pensar, sentir e crer em seu íntimo; em outras
palavras, o movimento íntimo do coração sempre se manifesta.
Assim, o
homem pode ser um bom budista, muçulmano, cristão ou judeu, e obedecer aos
princípios básicos dessas religiões, e ainda assim sofrer a miséria, dor e
desgraça.
Assim como o
homem pensa em seu coração, assim ele será.
O coração é uma
palavra caldeia que significa a mente subconsciente – a sede de seus
sentimentos e emoções.
Nossa
manifestação exterior de fé nessa e naquela igreja não é aquilo de que trata a
Bíblia,
que diz respeito à nossa verdadeira atitude interior, sentimentos íntimos e
movimentos da mente.
O pensamento
negativo gera emoções destruidoras, e essas emoções negativas
emaranhadas no subconsciente devem ter um escapamento, de modo que as emoções
destruidoras aparecem como doença.
A dedicação,
fidelidade e lealdade a uma determinada igreja ou credo não adianta.
Conforme o
que cremos, assim nos será feito – é essa lei mencionada na Bíblia.
A fé é um
modo de pensar, uma atitude interior, um sentimento ou percepção interior.
O homem pode
ter fé no fracasso, sucesso, desgraça e pobreza e exprimirá todos esses estados
em sua vida.
Isto é a fé
invertida.
A fé é o que
vemos, concordamos e aceitamos em nossa mente; na verdade, é um pensamento
em nossa mente, e, sendo os pensamentos criadores, criamos aquilo que
pensamos, pois, o homem é a crença expressa.
Criamos
aquilo em que realmente acreditamos em nossa mente e nosso coração.
O importante
é o que realmente cremos, no fundo do nosso coração, e não aquilo
a que damos apenas uma concordância formal ou intelectual.
No princípio
determinadas pessoas mostram-se obstinados, recusando-se a crer num Deus de
Amor, e é assombrador ver como determinadas mentes brilhantes podem mostrar-se
tão obtusas.
Toda a sua
atitude religiosa parece estar afectada por uma obliquidade moral.
Determinadas
pessoas admitem que desejam uma cura, mas acham que Deus quer que elas sofram
pelos seus pecados.
Compreendamos
que os pensamentos são coisas e que se acreditamos que Deus desencadeia
sua ira sobre nós, a Força Criadora reagirá de acordo com a natureza do nosso
pensamento, e nós de facto estamos-mos castigando.
Interiorizemos
em nossa mente que a lei da mente é simplesmente acção (pensamento) e reacção
(resposta ao pensamento) pela mente subconsciente.
Nossas
experiências boas e más são apenas movimentos de nossa própria mente,
relativas ao princípio da vida, sempre perfeito e intacto.
Comecemos a
compreender que Deus é tudo o que existe e é infinito, e que é
matematicamente e cientificamente impossível haver dois infinitos.
Se
existissem dois poderes, um anularia o outro, e não haveria nada senão o caos,
a luta e fricção constantes.
Se houvesse
algum poder que desafiasse a Deus, Deus não seria o Supremo nem o Omnipotente.
Ouve ó
Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Deuteronómio
6:4.
Compreendamos
que sem dúvida nossos estados mentais são projectados em nosso organismo e
experiências externas.
Usemos a
seguinte oração:
“A Inteligência Salutar que me criou está
focalizada no ponto exacto em minha mente em que está o problema, e toda a
distorção física e mental está removida. O Amor Divino dissolve tudo o que lhe
é dissemelhante e eu estou descontraído e em paz. O Seu Rio de Paz satura e
envolve todo o meu ser e estou descansado e em paz. O Seu Rio de Paz inunda a
minha mente e o meu corpo e sinto-me maravilhoso. Perdoo a todos, plenamente e
livremente, e derramo o Seu Amor e Bênçãos sobre todos os que me cercam; estou
livre.”.
Afirmemos
essas verdades devagar, sossegadamente, com reverência, com amor, várias vezes
por dia.
Diz a
Bíblia: “A não ser que vos arrependais, perecereis igualmente.”
Arrepender
significa modificar os pensamentos de acordo com os padrões espirituais, pensar
de um novo modo.
Se não
enchermos a nossa mente com pensamentos e ideias inspiradoras, saudáveis,
nutritivas, em outras palavras, se não fizermos o nosso pensamento
construtivo, a mente racial ou o grande mar psíquico em que vivemos invadirá o nosso
consciente e seremos governados pela mente racial e estaremos à mercê.
Estamos
todos imersos na mente única, e se os únicos alimentos mentais
que recebemos forem as sugestões negativas do radio, dos jornais e dos
vizinhos, modificados ainda mais pelas limitações, temores e problemas da mente
racial que impregnam a nossa mente, nós sucumbimos ao hipnotismo em massa da
mente mundial que nos cerca, a não ser que assumamos o controlo e a direcção
de nossas forças mentais e emocionais.
É por isto
que as ditas boas pessoas sofrem tantas desgraças na vida.
Se formos indiferentes,
descuidados, indolentes e preguiçosos, recusando-nos a encher a nossa mente com
as verdades de Deus, os pensamentos, estados de espírito e crenças negativas
que entram na mente que não é vigiada impregnam o subconsciente, e aquilo que
semeamos, nós colhemos.
Quando ignoramos
ou não tomamos conhecimento das leis mentais, podemos atribuir as nossas
experiências desagradáveis à sorte, fatalidade, azar, carma ou destino, em vez
de compreendermos que por trás de todo efeito existe uma causa.
Nós devemos
compreender que a chuva cai sobre os justos e os injustos, e o sol
brilha sobre os bons e os maus com um brilho igual.
Deus não diferencia
as pessoas.
A diferença
entre os homens deve-se ao seu estado de consciência que consiste no que eles
pensam, sentem, crêem e consentem mentalmente.
É por isto
que alguns são doentes, outros sadios, por que alguns são pobres e outros
ricos, alguns tristes e outros cheios e borbulhando da alegria da vida.
A solução não é
acreditar em certos rituais, liturgias, credos, dogmas, conceitos tradicionais,
fórmulas e opiniões do homem, e sim acreditar num Deus de amor, bondade e
integridade eternos.
Nós devemos
crer que a vontade de Deus para nós é cada vez mais vida, amor, verdade,
beleza, fartura e experiências maravilhosas que ultrapassam os nossos sonhos
mais queridos.
Isso é uma
crença real
porque acreditamos na bondade e amor de Deus, que é a verdadeira fé na ventura,
alegria, integridade, beleza e perfeição de Deus.
A nossa fé
agora esta em Deus.
Nós agora somos
da fé verdadeira porque acreditamos na Verdade sobre Deus, e vivemos
na alegria da expectativa do melhor – só o melhor nos virá.
A mente do
homem, quando indisciplinada, desgovernada e não regenerada, divide-se se
desorganiza e fica completamente confusa sob o domínio dos chamados amigos
cujos verdadeiros nomes são o medo, a ignorância e a superstição.
Estamos na
verdade sendo afligidos por nossa própria personalidade dividida que reflecte a
opinião do mundo em vez da verdade que nos liberta.
Devemos
reintegrarmos-mos na fé e confiança na Presença de Deus dentro de nós, deixando
que o espírito da integridade, beleza e perfeição nos envolvam num encanto
transcendente, transformando a nossa mente e corpo no modelo perfeito de Deus
na montanha.
Não se deve
mais permitir que a mente crie novas doutrinas baseadas sobre falsas teorias e
falsos deuses,
tais como a dicotomia do espírito e da matéria, da carne e do espírito, Deus e
um demónio, etc.
As invasões
mentais e a intrusão do medo, propaganda, doença e os temores do mundo devem
ser enfrentados e desarmados pela Presença de Deus em nós – a única Causa e o
único Poder.
Nós recebemos
nossas instruções e ordens da Divina Inteligência em vez de recebê-las do mundo
e suas falsas crenças.
Comecemos
agora a pensar, falar e agir do ponto de vista do Amor de Deus e da Sabedoria
interior, em vez de partir do edifício superposto do medo, dúvida e
preocupação.
Desse modo começaremos
o nosso caminho de volta para o Deus no meio de nós, que é poderoso para curar.
É costume os
homens exaltarem e cantarem os louvores de Deus por sua benevolência e bênçãos,
quando estão prósperos e com saúde, mas quando aparecem os problemas, é o contrário,
e murmuram e reclamam da injustiça; muitas vezes jorram de suas bocas
imprecações e maldiçoes.
Satanás
significa “afastar-se”.
Implica a noção
de afastar ou desviar a nossa atenção; pensamentos de medo, se alimentados,
tendem a desviar-nos de nossa fé duradoura em Deus e de todas as coisas boas.
Se formos
visitar um amigo doente e nos vem à mente a ideia de apanhar essa doença, nós devemos
imediatamente substituí-la pela crença na saúde perfeita, pois Deus não pode
ser doente, e o que é verdade sobre Deus é a verdade real sobre nós.
Se permitirmos
que a imagem da doença do outro permaneça em nossa mente, estamos sendo tentados
a deixar que nossa mente se detenha numa imagem de moléstia.
Os
pensamentos do coração do homem são inclinados para o mal desde a sua mocidade.
Os nossos
pensamentos vêm aos pares, como saúde e doença, riqueza e pobreza, paz e dor;
amor e ódio.
Todo desejo
ou vontade que tivermos traz consigo um pensamento negativo ou oposto.
O desejo da
riqueza de Deus é real e natural em nós, mas em nossa mente surge o factor
negativo, lembrando-nos as nossas limitações e dificuldades.
Quando estamos
num problema, perplexo e confuso, o pensamento negativo em nossa mente está
junto com o nosso desejo positivo.
Na oração exibimos
à Luz os nossos pensamentos temerosos e aflitos, sabendo que esses pensamentos
negativos são um aglomerado de sombras sinistras e que uma sombra não tem poder.
Nós nos convencemos
de que só existe Um Poder, e como é omnipotente, não pode ter
quaisquer antagonistas, oposição ou desafiante.
A nossa mente
então começa a mover-se como uma unidade, e atribuímos todo o poder a Deus;
e Ele que nos deu o desejo também nos revelará como realizá-lo na Ordem Divina.
Os escritos
sobre a ciência mental, mostram que o nosso desejo tem em si a própria
matemática e mecânica, e, quando o sustentarmos com fé, o desejo se realizará
no momento oportuno e do modo certo.
Nós trazemos
o sofrimento sobre nós pelo nosso próprio pensamento errado, pela má aplicação
e interpretação das leis universais.
Quando
deixamos de rezar direito e damos atenção aos valores espirituais eternos da
vida, a dor, a miséria e o sofrimento vêm lembrar-nos a nossa negligência,
indiferença, apatia ou preguiça.
As nossas
limitações, problemas e dificuldades nos levam a procurar respostas, e desse
modo descobrimos a Divindade dentro de nós.
Se o
quebra-cabeça de palavras cruzadas estivesse todo feito e nos bastasse copiar
as respostas, logo nos enfastiaríamos cheios de tédio.
A emoção, a
alegria, a satisfação vem de resolver o quebra-cabeça, assim como um engenheiro
se regozija quando transpõe com sucesso o abismo, quando lhe diziam ser impossível.
Nossa
alegria é termos vencido o problema.
Com amor e profunda gratidão,
Luís Barros