1 de abril de 2021

SEBENTA – 22

Mestres Ascensionados

A experiência diária da Hoste dos Mestres Ascensionados é a Perfeição em que os filhos de Deus foram destinados a viver sempre.

Os filhos da Terra expressaram sua Perfeição uma vez em um ciclo anterior, que foi uma Idade de Ouro.

Essa civilização anterior - essa Antiga Perfeição - é mais velha do que imaginamos, mais velha do que supomos ser o planeta.

Toda a humanidade nesse período vivia num estado transcendente, semelhante ao dos Mestres Ascensionados.

As condições de miséria que sobreviveram a essa época, através dos tempos, surgiram porque a humanidade preferiu desviar-se de sua 'Fonte' - Amor - como conduta para viver a vida.

Quando os filhos da Terra desviam os olhos do Amor, estão escolhendo, deliberada e conscientemente, a experiência do caos.

Aquele que procura viver sem Amor, não pode sobreviver por muito tempo em lugar algum da Criação.

Tais esforços estão destinados a acarretar fracasso, miséria e dissolução.

Tudo o que se ressente da falta de Amor deve voltar ao caos informe para que sua substância possa ser novamente usada em combinação com o Amor, produzindo assim uma forma nova e perfeita.

Esta é a Lei, tanto da Vida Universal como da Vida individual.

Ela é Imutável, Irrevogável, Eterna, entretanto, Benevolente, porque a Criação manifestada na matéria existe para que Deus possa ter alguma coisa onde derramar Amor e assim expressar-se em acção.

Esta é a 'Lei do Uno Poderoso', da qual tudo mais procede.

Ela é o 'Mandato da Eternidade' e a vastidão; o esplendor dessa Perfeição não pode ser descrito por meio de palavras.

Se não houvesse essas actuais, reais, permanentes e Perfeitas condições de Vida e experiência, que transcendem em muito a descrição humana, a existência seria apenas uma máscara sobre a estupenda actividade de Vida que vibra eternamente em toda a Criação.

Existem aquelas mais altas, harmoniosas, Transcendentes Esferas - reinos de actividade e consciência individual e cósmica - onde a Criação permanece continuamente em Alegria, em Amor, em Liberdade e em Perfeição.

Essas esferas são reais, verdadeiras, perfeitamente reais e muito mais permanentes do que nossos corpos e edifícios no mundo físico que nos rodeia.

Esses Reinos de Vida são feitos de Substância tão carregada de Amor que jamais podem possuir uma qualidade ou actividade de discórdia, imperfeição ou desintegração a eles impostas ou registadas dentro deles.

Como são baseadas no Amor, a Perfeição de tal manifestação é mantida eternamente, sempre activa, sempre expansível, abençoando sempre com alegria tudo o que existe.

Trazemos para cima de nós mesmos o infortúnio que nos obriga ao renascimento contínuo, na ignorância dos sentidos, dos apetites humanos e desejos do eu-exterior.

Tais apetites da natureza sensorial do género humano são, em si mesmos, apenas uma acumulação de energia a que o indivíduo, através de seus pensamentos e sentimentos, imprimiu uma qualidade, de uma ou de outra espécie.

Essa energia mal qualificada atinge um "momentum" (ponto de saturação da energia acumulada, tanto positiva como negativamente qualificada) através da expressão humana, e se transforma em hábito.

O hábito é tão-somente energia especificamente qualificada e focalizada, por um tempo, num certo objectivo.

Os apetites dos sentidos das vidas precedentes, tornam-se as forças propulsoras e hábitos nas vidas subsequentes, mantendo-nos escravizados, presos à roda do carro da discórdia, das privações e da necessidade, fazendo-nos rodopiar num labirinto de problemas humanos e experimentos de nossa própria criação, obrigando-nos a aprender e obedecer à Lei do AMOR - A Lei do UNO.

Nossos desatinos nos conduzem, sem parar, até que estejamos dispostos a compreender a Vida e a obedecer Nossa Lei do Uno - Amor.

Giramos de Vida em Vida, experimentando discórdia sobre discórdia, até que aprendíamos a viver a 'Lei do Amor'.

Esta é uma actividade propulsora a que ninguém escapa, e contínua, até que o eu-externo investigue a razão de sua miséria e compreenda que sua libertação da experiência dos sofrimentos só se pode efectuar pela obediência à 'Lei do Amor'.

Tal obediência começa como calma, paz e bondade nos sentimentos, cujo centro se acha no coração.

Nosso contacto com o mundo exterior deve realizar-se através do 'Sentimento Interior'.

O Amor não é uma actividade da mente, mas a Pura e Luminosa Essência que cria a mente.

Essa Essência da Grande Chama de Deus flui para dentro da substância e constantemente se derrama como Perfeição, em forma e acção.

O Amor é a Perfeição manifestada.

Ele só pode expressar paz, alegria e um transbordamento desses sentimentos para toda a Criação - incondicionalmente.

Não pede nada para Si Mesmo, pois Ele é Eternamente Auto-Criador, sendo o Pulsar do Coração do Supremo.

O Amor é dono de Tudo e só está interessado em fazer funcionar por completo o Plano da Perfeição.

Então, Ele é um constante derramar de Si Mesmo.

Não toma conhecimento do que foi dado no passado, mas recebe sua alegria e mantém Seu equilíbrio pelo fluir de Si Mesmo.

Por estar essa Perfeição contida no Amor, fluindo eternamente, é incapaz de registar qualquer coisa que seja contrária a Sua Perfeição.

O 'Amor', sozinho, é a base da harmonia e o correcto uso de toda a energia da Vida.

Na experiência humana, o amor cresce dentro de um desejo de dar, dar, sempre dar, toda a paz e harmonia do indivíduo para o resto da Criação.

Povo! Ó! Povo de todas as eras!

Só bastante Amor poderá fazer-nos voltar ao Céu que outrora conhecemos e habitamos.

Aí, uma vez mais, abraçaremos a plenitude da 'Grande Luz' que tudo dá através do Amor.

Saint Germain iniciou a explicação de várias fases importantes na aplicação das mais elevadas leis, para a manifestação do domínio próprio, inerente a cada um, sobre as coisas do mundo dos sentidos.

Isso levou-o a explicar como ele era capaz de expressar tal juventude e Perfeição num corpo tão velho, segundo o processo humano de contar o tempo.

A Eterna Juventude é a Chama de Deus habitando no corpo do homem - a Dádiva de Si Mesmo, do Pai à Sua Criação.

A mocidade e a beleza, tanto, do corpo como do espírito, só podem ser permanentemente conservadas pelos indivíduos que são bastante fortes para impedir a entrada da discórdia, e aquele que assim o faz pode expressar e expressará Perfeição, mantendo-a.

Quando Paz, Amor e Luz não habitam dentro dos pensamentos e sentimentos de um ser humano, nenhuma soma de esforços físicos podem conservar o eu-externo expressando juventude e beleza.

Estas existem Eternamente dentro da Chama de Deus, que é o Eu Divino de todo o indivíduo.

Qualquer discórdia que o eu-exterior permitir prorromper através dos pensamentos e dos sentimentos, aquele instante é estampado na carne do corpo físico.

Juventude Eterna e Beleza são Auto-criadas e para sempre Auto-Existentes dentro da Chama de Vida de Deus, em cada ser humano.

Este é o Plano de Deus para manifestar Sua Perfeição dentro do mundo da forma e mantê-la para todo o sempre.

Juventude, Beleza e Perfeição são atributos do Amor que o Eu Divino está continuamente derramando em Sua Criação.

No íntimo de cada indivíduo está colocado o poder, bem como os meios de manter e aumentar essa perfeita e sempre-expansiva actividade da Criação.

O Poder de realização é a energia do Eu Divino em cada ser humano que nasce no mundo.

Está sempre activo, em todos os momentos, em nossa mente, em nosso corpo e em nosso ambiente.

Não há um instante em que essa poderosa energia não esteja fluindo através de cada indivíduo.

Temos o privilégio de qualificá-la, como nos aprouver, ao comando de nosso livre-arbítrio, por meio do pensamento e do sentimento conscientemente dirigidos.

O pensamento é a única coisa no universo que pode criar vibração, e pela vibração damos a essa energia sempre-fluente a qualidade que desejamos manifestar em nossa vida ou em nosso mundo.

Essa ilimitada, inteligente, radiante energia flui incessantemente através de nosso sistema nervoso e é Eterna Vida e vitalidade na corrente sanguínea, correndo em nossas veias.

É uma actividade Todo-poderosa, Omnipresente, Inteligente que nos é dada pelo Pai - o Princípio Divino da Vida - para ser conscientemente dirigida de acordo com o nosso livre-arbítrio.

A inteligência Real, que tudo usa de modo construtivo - vem somente de Dentro do Princípio de Deus – a Chama de Vida, e não é mera actividade do intelecto.

Verdadeira Inteligência é Sabedoria ou Conhecimento de Deus, e isto não pensa nem pode pensar maus pensamentos.

Maus pensamentos provêm somente de impressões causadas no intelecto pelo mundo que cerca o individuo.

Se os homens distinguissem, entre seus próprios pensamentos, isto é, pensamentos de dentro da Chama de Deus, e as sugestões arremessadas pelos intelectos de outras pessoas, incluindo as impressões dos sentidos, que só consideram as aparências, seriam capazes de evitar todas as actividades e condições discordantes no mundo da experiência.

A Luz Interior, a Chama de Deus dentro de cada um, é o critério - o padrão de Perfeição, pelo qual todos os pensamentos e sentimentos, que vêm até nós através dos cinco sentidos, deveriam ser testados.

Ninguém pode manter seus pensamentos e sentimentos qualificados com Perfeição se não for à 'Fonte de Perfeição', porque esta qualidade e actividade só habitam dentro da Chama de Deus.

Esta é a necessidade que tem o indivíduo de meditar sobre a Luz de Deus dentro de si mesmo, e com ela se manter em comunhão.

A Essência Pura da Vida não só nos dará e conservará a Eterna juventude e beleza do corpo, como também nos tornará capaz de manter perfeito equilíbrio entre nosso Deus Interno e o eu-externo ou eu-pessoal.

De facto, essa Pura Energia de Vida é o poder que o eu-externo usa para manter conexão com sua Fonte Divina - o Deus Interno.

Na realidade, esses dois são Um, excepto quando o intelecto, ou actividade externa da mente - a consciência sensorial - aceita imperfeição, desarmonia, deficiência, ou se julga uma criação à parte da Omnipenetrante ‘Presença' de Vida.

Se a consciência dos sentidos se considera alguma coisa separada de Deus - Perfeição, então essa condição é estabelecida para ele, porque aquilo que a percepção sensorial julga estar dentro do seu mundo, o mundo lhe devolve.

Quando alguém permite que uma ideia de imperfeição ou separação de Deus ocupe sua atenção, e, portanto, sua mente, uma condição correspondente a esta começa a expressar-se no seu corpo e no seu meio ambiente.

Isto leva a pessoa a se sentir uma entidade à parte de sua Fonte.

No momento em que se acredita separada de Deus, pensa que sua Vida, sua Inteligência, seu Poder, têm princípio e têm fim.

A Vida sempre foi, é agora e sempre será.

Ninguém pode, na realidade, destruir a Vida.

Através de várias actividades no mundo mental e no mundo físico, a forma pode ser desintegrada ou temporariamente demolida, mas a consciência do indivíduo é eterna; pode controlar toda substância, onde quer que esta se manifeste, quando a Vida Divina interior é admitida como a 'Toda Sábia, Doadora e Autora' de todo o bem na Criação.

Dizemos a Verdade quando declaramos que há somente uma Fonte de todo o Bem - Deus.

O reconhecimento consciente e a aceitação dessa Verdade, admitidos e mantidos pela actividade externa da mente - não duas ou três vezes por dia, mas a cada momento, seja qual for a ocupação do eu-exterior, tornarão qualquer pessoa capaz de expressar sua perfeita liberdade e seu domínio sobre todas as coisas humanas.

Para a maioria das pessoas, o que foi dito soa dificilmente, porque viveram tantos séculos separadas de Deus, enquanto, em todos os instantes de todos os dias estão usando Vida de Deus, Energia de Deus, Substância de Deus, Actividade de Deus em tudo que pensam e fazem, sem reflectir sobre isso.

Entretanto, é necessária a aceitação consciente deste facto pela mente exterior, e a orientação engenhosa para libertar Seu Poder Pleno através do eu-pessoal.

Reconhecimento, directriz consciente e uso construtivo da Energia Divina, mantidos no íntimo constantemente, constituem o caminho da Perfeição, Mestria e Domínio sobre todas as coisas da Terra, incluindo o controlo consciente de todas as forças naturais.

O ensinamento que demos, se mantido, destruirá completamente todas as falsas crenças.

A rapidez do resultado depende de como constante, persistente e profundamente sentirmos e nos associarmos ao nosso Deus Interno.

Ao atingir a Mestria, o controlo consciente de toda força e o manejo da substância dependem, primeiro, do reconhecimento do nosso Ser Divino individual; segundo, da perfeita calma de sentimentos, a despeito de qualquer circunstância; terceiro, deve-se estar acima de toda tentação de fazer mau uso do poder.

A quietação de todas as emoções, sob o comando da vontade consciente, é imperativa, e é uma exigência incondicional ao Adepto que queira alcançar o Domínio.

Isto não significa, de modo algum, uma repressão da discórdia dentro de nós mesmos, mas sim uma quietação e harmonização dos sentimentos, sejam quais forem as circunstâncias em que se achem a mente e o corpo.

Tal controlo não é coisa fácil para a humanidade do Mundo Ocidental, porque o temperamento da maior parte dos povos no Ocidente é sensitivo, emocional e impulsivo.

Esta característica é energia de tremendo poder.

Deve ser controlada, mantida em reserva e libertada somente através de uma orientação consciente; para a realização de algo construtivo.

Se um indivíduo emprega sinceramente a afirmação, estabelece uma aceitação plena da Verdade do que quer que seja que afirme, pois, o seu uso é somente para focalizar a atenção da mente externa tão constantemente sobre a Verdade, que ele aceita na íntegra em seus sentimentos.

E sentimento é o próprio Deus-Energia liberta, que manifesta a Verdade afirmada.

O emprego contínuo da afirmação leva o indivíduo a um ponto em que ele tem uma tão profunda percepção da Verdade naquilo que afirma, que perde a consciência dela como afirmação.

Quem faz uma afirmação, um mantra, ou uma oração, fá-lo porque deseja que algo se realize.

O desejo correcto é a mais profunda forma de oração.

Então, pelo uso da afirmação, o indivíduo eleva seu eu externo à plena aceitação de sua Verdade, e gera o sentimento pelo qual o converte na coisa manifestada.

Nessa profunda aceitação vem a manifestação, porque pela concentração a palavra falada começa a produzir actividade instantânea.

Unicamente vivendo e expressando essa Perfeição através da autocorrecção das fraquezas humanas e da plenitude de adoração ao Divino Ser interior, pode um indivíduo entrar em associação com Aqueles (Seres Perfeitos) que trabalham nesse alto nível de conhecimento.

 

Com amor e profunda gratidão,

 

Luís Barros