3 de abril de 2021

SEBENTA – 24

VISUALIÇÃO

Que é a verdadeira visualização e o que acontece quando alguém visualiza?

A verdadeira visualização é Atributo e Poder da Visão de Deus, em acção na mente do homem.

Quando alguém retracta conscientemente na mente uma aspiração que deseja se realize, está empregando um dos mais poderosos meios de trazer esse desejo à sua experiência visível e tangível.

Há muita confusão e incerteza no espírito de muitos, relativamente ao que de facto acontece quando alguém visualiza ou faz um quadro mental daquilo que almeja.

Em nenhuma parte do universo, forma alguma jamais veio à existência sem que alguém tivesse conscientemente mantido uma imagem dessa forma no pensamento, porque todo pensamento contém uma imagem da ideia nele contido.

Mesmo um pensamento abstracto encerra uma cena de qualquer espécie, ou pelo menos um esboço, que é a concepção mental de quem emite.

Damos um exercício pelo qual pode-se desenvolver, controlar conscientemente e dirigir as actividades da visualização para obter êxito definitivo:

O primeiro passo consiste em determinar um plano definitivo, ou desejo a ser realizado.

Isso feito, considerai-mos que seja coisa construtiva, nobre, merecedora de nosso tempo e esforço.

Examinai-mos cuidadosamente o motivo que nos conduz a trazer tal criação à manifestação.

Deve ser honesto, tanto em relação a nós como ao resto do mundo e não um simples capricho ou satisfação de apetites dos sentidos físicos.

Lembrai-mos, há uma grande diferença entre utilidade, desejo e apetite.

Utilidade é o cumprimento da Grande Lei Universal de Serviço.

Desejo é a actividade expansiva de Deus, por meio da qual a manifestação é constantemente mantida, e é a Perfeição ampliando-se a si mesma.

Apetite é tão-somente o hábito estabelecido pela contínua satisfação dos sentidos instintivos, consistindo em energia focalizada e qualificada por sugestões da actividade externa da vida.

Certificamo-nos bem de que não haja em nosso íntimo algum sentimento secreto de levar vantagem à custa de outrem.

Um verdadeiro estudante - e só quem o seja tirará proveito dessa espécie de prática – toma as rédeas nas mãos e determina disciplinar e controlar conscientemente o Ser Inferior.

Escolhe o que há-de fazer ou não em seu mundo e, pelo processo de figurá-lo na mente, projecta, trazendo à manifestação um plano de vida definitivamente firmado.

O segundo passo consiste em expor nosso plano por meio de palavras, tão concisa e claramente quanto possível.

Anotai-mos por escrito.

Assim registamos nosso desejo no mundo externo, visível e tangível.

O terceiro passo é cerrar os olhos e ver, dentro de nossa mente, uma imagem mental do desejo ou plano em sua perfeita, acabada condição e actividade.

Consideramos o facto de que nossa capacidade de criar e ver uma imagem dentro da própria consciência é o atributo da vista de Deus agindo em nós.

A faculdade de ver e o poder de criar são atributos de nosso Deus Interno, que sabemos e sentimos estar sempre dentro de nós.

A Vida e o Poder de Deus estão actuando em nossa consciência para concretizar, em nosso mundo externo, o quadro que vemos e sentimos em nosso íntimo.

Conservamo-nos lembrando ao intelecto que a capacidade de imaginar é um atributo de Deus - o atributo da visão.

O poder de sentir, experimentar e associar-se à imagem perfeita, é Poder de Deus.

A substância utilizada no mundo exterior para dar forma ao nosso quadro e ao nosso plano, é pura substância de Deus.

Devemos então saber que Deus é o Autor, a Acção e o Acto de toda forma e empreendimento construtivo sempre lançados no mundo da manifestação.

Quando empregarmos integralmente o processo construtivo, é impossível que o nosso plano não venha a realizar-se em nosso mundo visível.

Lemos nosso desejo ou plano tantas vezes por dia quanto possível, e sempre antes de nos recolhermos ao leito porque, ao dormir logo depois de mentalizar o quadro, permanece na consciência humana uma forte impressão que não é perturbada durante algumas horas, tornando-o em condições de ser intensamente lembrado na actividade externa e permitindo seja gerada e acumulada a força que o impelirá para a experiência da vida exterior.

Por esse modo, podemos introduzir qualquer desejo ou imagem na consciência quando ela penetra no GRANDE SILÊNCIO, durante o sono.

Aí, carrega-se com o Maior Poder e Actividade de Deus, que está sempre dentro do Coração do Grande Silêncio.

Em circunstância alguma devemos comentar, seja com quem for, o nosso desejo ou o facto que estivermos visualizando.

Isto é imperativo.

Não monologuemos sobre ele em voz alta ou mesmo em murmúrio, porque devemos compreender que, quanto maior o acúmulo de energia gerada pela nossa visualização, contemplação, sentindo a realidade de nossa imagem, tanto mais rapidamente se manifestará em nossa experiência externa.

Milhares de desejos, ambições ou ideias ter-se-iam manifestado na experiência externa de muitos indivíduos, se eles não os tivessem discutido com amigos ou conhecidos.

Quando nos decidimos definitivamente a realizar uma experiência, por meio da Visualização conscientemente dirigida, nos tornamos A Lei - Deus - a Lei do 'Uno', que não admite oposição.

Devemos tomar uma decisão e sustentar nossa determinação com todo o poder.

Isto significa que devemos assumir uma atitude firme, inabalável.

Para fazê-lo, saibamos e sentimos que ela é Deus desejando, Deus sentindo, Deus conhecendo, Deus manifestando e Deus controlando tudo o que diz respeito a essa decisão.

Esta é a LEI DO 'UNO' - DEUS - e só DEUS.

Até que isto seja plenamente compreendido, não podemos obter e nem obteremos nunca nossa manifestação, porque no momento em que entra um elemento humano, estamos tirando-a das mãos de Deus e consequentemente não pode expressar-se, pois que estamos neutralizando-a pelas concepções humanas de tempo, espaço, lugar e mil e uma outras condições imaginárias que Deus não reconhece.

Ninguém poderá conhecer DEUS enquanto considerar uma força oposta a Ele, porque quando admitimos que duas forças em oposição podem actuar ao mesmo tempo, estaremos neutralizando a actividade de DEUS.

Havendo neutralização, não se obtém nada, nada se manifesta.

Acontece simplesmente isto: nada obteremos em nossa manifestação.

Quando reconhecemos DEUS - o ‘UNO’ - temos somente Perfeição manifestando-se instantaneamente, porque não há nada a se opor ou a neutralizar - nenhum elemento humano de tempo ou espaço.

Assim Ele se estabelece em nós, pois não há que se oponha ao que Deus ordena.

Não poderão jamais melhorar as condições para quem quer que seja que deseja a Perfeição, enquanto continuarmos admitindo um poder oposto a Deus, ou qualquer coisa dentro ou fora de nós capaz de impedir a Perfeição de Deus se expressar.

Acontece, porém, que conceber um pensamento ou quadro de Perfeição não necessita mais energia do que conceber um de imperfeição (portanto, essa escolha deliberada de uma condição imperfeita implica o que se chama QUEDA DO HOMEM).

Somos o Criador localizado para planear e criar a Perfeição em nosso grupo e lugar que ocupamos no Universo.

Se a Perfeição e o Domínio devem ser expressos, devemos conhecer e admitir apenas a Lei DO ‘UNO’.

O UNO existe e controla completamente em toda a parte no Universo.

Somos a Autoconsciência de Vida, a Una 'Presença’ Suprema da Grande Chama de Amor e Luz.

Somos nós somente o Seleccionador, o Decretador das qualidades e formas que desejamos derramar em nossa Vida, porque somos o único agente de energia de nosso mundo e de tudo o que ele contém.

Quando pensamos ou sentimos, parte de nossa energia de Vida sai para sustentar aquilo que criamos.

Lançai-mos então fora da mente toda a dúvida ou medo de efectuar o que estamos imaginando.

Se qualquer um desses pensamentos ou sentimentos - que em última análise não passam de emanações humanas desprovidas de perfeição - vem ter à nossa consciência, devemos substituí-lo instantaneamente pelo reconhecimento integral do nosso Próprio Eu e de nosso mundo como Vida de Deus - O ‘UNO’.

Além disso, permanecei-mos completamente despreocupados acerca do ideal que formulamos, a não ser durante o tempo da visualização.

Não fixemos na mente prazo para resultados, excepto para reconhecer que só existe agora - o eterno presente.

Adoptai-mos essa disciplina, praticamo-la e poderemos manifestar um irresistível poder em actividade, que nunca falhou e nem poderá falhar.

Lembrámo-nos sempre de que somos DEUS idealizando e visualizando.

Somos DEUS - Inteligência dirigindo, Somos DEUS - Poder impulsionando.

É Nossa Substância-DEUS sendo accionada.

Quando nos convencemos disso e contemplamos a sua plenitude muitas vezes, tudo no Universo se precipita para realizar nosso desejo, nosso comando, nosso quadro mental, ele é todo-construtivo e de acordo, portanto, com o Plano Divino Original para uma Vida Auto-consciente.

Se nosso lado humano concorda realmente com o Plano Divino e o aceita, não pode sobrevir tal coisa como atraso ou fracasso, porque toda energia tem em si a qualidade inerente da Perfeição e se apressa em servir ao seu Criador.

Perfeição é a única predestinação que existe.

Pelo facto de nosso desejo ou quadro mental ser construtivo, somos Deus vendo Seu Próprio Plano.

Quando Deus Vê, isso constitui decreto ou ordem irrevogável para que apareça imediatamente.

Na criação da Terra e do sistema de mundos, DEUS disse: "Faça-se a "LUZ" e a Luz apareceu.

Não foram necessários eons de tempo para criar a Luz.

O mesmo Deus Poderoso está em nós agora, e quando vemos ou falamos é Seu atributo da visão e da palavra que está actuando em nós e através de nós.

Se nos compenetramos do que isto realmente significa, podemos comandar por Seu Pleno Poder e Autoridade, porque somos Sua Consciência-Vida, e só a Própria-Consciência de nossa Vida pode ordenar, imaginar ou desejar um Plano Perfeito e Construtivo.

Todo Plano Construtivo é Seu Plano.

Por isso, sabemos que Deus está em acção, comandando: "Que este desejo ou plano se realize agora, e está feito".

(…) “Meu filho”, disse-me, “serei eu tão inesperado visitante que tanto vos surpreenda? Sabeis perfeitamente, sem a menor dúvida, que quando pensais em mim estabeleceis contacto comigo, e quando eu penso em vós, estou convosco. Quando meditáveis, vossa atenção se fixou em mim e por essa razão, apareci. Não está de acordo com a Lei? Então, porque não aceitar o facto como natural? Atraímos aquilo em que pensamos.” (…)

Sugerimos que nos exercitemos em nunca experimentar surpresa, desapontamento ou sensibilidade ferida, sejam quais forem as circunstâncias, pois o perfeito Autocontrolo de todas as forças dentro de nós, a qualquer tempo, constitui Domínio - e esta é a recompensa para aqueles que trilham a senda da Luz.

Somente pela correcção do próprio ser humano pode ser alcançada a Mestria.

Lembramo-nos sempre de que o direito de comandar, que representa Domínio, só é permanentemente mantido por aqueles que primeiro aprenderam a obedecer, porque quem aprendeu a prestar obediência à 'Lei do Uno', torna-se um Ser de Causa, e só esta Causa-Amor.

Assim, por analogia, torna-se em realidade A 'Lei do Uno'.

Vigiemos para que proceda de nós somente o que é harmonioso, e não permitamos que uma palavra destrutiva sequer nos passe pelos lábios, mesmo por gracejo.

Lembramo-nos de que estamos lidando com uma força, seja de que natureza for, a cada instante da Eternidade, e de que somos sempre seu qualificador.

Focalizai-mos toda a atenção em nosso Omnigovernante Próprio Deus Interior e não nos esqueçamos de fixá-la n'Ele.

Agora, podemos todos compreender como é importante e necessário manter-se vivamente consciente do Próprio Mestre Cristo Interior e n'Ele profundamente centralizar-se, para que só Amor, Sabedoria e Perfeição de Deus possam actuar por meio da mente e do corpo – sempre.

 

Com amor e profunda gratidão,

 

Luís Barros